segunda-feira, janeiro 31, 2011

Quando dois e dois são quatro

O amigo Breno Grisi escreve sugerindo a postagem do texto abaixo, de autoria de Ferreira Gullar. "Uma verdade muito difícil de ser aceita pelos adeptos DELE (o Deus do país que ELE imagina que criou), comenta Breno. Pronto, caro amigo, prego batido ponta virada. HC.

FERREIRA GULLAR

Folha de São Paulo 16/01/2011

Talvez seja esta a última vez que escrevo sobre o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil. Com alívio o vi terminar o seu mandato, pois não terei mais que aturá-lo a esbravejar, dia e noite, na televisão, nem que ouvir coisas como esta: "Ele é tão inteligente que fala todas as línguas sem ter aprendido nenhuma". Pois é, pena que não fale tão bem português quanto fala russo.

É verdade que tivemos, ainda, que aturá-lo nos três últimos dias do mandato, quando "inaugurou" obras inexistentes e fez tudo para ofuscar a presidente que chegava.

Depois de passar a faixa, foi para um comício em São Bernardo, onde, até as 23h, continuava berrando no palanque, do qual nunca saíra desde 2002.

Aproveitou as últimas chances para exibir toda a sua pobreza intelectual, dizendo-se feliz por deixar o governo no momento em que os Estados Unidos, a Europa e o Japão estão em crise.

Alguém precisa alertá-lo para o fato de que a crise, naqueles países, atinge, sobretudo, os trabalhadores. Destituído de senso crítico, atribui a si mesmo "um torneiro mecânico" o mérito de ter evitado que a crise atingisse o Brasil. Sabe que é mentira, mas o diz por que confia no que a maioria da população, desinformada, acreditará.

Isso dá para entender, mas e aqueles que, sem viverem do Bolsa Família nem do empréstimo consignado, veem nele um estadista exemplar, que mudou o Brasil? É incontestável que, durante o seu governo, a economia se expandiu e muita gente pobre melhorou de vida. Mas foi apenas porque ele o quis, ou também porque as condições econômicas o permitiram?

Vamos aos fatos: até a criação do Plano Real, a economia brasileira sofria de inflação crônica, que consumia os salários. Qual foi a atitude de Lula ante o Plano Real? Combateu-o ferozmente, afirmando que se tratava de uma medida eleitoreira para durar três meses.

À outra medida, que veio consolidar o equilíbrio de nossa economia, a Lei de Responsabilidade Fiscal, Lula e seu partido se opuseram radicalmente, a ponto de entrarem com uma ação no Supremo para revogá-la. Do mesmo modo, Lula se opôs à política de juros do Banco Central e ao superávit primário, providências que complementaram o combate à inflação e garantiram o equilíbrio econômico. Essas medidas, sim, mudaram o Brasil, preservando o valor do salário e conquistando a confiança internacional.

Lembro-me do tempo em que o preço do pão e do leite subia de três em três dias. Quem tinha grana, aplicava-a no overnight e enriquecia; quem vivia de salário comia menos a cada semana.

Se dependesse de Lula e seu partido, nenhuma daquelas medidas teria sido aplicada, e o Brasil -que ele viria a presidir-seria o da inflação galopante e do desequilíbrio financeiro. Teria, então, achado fácil governar?

Após três tentativas frustradas de eleger-se presidente, abandonou o discurso radical e virou Lulinha paz e amor. Ao deixar o governo, com mais de 80% de aprovação, afirmou que "é fácil governar o Brasil, basta fazer o óbvio". Claro, quem encontra a comida pronta e a mesa posta, é só sentar-se e comer o almoço que os outros prepararam.

A verdade é que Lula não introduziu nenhuma reforma na estrutura econômica e social do país, mas teve o bom senso de dar prosseguimento ao que os governos anteriores implantaram. A melhoria da sociedade é um processo longo, nenhum governo faz tudo. Inteligente, mas avesso aos estudos, valeu-se de sua sagacidade, já que é impossível conhecer a fundo os problemas de um país sem ler um livro; quem os conhece apenas por ouvir dizer não pode governar.

Por isso acho que quem governou foi sua equipe técnica, não ele, que raramente parava em Brasília. Atuou como líder político, não como governante, e, se Dilma fizer certas mudanças, pouco lhe importará, pois nem sabe ao certo do que se trata. Para fugir a perguntas embaraçosas, jamais deu uma entrevista coletiva. Afinal, ninguém, honestamente, acredita que com programas assistencialistas e aumento do salário mínimo se muda o Brasil.

O tempo se encarregará de pôr as coisas em seu devido lugar. O presidente Emílio Garrastazu Médici também obteve, em 1974, 82% de aprovação.




Motivação - De onde vem?

Alex Marostegan

Caros Amigos e Leitores,

No mundo corporativo muito se fala de proatividade, sinergia, união e entre outras, motivação.

De onde será que vem a motivação? Dos altos salários, benefícios?

Na minha opinião e de alguns palestrantes não. Nas minhas palavras eu poderia dizer que:

"A motivação está dentro de cada um, e não em receitas de bolo ou frases de impacto padronizadas."

Quero dar um exemplo de motivação do mundo esportivo.

Marcos Evangelista de Morais - O Cafú. Foi 9 vezes recusado nas peneiras do São Paulo Futebol Clube.

Sabe quantos títulos de campeão dentro do futebol ele acumulou na carreira?

1989 SP Paulista
1991 SP Paulista/Brasileiro
1992 SP Paulista/Libertadores/Interclubes
1993 SP Libertadores/Supercopa/Interclubes
1994 SP Recopa Sul-Americana/Conmebol e Tetracampeão com a Seleção
1995 Real Saragoza Recopa Européia
1996 Palmeiras Paulista/Euroamérica
1997 Copa América/Confederações
1998 Vice Campeão com a Seleção
1999 Copa América
2001 Roma Italiano/Supercopa Itália e criou a Fundação Cafú
2002 Pentacampeão com a Seleção
2003 Milan Supercopa Européia
2004 Milan Italiano/Supercopa Européia
2007 Milan UEFA/Mundial Fifa

Será que ele tinha alguma motivação, após ser recusado 9 vezes nas peneiras do São Paulo Futebol Clube? Na verdade ele parou de jogar e buscar títulos porque ele quiz.

Voltando pro mundo real, podemos dizer que se você não encontrar a sua própria motivação, não a dos outros, os caminhos para o seu sucesso serão difíceis.

Ao longo das nossas vidas nossas motivações se alteram. Bicicleta, autorama, video game, boneca, laptop, faculdade, carro, namoradas, emprego, casamento, casa própria, filhos, escola dos filhos, e assim segue...

2 dicas bem simples:

1. Seja qual for o seu trabalho, encontre algo nele que você possa amar fazer, e faça o melhor possível.

2. Eleja suas taças: comprar carro novo, faculdade para os seus filhos, curso de inglês, viagem com a família, fazer caridade, ajudar um amigo ou um irmão, ou o simples ato de blogar.

Certamente você já tem motivação suficiente pra erguer suas taças.

Obrigado e até a próxima.

O HOMEM-MÁQUINA X A MÁQUINA-HOMEM

José Virgolino de Alencar

Homem-Máquina ou Máquina-Homem não é o dilema shakespeariano de ser ou não ser, mas, de certo modo, cabe a indagação sobre que tipo de estrutura a relação do homem com a máquina será baseada no futuro, se seremos homens-máquina ou máquinas-homem. Eis a questão.

A evolução e o domínio da tecnologia estão moldando um homem autômato, um ser dependente da máquina, chegando ao ponto de se confundir com o próprio mecanismo tecnológico criado por ele. Deixando de lado as ciências humanas, perdendo a espiritualidade e mais das vezes a fé, o homem cola-se à máquina, fazendo o que ela faz e já não mais racionaliza as suas atitudes vitais, primamente na busca do humanístico, da arte, da filosofia, da teologia, enfim, da ciência enquanto contemplação do belo e explicação metafísica do sentido da vida.

Da transformação do ser-biológico (o homem na sua forma natural) em ser-cyberlógico (o homem-máquina), passar-se-á facilmente para a máquina-homem (a máquina com funções “humanas”), ou seja, o cyber-ser.

Alguém já vaticionou que o futuro será dominado pelos detentores monopolistas da informação. E como a informação será propagada e controlada pela tecnologia da informática, o todo-poderoso da posteridade será o dono e manipulador da máquina. Daí teremos a máquina-homem, o robô inteligente, capaz de realizar toda e qualquer tarefa que o homem hoje executa, é possível, aliás, que até mais. Contudo, o pensar profundo, as idéias que brotam do âmago da alma e do espírito humano, o indagar e o criar transcendental, tudo isso a máquina-homem não realizará jamais.

Talvez seja inexorável que se passe do homem-máquina para a máquina-homem. Afinal, o todo-poderoso detentor da máquina, embora não substitua o Todo-Poderoso detentor da alma e do espírito humano, não leva em conta a ação do homem originada dos insondáveis recônditos da inteligência cerebral, de onde floresce a criatividade artística, humanística. Com o poder da máquina nas mãos e a concepção de mando, esse todo-poderoso eliminará o homem, restando as espécies de áulicos, até porque estes serão robotizados e escravizados.

O cyberimperialista manipulará os cordéis que submeterão a Terra e todo o Cosmo às suas vontades e desejos.

Toda essa divagação em torno da dualidade “homem-máquina” – “máquina-homem” vem a propósito da grande paixão das pessoas pela tecnologia, do cenário que se desenha à nossa frente, aos nossos olhos, quando estamos nos deparando com exemplos de espécimes que absorvem, prematuramente, o ideal do todo-poderoso tecnológico.

Vemos aos montes pessoas que nem sabem da existência de conhecimentos humanísticos e nem imaginam que o direito positivo, o conjunto de normas que regulam a sociedade, tem origem no conceito de justiça e este foi posto à lume, para ciência e uso da humanidade, por gênios, estudiosos profundos do comportamento e da mente humanos. Entretanto, essas pessoas, por terem o domínio da tecnologia, por conhecerem a máquina e sua indiscutível capacidade de solucionar com rapidez questões operacionais, querem, então, resolver e resumir os atos humanos a mero apertar de botões e teclas, de movimentar “mouses”, de armazenar e de buscar dados nos “HD’s” das máquinas, sem atentarem para os mandamentos legais que dão suporte à estrutura do direito positivo, que deve ser aplicado com conhecimento de causa e senso de justiça.

Desconhecendo os princípios elementares do direito e da justiça, metem, indiscriminadamente e descriteriosamente, os dedos nas teclas do computador e varrem do arcabouço jurídico o direito adquirido e a coisa julgada. Para tais operadores, a tecla de deletar dados está acima das normas legais e, nas suas mentes curtas, o que ele vê na tela não tem relação com direito, com basilares princípios de justiça.

Para quem tem um mínimo de sensibilidade para as ciências humanísticas, para o pensar e o saber transcendentais, dá náusea ver uma mamparra qualquer transformar sua digital e indigitada ferramenta em engenhoca de triturar o que de melhor existe no conhecimento humano, da ciência humana, da criativa mente humana, que o cérebro eletrônico, hoje ciência da tecnologia, não terá capacidade de superar.

Sócrates, Platão, Aristóteles, São Tomás de Aquino, Kant e tantos outros gênios podem, em suas funéreas decepções e impossibilitadas reações além-túmulos, retorcerem-se nas sepulturas, dando por perdido tanto estudo, tanta pesquisa, tanto trabalho para deixar gravadas no papel tantas idéias, fruto de sua genialidade.

Os bytes, megabytes, gigabytes, miríadebytes e o mais de números superlativos que se possa inventar, nada disso suplantará aquela bola de feição sinistra e misteriosa que é o cérebro do homem, de incomensurável capacidade e variadíssimas possibilidades de criação e invenção.

A máquina-homem ou o homem-máquina podem esterilizar e dominar momentaneamente o homem-ser-humano, mas não o destruirá.

Jamais o pensar será vencido.

sexta-feira, janeiro 28, 2011

O SUPEREGO VIOLENTO DE UMA NAÇÃO SEM PAZ

W. J. Solha

Na época do macartismo (os anos 40 e 50), de severa censura nos Estados Unidos, a 20th Century Fox – fundada pelo imigrante judeu William Fox -, encontrou nos filmes sacros (com as outras grandes produtoras judias) um modo de apresentar impunemente cenas de sexo e violência pra atrair o grande público, tal como se vê neste cartaz:



Na verdade é esse o grande macete do Antigo Testamento: falar de Deus e de seu Poder e de sua Fúria e Glória o tempo todo, mas sempre entre tantos incestos e adultérios, que parece ter sido assessorado pelo próprio Nelson Rodrigues. E com mais assassinatos e massacres do que no “Macbeth”, “Ricardo III” e “Tito Andrônico”, de Shakespeare, juntos.
Pra começar, lembro duas histórias parecidas, envolvendo mulheres a quem o povo de Israel deveu sua libertação em situações-limites similares: a de Jael (no livro de Juízes) e a de Judite, na parte das Escrituras que leva seu nome.

















Depois de uma batalha em que fora derrotado pelos judeus, Sísara, general dos exércitos de Jabin, rei de Canaã, foge a pé e se esconde na tenda de Jael, mulher de Háber Cineu. Ela o abrigou, deu-lhe leite, cobriu-o, assegurou-lhe que lhe daria proteção e, enquanto ele dormia...


Já a bela viúva Judite teve sua região, Betúlia, sitiada por Holofernes, general do rei Nabucodonosor, da Babilônia. Inspirada por Deus, ela foi – apenas com uma criada – até o invasor, e – caprichosamente adornada – participou de um banquete com ele, em que o militar bebeu até perder a consciência. E aí...






























De posse de seu troféu, foi exibi-lo à sua gente:


Bem. Quis começar este texto falando da violência do sexo “frágil” judeu. Mas o que dizer de Davi, que acalma o Rei Saul com a voz ..



... vive aos beijos com o filho dele, Jônatas, a quem ama mais do que a uma mulher..


... mas não hesita em combater e degolar Golias...





... nem em transar com Betsabé, a mulher de um de seus comandados – Urias - e de livrar-se dele mandando-o à frente de batalha, com recomendações de que ninguém o escolte, para que morra... e – muito menos – Davi não hesita, depois de derrotar os amonitas, em ordenar a seus homens que “passem por cima deles carros ferrados (munidos de foices) . E que os façam em pedaços com cutelos, e os botem em fornos de cozer tijolos. “

“Assim o fez em todas as cidades dos amonitas.”

Eis a ilustração de Gustave Doré pra essa barbárie nazista:


Davi teria sido exceção?

Nem pensar. Disse Samuel a Saul:


- Enviou-me o Senhor a ungir-te rei sobre o seu povo, sobre Israel; ouve, pois, agora as palavras do Senhor. Assim diz o Senhor dos exércitos: Castigarei a Amaleque por aquilo que fez a Israel quando se lhe opôs no caminho, ao subir ele do Egito. Vai, pois, agora e fere a Amaleque, e o destrói totalmente com tudo o que tiver; não o poupes, porém matarás homens e mulheres, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos.

Claro que o narrador bíblico põe as próprias palavras na boca de um Ser Superior. Ser que, entre os judeus, recebia os nomes de Jeová, Javé, Adonai, o Senhor Deus dos Exércitos Sabaoth, Criador de todas as coisas, etc. Um furioso deus tribal – Superego de sua gente - pra fazer frente às divindades de outras tribos e pra azucrinar sua própria raça.

Veja que absurdo, em Gênesis 6 - 6,7:

E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.

Então arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração.

E disse o SENHOR: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito.

E o que foi que ele fez?


... destruiu quase toda a Humanidade no dilúvio:
















Não satisfeito, quando a viu voltando a crescer , novamente eivada de erros, destruiu Sodoma e Gomorra, desta vez pelo fogo:


E acontece outro absurdo: das duas cidades apenas escapa a família de Ló: ele, a mulher e as duas filhas.

Mas a esposa dele, ao contrário do que o Senhor exigira deles, volta-se pra olhar o extermínio uma última vez e é transformada numa estátua de sal. Tudo resolvido? Não. Uma das filhas diz à outra:













- Vem, demos a nosso pai vinho a beber, e deitemo-nos com ele, para que conservemos a descendência dele.

Ló, o único sujeito decente das duas cidades arrasadas pela indecência de seus habitantes, não conta conversa:












Bem, e eis que – no decorrer da história - o povo hebreu, que sempre esteve e estará em conflito com os outros, acaba sujeito ao faraó. O autor bíblico diz que Deus manda, então, Moisés falar com ele, mas nos reserva esta confidência, que está,em Êxodo 4: 21:

- Eu, porém, endurecerei o coração de Faraó...


... e assim multiplicarei na terra do Egito os meus sinais e minhas maravilhas.

Quais maravilhas? A série de pragas que transforma a grande potência num inferno:


... inferno que culmina com a morte de todos os seus primogênitos...

... inclusive o do homem que comanda a terra em torno do Nilo:

O Faraó, vencido, deixa o povo cativo sair de seu território. Mas em seguida, furioso, parte atrás dos judeus, para aniquilá-los:













É quando Moisés , ao se ver perseguido e sem saída, abre o Mar Vermelho – por ordem de Deus - construindo uma saída pra sua nação. Em seguida, quando o inimigo também entra pelo chão seco do oceano, ele faz um gesto e...




Isso basta? Não. Apesar de tal façanha de Deus/Moisés, grande parte de seu próprio povo continua renitente em sua falta de fé. E aí acontece o capítulo 32, do Êxodo. O grande líder desce o Sinai, trazendo as pedras com os Dez Mandamentos escritos pelo dedo divino, entre os quais o Não Matarás, e o que ele faz, ao dar com os tais infiéis adorando um bezerro de ouro?




Quebra as Tábuas da Lei e, diz aos que permaneciam de seu lado:

- Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: mate cada um a seu irmão, a seu amigo, a seu próximo.

E os filhos de Israel fizeram conforme a palavra de Moisés.

E CAÍRAM DO POVO, NAQUELE DIA, UNS TRÊS MIL HOMENS.

Você não acha que temos de colocar a Bíblia na parte da estante onde estão A Ilíada, a Odisséia e A Eneida – como retratos do pensamento e da literatura de uma era, nada mais, nada menos do que isso? Porque esse Superego não é nosso.

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Onde está Deus?

RUBEM ALVES

Logo a televisão me salvou. Que máquina maravilhosa essa que, num momento mágico muda a realidade

EU ESTAVA AINDA NA CAMA gozando a deliciosa sensação de aconchego, oscilando entre a realidade e o sonho... Para entrar no mundo liguei a televisão.

Apareceram ante os meus olhos cenas surrealistas, de fim do mundo: tsunami nas montanhas, rostos cobertos de lama, lágrimas escorrendo nos rostos, as águas em fúria, o esforço impotente dos vivos na sua vã tentativa de encontrar as centenas de mortos, os esquifes não chegavam, as explicações das autoridades, a mulher que chorava tinha escrito na camiseta que vestia a afirmação confiante "sou feliz", quem está com Deus é feliz...

Comecei a me comover. Mas logo a televisão me salvou. Que máquina maravilhosa essa que, num momento mágico muda a realidade. Esqueci-me do apocalipse que me assustara e vi-me transportado para um outro mundo. Nesse novo mundo todos usavam camisetas onde estava escrito a seguinte frase: "Sou feliz".

Tudo era festa! Homens falantes e confiantes, mulheres com longos cabelos sedosos, shoppings abarrotados com pessoas em busca da felicidade, proclamavam automóveis, fogões, liquidações sem juros, geladeiras, gerentes sorridentes oferecendo o dinheiro dos seus bancos. Até os pobres podem ser felizes! Agradeci a minha felicidade.

Mas o mais importante: moro num apartamento no 11º andar, é muito alto e sólido, estou a salvo da fúria dos rios e das chuvas.

Lembrei-me então das palavras tranquilizantes da Bíblia, palavras de Deus, ditada por Ele desde toda a eternidade: "Mil cairão à sua direita e 10 mil à sua esquerda, mas nenhum mal o atingirá" (Salmo 91).

Conclusão lógica: nenhum mal estava me atingindo; logo, eu estava sob a proteção divina.

Os mortos, não. Não estavam deitados em verdes pastos sob a proteção do Pastor, como diz o salmo 23. Estavam enterrados sob a lama. Logo, eles faziam parte dos mil à minha direita e dos 10 mil à minha esquerda. "Palavra do Senhor! Graças a Deus!"

Engenheiros e autoridades discutiam o que poderia ter sido feito para evitar a catástrofe. Homens ímpios: não mencionaram "rezar". Deus não poderia ter evitado tudo. Com a palavra os teólogos, o Papa, os templos cheios de fiéis...

Deus é onisciente? É. Sabe desde toda a eternidade o que aconteceu, o que acontece e o que acontecerá.

Deus é onipresente? É. Ele está em todos os lugares, na fundura dos rios, na fúria dos mares, nas erupções dos vulcões, nos navios que afundam, nas crianças que nascem, nos velhos que morrem.

E Ele é onipotente? Sim. Com um piscar de olhos Ele pode criar um universo. Com um piscar de olhos Ele abriu as águas do mar Vermelho. Com um piscar de olhos Ele ordenou o dilúvio. Com um piscar de olhos Ele poderia ter evitado tudo...

No dia seguinte ao ataque terrorista nas torres do World Trade Center, o jornal "The New York Times" publicou um editorial com o título:

"Onde estava Deus quando isso aconteceu?"

É a única coisa que tenho a dizer.

quarta-feira, janeiro 26, 2011

Inglês para Viagem I

Alex Marostegan

Caros e Honoráveis Leitores,

Graças aos meus últimos patrões, tive e tenho o prazer de viajar muito, de graça, pelo mundo a fora.

Consegui entre milhas e vindas, aprender a observar e a conhecer outras línguas. Também descobri viajando que, nem sempre o que se diz e se ouve é o que você pensa que significa. Nossa...acho que é isso que eu quiz dizer.

Bom, vamos ao que interessa. Neste singelo post, quero compartilhar o verdadeiro significado daquelas palavrinhas que vemos nos paineis da Infraero, que supostamente informam sobre os voos de cada aeroporto.

Inglês para Viagem - Módulo I - No Aeroporto - Embarcando

Delayed = seu avião NÃO decola em no mínimo 3hs.

Taking-Off = se você está lendo isso no monitor, já era! Foi, voou, decolou, bobeou, dançou. Irreversível.

Canceled = respira...1.2.3..próximo voo daqui umas....13hs..muita horas nessa calma.

Ask to company = meu amigo, isso é pior que Canceled..nem a Infraero sabe o que passa com o seu voo.

Gate 3 = Portão 3 uma ova. Se for no Congonhas, após mudar umas 4 vezes, você vai correr pro 23.

Last Call = se você já passou pelo raio X, foi ao banheiro e ainda vê isso no painel, corre que dá.

Finished = perdeu a hora, ou se perdeu. Você vê o avião mas não entra. Caso encerrado, ops, voo encerrado, passa amanhã. Só reverte isso o Papa e a Dilma. Parente do Taking-off.

Proceed to Gate = esse é legal, aperta o passo em direção ao portão de embarque.

Check-in Open = tranquilidade, vai com calma mas não embassa muito.

Confirmed = sonho de consumo !

Se lembrarem de mais alguma tradução que venha do fundo do coração, declare o seu amor a Infraero nos comentários.

Para menores informações INFRAERO

Boa Viagem e até a Próxima Aula.

Peguei emprestado com o Alex Marostegan (ex aluno) em seu Blog Crônicas do alexdobrasil70@ - Causos, histórias e curiosidades - "A vida como ela é..."

Morre aos 81 anos o ator John Herbert


Vítima de enfisema pulmonar, ele estava internado desde 5 de janeiro

Morreu no começo da tarde desta quarta-feira (26) o ator John Herbert. Ele tinha 81 anos e estava internado no Hospital do Coração desde o dia 5 de janeiro, após apresentar insuficiência respiratória. A causa da morte foi enfisema pulmonar. Seu velório será realizado por volta das 17h nesta quarta em São Paulo, no Museu da Imagem e do Som (MIS).

Uma amiga da família afirmou ao G1 que o corpo do ator deverá ser cremado, mas ainda não foram definidos data e local.

Além de atuar, Herbert também era produtor e diretor. Ele trabalhou em mais de 30 novelas da TV Globo, como "Que rei sou eu" e "Sinhá moça", sendo a sua última "Três irmãs", de 2008. Ele também esteve em "Sete pecados", reprisada no ano passado pelo "Vale a pena ver de novo".

Natural de São Paulo, Herbert interpretou a si mesmo na minissérie "Um só coração" (2004), que prestava uma homenagem à capital paulista, na época comemorando 450 anos. Trabalhou duas vezes em "Malhação": entre 1995 e 1996 fez o personagem Nabuco, enquanto em 2005 viveu o personagem Horácio.

Durante as décadas de 1950 e 1960, Herbert ficou conhecido pela minissérie "Alô, doçura" (de Cassiano Gabus Mendes), em que atuava ao lado de Eva Wilma, sua esposa durante mais de duas décadas (1955-1976). Ele estava casado havia 30 anos com Claudia Librah. Herbert deixa quatro filhos e cinco netos.

Carreira

Antes de ingressar na carreira artística, o ator chegou a estudar Direito em 1949, na Faculdade do Largo São Francisco. Um ano depois estava no Centro de Estudos Cinematográficos, de Ruggero Jacobbi. Ele chegou a se formar na faculdade e a estagiar em um escritório apenas para "dar uma satisfação a sua família".

Apesar de ter seu nome popularmente associado à televisão, Herbert se destacou principalmente no teatro e nos cinemas. A primeira peça de Regina Duarte ("Black out", de 1967) foi produzida por ele. Em 1980, ele dirigiu o filme "Ariella", seu primeiro longa como diretor.

Nessa época passou a se dedicar à TV. Apesar de trabalhar no Rio de Janeiro, sempre fez questão de continuar morando em São Paulo.

G1 WSCOM Online

"Doces Venenos da Diplomacia"

José Nêumanne Pinto

O bom escritor se conhece pelo princípio da obra. Meio caminho terá andado o autor para ter o texto bem avaliado se lhe providenciar um bom começo para cativar o olhar e, como ensina Gabriel García Márquez, segurar o fôlego do leitor. O Punho e a Renda, de Edgard Telles Ribeiro, vence este desafio com folgas. O narrador, diplomata noviço, busca uma palavra para usar num relatório e, de repente, como se baixasse o anjo da anunciação, um vulto sai da penumbra e lhe sopra o vocábulo, que cai como uma luva. Assim é apresentado o protagonista da história, que não é o narrador, mas seu melhor colega de trabalho na juventude. Um lance de mestre: narrador e leitor fisgados pela mesma isca.

Política, espionagem e psicanálise compõem o enredo de O Punho e a Renda, romance de Edgard Telles Ribeiro. No alvo. Telles Ribeiro, que chegou ao topo da carreira no Itamaraty: raro talento narrativo e coragem cívica

Mas evidentemente um boa pegada no início não é suficiente para segurar uma história capenga. É necessário encontrar um bom fim. E não é que o dito romancista conseguiu um fecho estupendo para sua narrativa? Revelá-lo nesta resenha não será incorrer em pecado mortal nem mesmo capital ou até venal. O tema do livro é a longa noite dos porões na ditadura militar brasileira e a fábula que o encerra não descreve uma seção de tortura nas masmorras nem a saga de alguma mãe em busca de seu filho tresmalhado nas celas clandestinas do sórdido Gulag tupiniquim. Nada disso: o personagem da narrativa em questão faz parte do rebanho dos sobreviventes. E esta ficção de terror não foi contada com gritos, sussurros nem pontos de exclamação, mas em silêncio tenso e sepulcral no meio de ruidoso tumulto. Muito tempo depois de haver fugido de casa para escapar dos esbirros que o foram prender, ele encontra a irmã num ônibus urbano e se olham sem uma palavra, um sorriso ou um aceno – apenas o gesto do dedo dele selando o lábio para evitar a bandeira da emoção deslavada por parte dela. O medo conteve a euforia e manteve represada a surpresa.
O leitor arguto poderá argumentar que estas duas cenas poderiam ter sido filmadas por Costa-Gavras ou Michelangelo Antonioni. De fato, são cinema em estado de extrema pureza. Narrador e autor lecionam – ou lecionaram – cinema na universidade. Mas nem mesmo o mais ranheta dos críticos, depois de lê-las, deixará de reconhecer que foram lavradas na mais perfeita e canônica arquitetura literária. Aí é que emerge outro aspecto fundamental no bom romance e que este aqui resenhado tem: um miolo à altura da entrada e da saída do leitor de suas páginas. Edgard Telles Ribeiro saiu-se bem nesta empreitada. Sem querer ser mais irreverente do que porventura possa se propor um ocupante deste espaço fugaz – mas sendo –, é o caso de deixar registrado que ele escreve muito bem... como o faria um competente profissional estrangeiro da escrita. E muito além do amadorismo reinante nestes trópicos mais enfadonhos do que tristes.

Víboras de gravata Bold . O Punho e a Renda narra os bastidores da diplomacia brasileira por ocasião de um dos mais sórdidos episódios da história latino-americana, a Operação Condor, esquema transnacional de colaboração clandestina entre serviçais civis e militares de direita dos regimes autoritários vigentes na América do Sul nos anos de 1970. Só isso pode dar ao leitor a ideia da oportunidade oferecida a quem enfrentou o desafio de escrever e a quem aceita a gozosa tarefa de ler seu texto. Trata-se de um roman-à-clef, aquele gênero literário em que personagens reais com nomes fictícios atuam em cenários históricos. Chega a ser divertido procurar no entrecho do livro figuras com traços de caráter muito comuns nos desvãos da política, que muda como as nuvens do céu, e nos corredores do Itamaraty, serpentário de silvos refinados e doces venenos.

A saga do aventureiro que serviu à sanha da direita e continuou a subir após algumas de suas vítimas no passado conquistarem o poder republicano chega a ser corriqueira, de tão frequente. Para Telles Ribeiro contar a história que contou, mesmo sendo passados 40 anos, teve de reunir ao talento narrativo coragem cívica. Nada disso lhe faltou em nenhum momento. E o recurso da chave, usado na ficção para bois seguirem anônimos nos currais, não o poupará de picadas de víboras desmascaradas, pois estas ainda poderão lhe prejudicar a carreira no Itamaraty, ainda que já seja embaixador.

Em todo caso, o que menos importa neste caso é saber quem na vida real corresponde aos personagens tecidos com precisão de joalheiro no texto que é longo, mas leve. Importa mais é conhecer a natureza da história e suas implicações na vida de cada um, com todos os ingredientes bem misturados de política, guerra, colunismo social, espionagem e psicanálise.
Este livro, cujo título se refere menos aos punhos de renda e mais à força bruta e à corrupção, certamente elevará seu autor no pódio dos maiores ficcionistas em língua portuguesa. O exagero do emprego de tipos itálicos na composição da mancha gráfica e o mau gosto evidente do arame farpado usado na capa para insinuar que o volume possa conter o relato de algum sobrevivente de campos de concentração nazista, em nada impedir-lhe-ão a fortuna crítica que, com todos os méritos, lhe está reservada.

© O Estado de S. Paulo, 22 de janeiro de 2011

terça-feira, janeiro 25, 2011

NÃO CUSTA TENTAR.

Técnicas infalíveis para dar muito prazer a uma mulher

Técnica nº 1: Mãos Molhadas

Faça sua parceira sentar-se numa cadeira confortável na cozinha. Certifique-se de que ela consiga ver muito bem tudo que você faz.

Encha a pia da cozinha com água, adicione algumas gotas de detergente aromatizado para louça. Segurando uma esponja macia, submerja as mãos na água e sinta sua pele ser envolvida pelo líquido até que a esponja esteja bem molhada... Agora, movendo-se devagar e gentilmente, pegue um prato sujo do jantar, coloque-o dentro da pia e esfregue a esponja em toda a superfície. Vá esfregando com movimentos circulares até que o prato esteja limpo. Enxágüe com água limpa e coloque-o para secar.

Repita com toda a louça do jantar, até sua parceira ficar gemendo de prazer.

Técnica nº 2: Vibrando pela Sala

É um pouco mais difícil do que a primeira, mas, com algum treino, você fará sua parceira gritar de prazer. Cuidadosamente, retire o aspirador de pó no lugar onde ele fica guardado. Seja gentil, mostre que sabe o que está a fazer. Ligue-o na tomada, prima os botões certos na ordem correta. Vagarosamente, vá movendo-se para frente e para trás, para frente e para trás... Por todo o carpete da sala. Você saberá quando deve passar para uma nova área. Vá mudando gradualmente de lugar.

Repita quantas vezes for necessário, até atingir os resultados pretendidos.

Técnica n° 3: T-Shirt Molhada

Este joguinho é bem fácil, embora você precise de mente rápida e reflexos certeiros. Se for capaz de administrar corretamente a agitação e a vibração do processo, sua parceira falará de sua performance a todas as amigas dela. Você precisará apenas de duas pilhas: uma pilha com as roupas brancas, outra com as coloridas. Encha a máquina com água e vá derramando gentilmente o sabão em pó dentro dela, para deixar a mulher ofegante, use a quantidade que o fabricante recomenda. Agora, sensualmente, coloque as roupas brancas na máquina... Uma de cada vez... Devagar. Feche a tampa e ligue o 'ciclo completo'. Sua companheira ficará extasiada. Ao fim do ciclo, retire as roupas da máquina e estenda-as para secar.

Repita a operação com as roupas coloridas...

Técnica nº 4: Tudo o que Sobe, Desce

Esta é uma técnica muito rapidinha, para aqueles momentos em que você quer surpreendê-la com um toque de satisfação e felicidade. Pode ter certeza, ela não vai resistir. Quando for ao banheiro, levante o assento do vaso sanitário. Ao terminar, baixe-o novamente. Faça isso todas as vezes que lá for.

Ela vai precisar de atendimento médico de tanto prazer.

Técnica nº 5: Gratificação Total

Cuidado: colocar em prática esta técnica pode levar a sua companheira a tal estado de sublimação, que depois será difícil acalmá-la, e pode haver riscos irreversíveis para a saúde da mulher. Esta técnica leva algum tempo para ser aperfeiçoada. Empenhe-se com afinco. Experimente sozinho algumas vezes durante a semana e tente surpreendê-la numa sexta-feira à noite. Funciona melhor quando ela trabalha fora e chega cansada em casa. Aprenda a fazer uma refeição completa. Seja bom nisso. Quando ela chegar, convença-a a tomar um banho relaxante (de preferência aromático, numa banheira de água morna já previamente preparada por você). Enquanto ela estiver lá, termine o jantar que já terá adiantado antes que ela chegasse em casa.

OBS: Depois que ela estiver relaxada pelo banho e saciada pelo jantar,
execute a Técnica nº 1.

Recebi e repasso. Gratíssimo, amga Aline

O apagão da Segurança Pública brasileira


José Virgolino de Alencar

O Brasil é o país do apagão. Houve o apagão no sistema elétrico, o consumidor pagou uma sobretaxa, as empresas de energia faturaram mais e nada melhorou. Descobriram o apagão aéreo, fez-se carnaval do fato, o governo nomeou o Xerife Nelson Jobim, mas não consta qualquer solução nesse velho problema brasileiro.

O ensino de um modo geral, e particularmente as Universidades Federais, vivem um apagão, o apagão da educação, com as instituições sem equipamentos, sem instalações adequadas e, principalmente, sem professores. E os poucos que têm são mal-remunerados, desestimulados, humilhados mesmo.

A saúde igualmente está apagada do mapa de prioridades do governo, sem hospitais, sem ambulâncias, sem equipamentos, sem remédios e também sem médicos. E os poucos que trabalham recebem baixa remuneração e não podem ter motivação para o exercício da função.

Outro apagão, para piorar tudo, está ocorrendo na segurança do país, com todas as deficiências vistas na energia elétrica, no setor aeroportuário, na educação e na saúde. A “usina geradora” da segurança pública, ou seja, a Secretaria Nacional de Segurança Pública, órgão do Ministério da Justiça, há tempo que sofreu uma pane nas turbinas e não gera a “energia da segurança” para garantir claridade e vida segura aos cidadãos.

As “distribuidoras de segurança”, a cargo dos Estados, não têm o que distribuir, se a fonte geradora não lhes fornece os quilowatts necessários à luminosidade da segurança da sociedade, que fica às escuras, assombrada e assustada. Os cidadãos se enjaulam em suas casas, engradadas, com cercas elétricas, sistemas de monitoramento eletrônicos, mas como os bandidos têm armamento e meios de agirem nessa escuridão, ninguém se sente seguro nem no recesso de seu lar.

O governo federal faz de conta que não é com ele, deixa os governadores, também ineficientes naquele mínimo que poderiam ajudar, sem apoio e sem recursos, numa fria atitude diante de problema tão grave. Assim, não é dado nenhum passo para fazer funcionar a geradora de segurança, a tal Secretaria Nacional, o crime impera livre e impunemente, agravado pela leniência e vagarosidade da justiça que põe nas ruas bandidos perigosos.

A outra tragédia da segurança está no amontoamento de presos nos pequenos espaços das celas, colocando, numa área para quatro pessoas, às vezes até cinqüenta réus que, mesmo tendo cometido delitos puníveis, não podem ser tratados como animais, afinal os sistemas prisionais do mundo inteiro visam recuperar o criminoso, ressocializar o apenado, e não se transformar em escola para o aumento da criminalidade, como ocorre no Brasil.

Dentro das prisões brasileiras estão armadas verdadeiras bombas, com contagem regressiva para explodirem, com efeito retardado mas previsível, e ninguém toma providências para impedir a tragédia.

Vale a pena lembrar que a bandidagem prolifera porque a própria sociedade, egoísta, hedonista, preocupada em juntar bens materiais, cria a matéria-prima para a monstruosidade, à medida que deixa desumanamente os menores abandonados nas ruas, as meninas pré-adolescentes se prostituírem para sobreviver. Até laboratório para transformar meninos em homossexuais, travestis, já existe no Brasil, com um esquema organizadamente montado, funcionando empresarialmente, e só os órgãos e sistemas de segurança não veem.

Uma grande massa de excluídos torna-se presa fácil do crime organizado que a utiliza para o tráfico, de drogas e de armas, para o contrabando, para a prostituição, fazendo dela escudo para blindar os criminosos maiores de idade, escorado no fato de que o menor é inimputável.

É por aí que a tragédia se instala, vai caminhando e dominando a situação, piorada com a escuridão originada na pane do sistema de segurança, instalando-se o apagão do setor, somando-se aos apagões de muitos outros sistemas de serviços essenciais para a sociedade brasileira, literalmente órfã de governo.

Decididamente, o Brasil é o país do apagão.

Moeda de Troca!

"Me derrotar é derrotar o Lula", diz ativista italiano elogiando a coragem do presidente!

Em entrevista ao jornal Brasil de Fato que será publicada na quinta-feira, o ativista italiano Cesare Battisti disse que seu caso virou "moeda de troca" da política internacional e "munição" para atacar o governo brasileiro. E classificou a decisão do ex-presidente Lula de negar sua extradição para a Itália de "um ato de coragem".

"Se o Lula desse essa decisão antes iam em cima dele, porque me derrotar também é derrotar o Lula. Agora, o objetivo principal da direita brasileira, nesse caso, é afetar o governo Dilma."

Em outro trecho da entrevista, Battisti se diz "traumatizado" com a demora no desfecho de seu caso. Afirma até ter procurado um psiquiatra.

"É difícil falar disso, essa é a razão pela qual fiquei traumatizado e precisei de um psiquiatra. Só de ver alguma coisa que não tem muito diretamente a ver comigo eu já fico... meu coração dispara, já não me controlo, fico em um estado semiconsciente", contou. "Ontem, por exemplo, passou no SBT uma informação do Berlusconi com suas prostitutas. Só com o anúncio da notícia "Itália", eu fiquei assim . Fabricaram um monstro que não tem nada a ver comigo."

Battisti é acusado de assassinatos na Itália na década de 70, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo. Ele nega todas as acusações.

"E não é que o indigitado se parece com o Tony Bennett no início de carreira?"
Tony Bennett em priscas eras


segunda-feira, janeiro 24, 2011

" O 13º SALÁRIO NÃO EXISTE "


REPASSANDO...........

Para mensalistas é pura verdade! O raciocínio é lógico.

Os ingleses pagam semanalmente! Mas... diz-se que há sempre uma razão para as coisas! Pois bem, aqui está um exemplo aritmético simples que não exige altos conhecimentos de Matemática mas talvez necessite de conhecimentos médios de desmontagem de retórica enganosa. Que é esta que constrói mitos paternalistas e abençoados que a malta mais pobre, estupidamente atenta e obrigada, come sem pensar!

Fala-se que o governo pode vir a não pagar aos funcionários públicos o 13º salário. Se o fizerem, é uma roubalheira sobre outra roubalheira.

Perguntarão por quê.

Respondo: "Porque o 13º salário não existe."

O 13º salário é uma das mais escandalosas de todas as mentiras do sistema capitalista, e é justamente aquela que os trabalhadores mais acreditam.

Eis aqui uma modesta demonstração aritmética de como foi fácil enganar os trabalhadores.

Suponhamos que você ganha R$ 700,00 por mês. Multiplicando-se esse salário por 12 meses, você recebe um total de R$ 8.400,00 por um ano de doze meses.

700 X 12 = 8.400,00

Em Dezembro, o generoso patrão cristão manda então pagar-lhe o conhecido 13º salário.

8.400,00 + 13º salário = R$ 9.100,00

R$ 8.400,00 (Salário anual) + R$ 700,00 (13º salário) = R$ 9.100 (Salário anual mais o 13º salário)

O trabalhador vai para casa todo feliz com o patrão.

Agora veja bem o que acontece quando o trabalhador se predispõe a fazer umas simples contas que aprendeu no primário:

Se o trabalhador recebe R$ 700,00 mês e o mês tem quatro semanas, significa que ganha por semana R$ 175,00.

R$ 700,00 (Salário mensal) / 4 (semanas do mês) = R$ 175,00 (Salário semanal)

O ano tem 52 semanas. Se multiplicarmos R$ 175,00 (Salário semanal) por 52 (número de semanas anuais) o resultado será R$ 9.100,00.

R$ 175,00 (Salário semanal) X 52 (número de semanas anuais) = R$ 9.100.00

O resultado acima é o mesmo valor do Salário anual mais o 13º mês

Surpresa? Onde está portanto o 13º Mês?

A resposta é que o patrão lhe rouba uma parte do salário durante todo o ano, pela simples razão de que há meses com 30 dias, outros com 31 e também meses com quatro ou cinco semanas (ainda assim, apesar de cinco semanas o patrão só paga quatro semanas o salário é o mesmo tenha o mês 30 ou 31 dias, quatro ou cinco semanas.

No final do ano o generoso patrão presenteia o trabalhador com um 13º salário, cujo dinheiro saiu do próprio bolso do trabalhador.

"Se o governo retirar o 13º salário dos funcionários públicos, o roubo é duplo."

Daí que, como palavra final para os trabalhadores inteligentes. Não existe nenhum 13ºsalário. O patrão apenas devolve o que sorrateiramente lhe surrupiou do salário anual.

"Conclusão: Os Trabalhadores recebem o que já trabalharam e não um adicional."

Isso já se sabe tem tempo, só que não é divulgado por quem de direito e também, não há interesse, por acordos políticos.

Então, vamos divulgar! Afinal, o "povão" precisa saber disso também...

FHC participa de debate internacional sobre fracasso da repressão às drogas

Segunda-feira, 24 Jan 2011

GENEBRA (AFP) - O fracasso das políticas meramente repressivas contra as drogas dominará a partir desta segunda-feira em Genebra a agenda da Comissão Global de Políticas sobre as Drogas, grupo não governamental integrado por personalidades internacionais e coordenado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

"A guerra contra as drogas fracassou Quais são as ações e medidas alternativas?", indaga a comissão, da qual participam, além de FHC, os ex-presidentes do México, Ernesto Zedillo, e da Colômbia, César Gaviria, e intelectuais como o Prêmio Nobel de Literatura peruano Mario Vargas Llosa e o escritor mexicano Carlos Fuentes.

A comissão também investigará, durante sua reunião de dois dias, os eventuais riscos e benefícios de eliminar "as sanções penais pela posse de maconha para uso pessoal", segundo detalha o relatório de apresentação.

A comissão estabeleceu como missão tentar resolver "a polarização" que divide "os blocos da legalização e da proibição", em torno de "uma discussão esclarecedora".

Um debate que contará com a participação do espanhol Javier Solana, ex-Alto Representante para a Política Externa e de Segurança Comum da União Europeia, buscará analisar "quais são os riscos e as vantagens de distinguir entre o tráfico e o comércio em pequena escala" e discutir qual deve ser "o tratamento médico obrigatório de qualquer vício em uma droga".

"Em muitos países, o dano causado pela proibição das drogas em termos de corrupção, violência e violação dos direitos humanos supera com folga o dano provocado pelas drogas", considera a comissão.

Uma mensagem que, provavelmente, ainda precisará percorrer um longo caminho para chegar a ser aceita por todos.

No Brasil, o funcionário indicado para conduzir a Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad), Pedro Abramovay, desistiu na semana passada de assumir o cargo, dias depois de ter gerado polêmica por defender a libertação de pequenos traficantes de drogas.

Foi a primeira baixa relevante do governo da presidente Dilma Rousseff, que tomou posse em 1º de janeiro.

A comissão, que se reúne em Genebra, também propõe revisar "o sistema de controle de drogas da ONU" e "as diferentes respostas nacionais", sem deixar de analisar os "desafios da justiça penal" a partir da constatação de que "erradicar a produção e criminalizar o consumo não reduzem o tráfico ou o consumo de drogas".

A Imagem do Dia

By Cristiano Mascaro

Olha que coisa mais linda mais cheia de graça, aqui em 1972 tomando um pouco de sol. E pensar que idolatrávamos a figura. Realmente foram anos de chumbo! HC