terça-feira, agosto 30, 2011

Mais Um Que Se Vai


Faleceu nesta segunda-feira, em João Pessoa, o escritor, músico e velho companheiro das lides do Teatro do Estudante da Paraíba, Sevy Falcão. Sevy sofreu um AVC e estava internado no Hospital de Trauma da Capital. O desenlace ocorreu por volta das 11h30. Vai em paz, companheiro que eu já chego para umas farrinhas daquelas aí no Bar de São Pedro. HC

segunda-feira, agosto 29, 2011

Coração Apertado


Meus Caros Amigos

Vocês devem ter percebido que o Blog anda meio aos trancos e barranc
os. Agrado aos colaboradores e amigos de sempre que tentam, com seus textos levar o barco a um porto seguro. Pouco tenho feito a não ser aproveitar até os segundinhos com a minha tropinha de elite francesa por estas plagas. A contagem regressiva já foi acionada. Quarta-feira, dia 31 é a data. Dois meses que praticamente voaram. Coração doendo à medida que se aproxima a despedida. Nunca gostei de despedidas. Não sei como vou reagir, eu me conheço, tenho medo de dar vexame no aeroporto. Quer saber? Pouco se me dá. Eu choro mesmo. A última vez que o meu filho Trajano esteve aqui foi há sete anos. Naomi, a mais velhinha tinha então um ano e meio, hoje é essa linda mocinha. Será que vou ter que esperar tanto tempo novamente? Vocês acham que eu viverei outro tanto? É pra matar o véio. Abaixo algumas fotos dos meus amores.

Existe ou não razão para essa angústia? HC

A Frase do Dia



'Por debaixo dos pano'


José Virgolino de Alencar

Antônio Barros é um excelente compositor de música nordestina, do forró legítimo, perfeitamente integrado no que de melhor existena música popular brasileira. Sua discografia é imensa, variada e eclética, com destaque para as que cantam o São João do Nordeste, muitas delas gravadas por Luis Gonzaga, Elba Ramalho,Trio Nordestino, Marinês e outros importantes cantores. Tendo como parceira a sua esposa Cecéu, mais boas melodias saíram da fornalha da dupla, como “Homem com H” e “Por debaixo dos pano”, ambas consagradas na voz de Ney Matogrosso.

Ao lembrar da música “Por debaixo dos pano”, uma irônica e satírica observação sobre o que se faz no Brasil em muitos segmentos dos negócios, políticos e sociais, mostrando a característica de agir “por debaixo dos pano”, ou seja, dar aquela empurradinha no lixo, escondendo debaixo do tapete, pois bem, ao pensar na música, vi a semelhança do que ela diz com o que ocorre em nosso país.

Em Brasília, centro nervoso do país, onde pulsam os procedimentos aéticos, imorais, pouco dignificantes para uma nação, encontramos os maiores exemplos da lixeirada posta embaixo do tapete e das negociatas, tramóias, desvios de dinheiro, tudo “por debaixo dos pano”.

Toda semana, como num verdadeiro seriado, que poderia chamar-se “Serial Corruption”, é encenado um capítulo da endêmica, ou epidêmica já, prática que transforma a Capital Federal na corruptolândia. Graças à vigilância da imprensa, que levanta “os pano” da corrupção, se tem revelado episódios escabrosos, onde a criatividade dos meliantes, escondendo dinheiro em cuecas, em meias, nas braguilhas e nos bolsos mesmos, deixam estupefatos os brasileiros, cidadãos trabalhadores, que pagam impostos e veem o dinheiro escorrer pelos dutos da propina e do conluio, enquanto os fatos e notícias da sujeira vão para “debaixo dos pano”.

Quanto mais o tempo passa, quanto mais se muda de gestores, mais a mudança que vemos é o aumento da bandalheira, a ocorrência com maior freqüência de casos que estarrecem a opinião pública.

Embora estarrecedores, deixa maior perplexidade a reação das autoridades, seus discursos, suas medidas anunciadas, todas na contramão da ética e da moral, querendo convencer, no grito, que estão adotando as providências corretas.

O que nos deixa mais pasmos ainda é a acomodada aceitação da sociedade brasileira, a inércia diante dos fortes ventos da corrupção, parecendo que a opinião pública está anestesiada, apática, ou até mesmo encarando como normal todo esse contexto de ostensiva afanação do dinheiro do erário.

Os autores das patranhas desfilam por Brasília, não se acanham de botar a cara na televisão e afirmar que não existe nenhuma verdade nos fatos denunciados, embora a imprensa mostre imagens, documentos, testemunhos de gente de dentro que, flagrado com a boca na botija, quer limpar a imagem entregando os companheiros.

As informações mais convincentes sobre as bandalheiras saem exatamente de gente envolvida, confessando os crimes e dando pistas para apurações sérias, objetivas e as consequentes penas. Se aqui fosse um país sério nessa vertente constituída pelos seus políticos.

Apesar dos testemunhos que vêm das entranhas do próprio sistema, onde há uma nítida briga de foice e um claro fogo amigo, a autoridade que substitui o auxiliar defenestrado se desmancha em elogios ao antecessor, coloca-o nas alturas da moralidade, e aí é de se perguntar por que o sujeito foi chutado, se era tão competente e perfeito.

Nesse enredo triste, desse seriado de petralhadas, só uma verdade fica zoando na cabeça do brasileiro. A sujeira cada vez aumenta mais e cada vez mais vai na trilha da música de Antônio Barros e Cecéu: escafede-se “Por debaixo dos pano”.

DO BLOG NETPAGE - VIRGOLINO DE ALENCAR

Quem nasceu primeiro, o ovo ou o McChicken?




Téta Barbosa



Todo ano era assim: papai e mamãe no banco da frente e nós três no banco de trás.

Destino? Exposição de animais!

A única época do ano para se ter contato com bichos de verdade (além dos da TV e dos de pelúcia).

Animais com cheiro (a maioria ruim), barulho, pelos, movimentos (sem pilha).

O Parque de Exposição do Cordeiro recebia, todo ano, cavalos, bodes, vacas, galinhas.

Sendo de família de classe média, não tínhamos fazenda, nem tio rico criador de bois, nem casa de campo. Então, essa coisa de capim e estrume, só na Exposição de Animais mesmo.

Apesar da lembrança cheia de recordações felizes da infância, eu odiava. Tinha medo dos bois, detestava o cheiro dos bodes, tinha pavor de pegar nas galinhas. Mas foi lá que aprendi que a carne do hambúrguer do McDonald’s não sai milagrosamente de uma máquina fazedora de sanduíches, e sim de uma vaca.

É, a educação às vezes pode ser bem traumática.

Por falar em trauma, a Exposição de Animais é responsável pelo maior trauma da vida do meu irmão caçula, Kaká. Porque foi de lá que veio Magaiver, o pinto!

Certo ano, cada um de nós ganhou um pinto. O meu morreu de fome (porque eu tinha medo de chegar perto, inclusive para alimentar). O da minha irmã morreu esmagado de tanto abraço e beijo (sim, é possível morrer de amor). Mas o de Kaká, não.

Magaiver, o único pinto sobrevivente, cresceu forte e bonito. Morava numa caixa de televisão na área de serviço.

Magaiver ignorava o fato de que vivia num apartamento em Boa Viagem e, sem se preocupar com vizinhos nem com a convenção do condomínio, cantava todo dia às 5 da manhã! Uma belezura.

Um dia, minha mãe decidiu que estava na hora de Magaiver virar almoço e, enquanto Kaká estava no Colégio, Magaiver foi para panela. Sem ter a exata noção de quantas horas de terapia isso iria custar no futuro, ela não avisou nada e o pobre do Kaká comeu e repetiu a galinha guisada.

Não culpemos Dona Bete!

- No passado não tinha esse pantim de trauma, diz ela. Isso é coisa de hoje em dia.

Deixemos os dilemas familiares de lado para anunciar a notícia que trouxe a tona a breve vida de Magaiver:

O Parque de Exposições do Cordeiro vai virar um Shopping!

Com lojas, ar condicionado e piso brilhante.

E agora? Como é que Kaká vai ensinar aos filhos dele que galo canta, e tem pena, e tem cheiro e...pode virar almoço?

Pelo jeito, vai ter que ir ao McDonald’s, pedir um McChicken e mostrar a foto de Magaiver!

E viva o progresso!

Téta Barbosa é jornalista, publicitária, mora no Recife e vive antenada com tudo o que se passa aqui e alhures. Ela também tem um blog - "Batida Salve Todos" de onde pedimos emprestado este texto.





domingo, agosto 28, 2011

CANTATA BRUTA

W. J. SOLHA

O maestro Eli-Eri Moura convocou – há coisa de um mês - cinco outros pesos pesados da música erudita paraibana, compositores integrantes do Grupo Compomus – Marcílio Onofre, Didier Guigue, Wilson Guerreiro, Valério Fiel da Costa e José Orlando Alves - para a criação coletiva de uma cantata sobre a violenta vida contemporânea, a partir de uma seleção de histórias integrantes d´A Gigantesca Morgue, série de 126 minicontos que faz parte de minha História Universal da Angústia (Bertrand Brasil, 2005). Para tanto, terá orquestra, coro, atores e solistas disponibilizados pela FUNJOPE – Fundação Cultural de João Pessoa, estreia marcada para 29 de outubro, reapresentação no dia seguinte.

A GIGANTESCA MORGUE
Leonardo da Vinci aconselhava artistas plásticos principiantes a conhecerem, evidentemente, o que os mestres já haviam alcançado em sua área, mas fazia recomendação específica: a de que, em seguida, observassem a Natureza, sem intermediários. Fiz as duas coisas, como pintor. Como ator. E escritor. A Verdadeira Estória de Jesus, A Canga, Zé Américo Foi Princeso no Trono da Monarquia e Shake-up são meus livros “livrescos”. Mas foi a partir da vida que trabalhei em Israel Rêmora, A Batalha de Oliveiros, Relato de Prócula e (a sair em meados de setembro) Arkáditch. Leonardo sabia o que estava dizendo: o mundo, a Natureza tem sua própria estética. Flores, pavões, faisões e crepúsculos têm, quase sempre, cores deslumbrantes. As formas de um tubarão, de um cavalo árabe, de uma bela mulher nua... são irretocáveis. O mesmo ocorre com as “narrativas” da vida. Hemingway adquiriu seu estilo enxuto ao trabalhar como repórter. E foi em reportagens de jornais e revistas que li algumas das mais contundentes, comoventes, impressionantes histórias de minha vida. Daí que, um dia, resolvi colecionar os melhores relatos de violência encontrados em revistas e jornais, retrabalhando-os imediatamente como contos, juntando um total de mais de mil deles, em dez anos. Foram os Contos Reais, que publiquei semanalmente no jornal O Norte, durante bom tempo. Deles, escolhi cento e vinte e seis, quando montava minha História Universal da Angústia, para completar um universo que envolvia somente velhas épocas, como em minhas versões do Hamlet, Édipo, dos Gracos, das lendas do rei Saul e de Parsifal.

TÉCNICA UTILIZADA
Os verbos, nas reportagens, estão quase sempre no passado. Eu os trouxe, sempre que pude, para o presente. E elas têm o máximo de detalhes, para não deixar perguntas, observada a regra de ouro O que, como, quando, onde, por que? Já o conto tem como pressuposto o máximo de essencialidade. Como a escada, ele é o caminho mais curto entre o nadir e o clímax de um evento a ser contado. Também como uma escada, ele não pode ter degraus sobrando nem faltando. Daí que minhas 126 histórias ocupam apenas 74 páginas, uma média de 0,59 página cada uma. Mais importante, porém, é a fuzilaria de fatos brutais na mente do leitor, o que só é possível pela brevidade com que são passados... e pelo acúmulo deles. O efeito da primeiro, lido, é um. O do décimo, outro. O do centésimo...

ELI-ERI MOURA
Já tive muitas parcerias com ele. Doutor em composição pela Universidade McGill, no Canadá, junta impressionante criatividade e domínio absoluto da música, a uma extraordinária operosidade (eu já o vi desmaiar de estafa). E completa-o permanente serenidade, bom humor constante. Fez, para mim, as trilhas sonoras de minhas peças A Bátalha de OL contra o Gígante FERR e A Verdadeira Estória de Jesus, fiz para ele o texto complementar de seu belo Réquiem Contestado, os versos de Os Indispensáveis, o libreto de sua ópera armorial Dulcineia e Trancoso, mais o da operinha bufa Os Reis Simultâneos.

É a primeira vez, no entanto, que o vejo – com seus outros cinco notáveis parceiros – trabalhando diretamente sobre textos em prosa.






sábado, agosto 27, 2011

Cadê o homem?

E esse Kadafi que ninguém acha! Deve estar bem longe da Líbia a essas horas. Ouvi falar que ele se encontra escondido no sertão da Paraíba desde a semana passada. Foi sentar praça na Polícia de Cajazeiras. HC

Pretendemos instaurar, acolhendo várias sugestões, um competente concurso pra saber onde se encontra o biltre. Vamos lá, pessoal. Cartas à redação. O prêmio será uma viagem de ida e volta com acompanhante, pelo próprio quintal.
Alea jacta est. "Caroço de jaca nunca foi sabonete"!
Hugão

sexta-feira, agosto 26, 2011

VIDEO DO DIA

Material colhido na Internet (You Tube) sobre o amigo e colaborador W.J. Solha. Imprescindível assistir ao clipe. HC


A Frase do Dia

"As falsas severidades desgostam tanto como as devassidões verdadeiras"! Eça de Queiroz

da Coluna do Moacir Japiassu

Obrigado, presidentA Dilma!

Calçada da Fama - Da leitora de O Globo, Maria Cristina Duarte de Faria

"Agradeço à presidentA Dilma por vetar o aumento aos aposentados, pois eles não precisam de aumento, não pagam luz, gás, aluguel, remédios, etc., como todas as outras categorias.

Tudo lhes é dado gratuitamente, ao contrário de parlamentares, juízes, ministros, etc., que têm de trabalhar duro para conseguir o pouco que têm.

Aposentado só trabalhou por 30, 35 anos, descontando durante esses anos todos para uma Previdência que hoje o acha culpado de todos os males.

Aposentado vive de teimoso, pois já não se precisa mais dele, agora que não trabalha mais; é um vagabundo e só serve para o Imposto de Renda. Além disso, a única greve que os aposentados podem fazer é a de não mais morrerem e entupirem um pouco mais os hospitais públicos, com suas doenças.

Cordiais saudações, presidentA Dilma. Nós, os aposentados, agradecemos seu carinho e respeito.'

quinta-feira, agosto 25, 2011

RELIGIÃO & CARÁTER


Ateus espalham outdoors polêmicos em Porto Alegre

FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE

"Religião não define caráter." "Somos todos ateus com os deuses dos outros." Com mensagens como essas, outdoors elaborados por uma associação que reúne ateus começaram a ser espalhados por Porto Alegre.

O objetivo, segundo a entidade, é combater o preconceito contra quem não acredita em nenhum deus.

A campanha já vinha sendo realizada em diversos países, com anúncios em ônibus, há dois anos.

No Brasil, a Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos diz que empresas de transporte de Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e São Paulo rejeitaram a proposta de publicidade, feita no final do ano passado.

Os motivos alegados eram desde conteúdo ofensivo até o veto a mensagens que estimulem a "discriminação de credo". "Chegamos a contratar o serviço. Mas, na última hora, disseram que não ia rolar", conta o presidente da entidade, Daniel Sottomaior.

A solução encontrada foi usar os outdoors convencionais. Quatro já foram fixados por ruas da capital gaúcha. O gasto, estimado em R$ 7.000, foi bancado por doadores da entidade. Porto Alegre é a primeira capital no país a receber a iniciativa. A expansão para outras cidades vai depender de mais doações.

A campanha gerou polêmica em outros países. Na Inglaterra, em 2009, foram publicadas mensagens dizendo: "Deus provavelmente não existe". A associação brasileira diz que a iniciativa busca a "igualdade plena" entre ateus e religiosos.


do Blog do Moacir Japiassu


Salgadinho grátis e teatrão de Dilma encantam imprensa esportiva:

“Problemas” da Copa acabam de desaparecer

por Redação Mídia@Mais em 30 de julho de 2011 Opinião - Brasil


Sorteio da Copa. Grande mídia vê uma inexistente
dissociação do governo federal e os cartolas do
futebol (foto Gazeta Esportiva)


Não há nada mais fácil que ludibriar alguém que está ansioso por ser ludibriado: nada mais voluntariamente ingênuo que a imprensa esportiva brasileira, lançando olhares de súplica na festa da FIFA para a Copa de 2014 financiada com o dinheiro dos contribuintes brasileiros. Bastaram 3 palavrinhas bonitas da presidente para que os jornalistas sentenciassem: “divórcio entre o governo e a CBF”. Só falta agora cancelar todas as benesses fiscais e a farra com verba pública, ordenar que os congressistas do PT assinem uma CPI para investigar Ricardo Teixeira e – antes tarde do que nunca – liberar o espaço aéreo brasileiro outra vez.

Chega a ser patético. Veja abaixo algumas das reações da imprensa esportiva à presença de Dilma na festa do sorteio das eliminatórias para a Copa no Brasil:

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, dirigiu-se apenas formalmente ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, durante o pronunciamento que abriu a cerimônia do sorteio das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2014, na Marina da Glória, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Dilma não deu bola para Havelange. Foi fria com Teixeira e Blatter, deixando claro que a partir de agora será cada um por si. Acabou a camaradagem dos tempos de Lula com a Fifa e a CBF.

A presidenta Dilma Rousseff terá uma sala reservada antes, durante e depois do sorteio dos grupos das Eliminatórias para a Copa do Mundo. Segundo informação do portal UOL, ela pretende evitar qualquer contato com Ricardo Teixeira durante a cerimônia, que será realizada na Marina da Glória, no Rio de Janeiro.

É natural que certos jornalistas engasguem com o excesso de salgadinhos de uma festa como aquela. Convém lembrar, contudo, que:

Nesta quinta-feira, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 272 votos contra 76, a Medida Provisória 527/2011, que institui a ladroagem sem risco de vigilância e sem cadeia na gastança com a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.

Bem, política é apenas mais um assunto a respeito do qual 99% dos jornalistas esportivos brasileiros não sabem coisa nenhuma – futebol costuma ser outro...

quarta-feira, agosto 24, 2011

Acima da Constituição


Decisão do TRF beneficia José Sarney, que recebe supersalário de R$ 62 mil

Publicada em 24/08/2011 - O Globo (opais@oglobo.com.br)

RIO - A decisão do presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª região (TRF-1) que derrubou a liminar que determinava que os salários dos servidores dos três poderes não podem ultrapassar o teto constitucional beneficiou o próprio presidente do Senado, José Sarney. O acúmulo de vencimentos de
Sarney chega a R$ 62 mil reais, quase o dobro dos R$ 26,7 mil que recebem os ministros do Supremo Tribunal Federal e que equivalem ao limite determinado pela Constituição para o funcionalismo público.

O Tribunal de Contas da União (TCU) estima que a administração pública federal tenha tido prejuízo de R$ 157 milhões em 2009 com os supersalários, sendo que R$ 11 milhões teriam sido pagos para 464 servidores do Senado.

De acordo com o site Congresso em Foco , o supersalário do presidente do Senado se deve aos R$ 26.700 que ele recebe pela Casa e mais duas aposentadorias acumuladas. O site afirma que, segundo o Ministério Público, o presidente do Senado recebe as aposentadorias como ex-governador do Maranhão e como servidor do Tribunal de Justiça do estado. Em 2009, a Folha de São Paulo mostrou que as duas aposentadorias rendiam a Sarney R$ 35.560,98 por mês, em valores de 2007. Como hoje o salário de senador é de R$ R$ 26.723,13, a remuneração de Sarney seria agora de pelo menos R$
62.284,11, afirma o Congresso em Foco.

A liminar foi derrubada após o próprio Senado ter entrado com um recurso para que os salários dos seus servidores não fossem limitados ao teto do funcionalismo público. Além de Sarney, a reversão da liminar da Justiça Federal deverá beneficiar a secretária-geral da Mesa, Claudia Lyra.

Em junho, ação movida pelo Ministério Público levou a Justiça Federal a suspender pagamentos a servidores da União e do Senado Federal superiores ao valor do teto , mesmo quando os valores extras sejam por gratificações, comissões ou horas-extras. Na ocasião, o juiz Alaôr Piacini, do Distrito Federal, ressaltou que apenas alguns benefícios podem ultrapassar o teto na soma com o
salário, como auxílio-alimentação, auxílio-moradia, gratificação natalina e adicional noturno.

Coincidência ou não, ao derrubar a liminar, o desembargador Olindo Menezes usou, para justificar a liberação dos supersalários, o mesmo termo do texto da Justiça Federal para limitálos: que a decisão atentatava "contra a ordem pública".

Na terça-feira, o procurador regional da República no Distrito Federal Renato Brill de Góes criticou a decisão de Menezes e disse que a justificativa do desembargador é "absurda e falaciosa". O procurador também considerou "risível" o argumento do presidente do TRF-1 de que a suspensão do pagamento de salários acima do teto "põe de joelhos o normal funcionamento
dos serviços públicos do Senado Federal".


E VIVA A INDIGÊNCIA!

Carlos Mello

"Nunca me entereçei muito por gramática. Mas é duro ver tantos analfabetos, com toda arrogansia, cometerem o assacinato da língua portuguesa. Concerteza esse problema não é de hoje. Senão me falha a memória, essa agressão à gramática sempre vouta, e cada vez mais forte. Por que tanto interesse em esecutar a própria língua materna? Se isso se passace em uma nação esterna, tudo bem. Mais é aqui dentro que isso ocorre. E hai de quem reclamar. Não é deficio que derrepente seja taxado de elitista."

Vocês podem não acreditar, mas todos os erros crassos que compõem esse breve texto foram retirados de comentários de leitores postados em vários blogs da Internet. E ninguém parece estar preocupado com isso. Parecem dizer: por que a língua deveria ser melhor do que o país? É triste.

terça-feira, agosto 23, 2011

Perguntinha mais que Impertinente







X




Das duas caras de paisagem, quem cairá primeiro - O Kadafi ou o Ministro serelepe Pedro Novais do Turismo!? HC

Insensatos Corações


Girley Brazileiro

Sendo D. Dilma, eu estaria sem dormir, nesses últimos dias. Pelo que vejo na mídia diária e nos contatos que tenho, rola um clima prá lá de grosso. Imagino, a toda hora, o dilema, ou os dilemas, que ela vem administrando. Como governar com uma base aliada em convulsão? Como governar com tantos auxiliares corruptos? Pense no que seja ter o PMDB como suporte maior, patinando numa pista escorregadia. Pense ainda que seu próprio partido, o PT, passa por um vexame danado metido em palpos de aranha! Os nanicos não fazem falta, são pequenos detalhes.

Veja se não tenho razão: os dois partidos mais fortes da base de sustentação do Governo são, hoje, partidos sem lideranças bem definidas. Divididos “que dá gosto”. É um puxa e encolhe de lascar. A rapaziada do PT não sabe como esconder a tal da “herança maldita” do antecessor e no PMDB o racha é, cada vez mais, exposto. Neste, metade se segurando para garantir a bolacha e a outra metade tocando fogo no circo. Que situação difícil. Para completar a Mulher não desiste da faxina – louvada pela nação séria e, sobretudo, pela oposição – criando um tremendo desconforto aos que não querem largar as tetas do Estado.

Já foram despachados três Ministros. Acredito que nesta semana que se inicia, um outro vai “dançar” também. O do Turismo. Já vai tarde, porque todo mundo sabe que de turismo ele não entende nada. Que apenas desempenha um papel político e é cercado de corruptos assessores. Não sou eu que digo, claro. Pobre de mim. É a imprensa que denuncia sem dó. Numa ação emergencial, ele próprio mandou “degolar” boa parte desses auxiliares, na semana passada. Acho que quis dar uma de correto. Sarney já disse que ele não seu afilhado. Agora, porque, se não me engano, era!

Eu só espero é que nesse imbróglio sem fim, a turma não esqueça que lá fora a crise é grande e que o Brasil não está imune. É uma questão de tempo. A Europa, na Zona do Euro, já não sabe mais o que fazer para se sustentar. Nos States republicanos e democratas travam uma luta de faca e foice, no escuro. Obama, não vai tão bem como queria gostaria ou se esperava já botou o bloco da reeleição na rua. E nós na base da “marolinha lulesca”. Que temor! Nossas reservas correm sério risco, se algo mais austero não for acionado. O Dólar entra a rodo, o Real se valoriza, os juros sobem, a dívida pública se avoluma, o Banco Central pode perder o controle e o dragão da inflação está no batente da frente. Deus nos acuda! Mas, voltando à figura de D. Dilma, confesso que estou admirado com a coragem da mulher. Ela tem sido audaciosa politicamente falando e está conseguindo confirmar seu gênio de mandatária na risca. Segura no que faz. Fiquei pasmo com a atitude dela, semana passada, em São Paulo: para apimentar a situação política nacional, “afagou” Fernando Henrique Cardoso, no Palácio dos Bandeirantes, isto é, no viveiro dos tucanos, deixando meio mundo de queixo caído. O blábláblá foi tão grande que por momentos o viveiro parecia mais com um de araras.

Sei não, onde essa coisa vai parar. Às vezes acho que a Presidente é ingênua! Será que ela não é? Digo, no domínio político, que fique claro. O que ela vem fazendo é de deixar o brasileiro pensante meio assustado. Nunca antes, na história deste país, viu-se tanta coragem. Cabeça de mulher é fogo e adora fazer limpeza. Limpe mulher, com cuidado e comece tudo de novo. Vou aplaudir!

Não votei nela, viu!

Agora, tem uma coisa, eu estou meio preocupado. Meio não. Muito. Se D. Dilma não tiver uma estratégia muito bem desenhada, essa “coisa” vai parar no ventilador. O PT não quer largar o osso. O PMDB (falo daquele fisiológico) não arreda o pé. Êita confusão danada.
Amigo meu, assessor parlamentar em Brasília, garantiu-me que a tensão é grande, na Praça dos Três Poderes. Tem “muvuca” parlamentar (ou prá lamentar?) em todas as superquadras residenciais. Até pizza já serviram, numa delas. Muito apropriado, por sinal. Ninguém faz mais nada, salvo esperar novas denuncias e novas quedas.

Tomara que essa confusão passe e a vida volte ao normal. O Brasil não merece um retrocesso, nem esses "insensatos corações" governantes.

Do Blog do GB

Rolando na Rede


No que o Brasil foi muito, muito bom!

Presídios da época da ditadura militar:

Falem o que quiserem, mas os presídios da época da ditadura militar, eram muito bons.

Existem comprovações irrefutáveis de que, eles sim, recuperavam os presos daquela época.

Deveriam servir de exemplo para o mundo. Nenhum país e nenhum modêlo prisional conseguiu reabilitação dos presos como por ocasião da ditadura no Brasil.

Orgulho exclusivo do BRASIL.

Entraram: terroristas, assaltantes de banco, sequestradores, guerrilheiros, torturadores, fraudadores, ladrões, assassinos e líderes sindicais;

Sairam: vereadores, prefeitos, deputados, governadores, senadores, ministros e até dois presidentes.

Brasil, vai ser competente assim na P.Q.P.

segunda-feira, agosto 22, 2011

NÓS, BICHOS DO MATO.


Algumas verdades sobre essa tal qualidade de vida que a gente pensa que vai encontrar quando resolve morar na roça.

(Despachado de um sítio remoto no Vale do Paraíba)






A
belhas, marimbondos, besouros e todo tipo de insetos zumbidores e mordedores adoram condicionador de cabelo. São fissurados por cremes hidratantes. Têm tara por bronzeadores. Não importa se os produtos são florais ou tutifruti (seus preferidos, logicamente) ou à base de leite de cabra; todos, sem exceção, atraem uma nuvem de bichinhos enlouquecedores em vôos rasantes que muitas vezes terminam de forma camicase no alvo mais próximo – que tanto pode ser o decote da gente quanto o ouvido. Alguns existem especializados em adentrar as narinas da criatura desavisada que se pôs ao sol, crente de que ia apenas pegar uma corzinha, enquanto secava o cabelo ao vento.

Joaninhas multicoloridas como nos desenhos animados, pequenos seres tão úteis à lavoura, esquecem-se de que sua dieta deve consistir exclusivamente de pulgões malfeitores e atiram-se em bandos sobre a cabeça molhada da alienígena, deixando bastante claro que são as donas do pedaço. Para não provocar um desequilíbrio ecológico, a gente acaba concordando com a mensagem sub-reptícia: cada um deve ficar no seu lugar. E o seu lugar é o banheiro, usando o secador elétrico e gastando kilowatts preciosos, exatamente como faria se ainda estivesse na desumana cidade grande, em vez de ser uma privilegiada que largou tudo e foi morar no mato.

Viver junto à natureza não é a moleza que a gente imagina quando faz as malas e pega a estrada para se instalar – finalmente! – no que foi, durante anos e anos, um mero refúgio dos fins de semana. Sábados, domingos e feriadões, por mais numerosos que tenham sido, não preparam ninguém para o que vem por aí. E hordas de insetos hostis atraídos pelo aroma de cosméticos naturais só não são o menor dos incômodos porque existe um tal de maruim, mosquitinho quase microscópico capaz de produzir no seu corpo – livre, leve e solto, exposto aos elementos – inchaços monumentais dolorosíssimos que nenhuma plantinha milagrosa consegue aliviar.

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Claro, o mundo alado também nos presenteia com compensações encantadoras. Já fiquei um tempão esquecida do que estava escrevendo no computador porque uma borboleta fascinada pela tecla g nela se instalou esfregando as antenas de satisfação. Já persegui (no bom sentido) beija-flores frenéticos que entram em casa e não conseguem encontrar a saída por conta própria. Já me dispus a defender com a própria vida, qual ecologista tresloucada, ninhos de coleirinhas contra gaviões mal-intencionados. Já salvei a vida dos mais variados tipos de pássaros bisbilhoteiros que desconhecem a traiçoeira ilusão dos vidros e se precipitam contra as vidraças. Já aprendi a distinguir pelo rufar de asas quando o intruso é mera andorinha ou exige que se chame um homem para expulsá-lo, porque nem morta chego perto de um morcego (e não adianta os entendidos garantirem que ele tem mais medo da gente do que nós dele – no meu caso, isso não é verdade).

Em menos de seis meses de vida no campo descobri que essa aberração da natureza (um rato que voa!) é, disparado, um dos animais menos ameaçados de extinção. Certo dia, num final de tarde preguiçoso, observando a cumeeira da casa, parei de contar quando o vigésimo segundo morcego deixou o aconchego do forro e voou para a mata em frente. Pelos meus cálculos, devemos hospedar uma colônia de proporções suficientes para polinizar uma área do tamanho de dez campos de futebol. Considerando-se tal superpopulação, até que suas andanças noturnas no telhado são discretíssimas; mal comparando, o barulho parece o de bolinhas de gude rolando por cima da nossa cabeça – chato, mas não especialmente enlouquecedor.

Fora isso e o encantador pio das corujas, poucos sons quebram o silêncio das noites estreladas. É bem verdade que, se é época de lua cheia você deve se preparar para ouvir – lá por volta da meia-noite e até as duas da manhã, mais ou menos – o canto estridente e sem um pingo de imaginação de certa ave noturna cuja identidade permanece um mistério, já que uma dúzia de nativos consultados a respeito forneceu uma dúzia de nomes impronunciáveis e descrições diversas. Sei com toda certeza que se trata de bicho deserdado pela sorte: nasceu pássaro e tudo que consegue emitir são dois gritos agudos seguidos, sem um pingo de talento melódico. Mostra-se, portanto, enganosa a teoria que nós, gente urbana, acalentamos sobre a sabedoria cabocla e o esplendor da vida animal.


Igualmente ilusória é a imagem ideal de deitar numa rede olhando aquele ceuzão e ouvindo os grilos. Quanto à rede e ao ceuzão, perfeito. Acontece, porém, que o som dos grilos é incompatível com o ouvido humano. Foi suficiente que um – apenas um – se instalasse no ponto mais recôndito das telhas da sala gritando feito um alucinado para que essa cruel realidade me atingisse em cheio. O bicho simplesmente não pára de ... sei lá que nome se dá para sua barulheira infernal, mas definitivamente não é um mero cri-cri. Cigarras, pelo menos, diz a lenda, cantam até estourar. Grilos não cantam. Não estouram. Não nos dão um segundo de paz. Pior: não há habilidade ou esperteza citadinas capazes de localizá-los quando resolvem se esconder para mais comodamente destruir nossa sanidade mental.

Traiçoeiros, não se manifestam durante o dia. Só vão dar o ar da nossa desgraça quando é tarde demais para conseguir ajuda. E não recuam diante de qualquer adversidade. Por mais impiedosamente caçados que tenham sido numa noite, lá estarão, no mesmíssimo lugar (sempre, fora do alcance das nossas mãos ou mesmo de uma escada Magirus) nas noites seguintes. Felizmente, a experiência mostrou que no final do verão vão berrar noutra freguesia. O que nos deixa todo tempo do mundo para enfrentar aquelas formiguinhas que parecem se reproduzir por geração espontânea. Surgem do nada, às dezenas, em cima da mesa e em especial na pia da cozinha e no fogão – não importa quão limpos e desinfetados estejam. Você olha para o campo de batalha e não há sinal da inimiga; pisca, e lá estão elas, indomáveis, tão diabolicamente sorrateiras e ardilosas que se instalam no seu bem mais precioso: as panelas – hermeticamente fechadas, é bom esclarecer – com o que você imaginou seria o seu almoço.

Casca de pepino no batente da janela afasta as desgraçadas”, apiedou-se o caseiro. Ôba!, temos pepino na horta. Funciona. O grande pepino é que a temporada do pepino acaba e a da formiga continua. Agora, a solução são galhos da preciosa alfavaca cultivada com todo carinho para fins mais nobres. Vão-se as alfavacas e ficam as formigas. Intrépidas, resolutas, resistentes, enquanto lhes dá na telha. “A senhora está reclamando, mas pelo menos essa formiga a gente vê”, alerta o agora cheio de autoridade caseiro. “Pior é a quenquém, que vem por baixo da terra e a gente só nota quando o estrago está feito.” Palavras proféticas. O estrago das quenquéns fez meu coração sangrar menos de uma semana depois.

Meus gerânios europeus (aqueles que caem em cascatas dos balcões de todas as casas de campo alemãs), meu gerânios europeus, escolhidos a dedo por resistirem às geadas, que por aqui são brabas; meus gerânios europeus, plantados com arte numa seqüência ton-sur-ton; meus gerânios europeus estavam reduzidos a um picadinho verde bem mastigado e mal digerido. Sendo desgraça pouca bobagem, botões de rosa natimortos pendiam melancolicamente dos galhos, hecatombe esta de exclusiva responsabilidade de um tipo de abelha que o pessoal local chama de aripuá e não tenho intimidade com você para contar de que eu chamo. Mal refeita desta iniquidade, percebi que as folhas dos lírios japoneses, vigorosas na véspera, antecipando uma florada exuberante, pareciam renda filé. Que, como renda, é linda, mas como folha de lírio japonês prenuncia desastre irreparável. Culpa de quem? Do apetite de milhões de lagartas pretas listradas de amarelo. Lindas também, mas monstruosas quando caem de amores pelos lírios japoneses da gente.


(No próximo capítulo você vai ver
do que são capazes galinhas,
lontras e plácidas vaquinhas.)

Do site - http://antesqueeumeesqueca.weebly.com/vida-no-mato.html.
da jornalista Márcia Lobo.





domingo, agosto 21, 2011

GÊNESIS E EXIT DE JOSÉ BEZERRA CAVALCANTE

W. J. Solha

Primeiro:

Assisti, no Festival de Cinema de Brasília de 2002, a um filme de intensa beleza – “Desmundo”, de Alain Fresnot, fotografia de Pedro Farkas – no qual conheci o Brasil recém-descoberto, dotado de um idioma que exigiu legendas pra tornar o diálogo inteligível. Bem. Os bons poemas de José Bezerra Cavalcante, superpopulados de expressões datadas por Joaquim Osório Duque Estrada e José Pedro Xavier Pinheiro - como fúlvido, incunábulo, paramento, fulgor, cimalha, cincerro, ganga, cítara – remetem-me a uma época bem mais recente que a do Descobrimento, mas ainda não nossa: a da criação do Hino Nacional e da primeira tradução brasileira de “A Divina Comédia”.

Segundo:

Parece-me que há sempre uma parte maior que o todo em toda obra de arte. Por isso todo mundo conhece a abertura – ou “protofonia” – não a ópera “O Guarani” do Carlos Gomes, o “Aleluia”, mas não o “Oratório Messias” de Haendel, a “Ária na Corda Sol”, mas não a “Suíte no. 3” de Bach; e por isso poucos se lembram do que há no teto da Sistina, além da Criação do Homem; e por isso poucos sabem o que Euclides da Cunha fez, além de “Os Sertões”; e por isso o Youtube está cheio de cenas que ganharam vida própria fora dos filmes de que fazem parte, como a corrida de quadrigas do “Ben-Hur”, o duelo de banjo e violão de “Amargo Pesadelo”, o monólogo de Corisco em “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, o ensopado de botinas de Carlitos, em “Corrida do Ouro”, etc, etc.

Bem: do mesmo modo ressaltam-me, no “Rescaldo” de José Bezerra Cavalcante, suas duas partes finais, na verdade uma só – “Origem” e “Fim” - justamente porque aí há o encontro do épico mais a linguagem do autor.

Sequência

Claro que JB Cavalcante domina o ofício e também conhece o dístico de Delfos

– “Conhece-te a ti mesmo”. Começa o poema “Sala de Espelhos” com este verso:

Vejo em volta. Não me encontro.

Em “Crepúsculo”:

Os horizontes me limitam
e tumulam.

E o que é ele? Seus sonhos, como declara em “Voos caem”:

Os sou retroagindo às funduras do tempo.

Lembro-me de que, há anos, um colega do Banco do Brasil, ao cruzar por mim na calçada da Bica, disse ao filho pequeno, mostrando-me:

- Eis um animal em extinção.

Acho que também é como JB se sente. Por que? Um trecho de sua biografia responde:

- Representou a UNE no Comitê Preparatório do VIII Festival Mundial da Juventude e dos estudantes em Helsinque, e assessorou a UIE (União Internacional dos Estudantes) em Praga.
Há um ideal tipo Doze Pares de França, Cavaleiros do Rei Arthur e de Templários resistindo, nele, suponho.

Antepassados mouros e cruzados somam os meus caminhos e pedaços.

Lembra-me o encanto que envolveu o momento em que, na entrada da adolescência, deparei-me, pela primeira vez, com A Lenda de Sir Parsifal, Percival ou Perlesvaus, aquele que partiria em demanda do Cálice Sagrado. Chego a ouvir os versos de “Ascendência”, de JB, com o coro da “Carmina Burana” de Carl Orff em bg:

Fulgem, celestes, suas armas brancas. Turgem os campos lanças, estandartes. Corcéis inquietam-se preparados e galonados para a guerra santa. Zás! Sacam-se os terçados das bainhas.

Vêm-me, à memória, também, “Os Cantos” de Pound, de certo modo irmãos dos de JB, nos feitios de Homero.

Oh geração dos afetados consumados e consumadamente deslocados

Uma série anterior de poemas do “Rescaldo” – “Onirografia” – prenuncia o clima final com seus bestiários, incunábulos, armoriais. Sinta o ritmo de galope e a majestade de epopéia quando JB diz, em “Alegorias”

Corcéis me ofuscam cintilantes e se interpõem nas minhas rotas cegas com seus paramentos cravejados. Cilhas e rabichos lantejoulantes testeiras enlaçadas por fitas multicores, peitorais encouraçados e espelhados, selas apetrechadas com lanças e adagas cromáticas, estribos ataviados com vilões fulgores, narinas espirrando forças incontidas, baba escorrendo por vazadas bocas, freios arriados e bridas volantes, soltas, vibrando resplandecentes,

Aí ressoa “A Pedra do Reino, de Suassuna, e o texto imponente de Euclides da Cunha, aquele que viu guerreiros medievais em nossos vaqueiros encourados. O poeta se desespera:

Sou os caminhos percorridos, céus e fossos, Impura pira, insacro fogo, chama inglória.

E o resto?
Compreensão:

Amanheceu, por fim. Mas anoiteceu, em mim.
E
ventre primal (...) e, fora, lousa.



sábado, agosto 20, 2011

O Sofisma interposto entre a “lei alfarrábica” e a lei natural da sexualidade...





J. P. Fontoura



Não se pode tratar esse assunto tangenciando os extremos das verdades e das mentiras, sob pena de sermos permissivos com "a devassidão sexual"...

Penso que muitos estão bestializados pelo “arcaísmo alfarrábico”, esquecidos da “lei natural”, que rege os “fenômenos” indissociáveis do “corpo e da alma” humana... ...Pois agindo como falsos – ou devassos – defensores do “gaysmo” demonstram não saber, ou não quererem saber, o significado lexicográfico do verbete “sofisma”, razão pela qual relembro:

O Aulete diz:
1 - Fil. Argumento ou raciocínio aparentemente lógico, mas na verdade falso e enganoso, FALÁCIA;
2 - Lóg. Raciocínio aparentemente válido, mas na realidade não conclusivo;
3 - P.ext. Argumento falso para induzir alguém a erro ou logro;
4 - Bras. Pop. Burla, tapeação, mentira.

O Aurélio diz:
Argumento aparente (não conclusivo) que serve ao propósito seja de induzir outrem a erro, seja de ganhar a qualquer preço uma contenda ou discussão...

O que se deveria discutir não é o "gaysmo" ou a indiscutível “união contratual”, mas o desumano segregacionismo e a raivosa homofobia, que estão embutidos nessa pegajosa discussão.

Todos, mas, principalmente, essa gente deveria se informar para saber, que, na Biologia, “sexo” significa o “conjunto de características que, nos seres humanos, nos animais e nas plantas, distinguem o sistema reprodutor, seus contrastes e suas interações (sexo feminino/masculino)”.

Saibam, também, que, na Antropologia, no ramo sociológico da Biologia Médica, o “sexo” que não for para reprodução, que tiver distorcidas suas nuances libinais, é e será, sempre, uma “anomalia congênita”, inclusive a total ausência do desejo sexual e deve ser tratado como tal, mas, em hipótese alguma, com “segregacionismo”, muito menos sofismas... ...fora isso é “libidinagem”.

A “máquina humana” não é perfeita e, no que se refere ao sexo, apresenta muitas anomalias, como por exemplo:

Homossexualismo;
Hemafrodismo;
Tara sexual;
Compulsão sexual;
Pedofilia;
Ninfomania...

...e a “zoofilia”, uma das tendências anômalas do sexo, que ocorre entre humanos... ...Imaginem, então, se esse sofístico raciocínio, de parte da sociedade, fosse válido para esta anômala tendência, sobre a qual não disserto por pudor e em respeito à causa justa!…

Portanto, ser defensor de uma “causa justa” é uma coisa, de um sofisma é outra e esse está sendo o comportamento dessa equivocada parte da sociedade, onde se encontram os “justiçosos” de ocasião… …Mas não devemos nos admirar, pois a IDIOTICE grassa solta e fagueira nos últimos dez anos… …Já nos caracterizamos como uma sociedade de corruptos, agora querem liberar a “devassidão sexual” para que recriemos uma SODOMA E GOMORRA!…

Do: http://jpfontoura.blogspot.com/



A VISITA PAPAL





Hugo Caldas



Li nas folhas que Sua Santidade, (argh) Zé Bento 16 ameaça voltar à Pindorama. A notícia ainda carece de confirmação mas o energúmeno já se encontra fazendo confusão e dividindo irmãos em Madri. Melhor botarmos as barbas de molho e saber um pouco mai
s do que a imprensa livre não comenta. O texto abaixo foi escrito ao ensejo da sua (dele) prineira visita. Creio não ser necessário acrescentar uma vírgula sequer dada a atualidade ou a desimportância do evento. Nihil Obstat: poste-se novamente. HC

Meus caros, eu vi um oceano de pessoas se ajoelhando, agitando lencinhos, imagens de santos, uma infinidade de rosários, terços, todas as vezes que Sua Santidade (sic) passeava de papamóvel ou aparecia apoteóticamente na janelinha do Mosteiro de São Bento. Ah, povinho colonizado. Ah, povinho necessitado de verdadeiros líderes. Ah, povinho sequioso de encontrar um pai, alguém que lhes mostre o caminho. É um desespero geral. Lembra muito a Russia antiga onde o Czar era chamado de "Paizinho." Mas também urge parar com todo esse desespero pois por causa de algo bastante parecido votamos (vocês votaram) em um falso líder, um anticristo qualquer, há 4 anos e deu no que deu.

Ainda temos muito medo do fogo eterno mas o Papa não está nem aí. Ele é gente como a gente. Faz cocô, xixi, e solta pum! Talvez até tenha mau hálito. Palita os dentes na frente dos outros e dá arroto. Não é santo coisa nenhuma. Se bem que ele é "assim" com os homens lá de cima. Pelo menos veio entregar um "brevet" de Santo para o Frei Galvão e se auto-intitula, "Sucessor de São Pedro e representante de Cristo na Terra." Presunção e água benta...

Na visita, quando não saía da televisão, o "Santo Padre" (sic), me lembrava muito o Silvio Santos, todas as vezes em que a TV o mostrava, com os braços abertos, girando para a direita e para a esquerda. Estava esperando a qualquer hora ele gritar com um dos seus inúmeros cardeais, "é com você, Lombardi." Ele gosta mesmo é de platéia. Questo Tedesco virou papa sabe Deus como! Seus "pratrásmentes" não o recomendam em nada.


"Joseph Ratzinger, ou melhor Bento XVI, foi incorporado ao exercito nazista logo após ter deixado a Juventude Hitlerista, (Hitler Jugend), em uma divisão da Wehrmacht encarregada da bateria de defesa anti-aérea da fábrica da BMW nos arredores de Munique. Fez o treinamento básico da infantaria sendo logo transferido para a Hungria, a fim de montar e instalar piedosas minas de defesa antitanque. Sabem vocês o que significa montar e instalar essas minas? Aqui, uma pequena amostra. "A mina antitanque M15 é armada girando-se o interruptor, de modo que fique no alto da cabeça do estopim. O estopim cilíndrico é feito de ferro e preso ao prato de pressão por uma cobertura de cobre. Quando um tanque passa sobre a mina, ele empurra o prato de pressão para baixo. Embaixo do prato de pressão, há uma mola com um pino de disparo fixado no seu lado inferior. O pino de disparo move-se para baixo dentro do disparador, que detona a carga inicial embaixo do estopim, que por sua vez detona a carga principal. Há explosivo suficiente em uma mina antitanque para destruir um tanque ou caminhão, bem como matar pessoas dentro ou próximas do veículo."

Já pensaram em ter que guardar toda essa parafernália na cabeça? Não dava nem tempo de pensar na alma dos infelizes tripulantes dos tanques inimigos. Essas almas não teriam então a mínima chance de uma avemariazinha sequer! Soldado soviético não conta, pois comunista não tem alma.

Ratzinger foi dispensado do serviço militar em novembro de 1944 por motivos de saúde, até hoje não devidamente esclarecidos, permanecendo pelos arredores até as forças aliadas invadirem a Alemanha. Entrega-se aos aliados (americanos) que ele não era besta nem nada e fica detido por curto período em um campo de concentração aliado para prisioneiros de guerra em Ulm, sendo libertado em Junho de 1945. Virou Papa da Sagrada Igreja Católica Apostólica Romana há dois anos.


Ah, antes que eu me esqueça! A angelical figura acima é o próprio Bento Ratzinger envergando o uniforme da sua divisão na Wehrmacht.

O que é a natureza!

Sonhar engorda



Téta Barbosa



Sonhos são como amigos.

Você vai com a cara do sujeito, depois trocam telefones e, quando menos espera, ele está te levando pra casa porque você está bêbado demais para dirigir.

E os sonhos vão ficando por ali, como quem não quer nada, esperando o momento certo de você chorar no ombro dele, a chance de ser seu amigo de fé, irmão, camarada.

Hoje comi um sonho (de padaria). Com recheio de framboesa e umas 30 mil calorias, mastiguei a guloseima sem dó nem piedade, enquanto esperava o voo Belo Horizonte/Recife.

Num insight momentâneo (graças ao estado dopado em que me encontrava por ter ingerido um Dramin antes de entrar no avião), decidi filosofar:

Pessoas é que devem devorar os sonhos e não o contrário!

Simone de Beauvoir ficaria orgulhosa dos meus pensamentos cobertos de açúcar (sem afeto).

- Decifra-me ou te devoro, disse eu confiante para o sonho. No que ele não respondeu (sonhos são assim, dificilmente respondem enigmas), eu devorei.

Porque, minha gente, se um dia o sonho quiser te devorar, nem adianta correr porque ele te engole sem mastigar.

E a gente é engolido diariamente e nem percebe. Pela rotina, pela pressa, pelo trânsito, pela música ruim que toca na rádio, pela ganância, pela falta de sonhos e às vezes, mas só às vezes, pelo excesso deles.

E ainda dizem que o ser humano não tem predador natural! Eles estão aí, por toda parte, te devorando como uma sobremesa.

"Só se deseja o que não se tem" diria Platão, revoltado também com a inquietude dos sonhos que “vêm abalar o sono, em busca de satisfazer seus próprios desejos”.

Esses egoístas!

É permitido ser do contra, querer fechar os olhos e não sonhar?

Porque, no momento, tudo o que desejo é ter exatamente o que já tenho.

Seria pecado mortal, sujeito a purgatório, se contentar com o que se tem?

Vou excitar a ira dos Deuses e dizer, sem medo da maldição da Esfinge:

- Ok, pra mim já deu. Já tenho a casa, o filho, os livros, a família. Agora, Sr. Sonho, pode descansar ou, quem sabe, ir cuidar dos sonhos alheios. Os meus já foram satisfatoriamente realizados. Obrigada pelo serviço. Ali está a porta de saída.

Se eu titubear na hora H, posso até completar, para aplacar a dúvida:

- Deixe seu telefone anotado neste papel, caso eu mude de ideia!

Sim, os sonhos são como amigos. E, a eles, também se aplica o ditado popular: "Sonhos, sonhos, negócios a parte".

Fiquei louca? Espero que sim. Ou, é só o efeito do Dramin, vai saber.

- Um de creme, por favor. Para viagem.

Téta Barbosa é jornalista, publicitária, mora no Recife e vive antenada com tudo o que se passa ali e alhures. Ela também tem um blog - "Batida Salve Todos" de onde pedimos emprestado este texto.

sexta-feira, agosto 19, 2011

Festival de Inverno de Garanhuns

O Festival de Inverno de Garanhuns (uma das etapas do circuito dos Festivais Nação Cultural), acontece no agreste de Pernambuco, de uma grandeza que impressiona, é um dos mais importantes festivais de cultura do país, neste ano foi montado no FIG o Casarão dos Pontos de Cultura de Pernambuco, no espaço aconteceram debates, mostras artísticas e oficinas selecionadas a partir de edital, uma das oficinas, foi a nossa de Cinema de Animação, o CINE ANIMA Itinerante.

Lula Gonzaga

Cineasta de Animação. Especialização: Cinema de Animação na Zabreb Film Croácia e Krakty Film Repú
blica Checa - convênio MEC - Capes/ Embrafilme.

Gestor do Ponto de Cultura Cinema de Animação. Pontão de Cultura Cine Anima

Ponto de Mídia Livre. Cineclube AnimAção. A Saga Audiovisual

nosso blog

http://pontocinemadeanimacao.blogspot.com/

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email:
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Veja fotos do evento:

Leitura de Fim de Semana

Para ser lido e meditado no final de semana pelos meus amigos do Cordão Encarnado, saudosistas e viuvas do camarada Marx.. HC

Vinte anos depois, ex-repúblicas soviéticas se blindam contra o comunismo
.

Artem Krechetnikov - BBC Rússia

Russos de hoje sentem saudades do status de superpotência, não da vida sob o comunismo

No dia 1º de agosto de 1991, o famoso monumento a Karl Marx, que se eleva sobre o centro da cidade de Moscou, apareceu com os seguintes dizeres pintados em tinta vermelha: “Proletários do mundo, perdoem-me!”

Era uma irônica alusão ao chamado aos trabalhadores contido no Manifesto do Partido Comunista, publicado em 1848 na Alemanha por Marx e Friedrich Engels.

A ideia de comunismo concebida originalmente pelos intelectuais europeus encontrou abrigo espiritual na Rússia – que se tornou “a pátria do proletariado mundial”.

Os comunistas que viviam na “casa da revolução mundial” se orgulhavam de seu papel na história e no cenário geopolítico.

Vinte anos após o colapso do maior país comunista do mundo, o Partido Comunista permanece um dos mais influentes do país.

Em números de parlamentares, só fica atrás do partido Rússia Unida, dos últimos ocupantes do Kremlin, Dmitri Medvedev e Vladimir Putin.

Mas a maioria dos analistas está de acordo com a opinião de que o partido não tem futuro político na Rússia.

Os filiados do PC de hoje pertencem a um setor determinado, mas em envelhecimento, da população. Se tudo continuar como está, os simpatizantes da sigla tendem a desaparecer.

A maioria dos simpatizantes da oposição na Rússia é nacionalista ou a favor de ideias ocidentais.

Praça Vermelha após o golpe de 1991: para analistas, comunismo poderia ter vingado

Existe, sim, muita nostalgia na Rússia pela antiga União Soviética, mas não da igualdade indiscriminada, das filas e da doutrinação política: os cidadãos sentem falta do tempo em que a União Soviética era uma nação poderosa, respeitada e temida em todo o globo.

Muitos especialistas crêem que os comunistas poderiam ter retomado o poder nos anos 1990, quando a Rússia se encontrava em meio à turbulência política, se tivessem um líder carismático.

Entretanto, a firme liderança de Genady Ziuganov assegurou o estabelecimento do capitalismo e de um sistema de democratização na Rússia.

Os eventos históricos que se desenrolaram na “casa da revolução” determinaram o destino do comunismo no resto do mundo.

Europa e Ásia Central

Nos países que conformavam as ex-repúblicas sob a batuta de Moscou, o que há de comum é a tentativa de evitar a influência da ideologia comunista.

A única ex-república soviética a manter o comunista é a Moldávia. Seu ex-presidente entre 2001 e 2009, Vladimir Voronin, foi o primeiro chefe de Estado comunista democraticamente eleito após a dissolução do bloco soviético.

Mas mesmo seus seguidores não são comunistas linha-dura no sentido tradicional: não desejam o retorno à vida soviética. Parte dos ativos do país foi privatizada e a melhor definição da estrutura sócio-econômica do país é capitalismo com um toque pós-soviético.

O país que mais preservou os valores e o estilo de vida soviéticos é Belarus, a “linha de montagem” do antigo bloco comunista.

A liberalização econômica e a ruptura dos antigos laços econômicos atingiram duramente o país, que não possuía recursos naturais.

Durante a 2ª Guerra Mundial, o país amargou a ocupação nazista, insuflando uma desconfiança em relação à influência ocidental na psique nacional.

Mesmo assim, o comunismo tem desvanecido e o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko – que chegou ao poder impulsionado por esse sentimento antiocidental – nunca invocou as ideias de Marx e Lênin.

A ideologia predominante é a do paternalismo estatal com liderança carismática e ditatorial.

Nos países da Ásia Central, que combinam capitalismo, autoritarismo secular e o uso oportunista de certos elementos islâmicos, os governos mantêm laços mais próximos com Moscou que com os países ocidentais – mas isso é porque a Rússia não os incomoda com questionamentos a respeito de direitos humanos.

Na Ucrânia, nos países do Cáucaso e nos Bálticos, o comunismo já não é digno de menção. As disputas políticas continuam nesses países, mas por forças inteiramente distintas.

No Leste Europeu, onde comunismo foi implantado força, a ocupação e a humilhação nacional, a maioria das populações nunca apoiou a ideologia.

A União Soviética provia os recursos para os seus “satélites” e permitia, neles, um grau de liberdade mais que em seu próprio solo. Mesmo assim, as tentativas de se livrar do jugo de Moscou só foram suprimidas com a intervenção do Exército Vermelho na ex-Alemanha Oriental, a Hungria e a ex-Tchecoslováquia.

Há partidos pós-comunismo em todos os países do antigo Pacto de Varsóvia, que advogam uma plataforma de esquerda moderada e europeia. Esses partidos têm tido espaço na Polônia, Hungria, Romênia, Eslováquia e Bulgária, mas não há possibilidade de voltar ao sistema político socialista de outrora.


China e Ásia



Se a revolução russa já não tinha grande relação com os ideais da ideologia marxista, a chinesa certamente não tinha. A China nunca teve um proletariado capaz de receber desempenhar a função histórica que lhe cabia segundo Marx.

Mao Tse Tung chegou ao poder em 1949 vindo da classe camponesa. Considerava-se líder de um “vilarejo global” em uma luta contra a “cidade global” e nunca escondeu sua rejeição à civilização urbana.

O seguidor de Mao no Camboja, Pol Pot, levou os ensinamentos de seu mestre à ação lógica, dizimando a população urbana do país.

Mao Tse Tung rejeitava a luta do proletário urbano e adaptou ideias socialistas à realidade do campo

Mao combinava a ideologia marxista com um nacionalismo chinês e um despotismo asiático, exemplificados pela coletivização e a obediência. O indivíduo era um coágulo no sistema e todo interesse material era substituído por um profundo sentimento de conformidade.

No Vietnã, o vizinho mais próximo da China, o caminho do comunismo foi semelhante.

A Mongólia foi o único país a estabelecer o socialismo ao estilo soviético antes da 2ª Guerra Mundial. Depois da queda da União Soviética, o país rejeitou o modelo e embarcou em um caminho de reformas de mercado e democracia multipartidária.

Hoje, a Coreia do Norte é o único bastião do comunismo stalinista. O país vive imerso em um sistema onde o mercado é inexistente e a ideia de coletividade é tão forte que os indivíduos são proibidos de cobrir as janelas com cortinas.

A doutrina oficial norte-coreana não se baseia nos princípios marxistas-leninistas, mas no espírito de autoconfiança. Na prática, isso se traduziu no desejo de Kim Il Sung e seu sucessor, Kim Jong Il, de se manter seu domínio sem se submeter a ninguém.

África e América Latina

Na África, a realidade social não poderia ser mais diferente dos cenários elaborados por Marx e Engles, que se debruçaram sobre os problemas das sociedades industriais.

Em parte, a aproximação dos países africanos com a URSS foi motivada pela rejeição ao imperialismo histórico das potências europeias.

Aos líderes anticolonialistas africanos também apetecia a ideia de modernizar seus países através de ditaduras. Eles sabiam pouco sobre as ideias de Marx e Lênin, mas entenderam que bastava dizer a palavra mágica – “socialismo” – para estar na lista dos receptores de armas e recursos da União Soviética.

Isto gerou todo tipo de confusão. Quando a Etiópia e a Somália entraram em guerra, por exemplo, ambos os países se consideravam socialistas. Levou tempo até Moscou decidir quem apoiar: a Etiópia.

O parque Lênin, em Havana



Na América Latina, de forma semelhante ao que ocorreu na África, o apoio da URSS foi usado na Guerra Fria contra outra potência vista como imperialista os Estados Unidos.

Mas muitas revoluções latino-americanas não foram diretamente inspiradas pelo marxismo. A Cubana começou como uma insurreição contra a autoridade vigente.

Fidel Castro era popular em Moscou tanto quanto Yuri Gagarin, o primeiro homem no espaço. O líder cubano da “ilha da liberdade” mostrava que o comunismo poderia ser jovem, cheio de vida e democrático.

Ao longo dos anos, Cuba perdeu a vitalidade e passou a ser um país governado por uma geração de octogenários.

É possível que se torne o país a martelar o último prego no caixão do comunismo global.

Clipe do Dia

Sem Comentários!


quinta-feira, agosto 18, 2011

Rolando na Rede


Comentários de um GAY sobre o movimento patrocinado pela Rede Globo, alguém tremendamente lúcido, inteligente, esclarecido e principalmente uma pessoa que respeita o espaço dos outros!

Tenho 42 anos, sou gay, torcedor do cruzeiro, advogado e moro em Londres.

Nunca sofri nenhum tipo de discriminação em virtude de minha orientação sexual.

E como gay, penso que tenho alguma autoridade nesse assunto.

Primeiramente - e já contrariando a turba - gostaria de expressar minha sincera simpatia pelo Deputado Bolsonaro, que no fundo deve ser uma pessoa de uma doçura ímpar, apesar de suas manifestações "grosseiras e/ou politicamente incorretas".

Mas ele está corretíssimo em suas ponderações sobre as ideais dos gays brasileiros.

Vou direto ao assunto.

Nunca tive problemas em ser homossexual porque sou uma pessoa comum, quase igual à vida de qualquer heterossexual.

Esse negócio de viver a vida expressando diuturnamente sua sexualidade é uma doença.

A sexualidade é algo que se encontra na esfera da intimidade e não diz respeito a ninguém.

Não tenho trejeitos e não aprecio quem os tem.

Para mim, qualquer tipo de extremo é patológico.

Minha vida é dedicada e focada em outras coisas, principalmente o trabalho.

Outros, como doentes que são, vivem a vida focados na sexualidade.

O machão grosseiro e mulherengo ou a bicha louca demonstram bem estes extremos.

Qualquer tipo de pervertido ou depravado (como a Preta Gil), o pedófilo, estão neste mesmo barco.

Nunca fui numa parada gay e jamais irei, pois para mim aquilo é um circo de loucas horrorosas, uma apologia à bizarrice e à cocaína.

Sejam francos e falem a verdade!

Hoje aplaudimos o bizarro e a perversão doentia e ainda levamos nossos filhos pra assistir esses desfiles.

Se a parada gay realmente fosse um ato político, relembrando sua real importância histórica, muita bem caberia no carnaval - abrindo o desfile das escolas de samba. Muito mais apropriado.

Está rolando sim, um movimento das bichas enlouquecidas, no sentido de transformar o mundo num grande puteiro-hospício gay.

Eu tenho um sobrinho de 11 anos e nunca senti a necessidade de explicar para ele que o "titio é gay" - isto é uma palhaçada.

As crianças devem ser educadas no sentido de respeitar o próximo e ponto.

Isto engloba tudo.

Se pararmos para olhar como o mundo se encontra, temos que reconhecer que o modelo de educação que se desenvolve há décadas foi criado no sentido de deseducar e desestruturar cultural e intelectualmente as massas.

Universidades por todo mundo vomitam milhões de pseudos-intelectuais todos os anos, mas tudo piora a cada dia e caminhamos a passos largos para o buraco.

Todos os governos do mundo conspiram contra seus próprios cidadãos e se transformaram em grandes máfias, junto com os Bancos e as Corporações estão levando tudo, inclusive (e principalmente) nossa própria humanidade.

A corrupção se alastra pelo globo e nunca vimos tantas guerras e descrições que vão desde o aspecto moral, até o material - a destruição de nosso próprio planeta.

A coisa está tão feia, mas tão feia, que somente uma intervenção "divina" é capaz de frear nossos insanos governantes e a turba alucinada.

E digo mais !

A fonte desse movimento encontra-se dentro da Rede Globo, onde a viadagem anda solta, desde muito tempo atrás.

Os maiores interessados no crescimento desse movimento gay são os diretores dessa TV desumana, a Globo, que no fundo no fundo, incita as crianças e jovens a assumirem um lado feminino, que em tese, às vezes nem existe de fato.

Se ninguém disser um chega BEM ALTO a essa gayzada frenética, a coisa sairá dos limites - como já está saindo.

Essa é a expressão de milhares e milhares de pessoas, para não dizer milhões.

Os gays precisam de amor e compreensão, não de fanatismo apregoado pelas bichas ensandecidas.