sexta-feira, agosto 28, 2009

Expointer


Recebi esse release sobre a participação da Paraíba na Expointer, o maior evento do mundo no gênero (feira, concursos, shows, artesanato etc.). Isso é importantíssimo para os artesãos e micro-empresários da Paraíba, que lidam com o algodão colorido, produto genuinamente paraibano - pelo menos por enquanto. Atenção "Pequenina e Heroica," pode contar com o apoio do Blog. Na foto Ana Maia, estilista da Capucho's. H.C.

Exposição internacional do Rio Grande do Sul abre espaço para microempresa da Paraíba. Pela primeira vez a Paraíba estará presente na Expointer (Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários), o maior evento do gênero em todo o mundo, que acontece todos os anos, em Esteio, cidade integrante da Região Metropolitana de Porto Alegre (RS). Essa oportunidade ocorre em face do convite formulado à microempresa paraibana Capucho's Algodão Colorido, por ser uma empresa que atua no mercado com produtos naturais e ecologicamente corretos.

A Capucho's desenvolve produção e comercialização de vestuário e acessórios utilizando o algodão colorido e outras matérias primas naturais. Essa linha de produtos tem recebido a melhor aceitação do mercado consumidor de artigos de moda, tanto pela condição de ser antialérgica por não utilizar corante químico, e ecologicamente correta por não usar agrotóxicos na sua cultura.

Em todos os salões e eventos nacionais e internacionais de que tem participado essa microempresa paraibana vem conquistando o público que se mostra interessado e impressionado com a beleza do algodão colorido agregado ao valor artesanal dos artistas paraibanos. As peças são confeccionadas e costumizadas com renda renascença e bordados a mão, buscando a arte manual na sua essência. “Tudo isso faz com que a Capucho's crie o seu diferencial”, informa a estilista e jornalista Ana Maia, responsável pela criação dessas peças.

Missão e localidade - A Capucho’s Algodão Colorido tem como missão oferecer produtos confeccionados com algodão colorido natural elaborados com arte, de forma que cada peça seja uma concepção artística por sua criatividade, beleza e bom gosto, que nascem também das mãos de artesãos paraibanos. “É a moda ecologica e socialmente correta aplicada em peças artesanais produzidas com algodão colorido 100% natural direcionadas ao público consumidor de bom gosto e consciente, como afirma Ana Maia, que vem divulgando o seu trabalho em diversos estados brasileiros e no exterior, destacando-se em países como Argentina, Bélgica, França e Portugal.

"A Capucho's sente-se orgulhosa em ter sido convidada e representar a Paraíba nesse evento que é um marco na economia do Rio Grande do Sul e até do Brasil, por seus volumes de negócios ali realizados, e principalmente por nos ter dado a oportunidade de divulgar um produto genuinamente paraibano de muita importância para a nossa conscientização ecológica e social” enfatiza Ana Maia.

Melhoramento do algodoeiro - Em 1975, como principal atividade do Centro Nacional de Pesquisa de Algodão/CNPA, sediado em Campina Grande (PB), foi implantado o programa de melhoramento do algodoeiro na Embrapa. Mas só a partir de 1989 teve início o trabalho de melhoramento genético, estabelecendo-se como principais objetivos elevar a resistência das fibras, finura, comprimento e uniformidade, estabilizar a coloração das fibras nas tonalidades creme e marrom, e aumentar a produtividade em nível de campo.

A Paraíba é o único estado brasileiro a trabalhar com produção industrial de produtos e artefatos de algodão colorido. Ecologicamente correto, não poluente, de forte apelo no mercado internacional, o algodão colorido desenvolvido pela Embrapa em Campina Grande tem se consolidado como uma cultura sustentável e excelente alternativa econômica para a agricultura familiar. Recentemente, duas novas cultivares de algodão colorido foram lançadas pela Embrapa: a safira, de tonalidade verde, e a rubi, avermelhada.

Expointer em evidência – A edição de 2008 da Expointer entrou para a história como a maior de todos os tempos. A comercialização de animais, máquinas, implementos agrícolas, artesanato e produtos da agricultura familiar somou R$ 383,5 milhões. O valor é 191,2% superior à edição de 2007, que teve R$ 131,7 milhões em negócios e foi considerada uma feira de recordes, por superar as vendas históricas em animais, artesanato e na agricultura familiar.

A sede da Expointer fica em Esteio, onde se localiza o Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, que possui uma área de 141 hectares, distante 25 km de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. O Parque, com 45,3 mil metros quadrados de pavilhões cobertos e 70 mil metros quadrados de área para exposição, possui toda a infra-estrutura para receber seus visitantes e expositores.

Mais informações no site www.expointer.rs.gov.br.

quarta-feira, agosto 26, 2009

IPTU ECOLOGICAMENTE CORRETO

Breno Grisi

Mais ou menos com este título, divulga-se na mídia que na cidade de São Carlos, interior de São Paulo, a prefeitura introduziu incentivo para que pessoas plantem árvores nos seus quintais e obtenham redução no IPTU ─ Imposto Predial e Territorial Urbano.

Lembrei-me imediatamente que em 1998, ao atender convite para proferir palestra num encontro realizado em João Pessoa, por iniciativa da Fundação Pedroso Horta, do PMDB, escolhi o tema EDUCAÇÃO AMBIENTAL AUTOSSUSTENTÁVEL: SUBSÍDIOS PARA IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE AÇÃO NA PARAÍBA. E nele, dentre os três processos que sugeri para implantação do programa, destaco aqui os INCENTIVOS FISCAIS, cuja proposta explicito como segue (em resumo):
É impressionante a nossa reduzida (para não dizer “totalmente inexistente”) capacidade em estabelecer distinções nas arrecadações de “impostos”, no que diz respeito às diferentes características dos imóveis, conforme sejam eles “ambientalmente adequados ou não”. Projetos inteligentes/criativos, que contemplem medidas que estimulem economias de água e energia, e beneficiem os recursos naturais, devem receber incentivos, no que diz respeito aos impostos.
São sugeridos aqui alguns elementos que podem ser usados no estabelecimento de diferentes classes de IPTU: A) Economia de água e energia (reutilização de água residuária; captação e retenção de água pluvial; uso da energia solar, eficiência na luminosidade natural). B) Eficiência na ventilação; arborização eficiente (a arborização, diferentemente dos jardins, é mais econômica quanto ao uso de água de rega e manutenção em geral); fruteiras geram alimento. Leguminosas eficientes na fixação biológica de nitrogênio dispensam uso de adubo nitrogenado e fornecem madeira para consumo energético e outros). C) “Geradores de poluentes, impostos diferentes”. D) Existe construção anti-ecológica? Claro que sim! Geralmente são prédios e casas luxuosas onde: (d.1) há muitos ambientes fechados (com ventilação e luminosidade naturais precárias) visando o uso de ar condicionado; (d.2) como conseqüência há uso excessivo de iluminação artificial; (d.3) piscina que não reutiliza a água (para outros fins), quando renovada; (d.4) material não produzido na região ou material em escassez na região; (d.5) água de precipitação pluvial (que cai sobre área calçada) conduzida para o esgoto sanitário. E) Terrenos baldios. Em termos ambientais (ou ecológicos) um terreno arborizado é mais benéfico ao meio, do que um terreno abandonado. Portanto, se a sua localização vale um imposto “x”, a do abandonado deveria ser “x+1”.
... E outros aspectos que comentei naquela palestra e que foram divulgados pela referida Fundação. A cooptação de parcerias, o “querer fazer” e a decisão para implantar um programa fundamentado em incentivos fiscais, certamente renderiam frutos que realimentaria o processo de autossustentabilidade.
Finalizando: a formação de uma consciência coletiva voltada para a melhoria da qualidade de vida ambiental requer (inclusive) incentivo financeiro. Mesmo que seja somente pela redução de impostos!
A demora em visualizar e implementar melhorias a partir de medidas simples, como esse exemplo de São Carlos e como vários exemplos já há tempo praticados em Curitiba, é desanimador! Acho que vou me aposentar novamente e, desta vez, DEFINITIVAMENTE.

terça-feira, agosto 25, 2009

Em defesa dos brinquedos artesanais

Plínio Palhano // Artista plástico

O Nordeste do Brasil é uma fonte inesgotável da criação do artesanato em nosso país, juntamente com outras regiões. Isso está bem claro para as pessoas e, principalmente, no meio acadêmico e governamental. Essa específica produção do universo popular é também uma das concretas riquezas do turismo nacional, que eleva essa atividade, na América Latina, como uma das mais importantes e comunica, para todo o resto do mundo, o imaginário de uma cultura diferenciada.

Além disso, há o aspecto do suporte social, o qual envolve milhares de pessoas que sobrevivem dessa via de produção. Assim, o artesanato conquista, a cada dia, um público consumidor, seja nacional ou estrangeiro, que nele encontra um prazer, levando as peças adquiridas como parte viva de nossa terra.

Em sua própria região, o artesão sobrevive com imensas dificuldades para vender e veicular os seus trabalhos, mas espera que esses produtos desenvolvam sempre o mercado específico e o faz com a preocupação de atender os consumidores da melhor forma possível, aperfeiçoando a sua arte e, consequentemente, oferecendo o mais alto nível do seu trabalho para que clientes possam retornar e adquirir mais produtos. Muitas vezes, para tanto, o artesão envolve toda a família nessa empreitada, donde retira o sustento para os seus.

Dentro desse universo, há uma grande produção de brinquedos artesanais caracterizados por uma bela simplicidade, sendo alguns deles centenários, que se desenvolvem e acompanham gerações, auxiliando a criança na sua formação e motivando-a, às vezes, a imitar os brinquedos dos artesãos, pelo contentamento de manuseá-los.

Os brinquedos artesanais fazem sucesso, hoje, em todo o país, porque têm a marca direta das mãos do artesão e a sua criatividade, que estimula a inteligência, humanizando as brincadeiras. Talvez, a amplidão desse segmento do artesanato tenha despertado alguns incômodos e incentivado, através de denúncias, os órgãos competentes a atuarem com severa fiscalização - como, por exemplo, está acontecendo aqui, em Pernambuco -, impondo dificuldades no trâmite das vendas desses brinquedos, prejudicando, assim, o artesão na sua subsistência.

Cremos que há um equívoco, quanto ao foco social, em se ter a mesma legislação sobre os brinquedos feitos por artesãos e os fabricados por grandes indústrias. Cabe aos nossos legisladores observar esse assunto, porque se trata, no primeiro caso, de objetos do artesanato para utilização como brinquedos. Pois não se pode comparar, em termos de fiscalização e cobranças de impostos, por exemplo, um brinquedo criado pela tradição secular que é o artesanato - uma das expressões do povo que dinamizam a sua cultura - com a série de brinquedos fabricados por máquinas respaldadas por poderosos recursos, infinitamente superiores aos dos artesãos de todo o Brasil.

ppalhano@hotlink.com.br

domingo, agosto 23, 2009

Fé demais não cheira bem

Lucio Mauro Filho

Em outubro de 2002, nós artistas fomos convidados a participar de um encontro com o então candidato à Presidência da República Luis Inácio Lula da Silva na casa de espetáculos Canecão, no Rio de Janeiro. Fui ao encontro como eleitor de Lula desde o meu primeiro voto e também como cidadão brasileiro ansioso por mudanças na forma de se fazer política no país. O clima era de festa, com muitos colegas confraternizando e um sentimento que desta vez a vitória viria.

Na porta principal da casa, uma tropa de políticos do PT e da coligação partidária recebia a todos com bottons, apertos de mãos firmes e palavras de ordem. E no meio de quadros tão interessantes da nossa política, este que vos fala foi recebido justamente por quem? Pelo Bispo Rodrigues (hoje ex-político e ex-religioso).

As pulgas correram todas para trás da minha orelha. Ser recebido no encontro do Lula com os artistas pelo bispo da Igreja Universal filiado ao extinto PL não era bem o que eu esperava daquela ocasião. Era um prenúncio claro do que viria a acontecer depois.

Veio o apoio do PTB de Roberto Jefferson, que tinha horror a Lula, mas que mesmo assim acabaria recomendando o voto no candidato do PT, como forma de desagravo ao então presidente do seu partido, José Carlos Martinez, que por sua vez tinha ódio por José Serra, a quem considerava culpado pela volta aos jornais da história do empréstimo que ele teria recebido de Paulo César Farias, no início dos anos 90. Com essa turma, a candidatura de Lula chegava à reta final.

A vitória veio e, com ela, uma onda de otimismo e de esperança em dias melhores, de mais inclusão, mais justiça social e menos corrupção e descaso. Éramos os pentacampeões mundiais no futebol e com Lula presidente ninguém segurava essa Nação. Pra frente Brasil!

Depois de dois anos de namoro, os ventos começaram a mudar com o surgimento de uma gravação onde Waldomiro Diniz, subchefe de assuntos parlamentares da Presidência da República, extorquia um bicheiro para arrecadar fundos para as campanhas eleitorais do PT e do PSB no Rio. O fato foi tratado como um deslize isolado de um funcionário de segundo escalão que de forma alguma representava a ideologia do Partido dos Trabalhadores. Waldomiro foi afastado do governo.

Em meados do ano seguinte surgiu uma nova gravação, onde o então funcionário dos correios Maurício Marinho aparecia recebendo dinheiro de empresários. Ele dizia ter autorização do deputado Roberto Jefferson do PTB. Em defesa de seu aliado, o presidente Lula afirmou na época que confiava tanto em Jefferson que lhe daria um "cheque em branco".

As investigações foram aprofundadas e na base do "caio, mas levo todo mundo junto", o deputado afirmou em entrevista à "Folha de São Paulo" que existia uma prática de mesada paga aos deputados para votarem a favor de projetos de interesse do governo. Lula deu o cheque em branco e recebeu de volta a crise que derrubaria, um por um, os homens fortes do seu partido. E de uma hora para outra, José Dirceu, José Genoíno, Antônio Palocci, João Paulo Cunha e outros políticos que tanto admirávamos, chafurdaram na lama da política suja, com histórias de abuso de poder, tráfico de influência e até coisas inimagináveis, como dólares transportados em cuecas e saques em boca de caixa totalmente suspeitos.

Acabou a inocência. O PT começou a desprezar quadros importantes do partido que não concordavam com as posições incoerentes com a luta pela ética e a moralização do país. Pior do que isso, acabou por expulsar alguns deles, como a senadora Heloísa Helena e os deputados Babá e Luciana Genro. Outros saíram por também não concordarem com as práticas até então impensáveis para um partido que se julgava detentor da bandeira da honestidade. E assim partiram Cristovam Buarque e Fernando Gabeira.

Apesar de toda uma nova geração de políticos interessados em refundar o partido e aprender com os erros, como José Eduardo Cardozo, Delcídio Amaral e Ideli Salvati, o PT preferiu manter a estratégia do aparelhamento, do fisiologismo e do poder a todo custo, elegendo o pau mandado Ricardo Berzoini novo presidente do partido. Ele representava o Campo Majoritário, grupo que sempre esteve na presidência do PT desde sua fundação.

Depois que nada foi provado na CPI do Mensalão, o Partido dos Trabalhadores percebeu que a bandeira da ética já não importava mesmo e começou novamente uma fase "rolo compressor" de conchavos e blindagens com o que há de pior na política brasileira. Veio o segundo mandato e com ele o fato. O presidente Lula cada vez mais nas mãos do PMDB, o partido que definitivamente não está nem aí com ideologias, ética ou qualquer coisa parecida.

Depois da derrocada dos grandes caciques do PT, restou Dilma Roussef, a super ministra, como única opção de candidatura para a sucessão do presidente Lula. Mas Dilma não tem carisma nenhum. É uma figura técnica, fria. Precisa desesperadamente do presidente preparando palanques com dois anos de antecedência, emprestando toda a sua popularidade, como uma espécie de "ghost charisma". Precisa também do PMDB com seus acordos e chantagens como co-patrocinador político da candidatura.

Para isso, foi preciso o governo se meter em mais outra crise e comprovar que é muito mais PMDB que PT. Depois de Jefferson, Bispo Rodrigues, Severino Cavalcanti, os eleitores do Lula estão tendo que agüentar o pior. Ver o presidente de mãos dadas com Fernando Collor, Renan Calheiros e José Sarney. E ver um Conselho de Ética formado em sua maioria por suplentes como os senadores Wellington Salgado, Gim Argello e até o presidente do conselho, Paulo Duque, que afirmou que "adora decidir sozinho".

No momento em que políticos como Aloizio Mercadante tentam juntar os cacos do PT, tomando atitudes coerentes com o que o partido sempre pregou, lá vem o executivo com sua emparedada já tradicional, desautorizando o líder de sua bancada, mais uma vez constrangido pela direção do PT. E as promessas as quais me referi lá atrás, Delcídio e Ideli, votaram a favor do arquivamento de tudo e da permanência do que aí está. Mais uma vez, o fim justifica os meios.

E assim, é a vez de Marina Silva abandonar o barco, cansada de guerra. A ex-ministra do Meio Ambiente que viu o presidente Lula entregar nas mãos do ministro extraordinário de assuntos estratégicos, Mangabeira Ünger, o Programa Amazônia Sustentável (PAS). Justo ela, uma cidadã da Amazônia. Foi a gota d'água. Desautorizada, Marina deixou o cargo. Agora, deixa o partido. E o Mangabeira Ünger? Voltou para Harvard para não perder o salário de professor (em dólar), deixando os assuntos estratégicos para o passado.

Esse é o atual panorama da política nacional. Deprimente. Políticos dizendo na cara de seus eleitores que realmente estão se lixando. Acabou o pudor. Com o presidente Lula corroborando tudo que é canalhice e uma oposição que é também responsável por tudo que aí está, pois governaram o país por todos esses anos e ajudaram a moldar todas as práticas que o governo do PT aperfeiçoou, talvez estejamos realmente precisando de uma terceira via.

Eu não sei se imaginei um cenário tão devastador quando constrangido evitei o aperto de mão do Bispo, lá na porta do Canecão. Mas um trocadilho não me sai da cabeça: "Fé demais não cheira bem".

Lucio Mauro Filho é ator e roteirista

sábado, agosto 22, 2009

Quem tem medo da doutora Dilma?

DANUZA LEÃO

VOU CONFESSAR: morro de medo de Dilma Rousseff. Não tenho muitos medos na vida, além dos clássicos: de barata, rato, cobra. Desses bichos tenho mais medo do que de um leão, um tigre ou um urso, mas de gente não costumo ter medo. Tomara que nunca me aconteça, mas se um dia for assaltada, acho que vai dar para levar um lero com os assaltantes (espero); não me apavora andar de noite sozinha na rua, não tenho medo algum das chamadas "autoridades", só um pouquinho da polícia, mas não muito.

Mas de Dilma não tenho medo; tenho pavor. Antes de ser candidata, nunca se viu a ministra dar um só sorriso, em nenhuma circunstância. Depois que começou a correr o Brasil com o presidente, apesar do seu grave problema de saúde, Dilma não para de rir, como se a vida tivesse se tornado um paraíso. Mas essa simpatia tardia não convenceu. Ela é dura mesmo.

Dilma personifica, para mim, aquele pai autoritário de quem os filhos morrem de medo, aquela diretora de escola que, quando se era chamada em seu gabinete, se ia quase fazendo pipi nas calças, de tanto medo. Não existe em Dilma um só traço de meiguice, doçura, ternura. Ela tem filhos, deve ter gasto todo o seu estoque com eles, e não sobrou nem um pingo para o resto da humanidade.
Não estou dizendo que ela seja uma pessoa má, pois não a conheço; mas quando ela levanta a sobrancelha, aponta o dedo e fala, com aquela voz de general da ditadura no quartel, é assustador. E acho muito corajosa a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, que está enfrentando a ministra afirmando que as duas tiveram o famoso encontro. Uma diz que sim, a outra diz que não, e não vamos esperar que os atuais funcionários do Palácio do Planalto contrariem o que seus superiores disserem que eles devem dizer. Sempre poderá surgir do nada um motorista ou um caseiro, mas não queria estar na pele da suave Lina Vieira. A voz, o olhar e o dedo de Dilma, e a segurança com que ela vocifera suas verdades, são quase tão apavorantes quanto a voz e o olhar de Collor, quando ele é possuído.

Quando se está dizendo a verdade, ministra, não é preciso gritar; nem gritar nem apontar o dedo para ninguém. Isso só faz quem não está com a razão, é elementar.

Lembro de quando Regina Duarte foi para a televisão dizer que tinha medo de Lula; Regina foi criticada, sofreu com o PT encarnando em cima dela -e quando o PT resolve encarnar, sai de baixo. Não lembro exatamente de que Regina disse que tinha medo -nem se explicitou-, mas de uma maneira geral era medo de um possível governo Lula. Demorei um pouco para entender o quanto Regina tinha razão. Hoje estamos numa situação pior, e da qual vai ser difícil sair, pois o PT ocupou toda a máquina, como as tropas de um país que invade outro.

Com Dilma seria igual ou pior, mas Deus é grande.

Minha única esperança, atualmente, é a entrada de Marina Silva na disputa eleitoral, para bagunçar a candidatura dos petistas. Eles não falaram em 20 anos? Então ainda faltam 13, ninguém merece.
Seja bem-vinda, Marina. Tem muito petista arrependido para votar em você e impedir que a mestra em doutorado, Dilma Rousseff, passe para o segundo turno.

Folha de S. Paulo de 16/08/2009.

A Imagem do Dia



A Imagem do Dia - Alguém Merece???



quarta-feira, agosto 19, 2009

Sétima Sinfonia - Beethoven - Segundo Movimento

O Blog, vocês estão percebendo, anda meio paradão. Estes dias de nojo, (depressa, o Aurélio), estão sendo particularmente difíceis para mim. Hoje resolvi postar o segundo movimento da Sétima Sinfonia de Beethoven. Em que pese a surdez do compositor é essa beleza que vocês poderão constatar agora. Deixem o video baixar completamente e então ouçam. É longo mas vale a pena. Presto também uma homenagem a minha mãe desaparecida há poucos dias. Esse movimento era umas das suas músicas favoritas. Espero qualquer dia voltar mais inteiro. Ainda estou muito devastado. Meu abraço. H.C.




terça-feira, agosto 18, 2009

NAS ASAS DA PANAIR


Luciano Pires

Visitei uma exposição sobre Santos Dumont. Se considerarmos que a aviação nasceu em 23 de outubro de 1906, quando ele decolou com o 14 bis Bis, estamos falando de uma tecnologia jovem, mais nova que o automóvel. Apenas um século separa aquele frágil protótipo, que voou alguns metros em Paris, das sofisticadas naves que levam o homem ao espaço. No entanto... Sendo irônico (aprendi que preciso avisar antes de usar ironia, pois a maioria não entende), a aviação é uma das poucas áreas que não evoluíram nos últimos trinta anos. Quer ver?

Quando a aviação comercial começou pra valer, uns 70 anos atrás, interessava o “padrão de segurança”. Tudo que se queria era um avião que decolasse e chegasse ao destino com segurança. Com o tempo, o diferencial passou a ser o “padrão de alcance”. Quero vôos que me levem para onde desejo ir, sem escala. Depois veio o “padrão de qualidade”. Quero aeronaves confiáveis, rotas definidas e pontualidade. Em seguida veio o “padrão de conforto”. Lembram da Panair do Brasil? Que coisa chique aquelas aeromoças de tailleur e chapéu, as pessoas voando de terno e gravata, aqueles “Constellation” com design moderno. Tudo que queríamos era voar com espaço para as pernas e serviço de bordo de primeira. Depois veio o “padrão de tempo”. Preciso de rapidez. Check in rápido, retirada de bagagens rápida. Aeroportos próximos. É quando a TAM desponta sobre as demais, que olhavam torto para aquela história de tapete vermelho e balinhas. E então começa uma nova fase. O “padrão de preço”. Quero voar barato. Não importa se num horário maluco, sem serviço de bordo ou espremido numa lata de sardinhas. Quero voar barato. Surge a Gol, que faz a festa. Quebram Transbrasil, Vasp, Varig...

E hoje? Voltamos ao “padrão de segurança”. Tudo que eu quero é um avião que decole e chegue ao destino com segurança. Do jeitinho que era 70 anos atrás! Evoluímos até voltar às origens. Os aviões estão apertados, o serviço de bordo é uma tragédia, os aeroportos congestionados, os controladores de vôo em greve, os equipamentos sucateados, as pistas em manutenção, nenhuma informação ao passageiro, estacionamentos com preços extorsivos... Como é que perdemos tudo o que conquistamos em qualidade, atendimento, conforto e segurança? Como é que voltamos à origem? Como é que, mesmo cobrando uma fortuna, as companhias aéreas continuam quebrando? Olha, existem dezenas de explicações, a maioria ligada à incompetência administrativa. Mas notei que mudamos de padrão. Hoje não é mais o “padrão de qualidade”, “padrão de conforto”, “padrão de alcance” que importa. Nem mesmo o “padrão preço”.

Agora é o “padrão de utilidade”. Dá pro gasto? Então eu compro.

- Ah, este DVD pirata tem uns borrõezinhos na imagem, este aparelhinho de mp3 tem um chiadinho, este tênis tem o solado meio fraco, mas é tão baratinho...

- Ah, voei de madrugada, fui maltratado pelos atendentes, o check in foi um tumulto, serviram uma barrinha de cereal com suco e minha mala sumiu. Mas paguei tão baratinho... O “padrão preço” nos educou para adotar o “padrão de utilidade”. Até como desculpa...

Philip Kotler, um dos papas do marketing, uma vez definiu “valor” como o resultado do balanço entre os custos e os benefícios que o produto ou serviço nos traz. Na equação de Kotler, atributos como imagem, serviços, garantia, inconveniência zero, atendimento, são fundamentais para estabelecer o valor das coisas. Coloque aí também a questão de não agressão ao meio ambiente, da responsabilidade social e da sustentabilidade, que está na moda. Tudo isso tem um peso no momento em que definimos o valor. Mas quando escolhemos o “padrão de utilidade”, esses atributos caem por terra. Imagem, serviço agregado, custo psicológico... esqueça. Importa que tenha o básico, o mínimo possível. Assim fica baratinho.

- O quê? Pagar mais caro por um produto só por essa conversa de que não “ataca o meio ambiente”? Tá louco? Pois é. Nesse cenário, valor e preço são a mesma coisa. E então, resignados, aceitamos o que dá pro gasto. O que é meia boca. O que é quebra galho. Nos conformamos em ser tratados como gado. Involuímos. Mas o discurso é ótimo.

Ai que saudades da Panair...

Do Blog da Mary - http://maryvillano.blogspot.com

Garanto que a Miss Brasil não foi minha aluna... I swear to God!

A IMAGEM DO DIA

Notem a felicidade do sacripanta parecendo contar piadinha como se a sua presença na Casa já não fosse uma piada de mau gosto!

... Aí o papagaio disse,

- "o senhor por aqui Dr. Alvarenga"...!

O Que É A Natureza!

Durante o século 18, o Brasil Colônia pagava um alto tributo para seu colonizador, Portugal . Esse tributo incidia sobre tudo o que fosse produzido em nosso país e correspondia a 20% (ou seja, 1/5) da produção. Essa taxação altíssima e absurda era chamada de "O Quinto". Esse imposto recaía principalmente sobre a nossa produção de ouro. O "Quinto" era tão odiado pelos brasileiros, que foi apelidado de "O Quinto dos Infernos". A Coroa Portuguesa quis, em determinado momento, cobrar os "quintos atrasados" de uma única vez, no episódio conhecido como "Derrama".

Isso revoltou a população, gerando o incidente chamado de "Inconfidência Mineira", que teve seu ponto culminante na prisão e julgamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT, a carga tributária brasileira deverá chegar ao final deste ano de 2009 a 38% ou praticamente 2/5 (dois quintos) de nossa produção. Ou seja, a carga tributária que nos aflige é praticamente o dobro daquela exigida por Portugal à época da Inconfidência Mineira, o que significa que pagamos hoje literalmente "dois quintos dos infernos" de impostos...

Para que? Para sustentar a corrupção, o PAC, o mensalão, o Senado com sua legião de "diretores", a festa das passagens, o bacanal (literalmente) com o dinheiro público, as comissões e jetons, a farra familiar no executivo. Nosso dinheiro é confiscado no dobro do valor do "quinto dos infernos" para sustentar esta corja, que nos custa (já feitas as atualizações) o dobro do que custava toda a Corte Portuguesa.

E pensar que Tiradentes foi enforcado porque se insurgiu contra a metade dos impostos que pagamos atualmente!

N.R. Recebi e repasso

quinta-feira, agosto 13, 2009

A IMAGEM DO DIA

H1N1 - Nunca é demais


E-mail enviado pela Dra. Káthia Ribas

"Tenho recebido perguntas e informações, as mais diversas das mais diversas fontes, muitas delas alarmistas... e temos que ser realistas.

Apesar de estar em férias, dediquei est última semana para uma intensa participação e pesquisa junto à todas as entidades oficiais competentes sobre o assunto, e não tenho motivos para achar que elas estejam ocultando ou minorando a real dimensão do problema.

Estive com o Secretário Estadual de Saúde, participei da reunião do Ministério da Saúde, conversei com a s autoridades da Vigilãnica Sanitária, SAMU e Secr Municipal de Saúde, além de epidemiologistas e infectologistas.

Não satisfeita, liguei para o CDC (Centro de Controle de Doenças em Atlanta), onde trabalha uma colega minha de turma.

A situação atual é a seguinte:

O virus H1N1 já ultrapassou a barreira inicial, circula livremente entre nós, veio para ficar. Nesta 1º onda do virus no Brasil, calcula-se que 70.000.000 de brasileiros terão contato com ele até final de setembro.

Das atuais viroses respirat. presentes no sul do país, 60% já são do novo virus, isto é, das pessoas com gripe que falamos ou que circulam na rua, ônibus, bares, igrejas clubes, tec, mais da metade já tem o novo virus... isto é uma projeção estatística , ou seja , não há mais capacidade para se fazer exame de todos os suspeitos.

A condução dos casos será como da gripe comum, e somente os casos graves ou em grupos de risco haverá dispensação da medicação anti viral.

O virus H1 N1 tem maior transmissibilidade que o virus influenza , mas tem MENOR PATOGENICIDADE, OU SEJA MATA MENOS QUE A GRIPE COMUM... acontece que ele tem tropismo por organismo com alguma brecha imunológica que comprometa as defesas habituais, então ele pode ser potencialmente mais agressivo em pacientes com: nutrição inadequada, más condições de higiene, cardiopatas e pneumopatas cronicos, asmáticos graves, renais crônicos, diabeticos, obesos mórbidos, pessoas em tto com imunossupressores (corticoides, tto para câncer) e doenças degenerativas.

Em pessoas hígidas, dificilmente haverá complicação, e , volto e frisar, a MORTALIDADE É MENOR QUE O VIRUS INFLUENZA.

Em 2008, só no mes de julho, 4500 pessoas morreram de gripe comum no Brasil. Estamos com 47 mortes pelo novo virus em 18 dias de circulação...

Temos que estar ALERTAS, isto sim, pois é um virus novo, pode sofrer mutações, e ainda estamos aprendendo a conviver com ele.

Por enquanto o importante é: boa alimentação, SUCOS DE FRUTAS, ÁGUA, ÁGUA DE COCO, VERDURAS, AMBIENTES AREJADOS, HIGIENE ADEQUADA DE MÃOS E VIAS AÉREAS, LAVAGEM DE MÃOS VÁRIAS VEZES AO DIA. ALCOOL PODE SER USADO EM SUPERFICIES POTENCIALMENTE CONTAMINADAS (MESAS DE CONSULTÓRIO, LOCAIS ONDE PESSOAS TENHAM ESPIRRADO, (mas sem maiores neuras, por favor, teremos que conviver alguns meses com este virus, como os tantos outros de gripe...)

As Máscaras continuam recomendadas para quem está com quadro gripal, em respeito aos outros, e em alguns serviços de Pronto Atendimento , para as equipes de Saúde... nada de sair pela rua e shoppings com máscara e vidro de lacool gel na mão, precisamos de bom senso, tranquilidade é pés no chão.

Evitar locais fechados, aglomerações shoppings, cinemas, bares, chimarrão e nerguille, pelo menos nos próximos 15 dias, enquanto o virus está em "curva ascendente"...

Depois, é vida normal. O anti viral - Tamiflu- só será disponibiçizado pela SMS para os casos comprovadamente graves, não tomem para qq gripe, pois aumenta a resistencia do bicho...

Em 99,85% dos quadros de H1 N1 a evolução será ABSOLUTAMENTE BENIGNA, ou seja, portados assintomático, sintomas leves ou moderados, perfeitamente tratados com: cama e sintomáticos (repouso por 5 dias está mais que suficiente).

O afastamento das aulas é muito mais uma medida tranquilizadora para os pais, enquanto as equipes das escolas são adequadamente preparadas para receberem os estudantes e conviverem com a nova doença.

As 2 gripes estão ai, os sintomas são idênticos, não há porque saber se é gripe A ou influenza, a conduta será igual, e evoluirá geralmente bem.

Tivemos mortes, sim (porém 3 das mortes da semana passada acabaram se confirmando como da influenza, e não da gripe A).
Alguns jovens saudáveis faleceram sim, mas na grande maioria , mesmo nos jovens, havia algum fator basal predisponente: acompanhei 3 casos: 1 criança do interior(desnutrida); 1 adulto com 33 anos (cirrose ) e 1 senhora de 54 anos (asmática grave).

Portanto, amigos, muita cautela na tranmissão de informações: A CALMA É FUNDAMENTAL, OS CUIDADOS GERAIS TAMBÉM. DEVEMOS ESTRA ALERTAS, MAS TEMOS QUE SEGUIR A VIDA COM NORMALIDADE, PORQUE A GRIPE SAZONAL MATA MUITO MAIS QUE ESTA E NUNCA TEVE ESTA DIMENSÃO DE ALARME.

Evitem lotar os hospitais com casos leves, só em casos de febre = ou > de 38ºC (este é o fator patognomônico!!), dor de garganta ou dificuldade respiratória as pessoas deverão procurar os postos de Saúde.

Estamos conectados diariamente com a SMS, SESA e Central de Leitos, qualquer alteração na condução dos casos ou orientações gerais, haverá ampla divulgação."

Káthia Ribas CRM 9448
Gerência do Instituto Curitiba de Saúde

Hemingway

Celso Japiassu

Quando Hemingway suicidou-se, no verão de 1961, os mais próximos pensaram que tinha sido o desfecho inevitável para quem tivera a certeza, durante toda a vida, de que uma angústia profunda acompanha o homem do nascimento até a morte. Sua paixão pelos esportes viris, como a tourada e a caça, era uma forma de combate a essa angústia, como traduziu de maneira magistral a caricatura de David Levine que ilustra este post. O tiro final que deu em si mesmo significou a conquista do último troféu e também sua derrota.

Garcia Marquez, quando estudante em Paris, diz que certa vez descia o Boulevard Saint Michel quando o avistou do outro lado da rua. Não conseguiu conter sua admiração e gritou “mestre!” Da outra calçada, Hemingway fez um aceno em sua direção pois sabia que, no meio daquela multidão, o único mestre era ele.

quarta-feira, agosto 05, 2009

A IMAGEM DO DIA


O senador Fernando Collor ameaçador na última segunda-feira prometeu "relembrar fatos" contra Pedro Simon. O senador gaúcho disse que ficou assustado com olhar de Collor. Eu também! H.C.

terça-feira, agosto 04, 2009

Zé Sarney – Afinal, a queda de um impostor?

Ipojuca Pontes

“Impostor: Que ou aquele que tem ou pratica impostura; embusteiro” – Novo Dicionário Aurélio

Ao que tudo indica Zé Sarney, o Impostor, tal como Antonio Carlos Magalhães, Jader Barbalho e Renan Calheiros, vai ter de largar – mais cedo ou mais tarde - as delituosas delícias da presidência do Senado Federal, às quais se aferra como um cão faminto diante de um osso suculento.

É verdade que Lula da Silva, o Cínico, faz de tudo para mantê-lo no cargo, visto que dele precisa para traçar o baralho (sujo) da manutenção do poder, vale dizer: 1) Tornar viável a duvidosa candidatura de Dilma “Michael Jackson” Rousseff à presidência da República; 2) Sustentar a subserviência do PMDB e dominar as votações de interesse do governo no plenário do Senado; 3) Controlar com mão de ferro a explosiva CPI da Petrobras, o cofre forte petista; 4) E, o mais importante, ampliar o deletério processo de “transição para o socialismo”, objetivo principal do PT desde janeiro de 2003, quando se assenhoreou do Poder.

(Adendo 1: De todo modo, se Lula insistir em manter Zé Sarney na presidência do Senado, como vem fazendo, o desgaste será maior, não só para o seu partido - o famigerado PT, umbilicalmente ligado à corrupção - como para o próprio Zé Sarney, que correrá o risco de ser apedrejado publicamente, como já o foi, de resto, no Paço Imperial do Rio de Janeiro, em junho de 1987, quando dividia o Executivo Nacional com o Dr. Ulysses - o homem que, com a Constituição Cidadã, tornou o “País ingovernável”, presa fácil da demagogia utópica da politicagem esquerdista. Só para lembrar: no levante do Paço Imperial, ao apedrejar o atual presidente do Senado, a massa enfurecida gritava em estribilho: “Sarney, salafrário! Está roubando o meu salário!”)

De fato, se o leitor examinar com o mínimo de objetividade a vida pregressa do País, há que reconhecer em Zé Sarney o pior e mais nocivo homem público brasileiro de todos os tempos, aí incluído o período do Brasil Colônia, do Império e das duas Repúblicas: a Velha e a Nova. De relance, lembro que alguns cronistas da nossa tumultuada história política costumam citar, como exemplos clássicos de maus homens públicos, Francisco Gomes da Silva, o “Chalaça”, vil secretário de Pedro I; Artur Bernardes, que governou (mal) a nação em permanente Estado de Sítio; e, no Brasil moderno, as figuras de Ademar de Barros, Paulo Maluf e Collor de Mello (com o PC Farias à tiracolo) - mas o fato concreto é que Zé Sarney suplantou a todos eles, em ambição, esperteza, pequenez e intrujice.

Com efeito, tudo na atribulada vida do político Sarney carrega o estigma da impostura, a começar pelo nome: de José Ribamar Ferreira de Araújo Costa, passou à Zé de Sarney (prenome adotado pelo pai) e, afinal, a partir de 1965, se fez José Sarney de Araújo Costa, na certa para esconder a vulgaridade do Ribamar.

O atual presidente do Senado, pelo que se sabe, sem ter feito outra coisa na vida a não ser política, é um homem rico, aliás, riquíssimo. Ele tem propriedades, mansões, bens diversos, salários vultosos, bons dividendos, dólares no exterior, jornal, rádio e televisão, etc. Há quem conteste, todavia, que ele tenha acumulado fortuna de modo ilícito. De fato, morando há mais de 40 anos de graça em palácios, com serviçais, secretárias, comida, transporte aéreo, carro, chofer, gasolina, auxílio moradia, sofisticados plano de saúde, Net, internet, verba de representação e correios, barbeiro, diárias em viagens (para dentro e fora do país), sem falar nas mordomias de praxe - bem senhores, falando francamente, se o homem não tivesse ficado podre de rico poderia até ser mal interpretado.

(Adendo 2: Mas é no plano intelectual que o embuste Sarney atinge o patético. Para se exibir como um “homem público respeitável”, o político matreiro, que é incapaz de pronunciar uma frase com fluência e sem tropeços, se apresenta nos ambientes com o apuro de um amanuense formal (jaquetão e bigode pintado de acaju). Por outro lado, para vender a imagem do “escritor consagrado”, não sei se com a grana da Viúva, vez por outra viaja à Paris para lançar livros que ninguém lê, na ilusão subdesenvolvida de que, em assim fazendo, terá assegurado a condição de “personalidade literária”, aqui. Por conta de tal engodo, mesmo escrevendo tolas anedotas em forma de má ficção, tornou-se “imortal” da Academia Brasileira de Letras, distinção com a qual procura camuflar, orgulhoso, a reconhecida mediocridade.

Detalhe: nos saraus literários, por sua vez, contraditoriamente, o impostor encena a pachorra do Estadista circunspeto, sem desconfiar que, para a maioria dos presentes, longe de ser “uma personalidade literária”, passa por rematado “coronelão” da roça, senhor de práticas políticas ordinárias).

No Maranhão, onde já foi governador e se fez inúmeras vezes (por conta de métodos medievais) deputado e senador, tudo carrega o seu nome ou o nome dos seus familiares: escolas, hospitais, maternidades, praças, avenidas, mercados públicos, estradas, fórum, aeroporto e, segundo rumores, até mesmo a placa de modesto chafariz. Curiosamente, em que pese ter se apropriado do Estado há mais de 40 anos, e feito da filha Roseana governadora (duas vezes), o Maranhão registra os piores indicadores econômicos e sociais do País, segundo dados do IPEA e do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

É fato que o Maranhão já era pobre antes do advento de Sarney e herdeiros. Com ele no poder, no entanto, as imagens de miséria registradas na reportagem “Maranhão 66” (feita de encomenda por Glauber Rocha, paga à LC Barreto com o mísero dinheiro público), multiplicaram-se aos borbotões.

Com efeito, a partir da Dinastia Sarney, iniciada em janeiro de 1966, o Estado nordestino virou uma calamidade nacional: ali se encontram, ainda hoje, os piores índices de renda per capita do país, o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), a maior taxa de mortalidade infantil, a maior taxa de analfabetismo, a menor taxa de escolaridade, o maior número de habitações sem serviços de água, esgoto e energia elétrica – e por ai segue o barco das aflições. É ver (e ouvir) para crer: na terra do clã Sarney, a infelicidade chegou a tal ponto que o nativo graceja chamando-a de “Estado do Piorão” - a reunião dos fundos do Piauí com todo território do Maranhão.

No entanto pior, muito pior, se deu quando o político matreiro chegou à Presidência da República, cargo que assumiu inadvertidamente por conta da morte súbita de Tancredo Neves. Nele, Sarney ultrapassou todos os índices de incompetência e pusilanimidade, conduzindo um governo caótico que deixou como legado a hiperinflação anual de 1.751% – o que decerto fez como que o povo carioca, num ímpeto de desespero, o apedrejasse em praça pública - fenômeno único na vida política nacional.

No cargo de presidente, o “Estadista do Brejal dos Guajás” transformou a nossa vida pública numa extensão da privada (me refiro, tal como o Barão de Itararé, ao vaso sanitário). Permissivo, mais que permissivo, relapso, o velho “coronelão” fez de tudo para arruinar a vida do povo brasileiro que o malfadado destino, por obra do acaso, lhe colocou nas mãos. Tal qual um estróina febril, ele criou ministérios inúteis, desperdiçou bilhões (de cruzeiros e cruzados) em obras inacabadas; fomentou como ninguém (até então) o empreguismo, distribuindo concessões de rádios e televisões a mancheias em troca de votos e apoio político (objeto de rumorosa CPI); e, o mais daninho, prodigalizando subsídios e isenções fiscais em profusão, enriqueceu milhares de parasitas e levou o País à desagregação social e à corrupção desenfreada.

(Adendo 3: A permanência de Sarney na Presidência da República foi tão acentuadamente nefasta que o próprio Lula, cínico que nunca vê corrupção em parte alguma, em discurso público pronunciado em 1987, em Sergipe, tratou-o por “impostor e ladrão”; e por causa de sua permissiva gestão como presidente, Collor de Mello, até então obscuro governador das Alagoas, se fantasiou de “Caçador de Marajás” e candidatou-se à Presidência da República, prometendo prendê-lo caso chegasse ao Palácio do Planalto – promessa que, obviamente, nunca cumpriu, tornando-se hoje um seu aliado), .

Depois de levar o País à ruína, Zé Sarney, longe de ser preso ou mergulhar em merecido ostracismo, arrumou um mandato de Senador da República pelo Amapá, Estado que estrategicamente ajudou a criar. E a partir daí, prestando total vassalagem às figuras de Itamar Franco, Fernando Henrique (duas vezes) e Lula da Silva - como antes servira aos deletérios presidentes Jango e Jânio e, a partir de 1964, aos “ditadores militares” -, o virtuoso literato de “Brejal das Guajás” (tido por Millôr Fernandes como um “Bestialógico em estado puro”) se fez três vezes Presidente do Senado, cargo que atualmente ocupa, mal e porcamente. Neste posto, sua ligação com escândalos os mais cabeludos atingiu tal evidência, que o grosso da população brasileira quer vê-lo pelas costas. (Vide, s’il vous plait, na Internet e nas secções Cartas do Leitor dos principais jornais do País, a campanha “Fora Sarney”).

Mas, verdade seja dita, não há nada de novo front. Como presidente do Senado, Sarney não mudou milímetro na postura de político manhoso, esperto, leniente e pusilânime. Desde que ocupou o posto (pela primeira, em 1995), permitiu que ali se instalasse uma verdadeira quadrilha organizada, tendo à frente uma “cria” sua, Agaciel Maia, o ex-diretor-geral do Senado, funcionário que omitiu da declaração patrimonial uma mansão de R$ 5 milhões, além de manter sob injustificável sigilo mais de 660 “atos secretos”, abrangendo os mais diversificados tipos de fraudes e irregularidades que permeiam as páginas do vasto Código Civil.

(Adendo 3: No resumo da ópera, são atos vergonhosos que, em parte tornados públicos, prenunciam a total desmoralização do Senado Federal, e de seus representantes, para o escárnio da Nação. Estampados em manchetes de jornais, eles evidenciam os esquemas de nepotismo, apropriações indébitas, contratações ilícitas, desvios de verbas, malversação do dinheiro público, abusos orçamentários, mordomias de toda ordem – em suma, um variado repertório de fatos escandalosos que só fazem lembrar de perto o cardápio de desgraças que acabou por fulminar, entre 1985/1990, a “Nova República” presidida pelo atual senador Zé Sarney).

No que se refere, em particular, ao prontuário de denúncias contra o temerário senador do Amapá, a imprensa ressalta seu envolvimento com a nomeação sigilosa de parentes, neto e afilhados (mais de dez); posse indevida de auxílio-moradia (Sarney recebia R$ 3.800, mesmo dispondo de duas mansões em Brasília, um delas residência oficial do Presidente do Senado); soma ilegal de dólares no exterior; requisição de seguranças do Congresso (em Brasília) para vigiar sua residência em São Luís (em que pese ser senador pelo Amapá); criação, para o deleite de apaniguados, de 50 diretorias supérfluas no Senado Federal; uso de funcionária da Casa na assessoria de suas campanhas eleitorais; ocultação à Justiça Eleitoral de imóvel de sua propriedade, no valor de R$ 4 milhões (pecadilho que, em nota, o Estadista atribuiu à “erro do contador”); e, por último, mas não menos escabrosa, a denúncia de que a Fundação que traz o seu nome e da qual é presidente de honra, desviou verba de R$ 500 mil da Petrobras (“patrocínio cultural”, via lei Rouanet) para empresas fantasmas e da sua própria família.

Tal soma de arbitrariedades, no entanto, não significa grande coisa se comparada ao mal que o “legislador” Sarney vem causando ao País ao longo dos anos. É de sua lavra, ou pelo menos traz a sua assinatura, o encaminhamento ao Congresso Nacional de leis que, bem examinadas, em conjunto ou isoladamente, dividem a alma da Nação, criam privilégios, punem economicamente a população, aviltam as pessoas mais pobres, estimulam a malandragem, desestimulam o mérito, estabelecem a discórdia e, o mais nocivo – corrompem e minam a democracia formal.

Querem um exemplo? Pois bem: por trás da discriminatória Lei de Cotas que institui o obrigatoriedade do aproveitamento de negros e pardos nas universidades públicas, atendendo a grupos empenhados em acirrar o preconceito racial como forma de luta de classes está dedo de quem?

Quem é o mentor da lei de incentivos fiscais na área da cultura (hoje, lei Rouanet), responsável por elevado índice de malversação dos recursos oficiais; pela expansão de “castas culturais” parasitárias viciadas em mamar nos cofres públicos e pela substituição da obra de arte pela propaganda ideológica e a predominância do pensamento totalitário nas produções culturais, deflagradora da permanente crise de criatividade nacional?

E quem, subserviente às esquerdas de todos os matizes, esteve por trás do reatamento das relações diplomáticas do Brasil com a miserável Cuba de Fidel Castro, o mais empedernido e sanguinário ditador da América Latina em todos os tempos, responsável pela transformação da ilha numa vasta prisão e pela morte direta de 120 mil cubanos?

E quem, na certa para demonstrar independência em face dos militares de 64 (aos quais obedeceu como um vira-lata), rompeu relações diplomáticas com a China Nacionalista (Formosa) e as restabeleceu com a velha China Vermelha, ao lado de Cuba e da Coréia do Norte, a mais pétrea ditadura comunista em vigência?

E só para não ir mais adiante neste rol de iniqüidades: quem, para preservar os interesses espúrios de Lula no seu primeiro mandato, procurou dificultar por todos os meios à instalação da CPI do “Mensalão”, justamente o inquérito que cassou o mandato de Zé Dirceu, o segundo homem na hierarquia do governo petista?

Resposta: José Sarney, o impostor que se finge de ofendido diante das graves acusações que lhes são imputadas, figura magna que corre atrás de Lula, seu parceirinho, para salvaguardar míseras regalias e adiar uma queda que moralmente já se deu aos olhos da Nação.

(Adendo final: Figura de pantomima, mas, sobretudo, personagem nocivo à vida pública brasileira, Zé Sarney está a merecer de algum autor teatral entrecho de uma farsa trágica. Não precisa, naturalmente, para fazê-la, ser dramaturgo da estatura de um Gogol ou de Antonio José da Silva, o Judeu. Seria pedir demais, claro. Para a tarefa, um entremez circense de autor do porte de Gugu Olimecha já dava para quebrar o galho. E não deixaria de ser curioso ver um tipo ladino, capaz das mais incríveis estripulias, impostar a virtuosidade do Eremita Simão. Ou mesmo, de forma melancólica, ver o personagem burlesco levar adiante o trabalho sujo do poder (esquerdista) para, logo depois, por ele ser execrado. Sim, poderia render bom caldo!

Mas, enquanto este momento não chega, o certo será o nativo mover ação pública contra este mau político que, na Presidência do Senado, afirmando servir à Nação, dela se serve há décadas, atingindo-a profundamente. Se possível, com urgência!).

Briga de Cachorro Grande


Do blog do Noblat 04-08-2009

Renan insinua ligação de Simon com negócio suspeito

O senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB, deve uma explicação ao país depois do bate-boca que travou ontem à tarde no Senado com seu colega Pedro Simon (PMDB-RS).

Confiram no trecho abaixo que corresponde às notas taquigráficas da sessão do Senado:

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – Não entende por que ainda estou lá. É isso aí, e eu entendo.

O Sr. Renan Calheiros (PMDB – AL) – Não, não é isso!

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – V. Exª é um homem de governo. Eu sou um homem que normalmente estou na oposição. É difícil de se entender.

O Sr. Renan Calheiros (PMDB – AL) – V. Exª é que é um homem de governo...

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – Eu?

O Sr. Renan Calheiros (PMDB – AL) – ...depende das circunstâncias.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – Eu?

O Sr. Renan Calheiros (PMDB – AL) – Sim. V. Exª depende da circunstância.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – Qual é a circunstância?

O Sr. Renan Calheiros (PMDB – AL) – Todas.

O Sr. Cristovam Buarque (PDT – DF) – Eu fui citado e gostaria de responder.

O Sr. Renan Calheiros (PMDB – AL) – V. Exª nega, aqui, desta tribuna, tudo que faz no particular, nos escaninhos, nos debates internos. É coerência que V. Exª precisava ter que nós estamos cobrando.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – V. Exª fala em coerência!?

O Sr. Renan Calheiros (PMDB – AL) – Ô, Senador Simon, eu conheço V. Exª; os dois pesos e as duas medidas que V. Exª usa.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – V. Exª conhece a mim e o Brasil conhece V. Exª. O Brasil conhece V. Exª.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB – PI) – Srs. Senadores...

O Sr. Renan Calheiros (PMDB – AL) – Quando o senhor era Ministro da Agricultura, nós tivemos uma importação de carne aqui defeituosa. O Presidente Sarney conhece a correção de V. Exª, que é um homem honesto, mas ele não pediu o afastamento de V. Exª. V. Exª conhece a Por do Sol? V. Exª conhece a Por do Sol?

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – É impressionante...

O Sr. Renan Calheiros (PMDB – AL) – Conhece a Por do Sol?

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – É impressionante... É impressionante...

O Sr. Renan Calheiros (PMDB – AL) – V. Exª conhece a Por do Sol?

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – Realmente quando a imprensa disse que o Senador Salgado ia buscar fatos da vida de todo mundo é verdade...

O Sr. Renan Calheiros (PMDB – AL) – V. Exª conhece a Por do Sol?

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – S. Exª falou e agora V. Exª está repetindo. Esse fato a que V. Exª está-se referindo aconteceu no Ministério da Agricultura seis meses depois de eu ter saído. Eu era Governador do Rio Grande do Sul. Há um erro nisso tudo. É mentira! Quem informou a V. Exª informou errado. É mentira!

O Sr. Renan Calheiros (PMDB – AL) – V. Exª conhece a Por do Sol? Conhece a Por do Sol?

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – É mentira!

O Sr. Renan Calheiros (PMDB – AL) – Conhece a Por do Sol?

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – Essa importação de carne, esse erro que houve foi no Governo depois de mim! Eu não era mais Ministro!

O Sr. Renan Calheiros (PMDB – AL) – V. Exª está aqui falando do neto do Presidente. O País precisa conhecer V. Exª. O País precisa conhecer V. Exª.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – Eu acho que o Brasil precisa conhecer a mim.

O Sr. Renan Calheiros (PMDB – AL. Fora do microfone.) – Precisa conhecer V. Exª. O País conhece a mim. O País conhece as minhas vísceras.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS. Fora do microfone.) – A V. Exª o Brasil conhece.

O Sr. Renan Calheiros (PMDB – AL. Fora do microfone.) – Eu abri minha vida pública. V. Exª precisa ser conhecido pelo Brasil.

Fica clara a insinuação de Renan de que Simon teve algo a ver com uma importação suspeita de carne durante o governo do então presidente José Sarney.

Simon se refere à importação como "um erro" cometido quando ele já havia saído do Ministério da Agricultura e era governador do Rio Grande do Sul.

Como autor da insinuação, Renan deveria se sentir obrigado a esclarecê-la. Do contrário passará por mentiroso, chantagista e manipulador de informações.