quarta-feira, março 31, 2010

A Relíquia

Recebi e estou repassando. HC.

"Carta enviada à Shell nos anos 80. Fato verdadeiro. A Shell tem a carta arquivada.
A empresa Shell abre seus arquivos e dá a conhecer o conteúdo de uma carta enviada por um consumidor, nos anos 80, ao seu Serviço de Atendimento ao Consumidor. Ela está transcrita na sua forma original, inclusive com os erros gramaticais".

Eis a Relíquia:

"Olá!Tenho um Corcel II 1986 a álcoo e sou cliente dos posto Shell. Não abasteço em nenhum otro posto há mais de 5 ano. Tô escrevendo porque tô com uma dúvida na qual acho que vocês são os mais indicado a me ajuda. A questã é que tô progamando uma viage para domingo dia 27/10. Nesse dia será realizado o 2º turno das eleição e mais uma vez vai tê a proibição de venda de álco da meia noite até a meia noite de domingo.

A chamada lei seca. Mas o trajeto que pretendo percorre no domingo é muito maior do que cabe de alco no tanque do meu carro, logo, já que não vai tê venda de álcoo, vô te que carrega em alguma vasilha o resto que segundo meus cálculo, é um tanque e meio,quase 100 litro.

Gostaria de sabe qual a vasilha mais segura pra transportao alco ou se tem alguma outra solução pro meu pobrema. Pensei em talvez abastece com gasolina, já que a proibição de venda é só de álco, pelo que eu vi.

Caso a solução seja mesmo a de transporta o combustíve a sê usado, gostaria de sabe se algum posto de vocês na região da Grande ABC poderia fazê um desconto, já que eu estaria comprando mais de 150 Litro de álco no sábado.

Conto com a ajuda de vocês.

Assinado: Luis Inácio da Silva Torneiro Mecânico
São Bernardo do Campo/SP"

Resposta da SHELL:

Prezado Sr. Luis Inácio da Silva

Em retorno à sua carta, gostaríamos de esclarecer que a lei a que o senhor se refere, proíbe apenas a venda de bebidas alcoólicas nos dias de eleições e não a de combustíveis automotores.

Shell Brasil S.A. Petróleo

Conjecturas

Hugo Caldas

Agora em 2010, completam-se 50 anos que eu inaugurei o meu título de eleitor votando em Jânio da Silva Quadros à Presidência da República. Tanto tempo depois, concluo que Jânio e Lula têm muito em comum. Perdão, Janistas!

No que diz respeito ao contato direto com o povo, por exemplo. Jânio e sua vassoura iriam varrer para bem longe a roubalheira deste país. Não varreu coisa alguma. Até porque não deu tempo.

O Lula passou mais de vinte anos apregoando aos sete mares que, como Jânio, iria pelo menos botar uns 300 picaretas na cadeia. Que nada! Hoje, os trezentos dobraram para 600 e não tem um só amargando prisão. Eles e o Lula viraram amiguinhos de infância. Existe uma foto do Jânio, com um quepe de motorneiro de bonde na cabeça. Lula adora colocar na cabeça tudo que é boné, inclusive os do MST.

O Jânio adorava fritar um amigo quando isso se tornasse conveniente. O Lula também. Vide Zé Dirceu, o "nosso Delúbio", Duda Mendonça, etc. O Jânio era chegado à uma cachacinha, "sou, mas quem não é", haja vista a sua nunca explicada renúncia que dizem, efetivou-se em meio a um porre monumental.

Quanto ao Lula, bem, será preciso dizer alguma coisa? Pelas festinhas na Granja do Torto e pelas bobagens que diz e faz, o homem deve viver continuamente embriagado. Todo bêbado é megalómano. Ele agora anda soltando uns balões de ensaio, insinuando assumir a superintendência do universo, disposto a tomar o lugar do Kofi Annan na secretaria da ONU. Acredita o energúmeno que tem o "vírus da paz". Conversa de bebum, ou não? Falam à boca pequena que durante as bebedeiras em pleno vôo no Aerolula-51, o homem sem nenhum pejo, cospe todo o chão da aeronave que se transforma em verdadeira pocilga. O pessoal de terra deve adorar.

"Nunca antes na história do Vaticano..."

Cidade do Vaticano, 27 mar (EFE).- "Ninguém fez tanto" como Bento XVI na luta contra os abusos sexuais contra meninos por parte de sacerdotes, afirmou hoje o jornal vaticano "L'Osservatore Romano", que publicou as declarações do cardeal de Westminster, Vincent Nichols. O religioso disse que o papa introduziu grandes mudanças no direito da Igreja em sua época de cardeal prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, entre elas a inclusão do Direito Canônico do delito contra as crianças cometido através da internet. É muito cinismo!

terça-feira, março 30, 2010

Paraíba: O Tapetão ou a síndrome do Zé Pequeno

José Virgolino de Alencar

Começo com uma frase de Chico Xavier: “Ninguém pode voltar atrás para mudar e fazer um novo começo; mas qualquer um pode recomeçar e fazer um novo fim”. Não estou interessado em voltar ao passado, para desfazer a decisão que retirou do governo do Estado da Paraíba o candidato eleito e empossou o derrotado.

O problema nem está no fato jurídico duvidoso, estranho, com um sabor de neojurisdicionalidade. O grave está no novo governador empossado. Já tendo dirigido o Estado durante sete anos e alguns meses, seu período administrativo caracterizou-se por irregularidades, beneficiamento de financiadores, de áulicos, como da parentela, em atos de nepotismo explícito.

Antecipando-se ao sistema lulista de governar, o Sr. José Maranhão, um político que nunca conseguiu sair, em mentalidade, das limitadas fronteiras de Araruna, onde domina um caciquismo dos seus ancestrais, aquela velha política municipal do interior brasileiro, onde o chefe político toma conta do patrimônio público, rateia com seus aliados, amigos e parentes, e a população que se lixe.

Chegando ao governo do Estado em cima da trágica morte de Antônio Mariz, em 1995, o cacique ararunense, pensando que estava sentado na cadeira de alcaide de sua atrasada cidade, deu por início os procedimentos típicos do gestor tupiniquim, tribal, cuidando dos seus, não esquecendo que primeiro os teus.

Focou seu objetivo na reeleição e todo o seu projeto de governo convergia para o pleito de 1998, quando poderia continuar aboletado no Palácio da Redenção, morando na Granja Santana, para ele um Castelo de Versailles tabajara. Amoldou a legislação constitucional, econômica, orçamentária, financeira e administrativa a um só objetivo: garantir voto em 1998 e ser reeleito.

Aí valia tudo, menos a legalidade. Os atos, as normas, os procedimentos foram todos ajustados a seus desígnios, tomando conta da cena política e sendo, infeliz de nosso Estado que tolera pacificamente isto, a maior liderança da Paraíba.

Foi reeleito, e já no dia seguinte mirou a eleição de 2002, quando pretendia ser Senador. Lá se foi a máquina administrativa trabalhar para assegurar a senatoria para o homem. E haja irregularidade, licitações duvidosas, obras superfaturadas, emprego para apaniguados e, obsessiva renitência, para os parentes.

E foi eleito Senador, tendo recebido mais votos do que o candidato a governador que então venceu o pleito. Mas não estava satisfeito. Abriu rápido os olhos ambiciosos para voltar ao governo em 2006. Disputou, perdeu, mas não se conformou. Juntou, então, um bando de juristas chicaneiros e entrou com ação para anular a eleição. Contando com a ajuda e a conivência de áreas da justiça, numa longa pendenga, conseguiu assumir o cargo de governador, mesmo tendo sido derrotado.

Aboletado no cargo, volta aquela velha figura que continua atrelado aos hábitos do caciquismo e da mentalidade de prefeito da ainda pequena Araruna. Trás de novo os mesmos asseclas, os mesmos parentes, para adotar os mesmos procedimentos, forçar a lei para satisfazer seus desígnios, que é de se reeleger governador em 2010.

O dinheiro do Estado, cuja conjuntura nacional favorece um bom volume de receitas, está sendo gerido a sete chaves, com números e balanços escondidos, maltratando os servidores públicos, negando-se a pagar as dívidas que, inclusive, vêm do seu período anterior. Mas, para injetar recursos no caixa dois de quem trabalha por sua reeleição não faltará a irrigação do necessário vil metal.

Nosso Estado, com seu passado, com as figuras que honraram a sua história, registrando-se episódios de heroísmo e coragem, apesar de seu mau governo é um Estado grande. Contudo, com sua política baixando de nível por seu governador e por sua troupe, está passando por uma circunstância que lhe ameaça tornar pequena.

E está exatamente sendo dirigida por um Zé, que assumiu no tapetão, de mentalidade sem estatura, dentro de procedimentos que só lhe reduzem a dimensão, vivendo, assim, uma síndrome, a síndrome do Zé Pequeno.

O Autor: Auditor Fiscal Tributário – aposentdo
Professor Adjunto da UFPB – aposentado
Ex-Secretário das Finanças do Estado
Ex-Secretário Executivo(Subsecretário e Diretor Geral) da Secretaria das Finanças do Estado
Ex-Secretário de Finanças da Prefeitura de João Pessoa
Ex-Auditor Geral do Estado
Consultor Autônomo de Finanças Públicas

sexta-feira, março 26, 2010

O QUE SERIA DO AMARELO SE TODOS GOSTASSEM APENAS DO AZUL?

Hugo Caldas

Amigo a quem muito prezo e respeito, anda irritadíssimo comigo a tal ponto de enviar-me e-mail preocupado com a minha sanidade mental. Calculam vocês a razão? Simplesmente porque pedi em texto aqui mesmo no Blog, que meus leitores (todos os três) dessem a devida atenção a um vídeo onde, uma velha maluca, (segundo ele), entusiasta de discos voadores, fala mal da vacina da gripe H1N1 e por tabela desanca as grandes corporações americanas ligadas à indústria farmacêutica. Em que pese o preconceito (velha maluca), cada um tem o direito de dizer o que quiser. Não teria também a Dra Kilde o direito de externar a sua opinião de médica? Terá o meu estimado amigo prestado a sua valiosíssima atenção aos outros três links postados no mesmo texto, onde existem outras opiniões contra a vacina, mas sem alusão à discos voadores e quejandos?

O meu considerado amigo tem todo o direito de temer pela salubridade da minha psique. Agradeço os seus cuidados e respeito a sua opinião. Bem como o direito de externá-la. Concordar com ela, bem aí, já são outros quinhentos.

Acha, o meu prezado amigo que eu estaria sendo preconceituoso com os dois ministros "técnicos que se salvam no Governo Petista." O Ministro Temporão "é uma pessoa séria". Mas essa pessoa séria gastou 40 milhões com um gel super específico para ser distribuído às bibas durante o carnaval. O SUS vai fazer cirurgias para mudança de sexo por ordem expressa do ministro técnico. Acho que esse Temporão tem idéia fixa. Bem dizia a minha mãe: "Quem disso cuida, disso usa". O fato de ser português e ostentar sobrenome tão desusado talvez explique a diferença de timing. Já o Ministro Haddad não foi nem de longe citado no meu texto. Faço-o entretanto agora:

"Atenção viadagem deste país! Foi inaugurada em Campinas (onde mais, Pelotas talvez) uma escola para gays." Isso mesmo. Trata-se de uma ONG que receberá recursos do Ministério da Educação e do governo do Estado de São Paulo. Pois é, as meninas estão no maior alvoroço para efetuarem a matrícula. Haverá cursos de crochê, etiqueta, corte e costura, modelo e afins. Esses "ministros técnicos"!

Nunca antes na história deste país vi um povo tão anestesiado, tão oscilante, tão sem caráter, vivendo no bem bom do mundo da lua, de uma bolsa-qualquer-coisa. Ei, pessoal, já é tempo de acordar! Ao trabalho! Vamos fazer jus a Bolsa Família que é paga com o meu dinheiro. Sei que a ociosidade é a mãe de todos os vícios. "Ai que preguiça" diz o Macunaíma, nosso anti-herói.

Abaixo, um mero exercício de comparação de fotos & fatos:

Nazistas, 10 de maio de 1933

O fato meus caros, é que vocês, do "Cordão Encarnado" seguem ao pé da letra um dos mais austeros e perigosos dogmas do credo nazista: "Se não está comigo está contra mim". Não se pode pensar diferentemente. Vocês, meus caros, não conseguem arrostar a queda do Muro de Berlim. Ninguém parece se dar conta que não existe mais a União Soviética nem tremula nos céus de Moscou a odiosa bandeira da foice e o martelo... Ficam todos aí, fazendo cara de paisagem... dando a entender que não é com eles. E eu é que sou o maluco? CUT, 26 de março de 2010.

A diferença é que uma das fotos é colorida, a outra em preto e branco. Uma é noturna, a outra é diurna. Uma foi feita em Berlim, a outra em São Paulo. A arbitrariedade da queima de livros, é crime comum à nazistas e comunistas.


Estivemos juntos durante a ditadura, sei muito bem, e não poderia ser de outra forma. À época trabalhei um certo tempo no 1º Grupamento de Engenharia de Construção, sede do Quartel-General em João Pessoa. Fui contratado para uniformizar a relação dos vários equipamentos de engenharia que provinham dos Estados Unidos e que infelizmente cada batalhão aqui no Brasil, lhes dava uma nomenclatura própria. Uma desordem monumental.

Lá, conheci o Gen Arthur Duarte Candal da Fonsêca, pessoa fina, educada, com quem tive altos papos. Em inglês. Ele queria treinar o seu próprio desempenho na língua inglesa. Era raro o dia em que o seu ordenança não vinha até a seção onde eu trabalhava e para meu desespero e o profundo rancor de um certo major, falava em voz alta: "o general está lhe chamando"! Seguia então para o escritório do general e lá ficava até o final do expediente. Às vezes, quando a conversa estava boa, íamos além do horário. Conversávamos sobre tudo, inclusive a revolução. No decorrer desses papos consegui livrar a cara de muitos amigos que moravam em um caderninho de capa azul no bolso do general. Jamais vou esquecer uma tarde em que misteriosamente apareceu na minha mesa, uma folha de papel almaço com os nomes de dois amigos, e uma anotação em lápis vermelho: "Prisão". Fiz o possível e o impossível para encontrá-los. Passei-lhes a informação e graças a Deus nada aconteceu. Desapareceram em tempo hábil. Não quero nem devo aqui citar nomes até porque não tenho a mínima vocação para Oskar Schindler, aquele da Lista do Steven Spielberg.

O general costumava dizer:

- Não se engane, meu caro. "Essa gente, nem todos é claro, quer retirar os militares do poder para instalar no Brasil uma república sindicalista”. À principio hesitava, não queria acreditar, porém hoje, vejo que o Gen Candal estava coberto de razão. Não conseguiram chegar ao poder pelas armas, ainda bem, ou hoje estaríamos amargando a mesma desprezível e odienta situação da infeliz ilha dos Castro.

Muitos desses abnegados heróis fizeram na verdade um belo de um investimento, para a devida cobrança nos dias de hoje. Vocês sabem perfeitamente sobre o que e de quem estou falando. Queriam na realidade "se arrumar". Lavar a égua. Deviam todos, até por dever de consciência, fazer um "mea culpa", dobrando o joelho em terra, ao meio dia de uma sexta-feira qualquer e rezar contritamente: "Confiteor Deo omnipotenti" e reconhecer que aquele belo sonho que tanto nos encantou na juventude se converteu na mãe de todas as mentiras. Será que é tão difícil assim?

Finalizando, diria que este é um Blog realmente democrático. Aqui postarão seus artigos o meu "bilioso" amigo Ipojuca Pontes e o calhorda do Zé Dirceu, se este senhor evidentemente, me enviar um texto interessante. Agradeço ao meu dileto e queridíssimo amigo por ter me honrado como leitor do Blog até recentemente, quando ainda supunha que a minha cabeça era coisa que, preconceitos à parte, valesse a pena.

Mas é isso meus caros, a pessoa vai envelhecendo e eis que se nos empurram goela abaixo, até os pulmões, "você está ficando doido". Fazer o que? Ainda é possível se ter opinião neste país? Menos mal. Em Cuba eu já estaria preso por delito de opinião. Preso de consciência. Pegaria uma cadeia de uns vinte e sete anos e provavelmente, entraria em greve de fome!

hucaldas@gmail.com

REVISTA FOOTBALL



Ela não é uma revista sobre futebol. Homenagem aos inventores do jogo, Football é, de fato, a primeira revista de luxo sobre o esporte mais amado do planeta. A cada edição, perfis de personagens que marcaram a história da bola dentro e fora do campo, entrevistas exclusivas, minibiografias de técnicos e jogadores, histórias incríveis do futebol, gastronomia e turismo de alto nível (sempre tendo como pano de fundo uma sede de Copa do Mundo), seção de produtos associados ao universo da bola, as partidas inesquecíveis, os grandes erros da arbitragem e colunistas de peso.

Nesta primeira edição, Alberto Helena Jr. abre o jogo e conta suas impressões sobre o fatídico 5 de julho de 1982, quando Paolo Rossi tirou o Brasil do Mundial da Espanha. A tiracolo, um perfil do bambino d'oro, com sua história e comentários a respeito do grande feito do Sarrià.

No perfil nacional, o diretor de redação de Football, Moacir Japiassu, revive uma entrevista realizada em 1980 com o craque Ademir de Menezes, no ensejo dos 60 anos da derrota do Brasil na Copa de 1950, no Maracanã.

A matéria de capa de Football nº 1 é um perfil de João Havelange, o homem que sonhou com a Copa da África. Escrito por seu biógrafo, o jornalista mineiro Ernesto Rodrigues, o texto narra as aventuras do então presidente da Fifa e sua missão de integrar o continente africano à entidade máxima do futebol.

Na seção Ô, seu Juiz!, o jornalista Mário Lúcio Marinho reúne duas histórias sensacionais: o gol de José de Assis Aragão no clássico Palmeiras X Santos, em 1983; e o árbitro russo que teve de anular um gol da França no Mundial da Espanha depois que o xeique do Kuwait invadiu o gramado.

Em entrevista exclusiva à Football, Reginaldo Manente, o fotógrafo que se tornou célebre pela capa do JT com o menino chorando a derrota em Barcelona, em 1982, fala sobre aquele dia e de como encontrou forças para superar o trauma Paolo Rossi e fazer história no jornalismo brasileiro.

Diretamente da África do Sul, o fotógrafo Cleber Bonato relata, em texto e imagens, a construção de um sonho chamado Copa do Mundo. Ele acompanhou as obras nos estádios sulafricanos e conheceu um projeto educacional para crianças carentes ministrado por um grupo de brasileiros no reino de Bafokeng.

Na seção Mantos Sagrados, os uniformes mais belos do mundo e a história dos clubes que os criaram. Também tem Marcelo Zenga falando do dia em que Wilson Simonal "quase" foi convocado para a Copa de 70, no México; e um artigo mais que perfeito sobre o cenário político e histórico que cerca o Mundial da África do Sul, assinado pelo mestre Ricardo Júdice.

Outra seção de destaque na revista é Meu Jogo Inesquecível, que relembra, nesta edição de lançamento, o "Milagre de Berna", a incrível virada da Alemanha sobre a Hungria de Puskas na Copa de 1954, na Suíça.

Completando o menu variado, três personagens (os empresários Paulo Kakinoff e Marco Antônio Bologna, além do piloto Rubens Barrichello) montam sua seleção de todos os tempos. É a seção Time dos Sonhos, que, no final do ano, elegerá a melhor equipe de 2010.

Football é feita assim: com esmero na pauta e sempre com o melhor texto e as melhores fotos e ilustrações – além de papel de alta qualidade. Uma revista para quem ama verdadeiramente o futebol. Não perca!


Revista Football
Publicação bimestral da j&p comunicação
Páginas: 132
Impressão: IBEP
À venda somente nas livrarias La Selva, nos aeroportos.]
Preço: R$ 19,25

VIDEO DO DIA

Miami. 26 de fevereiro de 2010. Integrantes da Asamblea de la Resistencia Cubana ocuparam pacíficamente o Consulado Brasileiro em Miami para denunciar a complicidade do presidente Lula da Silva, no assassinato do prisioneiro de conciência o cubano Orlando Zapata Tamayo pelo regime Castrista. Aqui, em Pindorama não houve qualquer deivulgação do incidente. Veja agora. HC.

quinta-feira, março 25, 2010

Registro


Neste sábado, Oscar Arias (presidente da Costa Rica) escreveu sobre a situação dos presos políticos em Cuba para o jornal espanhol El País. O confronto entre o falatório de Lula e trechos do artigo permite uma comparação entre os dois chefes de governo:

LULA: “Lamento profundamente que uma pessoa se deixe morrer por fazer uma greve de fome. Vocês sabem que sou contra greve de fome porque já fiz greve de fome”.

ARIAS: “Uma greve de fome de 85 dias não foi suficiente para convencer o governo cubano de que era necessário preservar a vida de uma pessoa, acima de qualquer diferença ideológica. Não foi suficiente para induzir à compaixão um regime que se vangloria da solidariedade que, na prática, só aplica a seus simpatizantes. Nada podemos fazer agora para salvar Orlando Zapata, mas podemos erguer a voz em nome de Guillermo Fariñas Hernández, que há 17 dias está em greve de fome em Santa Clara, reivindicando a libertação de outros presos políticos, especialmente aqueles em precário estado de saúde”.

LULA: “Eu acho que a greve de fome não pode ser utilizada como pretexto para libertar pessoas em nome dos direitos humanos. Imagine se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade”.

ARIAS: “Seria perigoso se um Estado de Direito se visse obrigado a libertar todos os presos que decidirem deixar de alimentar-se. Mas esses presos cubanos não são como os outros, nem há em Cuba um Estado de Direiro. São presos políticos ou de consciência, que não cometeram nenhum delito além de opor-se a um regime”.

LULA: “Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubanos”.

ARIAS: “Não existem presos políticos nas democracias. Em nenhum país verdadeiramente livre alguém vai para a prisão por pensar de modo diferente. Cuba pode fazer todos os esforços retóricos para vender a ideia de que é uma “democracia especial”. Cada preso político nega essa afirmação. Cada preso político é uma prova irrefutável de autoritarismo. Todos foram julgados por um sistema de independência questionável e sofreram punições excessivas sem terem causado danos a qualquer pessoa”.

LULA: “Cada país tem o direito de decidir o que é melhor para ele”.

ARIAS: “Sempre lutei para que Cuba faça a transição para a democracia. (…) O governo de Raúl Castro tem outra oportunidade para mostrar que pode aprender a respeitar os direitos humanos, sobretudo os direitos dos opositores. Se o governo cubano libertasse os presos políticos, teria mais autoridade para reclamar respeito a seu sistema político e à sua forma de fazer as coisas”.

LULA: “Não vou dar palpites nos assuntos de outros países, principalmente um país amigo”.

ARIAS: “Estou consciente de que, ao fazer estas afirmações, eu me exponho a todo tipo de acusação. O regime cubano me acusará de imiscuir-me em assuntos internos, de violar sua soberania e, quase com certeza, de ser um lacaio do império. Sem dúvida, sou um lacaio do império: do império da razão, da compaixão e da liberdade. Não me calo quando os direitos humanos são desrespeitados. Não posso calar-me se a simples existência de um regime como o de Cuba é uma afronta à democracia. Não me calo quando seres humanos estão com a vida em jogo só por terem contestado uma causa ideológica que prescreveu há anos. Vivi o suficiente para saber que não há nada pior que ter medo de dizer a verdade”.

Oscar Arias é um chefe de Estado. Lula é chefe de uma seita com cara de bando. Arias é um pensador, conhece a História e tenta moldar um futuro mais luminoso. Lula nunca leu um livro, não sabe o que aconteceu e só pensa na próxima eleição. Arias é justo e generoso. Lula é mesquinho e oportunista. Arias se guia por princípios e valores. Lula menospreza irrelevâncias como direitos humanos, liberdade ou democracia.
O artigo do presidente da Costa Rica, um homem digno, honra o Nobel da Paz que recebeu. A discurseira do presidente brasileiro, um falastrão sem compromisso com valores morais, tornou-o tão candidato ao prêmio quanto Fidel, Chávez ou Ahmadinejad. A colisão frontal entre o que Lula disse e o que Arias escreveu escancarou a distância abissal que separa um político sem grandeza de um estadista.




VIDEO DO DIA

SUTIL, NÃO ACHAM? ESSE BUSH NÃO TOMA JEITO!

terça-feira, março 23, 2010

"A Escolha de Sofia"

"A Escolha de Sofia" é a história de uma mãe judia no campo de concentração nazista de Auschwitz, que é forçada por um soldado alemão a escolher entre o filho e a filha qual será executado e o que será poupado. Se ela se recusasse a escolher, os dois seriam mortos. Ela escolhe o menino, que é mais forte e tem mais chances de sobreviver, porém nunca mais tem notícias dele. A questão é tão terrível que o título se converteu em sinônimo de decisão quase impossível de ser tomada.

Rodrigo Constantino

Serra ou Dilma? A Escolha de Sofia

“Tudo que é preciso para o triunfo do mal é que as pessoas de bem nada façam.” (Edmund Burke)

Aécio Neves pulou fora da corrida presidencial de 2010. Agora é praticamente oficial: José Serra e Dilma Rousseff são as duas opções viáveis nas próximas eleições. Em quem votar? Esse é um artigo que eu não gostaria de ter que escrever, mas me sinto na obrigação de fazê-lo. Afinal, o futuro da liberdade está em jogo, sob grande ameaça. Nenhuma das opções é atraente. Nenhum dos candidatos representa uma escolha decente para aqueles que defendem as liberdades individuais. Será que há necessidade de optar? Ou será que o voto nulo representa a única alternativa?

Tais questões me levaram à lembrança do excelente livro O Sonho de Cipião, de Iain Pears, uma leitura densa que desperta boas reflexões sobre o neoplatonismo. Quando a civilização está em xeque, até onde as pessoas de bem podem ir, na tentativa de salvá-la da barbárie completa? Nas palavras do autor: “Usamos os bárbaros para controlar a barbárie? Podemos explorá-los de modo que preservem os valores civilizados ao invés de destruí-los? Os antigos atenienses tinham razão ao dizerem que assumir qualquer lado é melhor do que não assumir nenhum?”

Permanecer na “torre de marfim”, preservando uma visão ideal de mundo, sem sujar as mãos com um voto infame, sem dúvida traz conforto. Manter a paz da consciência tem seus grandes benefícios individuais. Além disso, o voto nulo tem seu papel pragmático também: ele representa a única arma de protesto político contra todos que estão aí, contra o sistema podre atual. Somente no dia em que houver mais votos nulos do que votos em candidatos o recado das urnas será ouvido como um brado retumbante, alertando que é chegada a hora de mudanças estruturais. Os eleitos sempre abusam do respaldo das urnas, dos milhões de eleitores que deram seu aval ao programa de governo do vencedor, ainda que muitas vezes tal voto seja fruto do desespero, da escolha no “menos pior”.

Mas existem momentos tão delicados e extremos, onde o que resta das liberdades individuais está pendurado por um fio, que talvez essa postura idealista e de longo prazo não seja razoável. Será que não valeria a pena ter fechado o nariz e eliminado o Partido dos Trabalhadores Nacional-Socialista em 1933 na Alemanha, antes que Hitler pudesse chegar ao poder? Será que o fim de eliminar Hugo Chávez justificaria o meio deplorável de eleger um candidato horrível, mas menos louco e autoritário? São questões filosóficas complexas. Confesso ficar angustiado quando penso nisso.

Voltando à realidade brasileira, temos um verdadeiro monopólio da esquerda na política nacional. PT e PSDB cada vez mais se parecem. Ambos desejam mais governo. Ambos rejeitam o livre mercado, o direito de propriedade privada, o capitalismo liberal. Mas existem algumas diferenças importantes também. O PT tem mais ranço ideológico, mais sede pelo poder absoluto, mais disposição para adotar quaisquer meios – os mais abjetos – para tal meta. O PSDB parece ter mais limites éticos quanto a isso.. O PT associou-se aos mais nefastos ditadores, defende abertamente grupos terroristas, carrega em seu âmago o DNA socialista. O PSDB não chega a tanto.

Além disso, há um fator relevante de curto prazo: o governo Lula aparelhou a máquina estatal toda, desde os três poderes, passando pelo Itamaraty, STF, Polícia Federal, as ONGs, as estatais, as agências reguladoras, tudo! O projeto de poder do PT é aquele seguido por Chávez na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador, enfim, todos os comparsas do Foro de São Paulo. Se o avanço rumo ao socialismo não foi maior no Brasil, isso se deve aos freios institucionais, mais sólidos aqui, e não ao desejo do próprio governo. A simbiose entre Estado e governo na gestão Lula foi enorme. O estrago será duradouro. Mas quanto antes for abortado, melhor será: haverá menos sofrimento no processo de ajuste.

Justamente por isso acredito que os liberais devem olhar para este aspecto fundamental, e ignorar um pouco as semelhanças entre Serra e Dilma. Sim, Serra tem forte viés autoritário, apresenta indícios fascistas em sua gestão no governo de São Paulo, deseja controlar a economia como um czar faria, estou de acordo com isso tudo. Serra representa um perigo para as liberdades, isso é fato. Mas uma continuação da gestão petista através de Dilma é um tiro certo rumo ao pior. Dilma é tão autoritária ou mais que Serra, com o agravante de ter sido uma terrorista na juventude comunista, lutando não contra a ditadura, mas sim por outra ainda pior, aquela existente em Cuba ainda hoje. Ela nunca se arrependeu de seu passado vergonhoso; pelo contrário, sente orgulho. Seu grupo Colina planejou diversos assaltos. Como anular o voto sabendo que esta senhora poderá ser nossa próxima presidente?! Como virar a cara sabendo que isso pode significar passos mais acelerados em direção ao socialismo “bolivariano”?

Entendo que para os defensores da liberdade individual, escolher entre Dilma e Serra é como uma escolha de Sofia: a derrota está anunciada antes mesmo da decisão. Mesmo o resultado “desejado” será uma vitória de Pirro. Algo como escolher entre um soco na cara ou no estômago. Mas situações extremas demandam medidas extremas, e infelizmente colocam certos valores puristas em xeque. Anular o voto, desta vez, pode significar o triunfo definitivo do mal. Em vez de soco na cara ou no estômago, podemos acabar com um tiro na nuca.

Dito isso, assumo que votarei em Serra, mas não sem antes tomar um Engov. Meu voto é anti-PT acima de qualquer coisa. Meu voto é contra o Lula, contra o Chávez, que já declarou abertamente apoio a Dilma. Meu voto não é a favor de Serra. E, no dia seguinte da eleição, já serei um crítico tão duro ao governo Serra como sou hoje ao governo Lula. Mas, antes é preciso retirar a corja que está no poder. Antes é preciso desarmar a quadrilha que tomou conta de Brasília. Ainda que depois ela seja substituída por outra parecida em muitos aspectos. Só o desaparelhamento de petistas do Estado já seria um ganho para a liberdade, ainda que momentâneo. Respeito meus colegas liberais que discordam de mim e pretendem anular o voto. Mas espero ter sido convincente de que o momento pede um pacto temporário com a barbárie, como única chance de salvar o que resta da civilização - o que não é muito.

A Mentirobrás

Neil Ferreira

É preciso conhecer a Mentirobrás, a mais poderosa e atuante estatal brasileira, e os meandros do lullismo para entender o ataque covarde a José Nêumanne Pinto, editor, escritor, poeta e um dos mais sólidos jornalistas brasileiros, editorialista do Estadão e do Jornal da Tarde, comentarista da Jovem Pan e do SBT.

Nêumanne é dono do próprio nariz, sabe onde o tem e onde o enfia, é independente. Governo e oposicinha detestam-no por igual porque não deixa barato para o governo nem para oposicinha. É um dos meus gurus.

Descobre fatos, ilumina-os, respeita-os, não os inventa, coloca-os aos nossos olhos, só não enxerga quem não quer. Atreveu-se a meter seu nariz na baderna da Usp, falsamente atribuída à “PM em confronto com professores e alunos”.

A greve é do Sintusp, Sindicato dos Tabalhadores da Usp, apoiado pelo Sindicato dos “Profeçores” Luizinhos, ambos braços da Cut e do pt, que arrastou alguns professores da Usp, secundaristas, alunos da Usp e penetras da Puc , ligados à Une, que mama nas tetas federais.

Os dois focos da questão esclareço abaixo. Estão disfarçados no blá blá blá sindicalês e na algaravia ideológica, que mistura a privilegiada ex-querda sindicalista com filhotinhos da zelite, munidos de gordos cartões de crédito, carrinhos zero e roupetas de grife, fornecidos pelos papais ausentes, carregados de culpa. O resto é papo para engambelar trouxa.

Na real, os grevistas exigem: (1) Recontratar o Brandão, desordeiro demitido por justa causa por invadir e destruir propriedade da sua empregadora, a Usp, arrebentando portas e computadores a pontapés e janelas a cadeiradas, dando imenso prejuízo ao conjunto da sociedade, já que o dinheiro da Usp é público, sai dos nossos impostos, o bandido meteu a mão no meu e no seu bolso. (2) Obediência à palavra de ordem “Não à Gestão Por Competência”. Todo Poder à Incompetência.

Resumo da ópera, querem a volta do Perigoso Hulk vermelho-pt e oram pela cartilha de Brasilia, de onde o Sindicalista Mor dá show de Incompetência em dois mandatos de lulla-lá, com ambição para mais.

Nêumanne, cara limpa frente às câmeras do SBT, recusou-se a demonizar a PM e criticou a baderna criada na entrada da Usp. Há gravação de áudio e vídeo. Pacifista, aconselhou aos grevistas: “Tomem tino”.

“Tino”, Houaiss, faculdade de avaliar os seres, os fenômenos, as coisas; instinto, juízo natural, discernimento; virtude que faz prever e procura evitar as inconveniências e os perigos, prudência, precaução, cuidado; intuição, sentido, tato.

Num movimento orquestrado, milhares de e-mails inundaram as caixas-postais do SBT e do Nêumanne, mentirosamente acusando-o de haver dito aos grevistas: “Tomem tiro”.

“Tiro”, Houaiss, disparo de arma de fogo, explosão; bala ou carga que se dispara a cada vez; ato de dar fim a alguém..

Dou um exemplo do nível dos “profeçores” luizinhos do Sindicato, que se atiraram ao ataque ao Nêumanne, “piçislitis”, como o autor grafaria.

“Jornalista Neumanne Pinto, em alguma dessas manhãs a me preparar para mais um dia de aula, fiquei estupefato, ao escutar um comentário do senhor sobre o movimento grevista da USP, disse o senhor “esses grevista devem ser combatido com força pela policia e tiros”. Hora (sic) meu caro jornalista (...)” Historiador Alexandre di Filippo.

A Chauí “furou” a greve para dar uma aula a favor da greve, que defende o desordeiro Brandão e o “Não à Gestão por Competência”, para alunos que “furaram” a greve e assistiram a aula.

Antonio Cândido, 91 anos, “furou” a greve, participou da aula da Chauí e tocou fogo na massa de manobra, insuflando ações violentas.

“Exagerem, sejam justos e injustos”. Petistas que apoiam a greve “furam” a greve em defesa da greve. Cuma? Por qual arte “tino” virou “tiro”?

É Mentirobrás da pura, da legítima de alambique. Tenho certeza e dou exemplo.

Serra nunca disse que vai acabar com o bolsa-esmola que compra votos para o lullismo. Os blogs de apoio à Coroa do Cara afirmam em manchetes “Serra inimigo do povo vai acabar com o bolsa-família”.

Serra nunca disse que privatizaria a Petrobrás (acho que deveria dizer e privatizar, mas o Serra para sorte dele nunca pediu a minha opinião sobre esse momentoso assunto). Os blogs de apoio à Coroa do Cara afirmam em manchetes “Serra inimigo da pátria vai privatizar a Petrobrás”.

E a cereja de mentira em cima do bolo da mentira, que passou para nossa história recente. FHC disse, está escrito, publicado e gravado:

“O funcionário público que exige aposentar-se com vinte anos de trabalho, só pode ser um vagabundo”.

A Mentirobrás pregou-lhe à biografia que teria dito:

“O aposentado é um vagabundo”.

É exatemente assim que “tino” vira “tiro”. CQD, Como Queria Demonstrar.

A Mentirobrás aprendeu com o nazismo e aplicou com maestria o Enunciado de Goebbels: “Repita-se a mentira mil vezes que ela vira verdade." Minta-se mil vezes que lullinha é paz e amor; que o Fome Zero zerou a fome; que nunca antes nesse país. Minta-se mil vezes que “tino” é “tiro”.

HEIL LULLA ! SIEG HEIL !



© Coluna do Neil Ferreira publicada no Diário do Comércio na quinta-feira 19 de junho de 2009

O Deboche Fora De Hora De Lula e Fidel

José Nêumanne Pinto

Os políticos brasileiros - não importa em que partido militem ou militassem - não conseguem resistir ao charme dos barbudos que desceram de Sierra Maestra e invadiram Havana numa noite de reveillon para acabar com a corrupta, decadente e improdutiva ditadura do cabo Batista. Jânio Quadros criou polêmica inútil ao condecorar o comandante Ernesto Che Guevara em 1960, quando o mundo sabia que os bonitões que puseram fim à jogatina e à prostituição na ilha não estavam para brincadeiras, mas se tornariam um calo sangrento no pé do gigante ao norte do Mar do Caribe. Fernando Henrique se derretia em delícias quando ouvia lisonjas de Fidel Castro, mesmo quando ele não era mais o ai-jesus da Utopia marxista, mas apenas um tirano velho e intolerante que reprimia a oposição liberal e os homossexuais com crueldade de matar de inveja os ditadores militares de direita do resto do continente.

Uma coisa, porém, é preciso reconhecer. Usando seu jargão favorito, é o caso de afirmar que “nunca na história deste País” ninguém chegou ao extremo ao qual Lula se expôs ao ser fotografado rindo ao lado do folgazão Fidel no flagrante usado como ilustração da notícia da morte por greve de fome de um dissidente. Havia uma cumplicidade tão grande no sorriso a dois que suas feições chegaram a se assemelhar, como se diz que ocorre com marido e mulher que convivem por muito tempo. E o momento era impróprio: o mundo estava indignado com o desenlace do episódio de rebeldia protagonizado por Orlando Zapata, negro, operário e mártir.

Pior ainda que o sorriso inoportuno fotografado no anúncio da morte de um operário negro foi a afirmação do presidente tratando a vítima como algoz, e não o mártir da brutal tirania do cubano

Marco Aurélio Garcia, sempre alerta no papel de bajulador-geral da República e dos amigos do chefe, apressou-se a lembrar - e agora com razão - que o ex-menino retirante de Caetés, perto de Garanhuns, e ex-líder sindical no ABC não inovou na relação especial de Brasil com Cuba, só rompida na ditadura militar. É verdade. Mas também é fato que Jânio, Fernando Henrique e outros simpatizantes nunca se deixaram apanhar naquela armadilha fotográfica que desarma quaisquer argumentos.

Se a mãe do presidente, dona Lindu, foi mesmo a sábia versão feminina de Confúcio do sertão que aparece no filme dos Barreto, mico cultural do verão, ela certamente deveria ter-lhe avisado que há momentos na vida em que não convém rir. Diante da perda de um homem - amigo, inimigo ou indiferente - só se espera de um ser humano digno da definição uma reação de seriedade e compunção. E o deboche flagrado nos rostos iguais dos velhos companheiros não supera em cinismo a declaração de Lula de que ele sempre foi contra a greve de fome, como se a vítima virasse algoz só por ter enfrentado seu ídolo e guia.

NR - Alguns amigos, especialmente os afiliados ao "Cordão Encarnado", andam irritadíssimos comigo e iniciaram uma campanha apregoando aos sete mares que eu estou ficando louco. Simplesmente porque pedi que dessem um pouco de atenção a um vídeo onde "uma velha maluca", entusiasta dos Óvnis fala mal da vacina da gripe H1N1 e por tabela desanca as grandes corporações americanas ligadas à indústria farmacêutica. Mas a verdade mesmo é que eles não conseguem digerir a minha ojeriza ao desgoverno Lula e seus sequazes. Pois muito bem, decidi então, num acesso extremo de loucura, postar tudo que me chegar às mãos. Basta que seja anti-Lula! Hoje, peço a devida vênia ao jornalista e poeta paraibano (tinha que ser) José Nêumanne Pinto para reproduzir aqui no Blog as suas desassombradas crônicas. Comunico aos interessados que o site do Nêumanne está devidamente registrado na lista de links bem alí à direita de quem vai: "Estação Nêumanne". HC

A decepção internacional com Lula


Carlos Alberto Montaner - escritor cubano

Para Luiz Inácio Lula da Silva, os presos políticos cubanos são delinquentes como os piores criminosos encarcerados nas prisões do Brasil. Lula adotou, cruelmente, o ponto de vista de seu amigo Fidel Castro. Para ele, pedir eleições democráticas, emprestar livros proibidos e escrever em jornais estrangeiros - os "delitos" cometidos pelos 75 dissidentes presos em 2003, condenados a até 28 anos - equivale a matar, roubar ou sequestrar. Para Lula, Oscar Elías Biscet, um médico negro sentenciado a 25 anos por defender os direitos humanos e se opor ao aborto, é apenas um criminoso empedernido. Dentro de seu curioso código moral, é compreensível a morte do preso político Orlando Zapata ou a possível morte de Guillermo Fariñas, em greve de fome para pedir a libertação de 26 presos políticos doentes.

Os democratas cubanos não são os únicos decepcionados com o brasileiro. Na última etapa de seu governo, Lula está demolindo a boa imagem que desfrutou no começo. Recordo, há cerca de três anos, uma conversa que tive no Panamá com Jeb Bush, ex-governador da Flórida. Ele me disse que seu irmão George, então presidente dos EUA, tinha uma relação magnífica com Lula e estava convencido de que ele era um aliado leal. Isso me pareceu uma ingenuidade, mas não comentei a questão.

Alguns dias atrás, um ex-embaixador americano, que prefere o anonimato, me disse exatamente o contrário: "Todos nos equivocamos com Lula. Ele é um inimigo contumaz do Ocidente e, muito especialmente, dos EUA, embora trate de dissimulá-lo". E, em seguida, com certa indignação, criticou a cumplicidade do Brasil com o Irã no tema das sanções pelo desenvolvimento de armas nucleares, o apoio permanente a Hugo Chávez e a irresponsabilidade com que manejou a crise de Honduras ao conceder asilo a Manuel Zelaya na embaixada em Tegucigalpa, violando as regras da diplomacia internacional.

Na realidade, o comportamento de Lula não é surpreendente. Em 1990, quando o Muro de Berlim foi derrubado, o líder do Partido dos Trabalhadores apressou-se em criar o Fórum de São Paulo com Fidel Castro para coordenar a colaboração entre as forças violentas e antidemocráticas da América Latina. Ali estavam as guerrilhas das Farc e do ELN na Colômbia, partidos comunistas de outros tantos países, a FSLN da Nicarágua e o FMLN de El Salvador. Enquanto o mundo livre celebrava o desaparecimento da União Soviética e das ditaduras comunistas no Leste Europeu, Lula e Fidel recolhiam os escombros do marxismo violento para tratar de manter vigente o discurso político que conduziu a esse pesadelo, e estabeleciam uma cooperação internacional que substituísse a desvanecida liderança soviética na região.

No Brasil, sujeito a uma realidade política que não pôde modificar, Lula comporta-se como um democrata moderno e não se afastou substancialmente das diretrizes econômicas traçadas por Fernando Henrique Cardoso, mas no terreno internacional, onde afloram suas verdadeiras inclinações, sua conduta é a de um revolucionário terceiro-mundista dos anos 60.

De onde vem essa militância radical? A hipótese de um presidente latino-americano que o conhece bem, também decepcionado, aponta para sua ignorância: "Esse homem é de uma penosa fragilidade intelectual. Continua sendo um sindicalista preso à superstição da luta de classes. Não entende nenhum assunto complexo, carece de capacidade de fixar a atenção, tem lacunas culturais terríveis e por isso aceita a análise dos marxistas radicais que lhe explicaram a realidade como um combate entre bons e maus." Sua frase final, dita com tristeza, foi lapidar: "Parecia que Lula, com sua simpatia e pelo bom momento que seu país atravessa, converteria o Brasil na grande potência latino-americana. Falso. Ele destruiu essa possibilidade ao se alinhar com os Castro, Chávez e Ahmadinejad. Nenhum país sério confia mais no Brasil".

Muito lamentável

domingo, março 21, 2010

Vacina Da Gripe Suina - ABRA SEU OLHO!

Hugo Caldas

“Nascida em 1939, em Värtsilä, hoje República da Karélia, (nomesinho maroto), a Dra Rauni Kilde formou-se em medicina sanitária. Figura controversa, foi diretora clínica da região finlandesa da Lapônia. Deixou o cargo em 1986, após um acidente de automóvel em que diz ter sido raptada (abduzida?) por extraterrestres. Desde então, tem escrito vários livros e artigos sobre ufos, como “Os meus cem encontros com extraterrestres”. Vive hoje na Noruega.

Depois deste pequeno intróito, convido-os a assistir com a devida calma e atenção, o vídeo onde a Dra. Kilde tece desassombrados comentários sobre... bom, assistam e tirem suas próprias conclusões. Que sempre existiu e sempre existirá uma tentativa de controle das grandes corporações do ramo de alimentos, medicamentos, cosméticos, automóveis, eletro-eletrônicos; estamos carecas de saber. Sabemos também que a filosofia das grandes indústrias é o lucro. Sempre existiu uma certa resistência ao novo. O que entretanto, não se pode é desconsiderar o valor das vacinas. Agora, o que a Doutora, afirma é preocupante, malgré suas peripécias e vicissitudes extra-terrestres. Enviei o vídeo para quatro médicos ex-alunos e até agora não obtive resposta. Outro aluno tentou me tranqüilizar, "mas rapaz, isso tudo, essa vacinação não está sendo chancelada pelo Ministério da Saúde?”

Aí, é onde mora o perigo. Pode-se confiar em uma pessoa que apesar do nome, é favorável ao aborto? Eu, tu, ele, nós, podemos ser favoráveis ao aborto. Um Ministro da Saúde, pretensamente sério, seguramente que não. Pode-se confiar em uma pessoa que durante o carnaval mandou distribuir grátis um gel para ser usado pelos homossexuais na hora do sexo? Nada tenho contra a preferência sexual das pessoas mas, será correto usar do dinheiro dos outros sem pelo menos, a devida consulta? Outro dia um jornal do sul estampava a materia: "Ministro Temporão anuncia que SUS fará cirurgia de mudança de sexo". Sujeito meio obssessivo-compulssivo, pois não? E, por último mas não menos importante, pode-se confiar em uma autoridade da saúde que berra aos quatros cantos e declara alto e em bom som que a gripe suína é um problema do México?

Não quero em absoluto influenciar pessoas mas estou muito inclinado a não tomar a vacina. Veja o vídeo da Dra Kilde e mais três links sobre o assunto. Será que tudo isso tem a ver com o uso da água no futuro? Todos os vídeos são legendados. Você decide!

http://www.youtube.com/watch?v=vSyTwEP-cc4&NR=1


http://www.youtube.com/watch?v=BDx5KCbDsIE&NR=1

http://www.youtube.com/watch?v=kQaY4qPWNCQ

sábado, março 20, 2010

Um Livro Histórico Fundamental

“Há uma regra infalível para se julgar livros: basta saber por quem são amados e por quem são odiados” – Joseph de Maistre

Ipojuca Pontes

Uma das mais impressionantes obras nacionais – de fato, documento extraordinário a se constituir em leitura obrigatória para quem, de modo abrangente, pretende conhecer a verdadeira história da subversão comunista no Brasil – permanece inédita para a generalidade dos brasileiros alfabetizados, ainda que concluída em 1988.

Trata-se de obra especializada, extremamente bem escrita, singularmente objetiva, com acervo de ilustrações, mapas, relatos e registros históricos de fazer inveja ao manancial que é “Enciclopédia” de Diderot. No entanto, em que pese tal soma de virtudes, ninguém a encontra nas livrarias, nem nos catálogos das grandes ou pequenas editoras do país e muito menos nas bibliotecas públicas ou das universidades.

Mas qual é o nome desta obra essencial, em dois volumes, já enfeixados em 966 folhas datilografadas, só disponível para consultas em poucas bibliotecas privadas e, pelo que se sabe, nos sites www.averdadesufocada.com e www.ternuma.com.br?

Bem, ela se chama “O Livro Negro do Terrorismo no Brasil” – e logo nos primeiros capítulos, por incontáveis méritos, se impõe como documento único nos anais da nossa história contemporânea. Segundo consta, o trabalho surgiu como uma reação natural às mentiras sistemáticas veiculadas no livro “Brasil: nunca mais”, texto-calúnia coordenado e apresentado em 1985 por D. Paulo Evaristo Arns (o “Cardeal Vermelho”), e engendrado por pesquisadores esquerdistas e terroristas das mais variadas procedências – entre os quais, Paulo Vanucchi, da ALN (a famigerada Ação Libertadora Nacional, responsável por um sem-número de seqüestros, assaltos a bancos e assassinatos), atual titular da Secretaria Especial de Direitos Humanos - empenhados em interpretar, de forma tendenciosa, dados e informações disponíveis nos arquivos da Justiça Militar sobre os chamados “anos de chumbo” vigentes entre 1966/1974. (Só para lembrar: é a SEDH quem seleciona e indica, por deliberação de “comissões” engajadas, os terroristas a serem beneficiados com a bilionária “Bolsa-Ditadura”, polpuda grana indenizatória doada pelos crimes que eles mesmos praticaram).

Em retrospecto, ainda no segundo semestre de 1985, ante as corrosivas distorções veiculadas pelo doloso “Brasil: nunca mais”, o CIE (Centro de Informações do Exército), com o aval do então ministro do Exército, General Leônidas Pires Gonçalves, partiu para a convocação de uma equipe de analistas e pesquisadores capaz de restabelecer a verdade dos fatos corrompida pela eterna solércia dos comunistas.

Feitas pesquisas minuciosas - em que foram estudados e examinados, retroativamente a 1964, inumeráveis processos, inquéritos, depoimentos os mais diversos, entrevistas a jornais e revistas, gravações televisivas e toda uma vasta bibliografia disponível no Brasil e exterior, inclusive de ex-militantes da luta armada - a obra foi concluída, em 1987, com o título provisório de “As Tentativas de Tomada do Poder”, sendo posteriormente rebatizada com adequado nome de “O Livro Negro do Terrorismo no Brasil”. Assim, depois de dois anos e meio, estava pronta aquela que seria a palavra oficial do Exército sobre a ação do terror revolucionário levado a cabo por dezenas de facções comunistas no espaço nacional.

Mas, de forma estranha, foi justamente depois de concluído “O Livro Negro do Terrorismo no Brasil” que se deu a inana: levado o texto ao General Leônidas Pires Gonçalves, sua publicação foi vetada. O então ministro do Exército, que antes tinha autorizado a confecção da obra (o Projeto Orvil, nome do “Livro” às avessas, no dizer dos militares), alegou, como justificativa para não publicá-lo, que “a conjuntura política não era oportuna e que o momento era de conciliação e desarmamento dos espíritos”.

De fato, nos bastidores da “transição democrática” teria ocorrido o seguinte: o pusilânime José Sarney, por fatalidade levado ao posto de presidente da República, ao tomar conhecimento da existência da obra produzida pelo CIE, de imediato desaconselhou a sua edição, temeroso de que ela pudesse, durante o seu indigente desgoverno, “abrir antigas feridas que ainda estavam em fase de cicatrização”.

No encontro mantido com Sarney, embora o ministro acatasse a decisão presidencial, deixou claro que o Projeto Orvil permaneceria resguardado como um documento para ser usado no futuro, em caso de necessidade - ou seja, na emergência do revanchismo vermelho. Neste caso, pensava o crédulo ministro, o livro, com a sua edição, poderia funcionar como arma de defesa nas mãos dos militares.

O problema todo é que, desde então, o “revanchismo” comunista jamais deixou de avançar: vigente há mais de 1/4 de século, o que se entendeu por Lei da Anistia - “ampla, geral e irrestrita”, concedida de mão beijada pelos generais “simpatizantes” Geisel-Golbery-Figueiredo” – não passou de uma farsa rendosa que serviu de afrodisíaco para que as esquerdas, uma vez no poder, usando ardis os mais diabólicos, levassem as Forças Armadas ao canto das cordas.

(Só para exemplificar: no momento, um desses pilantras, candidato à Presidência da República e “avesso aos militares”, pretende propor, se eleito, a criação de um Ministério da Segurança Pública, para o respectivo controle das nossas fronteiras, na tentativa de esvaziar o papel constitucional das Forças Armadas).

Pergunta-se: por que toda essa conjuração de silêncio em torno do “Livro Negro do Terrorismo no Brasil”?

Bem, como se sabe, os comunistas têm na ação terrorista um dos instrumentos básicos para a tomada do poder. Lenin, Stalin, Mao, Pol Pot, Fidel Castro, Luiz Carlos Prestes, Marighela, entre outros “espíritos obstinados”, jamais hesitaram em partir para a luta armada, contemplando sempre o assassinato, a guerra de guerrilha, o foquismo, o atentado, a sabotagem e demais atrocidades que compõem o tradicional cardápio da violência revolucionária.

No caso do Brasil, embora a prática do terror tenha sido adotada com maior nitidez depois do contragolpe de 1964, especialmente a partir do atentado a bomba do Aeroporto Guararapes, em Recife, já bem antes, com a malograda (e covarde) Intentona Comunista de 1935, tramada em Moscou pelo Comintern, e as escaramuças revolucionárias das Ligas Camponesas de Francisco Julião, financiadas por Fidel Castro em 1961 - ela já se manifestava e cumpria papel de relevo na estratégia comunista de tomar o poder.

Nesta perspectiva, ao fazer o levantamento conciso, mas definitivo, da guerra suja antecipada pelos integrantes da luta armada, bem como do seu modus operandi fundamentado na violência, é que “O Livro Negro do Terrorismo no Brasil” ganha dimensão similar, guardadas as devidas proporções, ao “Le livre noir de communisme”, de autoria de um grupo de pesquisadores europeus, publicado anos mais tarde (1997) pela Editora Laffont, de Paris, e que tinha igual propósito: o de mapear e dar a conhecer ao público o somatório de crimes postos em prática pelo terror vermelho.

Como já foi dito, o livro dos pesquisadores militares levanta com riqueza de detalhes as quatro tentativas de tomada do poder pelos comunistas. Mas, antes de entrar no entrevero dos “anos de chumbo”, a obra faz a necessária limpeza do terreno ideológico para situar a sintomatologia do mal e abrir caminho - desmontando mitos, lendas e falsas interpretações - para melhor entendimento da intrincada patranha comunista.

Preliminarmente, entre outros temas, o livro aborda a questão do apego de Marx e Lenin à violência revolucionária; assinala como foi criado, em 1922, o Partido Comunista Brasileiro, extensão da Internacional Comunista; expõe as dissensões internas de suas facções radicais; faz conhecer as escaramuças de Luiz Carlos Prestes como vassalo de Moscou para armar a Intentona Vermelha de 1935 na tentativa de assalto ao poder; revela os métodos de infiltração comunista nos partidos democráticos e instituições; demonstra como eles atuam nos meios de comunicação e manobram alianças e acordos políticos; enumera suas diversas formas de proselitismo ideológico para seduzir as massas e “inocentes úteis”; descortina como se promoviam as agitações no meio militar, sindical e estudantil; e de como os comunistas se apossaram, entre 1962/63, do governo João Goulart e, dentro dele, a pretexto de se fazer reforma política radical, quase levam o país à “democracia popular” nos moldes estabelecidos nas escravizadoras URSS de Kruschev, China de Mao e Cuba dos irmãos Castro.

Coisa notável: o segundo volume do Livro, que trata basicamente da luta armada no campo e na cidade, revela-se tão rico, documentado e vigoroso quanto o primeiro. Nele são revistos, sem distorções ou mutilação da verdade, os papéis da Conferência da Tricontinental cubana (modelo do atual Foro de São Paulo) e dos encontros da OLAS – Organización Latinoamericana de Solidaridad - como agentes da expansão dos grupos subversivos no Brasil, ao tempo em que se descreve com fartura de dados as “ações revolucionárias” da AP, UNE, PCB, PC do B, PCBR, POLOP, MR-8, VPR, ALN, MPL, MRT, MRMN, Var-Palmares, Colina e dezenas de organizações radicais que, pela violência armada, pretendiam, conforme comunicado terrorista, “equacionar os problemas fundamentais do pais”.

O leitor mais exigente encontrará no Livro o inventário escrupuloso da luta clandestina travada em todos os quadrantes do território nacional e, por sua vez, tomará conhecimento, em detalhes, do assombroso número de assaltos à mão armada, assassinatos, seqüestros, raptos, atentados a bomba, denúncias de torturas, delações e “justiçamentos” covardes, cujo escopo, para a “moral terrorista”, era a “propaganda revolucionária”.

E saberá, em minúcia, como a igreja apóstata da “Teologia da Libertação”, manipulando os frades dominicanos, levou Marighela à morte; conhecerá como Miguel Arraes, de posse de milhões de dólares de contribuições de origem duvidosa e sacados dos cofres argelinos criou, em Paris, empresa à serviço da desinformação e da sabotagem; e tomará ciência, entre tantos fatos vergonhosos, de como o hoje deputado federal José Genuíno, estrela do PT, entregou de bandeja aos milicos a estrutura do PC do B na guerrilha maoísta do Araguaia.

De fato, “O Livro Negro do Terrorismo no Brasil”, uma quase enciclopédia, se projeta como repositório de informações fundamentais, que lança poderoso fanal de luz sobre o “Estado Forte” a que chegamos. Sem a sua leitura fica improvável sabermos como o Brasil, dominado hoje pelos mesmos terroristas dos “anos de chumbo”, se transformou no Império da Corrupção e da Mentira, a espantar as consciências livres e o mundo civilizado.

Ademais, por um fenômeno de associação lógica, percebemos que, no exato momento em que a guerra suja atingia o auge, e as Forças Armadas combatiam com firmeza a sanha vermelha, o Brasil se fazia a 8ª potência econômica do mundo, com um BIP (Produto Interno Bruto) de 11.90%, índice jamais alcançado por nenhum governo republicano, incluindo-se os de JK (8.08) e Lula (míseros 3.55).

Com efeito, no governo Médici, seguramente o mais eficiente desde o império de Pedro II, o país atingia nível de prosperidade nunca antes alcançado, com a comprovada inclusão social e econômica de 1/3 da população, que, verdade seja dita sem temor, era confiante, respeitava o seu presidente e repudiava o comunismo – aqui e lá fora – como forma de se gerir o mundo. Ficava claro no consciente coletivo que a prosperidade brasileira advinha da exata certeza de que, com os militares no poder, não sucumbiríamos ao totalitarismo comunista, uma usina geradora de tiranias, crimes, privilégios, engodos e perversões.

Resumo da ópera: numa era em que a história política e militar do Brasil contemporâneo vem sendo contada por tipos que nem Elio Gaspari – um ex-repórter de “Novos Rumos”, antigo panfleto comunista -, se constituiu erro grave - mesmo imperdoável - não se ter publicado, para o amplo conhecimento público, “O Livro Negro do Terrorismo no Brasil”. Com a sua edição, provavelmente seria mais difícil para Lula e o os revanchistas do PT, uma legenda composta por comunistas corruptos e terroristas das mais diversas facções, criarem o famigerado Programa Nacional dos Direitos Humanos e sua “Comissão da Verdade”, com o objetivo canalha de revogar a Lei da Anistia, acuar as Forças Armadas e punir os militares que salvaram o país das garras do comunismo.

Afinal, lidando com a ralé vermelha, a verdade histórica deve ser dada a conhecer, obrigatoriamente, custe o que custar.

Guilherme “Coco” Fariñas, o próximo?


Guillermo "Coco" Fariñas, um dos "mercenários a serviço do Tio Sam" ainda em greve de fome critica o nosso guia!

ASSUNÇÃO (AFP) - O opositor cubano Guillermo Fariñas, em greve de fome pela libertação de 26 presos políticos, criticou em entrevista à rádio paraguaia Ñandutí AM o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e pediu ao presidente do Paraguai, Fernando Lugo, que se pronuncie sobre a situação na ilha caribenha.

Creio não seja esta a melhor alternativa para tal emreitada mas enfim... "Coco não está comendo nada e o Bispo está comendo tudo!

"Lula não respeitou a memória de Orlando Zapata ao visitar os Castro em fevereiro. Faço um apelo ao presidente Fernando Lugo, que se pronuncie a favor das vítimas.", disse Fariñas em declarações pelo telefone à rádio nesta quarta-feira.

Acusou Lula de cumplicidade com a ditadura cubana.

"A história se encarregará de colocá-lo em seu devido lugar. Lula Não é um democrata. "Peço a todos não guardem um silêncio cúmplice com a morte de Orlando Zapata e a minha morte iminente", finalizou Fariñas.

"Coco" Fariñas garantiu que a greve de fome, "é drástica" e que provavelmente o levará à morte. Dar a vida pela pátria sempre vale a pena".

"Queremos demonstrar à opinião pública nacional e internacional que o regime cubano se dedicou durante 52 anos a eliminar e assassinar, de maneira deliberada, seus oponentes dentro da ilha".

"Estamos esperando que o mundo perceba que os irmãos Castro e seus seguidores são assassinos. Em pleno século XXI, vão deixar morrer um homem e muitos outros homens e mulheres porque lutam por uma questão humanitária", destacou.

Fariñas recebe atualmente assistência médica em um hospital de Santa Clara, em Cuba.

sexta-feira, março 19, 2010

IMAGEM

Coluna de Dora Kramer no ESTADÃO de 13/03/2010.

Em artigo publicado ontem no ESTADO, o escritor cubano Carlos Alberto Montaner reproduz definição sobre o presidente Lula que ouviu de um presidente latino-americano. É a seguinte:

"Esse homem é de uma penosa fragilidade intelectual. Continua sendo um sindicalista preso à superstição da luta de classes. Não entende nenhum assunto complexo, carece de capacidade de fixar atenção, tem lacunas culturais terríveis e por isso aceita a análise dos marxistas radicais que lhe explicam a realidade como um combate entre bons e maus."

Segundo Montaner, o comentário foi feito a propósito da perda de confiança internacional provocada pelo alinhamento brasileiro a governos autoritários."

quinta-feira, março 18, 2010

LULOFILIA

José Virgolino de Alencar

Discute-se muito, em decorrência da modernidade, a pedofilia, a gerontofilia, a necrofilia, a dendrofilia, e muitas outras filopreferências. São manias e paixões das pessoas, por formação consciente ou derivadas da personalidade, da genética e dos mistérios da mente humana.

Uma mania, uma preferência pessoal, pode ocorrer por coisas e por pessoas, através da idolatria, da admiração que se tem por um personagem, seja artista, escritor, político, astro da bola e ídolos de diversas atividades humanas.

O nosso presidente, Luís Inácio Lula da Silva, é um personagem da política, uma figura midiática, que consegue angariar admiradores, seguidores, inconófilos, embora tenha uma origem modesta, humilde, nunca tenha frequentado escola, não goste de ler, fala muito mal, a voz é tonitruante, é desarticulado, e costuma disparar frases destrambelhadas esteja em que auditório estiver.

Mas é idolatrado, não podemos deixar de reconhecer. Pode dar-se ao luxo de cercar-se da pior escória da política brasileira, sua companheirada pode cometer crimes, atrocidades, alopragem, bandalheira mesmo, no entanto, ele não perde a admiração de quem cristalizou uma preferência bem colada na mente, mesmo que não se encontre argumentos e explicações para justificar o apego.

É um fato. E contra fatos há, sim, argumentos, embora não seja fácil expressá-los.

Não significa, então, que seja uma coisa incontestável, inanalisável, inavaliável. Ao contrário. Merece ser analisada, avaliada, observada, dissecada, ainda mais por estar em suas mãos, nada capacitadas, o destino da nação.

Serão gerações e mais gerações descendentes que sentirão os efeitos de um sistema que Lula lidera e comanda, embora não atue positivamente na direção e pilotagem da nave onde estão as raízes desse sistema.

Indiferente ao que ocorre no dia-a-dia da administração pública, no andamento da máquina governamental, Lula se limita a zanzar no que chamam de ?aerolula?, viajando permanentemente em missões que nada trazem de positivo para o país, parecendo mais reuniões de neféis, enquanto a companheirada deita e rola sobre os recursos do tesouro nacional, a negociata corre solta e os episódios de corrupção já formam um seriado nacional.

Nas denúncias, apurações, investigações, Lula apressa-se em defender os meliantes, em desdenhar provas, em xingar a mídia, mas, por outro lado, corre rápido a dizer que nada sabe, nada viu, nada ouviu.

Nada disso é com ele. A crise econômica ameaçou? A culpa é dos antecessores e não escapa nem Tomé de Souza.

O mercado globalizado trouxe investimentos, atraídos pelos maiores juros que se pratica no mundo? A proeza é dele, que nem observa a distorção do modelo concentrador, criando riqueza para poucos e miséria para muitos.

Quando apontam a condução errada do governo, que deixa livre a corrupção e facilita o enriquecimento ilícito dos espertos, Lula solta a minimizante frase de justiticativa canhestra e debochada:

"Mas se todos fazem", recitando, sem conhecer, o poema de um verso só, de Francisco Alvim.

É interessante o raciocínio. Está fazendo errado porque antes todos assim o fizeram, mas o erro dos outros devem ser condenados, enquanto os seus erros devem ser inocentados.

E são. Ele escapa impunemente, montado exatamente nessa mistificação, nessa nova seita, onde há muitos filoadmiradores, discípulos e apóstolos.

Como o Brasil é um país ainda infantil, quando comparado em idade com os congêneres europeus, asiáticos e africanos, ele sofre impunemente o mal da pedofilia política, um verdadeiro ultraje à inocência da nação brasileira.

É a lulofilia.

quarta-feira, março 17, 2010

APOIS TÁ CERTO


Carlos Mello

“Apois tá certo”, como dizia Seu Zé do Gato (velhos do meu tempo, há aí alguém que se lembre deste personagem de um antigo programa humorístico da TV recifense? Duvido). Ficamos combinados assim: o Papa publica uma homilia pedindo mil desculpas pelo escândalo da pedofilia na Irlanda. Fica todo mundo com peninha de Sua Santidade e acabou. Deus e meus amigos mais chegados sabem que eu nada tenho contra a Igreja Católica. Mas se há uma coisa que irrita é essa posição que os papas tomam a propósito de eventos graves e dolorosos, de genocídios a desmandos de ditaduras, de bombardeio de aldeias camponesas indefesas, como no Vietnã, às terríveis guerras raciais na África e na ex-Iugoslávia. A gente tem a sensação de que ele vem assim, todo de branco, com aquela toquinha na cabeça, e diz com olhar severo: “Que é isso, meninos! Que coisa mais feia! Papai do Céu não gosta!”
Esse escândalo da Irlanda é apenas mais um da longa série de estupros e abusos sexuais praticados por padres em todo o mundo. Nos EUA, como tudo cheira a grana, as famílias das vítimas pediram indenização e afundaram os cofres das dioceses onde houve o crime. No resto do mundo, não sei. Mas sei que tem gente – vou logo dizer o nome, é o auto-ungido filósofo Olavo de Carvalho – que vê nessas queixas um ataque satânico contra a Igreja Católica. Argumenta ele que pedofilia sempre houve, que era até considerado chique pelos aristocratas europeus, que há um livro do Gide sobre o tema etc., etc. Ora sebo, ninguém quer atacar a Igreja, nem o Papa, nem nada. Mas tratar um assunto grave desses com tapinhas nas costas, dando como punição máxima a transferência do criminoso para outra paróquia, onde certamente fará novas vítimas, é um pecado e uma brincadeira de mau gosto.
Recentemente, aí mesmo em Pernambuco, vimos o rigor moral do Bispo, excomungando a mãe de uma criança grávida e os médicos, que tiveram de apelar para o aborto, a fim de salvar a vida da pobre garota. Ou seja, para os amigos, repreensões de tia velha; para os outros, a lei canônica, implacável, dura como o coração desse bispote. (Será o mesmo que está querendo transformar a área verde da Tamarineira na casa de doidos que é um shopping?) Pergunto eu aos muitos e respeitáveis católicos que lêem esse blog: está certo isso? Dois pesos e duas medidas para julgar? Se não está certo, por que há tão pouca gente falando? De onde vem esse medo medular? Memória genética do Santo Ofício e das fogueiras da Inquisição?
Claro, não basta condenar. Nem muito menos se pode nem deve tirar desses fatos escabrosos uma condenação sobre todo o clero, onde há muitíssimas pessoas respeitáveis, verdadeiros servos de Deus, dedicados à caridade e ao ensino do Evangelho. Mas talvez essa fosse uma ocasião de ouro para que a comunidade católica discutisse um tema-tabu: o celibato eclesiástico. Essa continência forçada, lançada sobre um jovem seminarista, em um mundo onde os padres nem sequer usam mais batina e vivem, como Jesus, misturados ao povo, é um risco muito grande. Ou, para usar palavras bíblicas, é confiar demais na força do braço humano, frágil como asa de borboleta. Todo mundo sabe que antigamente muitos padres, coitados, forçados a essa aberração, acabavam tendo suas mulheres meio às escondidas – daí as expressões pejorativas de “burra de padre” e “filho de padre”, contrabalançadas pelo eufemismo “afilhado carnal”, que os próprios padres, a boca pequena, davam aos seus rebentos. O clássico romance de Eça de Queirós, O crime do Padre Amaro, é um libelo claro que já vai indo para o terceiro século de vida, contra essa absurda proibição, que subsiste, pela inércia ou teimosia do clero, em pleno terceiro milênio.
Aposto como muitos católicos ficarão irritados com meus comentários. Perguntarão quem sou eu para opinar sobre isso, que autoridade tenho e, se não sou católico, que tenho eu que me meter no que não é de minha conta. Responderei a esses caolhos o seguinte: autoridade, qualquer um tem, desde que não tenha cometido crimes nem esteja faltando com devido respeito à fé católica. Não estamos mais na época do Sylabum nem do caturra Índex Librorum Prohibitorum – onde aliás esteve o aludido romance do Eça e muitos outros, dele e de outros mestres da literatura. O celibato deve ser discutido sim, por católicos e não católicos, na medida em que, ao que tudo indica, é a matriz geradora da incontinência eclesiástica contra essas pobres vítimas. Claro, há pedofilia por toda parte, e deve ser combatido com o máximo rigor – e não com essa legislação perversa do Brasil. Mas por isso mesmo é que a Igreja deve procurar expurgá-la do seu meio – o lugar onde justamente ela não podia acontecer. Não será essa a “abominação da desolação” de que fala a Bíblia?

Crime Ambiental (mais um)

Hugo Caldas

A Tamarineira é um velho e aristocrático bairro do Recife. Nele está localizada uma das poucas áreas verdes da cidade, sobrevivente à sanha assassina de incorporadores e imobiliárias. Pois bem, há neste restante de paraíso um sítio de quase um hectare. Dentro do sítio um hospital psiquiátrico. Tanto o hospital como a mata estão agora ameaçados de morte. Em seu lugar, algum excomungado resolveu construir pasmem, um shopping center. O Hospital Ulysses Pernambucano, conhecido como Hospital da Tamarineira pertence (?) à Santa Casa de Misericórdia.

O anúncio oficial do criminoso empreendimento foi feito solenemente na tarde desta segunda-feira pelo arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido. A Arquidiocese terá a parceria da empresa Realesis, integrante do grupo BVA com sede no Rio de Janeiro.

Nos tempos do Império, a saúde dos brasileiros era tratada pelas mãos da Santa Casa de Misericórdia. Em 1883 o Hospital foi recebido pela Santa Casa, para administração. Em 1924, o governo do Estado o retoma, através de decreto do Governador Barbosa Lima Sobrinho. Em 1930, pelo mau estado em que se encontrava, o Hospital da Tamarineira passa a ser administrado pelo médico Ulysses Pernambucano, que o restaurou. Em 1992 por Decreto Estadual de número 15650, o Hospital, bem como a matinha se tornam em bens tombados pelo Patrimônio Histórico do Estado.

Fala-se à boca pequena que há muito mais lingüiça (com trema, por favor) por debaixo desse angu. Gente poderosa, com ligações no primeiro escalão do Governo Federal e mais um espiroqueta ricaço que se está tormando o imperador do Recife. Vamos prestar a devida atenção e ver até onde vai essa despudorada aventura.

A quem reclamar? Ninguém sabe. Ao bispo, seguramente que não. Ele é o mais interessado na negociata. Mas estamos no Brasil onde tudo pode acontecer. Onde tudo vai bem e nada vai mal. O vídeo abaixo lhe dará a oportunidade de ver talvez pela última vez, a matinha da Tamarineira.



VIDEO DO DIA

Baixo Gávea, Rio de Janeiro, dia 06-03-2010.
Seria trágico se não fosse cômico!



terça-feira, março 16, 2010

PARABÉNS



Fabiana Murer - Medalha de Ouro no Salto com Vara!

ACONTECEU - 14

TROCA DE MULHERES - Crônica Burlesca de
Valdez Juval


Brasília... Ah! Brasília. Bem que ela não tem culpa na História!
O maior problema é o conglomerado de gente que nela se estabelece para prestar serviços na Capital Federal. E é gente de toda parte.

E os Ministérios?
Quem sabe quantos são?
Um doce para quem acertar.
Não concorrem os setores que têm os mesmos status.
Outra pergunta para quem pretende ganhar o prêmio: O que fazem os Srs. Ministros, seus assessores e companhia?
Confesso total ignorância.

Os projetos vêm de cima para baixo. As aprovações são silenciosas e quando existe dúvida basta se olhar para o Presidente (da reunião Ministerial - o da República está viajando) que este acenará com a cabeça o devido procedimento.

Mas não se vive somente de reuniões. Os nobres Ministros aproveitam as folgas(!?) e procuram comparecer às suas comunidades e assim não sendo, organizam seus programas na própria capital.

Dizem que a principal atração era visitar os motéis.

Um dia próximo, passado, dois Ministros se encontraram no saguão de uma especial casa de tolerância.

Um chegava e o outro saia. Cumprimentaram-se timidamente e se fizeram surpresos em especial por notarem que as suas mulheres formavam par trocado.

A do Ministro que chegava era esposa do Ministro que ia embora. E vice versa.

Situação embaraçosa. Gaguejaram e ficaram sem saber quem falaria primeiro.

O Ministro que saia tomou a palavra.

- Nobre colega, bem vê a situação incômoda que cada um de nós nos encontramos. Você com minha mulher entrando no Motel e eu com sua digníssima esposa saindo do mesmo Motel.
Tudo se torna fácil de resolver se trocarmos nossas companheiras, fiando cada qual com sua mulher. Fazemos de conta que nada aconteceu.

- Muita justa seria a sua proposição meu nobre colega se não verificássemos que o senhor já usufruiu do Motel e está saindo com minha mulher enquanto que eu ainda estou entrando no Motel com sua digníssima esposa.
Aconteceu em Brasília...

O valioso tempo dos maduros

Mário de Andrade

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral. "As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. O essencial faz a vida valer a pena.

E para mim, basta o essencial!