sábado, junho 20, 2009

Reforma Ortogtráfica, Pra Quê?

Hugo Caldas

Recebo do amigo Breno Grisi, um PDF com um "Safa-Onça" e mil instruções para bem escrever a nossa tão maltratada Língua Portuguesa. Sempre que algo suscita uma controvérsia, por pequena que seja, me faço a perguntinha impertinente: "A quem interessa tudo isso?" É triste a indagação pois, subentende a constatação de que existe alguém com a mão na cumbuca. Ou não estamos no Brasil!? Estranho a destreza, a sede com que correram a modificar compêndios, manuais, cartilhas para que tudo se adequasse aos novos critérios. Imortais, editoras de livros didáticos, muito provavelmente alguém está levando algum por fora. Tem lingüiça por debaixo desse angu. Há algo de podre no reino da dona marta. Essa nova maneira de tratar a Última Flor do Lácio... é de uma inutilidade atroz.

Dizia Manuel Bandeira na sua “Evocação do Recife"

“Foi há muito tempo...”.
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo
Na língua errada do povo
Língua certa do povo...”

Realmente quem faz uma língua é o povo que a fala.

Falas português? Tens certeza?

Olha que na terra de Cabral...

...esparadrapo é adesivo, carpete é alcatifa, alfinete é broche, gari é almeida, calcinha é cueca, camisinha é durex, camiseta é camisola, persiana é estore, crocante é estaladiço, vitrine é montra, pedestre é peão, pessoa jurídica é pessoa colectiva, vaso sanitário é retrete, conquistador é marialva, encanador é picheleiro, usuário é utente, fila é bicha e bicha é paneleiro. Igualzinho aqui, pois não? Sempre foi assim. "Morreu Galêgo," por acaso?

Bernard Shaw disse certa vez que a Inglaterra e os Estados Unidos eram dois países irmãos separados pelo idioma. E, completo eu, não seria apenas uma questão de sotaque, escreve-se e fala-se diferentemente também. Exemplo?

Colour - Color, Labour - Labor, na escrita. Either, Neither, Dance e Gárage, pronúncia aproximada em inglês americano: IDAR, NIDAR, DENS, GÁRAGE e em inglês britânico: Aidar, Naider, Dans, Garáge. Há anos que é assim e nunca ninguém por lá, se deu ao tresloucado gesto de instituir reformas ortográficas e fonéticas. Eles, pelo que eu sei, se comunicam, e muito bem!

Sem querer desmerecer os monges da Idade Média que tanto se esforçaram em copiar tudo que lhes caía nas mãos posto que não havia sido inventada a máquina impressora por Gutemberg que possivelmente dormitava em alguma nuvenzinha cor-de-rosa. Durante os vários anos de trabalho dando aulas de inglês uma coisa sempre me ficou patente. "A língua falada é a mais importante". A linguagem escrita é apenas a maneira pela qual nós tentamos representar graficamente aquilo que falamos. Disse "tentamos" e esta é a mais cristalina verdade. Exemplo?

Alguém já se deu ao trabalho de verificar que escrevemos: Carro e pronunciamos Carru? Escrevemos Manoel e pronunciamos Manuéu? Jornal - Jornáu - Papel - Papéu? Então meus caros, será como no jogo do bicho: vale o que está escrito? Não, "vale o que está falado!"

Tem muito Manoel ou Joaquim em Portugal e África chiando com essa última reforma. Só mesmo em Pindorama é que nós aceitamos sem mexer um dedinho sequer. Herança dos nossos antepassados escravos? Aqui, até refinaria de petróleo nos roubam e fica por isso mesmo. Então, essa bobagem de idioma é no fundo, no fundo, uma bobagem mesmo.

Comunico então aos meus diletos três leitores: Não darei a mínima para essa reforma. Agradeço ao Breno Grisi pela gentileza do envio, mas vou continuar como antes no quartel do Abrantes. Renunciar ao charme do trema, nem pensar! Conseqüentemente não vou subir pelas paredes nem dançar numa só perna para garatujar de acordo com as novas diretrizes. É que não pretendo mesmo escrever, seja uma carta ou um telegrama para os imortais da ABL, muito menos para o apedeuta mor deste país. Também, pudera, ele sente azia quando lê e eu, como bom patriota, devo zelar pelo estômago de Sua Excelência. Melhor deixá-lo ir ao sanitário com o livrinho de colorir. Até porque papel de livros, para ele, deve ter outra serventia.

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Nota: Estaremos temporariamente fora do ar devido mudança de residência. Até a transferência se efetuar ficaremos sem internet. Este Blog e o Bulletin Board também estarão suspensos. Até breve! Hugo

sábado, junho 13, 2009

Ah, essa falsa cultura...

Jornalista deveria saber das coisas, ou pelo menos ser bem informado.

Deu na coluna do Claudio Humberto de 13-06-09

O empenho da Marinha no resgate do vôo 477 honra a célebre frase do Almirante Barroso: “O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever.” A frase foi dita no início da Batalha do Riachuelo em 11 de junho de 1865.

Corta para a batalha de Trafalgar, em 21 de Outubro de 1805, 60 anos antes, o Almirante Horatio Nelson ordena sinalizar as bandeirolas para o restante da frota a seguinte frase: "England Expects that every man will do his duty." O que é absolutamente o mesmo que foi dito por Barroso. Espiritismo, coincidência ou brasileiro rouba até frase feita? H.C.

sexta-feira, junho 12, 2009

A IMAGEM DO DIA


Já notaram que o Senador Heráclito Fortes está sempre assoprando uma tuba imaginária?

Meus caros amigos II

Hugo Caldas

Eu tinha plena certeza de que, pelo simples fato de ter reproduzido um texto do Ipojuca Pontes no qual ele desancava a esquerda culpando-a por tudo de ruim que aconteceu com Wilson Simonal, a turma do cordão encarnado não iria deixar por menos. Recebi um sem número de e-mails me desancando. De outros, mais sensatos, apenas um puxão de orelhas. Um deles, pela amizade consideração e respeito que me merece, respondi em forma de carta. Para a turma da geral, fiz o meu melhor, dei uma copidescada na carta e apresento agora no Blog.

Talvez eu estivesse mesmo pegando pesado mas tenho cá minhas razões. Como os meus queridos amigos devem ter as deles. Afinal ainda estamos numa democracia, ou não? O fato em monta, acontecido nos anos de chumbo, e que ainda hoje "tarefeiros" ficam a procurar chifre em cabeça de cavalo, me leva a conjecturar que nós nunca vamos nos desvencilhar das cadeias desse passado ainda muito recente em nossas vidas. Gostava muito do Simonal. Se ele mandou raptar e dar um corretivo em um safado que lhe roubou, quem, com conhecimentos nas esferas competentes não faria o mesmo? À época eu morava em um prédio aqui na Boa Vista e no andar embaixo do meu apartamento residia um delegado de polícia muito famoso por suas arbitrariedades. Todos no prédio o respeitavam, temiam. Talvez até, quem sabe, capitalizando a amizade para uma eventual necessidade. Um belo dia, tendo eu sofrido um furto na escola, ele se ofereceu para prender o suspeito e dar um corretivo no indigitado. Descartei, é claro. Foi um caso semelhante ao de Simonal.

Agora vejamos: nada ficou provado sobre as amizades do Simonal no DOPS. Ele, falastrão, apregoava aos quatro ventos que tinha ligações no SNI. A lógica leva a descrer em tamanha asneira. Se realmente as tivesse não sairia por aí trombeteando. O que ele tinha, todo o mundo sabe, era poder, era dinheiro, era um talento até hoje jamais igualado, era o charme era a pilantragem com que faturava as loironas o que matava de inveja os bem-nascidos. O que ele era: "um negro de venta chata, cabelo ruim, oriundo das classes baixíssimas e de uma infância sofrida. Virar artista desse quilate, onde já se viu? Quem mandou sair da cozinha"? Cansei de ouvir argumentos desse tipo.

Não percebo, face à tragicidade do episódio, que redundou no ostracismo que o levaria à morte, onde ele deva ser cobrado pela tortura e desaparecimento de tantos dos nossos amigos. Será que teremos sempre que fechar os olhos aos malefícios comprovados da esquerda? E aos malefícios comprovados da direita? Hitler matou 6 milhões de judeus, Stalin matou 20 milhões de russos. E os Turcos quantos Armênios mataram? E Lampião, que não era de esquerda ou direita, quantos nordestinos sangrou? O bicho homem é que é uma fera. E o massacre nas florestas de Katyna na Polonia, realizado pelos soviéticos?

Eu, se não sabiam saibam agora, também fui preso e torturado psicologicamente. Passamos eu e o meu companheiro de infortúnio, das 11 da manhã de um dia às 2 da manhã do dia seguinte sendo removidos e trocados de um lugar para outro. Advertências diretas de que seríamos fuzilados, sem direito a um telefone, sem poder avisar a família, sem uma palavra sequer a não ser os impropérios do general Souza Aguiar. Concluído o ridículo sucesso, levei mais de um ano para me desvencilhar de uma espécie de neura, síndrome do pânico, ou coisa que o valha, andava verificando a retaguarda e todas as pessoas me olhassem de revés seriam possíveis informantes do SNI. Já pensei seriamente em cobrar uma "bolsa-ditadura", que acham?

Se estão achando engraçado - o episódio está relatado com detalhes aqui no BLog, com data de Quinta-feira 20 de Julho, de 2006 - Recuerdo 07 - "Perigoso Agitador Argentino Preso no Recife."

"Ninguém sabe o duro que eu dei" é o filme que o Claudio Manoel fez. Deve ser um belo documentário. Espero ansioso para assistir e comprovar que sem ele - Simonal - a música popular brasileira perdeu o seu encanto o seu balanço e se encontra neste cenário atual de indigência. Esquecer? Também acho que não. Mas me parece que a utopia da esquerda a essas alturas dos acontecimentos me leva a crer, que não há mais lugar para a síndrome de cristão das catacumbas. Neste país, vocês já sabem, tudo pode acontecer. Millor Fernandes ao constatar as polpudas "indenizações" do Jaguar, Ziraldo e Carlos Heitor Cony, por "perseguições sofridas", soltou a condenação definitiva: " eles estavam investindo, é isso?".

Ah, para finalizar informo que o amigo Elpídio Navarro anda meio enfezado e irritado comigo. Consta até que ele me tirou do quadro de "colunistas" no seu site "Eltheatro". Alega que estou desancando demais a esquerda e "pour cause" ele próprio. Mas eu nem ligo. Gosto um bocado daquele buchudo.

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terça-feira, junho 09, 2009

Fantasia com o Hino Nacional Brasileiro

A primeira vez que escutei esta Fantasia com o Hino Nacional Brasileiro foi nos créditos de "Memórias do Cárcere", filme de Nelson Pereira dos Santos. Achei belíssima. Pesquisei e descobri: que o autor, Louis Moreau Gottschalk era um americano, que à maneira de uns quantos trinados que lembram a música romântica de Chopin, fez uma homenagem ao Brasil. Ele gozava da maior consideração do Imperador Pedro II. O clima jubiloso vigente na corte desde a vitória sobre as tropas paraguaias bem como a entrada na reta final do conflito naquele ano de 1869 contagiaram Gottschalk, que arrebatado, compôs a “Grande Fantasia Triunfal Sobre o Hino Nacional Brasileiro para Piano e Orquestra,” dedicada à Princesa Isabel. Nestes tempos de tantas desesperanças, de tanta pouca vergonha, será sempre bom lembrar que temos um belo país e que este belo país está nas mãos de uma súcia (depressa, o Aurélio) cujo propósito e levá-lo à ruína total. Urge lembrar que o sentimento de "PATRIA" deve ser restaurado como muito bem dizia o falecido senador Teotônio Vilela. Veja o belo vídeo abaixo e depois morra de vergonha quando os craques da seleção não conseguem cantá-lo. H.C.

segunda-feira, junho 08, 2009

Analista russo prevê o fim dos EUA em 2010


Antes que alguém pense que recortei do Pravda, ou do Izveztia, digo-lhes que saiu no Wall Street Journal. Democracia é isso aí! Vamos dar uma olhada no mapa dos EUA (aí em cima) após 2010 segundo a previsão do Prof. Panari. "Estados divididos: A República da California será parte da China ou ficará sob influência chinesa. "A República Centro Americana será parte do Canadá ou ficará sob influência canadense. A America Atlantica se juntará à União Européia. O Alaska voltará para a Russia. O Havaí ficará com a China ou o Japão. A República do Texas será parte do Mexico ou ficará sob influência mexicana. É esperar para ver! H.C.


Há dez anos o acadêmico russo Igor Panarin vem prevendo que os Estados Unidos irão se despedaçar em 2010. Durante a maior parte desse período, ele admite, poucos levaram a sério seu argumento – de que um colapso econômico e moral irá desencadear uma guerra civil e eventualmente o desmembramento dos Estados Unidos.

O Professor Panarin, 50 anos de idade, já foi analista da KGB, e é o reitor da Academia Russa de formação de diplomatas. É considerado um especialista em relações Estados Unidos – Rússia.
Segundo ele, existe uma probabilidade de 55 a 45% atualmente de que ocorra a desintegração. Para a Rússia isto não seria bom, na realidade, já que a economia russa depende fortemente da economia americana, do dólar e do comércio com os Estados Unidos.

Ele prevê que a imigração em massa, o declínio econômico, e a degradação moral irão desencadear uma guerra civil no próximo outono do hemisfério norte e que por volta de Junho ou Julho de 2010 os Estados Unidos irão se desmembrar em seis partes – com o Alaska voltando ao controle russo.

As idéias do Prof. Panarin vem sendo amplamente discutidas pelos especialistas locais. Durante uma entrevista que deu na TV Rossiya, a emissora mostrou cenas de refeitórios para mendigo e grupos enormes de sem-teto nos Estados Unidos.

Panarin entrou para a KGB em 1976. Na Rússia pós-soviética, fez um doutorado em Ciências Políticas, estudou a economia dos Estados Unidos e trabalhou para a FAPSI, o equivalente russo da National Security Agency (Agência Nacional de Segurança, órgão mais secreto do que a CIA, nos Estados Unidos, encarregado de Inteligência e Contra-Inteligência, e que responde diretamente ao Presidente dos EUA). Realizou previsões estratégicas para o Presidente Boris Yeltsin.

Em setembro de 1998 ele participou de uma conferência em Linz, na Áustria, sobre guerra de informação, o emprego de informação para conseguir vantagens estratégicas. Foi ali, em frente de 400 outros delegados, que pela primeira vez apresentou sua teoria sobre o colapso dos Estados Unidos em 2010.

Quando apertei uma tecla no meu computador e o mapa dos Estados Unidos se desintegrou, centenas de pessoas exclamaram admiradas, lembra ele. Ao final da apresentação, vários delegados lhe pediram um autógrafo em cópias do mapa mostrando os Estados Unidos desmembrado.

Ele baseou suas previsões em dados econômicos sigilosos fornecidos por analistas da FAPSI, diz. As tendências econômicas, financeiras e demográficas irão provocar uma crise social e política nos Estados Unidos. À medida que a situação piorar, diz ele, os estados mais ricos irão parar de enviar fundos para o governo federal e na prática se separar da União. Seguir-se-á um período de comoções sociais e até uma guerra civil. Os Estados Unidos então se dividirão ao longo de linhas étnicas, e potências estrangeiras irão intervir.

A Califórnia formará o núcleo do que ele chama “A República da Califórnia”, e será parte da China ou ficará sob influência chinesa. O Texas será o centro da “República do Texas”, um conjunto de estados que serão absorvidos pelo México ou ficarão sob influência mexicana. Washington, D.C., a capital do país atualmente, junto com New York, serão parte da “América Atlântica” que talvez se junte à União Européia. O Canadá tomará um grupo de estados do norte que o Prof. Panarin chama de “República Centro-Norte-Americana”. O Havaí, segundo ele, passará a ser um protetorado do Japão ou da China, e o Alaska voltará para a Rússia, que o vendeu aos Estados Unidos em 1857 por 7,6 milhões de dólares.

“Seria razoável a Rússia reivindicar o Alaska: ele foi parte do Império Russo por muito tempo.” Uma foto de satélite emoldurada mostrando o Estreito de Bering que separa o Alaska da Rússia como um fino traço está pendurado em sua sala. “A foto não está ali por acaso,” diz ele com um leve sorriso.

O interesse em suas previsões aumentou em 2008 quando publicou um artigo no Izvestia, um dos diários de maior circulação em escala nacional. No artigo, ele reitera sua teoria, e diz que a dívida externa americana é um “esquema de pirâmide” (o tradicional golpe em que dez pessoas enviam dinheiro para um espertinho, e em seguida cada um envia para outros dez, que por sua vez enviam mais dinheiro ao iniciador da “pirâmide” e assim por diante – e somente quem iniciou fica milionário, todos os outros perdem muito dinheiro). Prevê que a China e a Rússia irão ficar com o papel hoje de Washington de regulador financeiro global.

Os americanos esperam que o Presidente-Eleito Barack Obama “faça milagres”, escreveu ele. Mas quando a primavera chegar, ficará claro que não existem milagres.

O artigo provocou uma pergunta de um jornalista durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca. “Sinto ter de declinar qualquer comentário” disse a porta-voz Dana Perino.
Para o Prof. Panarin, a resposta da porta-voz é significativa. “Pela maneira como a resposta foi formulada pode-se ver uma indicação de que eles estão prestando muita atenção ao que digo”, afirmou ele.

O professor diz que está convencido de que estão levando sua teoria mais a sério. Outros como ele já fizeram previsões cataclísmicas antes, e estavam certos. Ele cita o cientista político francês Emmanuel Todd. O Sr. Todd é famoso por ter previsto corretamente o fim da União Soviética – 15 anos antes. “Quando ele previu o colapso da União Soviética em 1976, riram dele”, afirma o Prof. Panarin.

Esquerda festiva...


Anco Márcio de Miranda Tavares


Um legitimo representante da esquerda festiva tem de ter barbas e óculos parafusados. Tem de ser contra absolutamente tudo que a maioria é a favor, tem de usar toucas de tricô, beijar homem na boca, dizer que negro é lindo e ter uma porrada de filhos, que se chamem Lenim, Marx, Che. Fidel, Olga, Mao, por aí assim...

Muitos são bissexuais e dizem que num tão nem aí, querem mais é curtir a vida e ter prazeres.São muito encontrados em ambientes de atores, jornalistas sindicalistas e qualquer tipo de movimento. Não fazem mal a ninguém, mas enchem o saco de todo mundo, e por vezes chegam até a presidente da república, como no caso de Lula.

O pessoal da festiva não casa, mas se junta muito, geralmente a cada dois anos. As mulheres usam saias indianas e tufos de cabelos debaixo do braço, mas sabem como ninguém, fazer sexo. Não usam camisinha, pois é invenção capitalista, nem tomam anti concepcional pelo mesmo motivo. Geralmente se formam em Letras, Filosofia, Jornalismo e outras inutilidades.

Fumam maconha naturalmente "numa boa, somente pra curtir" e pintam quadros estranhos. Usam apenas jeans e camiseta, e detestam cueca porque "tira a liberdade, sacou?" Noventa por cento deles já fizeram um documentário sobre a miséria. Amam a miséria!! Acham que o dinheiro corrompe, que vicia,dinheiro é coisa de capitalista.

Não são pessoas possessivas e seus homens e mulheres dão pra um bocado de gente, praticando o que chamam de "casamento aberto". Fazem sexo a três, a quatro a cinco, o que der. Banho, somente uma vez por mês, isso mesmo de apenas cinco minutos, pois acham que o banho é uma invenção capitalista. São seres que você encontra em qualquer rua, em qualquer esquina dizendo que o importante é ser feliz...

Amam a natureza, e o mato, embora gostem de cagar na moita.Vivem espalhando que a água vai se acabar e que Deus é uma invenção do mundo capitalista. Detestam agrotóxico e se alimentam de alface e rúcula, embora que escondidinhos comam uma suculenta rabada com mocotó. E mais tarde, a rabada da mulher pra fechar o firo..

N.R. Não me dava conta de que essa raça ainda continua existindo. Dá-lhe Anco! Paz e amor, bicho! H.C.

sábado, junho 06, 2009

ALIENO CULO PIPER REFRIGERIUM EST*

Aline Alexandrino

Ultimamente dei para exercer meu lado sado-masoquista. Explico: ando assistindo, com uma certa consistência (ou será insistência?), a TV Senado. Mermão (de vez em quando adoto gírias infanto-juvenis) é irado! Só aí você consegue entender porque o gigante pela própria natureza vive deitado eternamente em berço esplêndido. É o programa mais didático deste país. As TVs educativas deveriam imitá-lo.

A última, esta semana, foi a questão ambiental. Estavam a decidir (por nós) como fariam para legitimar a grilagem nas terras amazônicas, quando ascendeu à tribuna um digno representante do povo de Roraima, auto-intitulado Mozarildo Cavalcanti. Sua senhoria se mostrou indignado com o fato de que davam mais atenção ao meio-ambiente e aos bichos, em detrimento do homem. Deu como exemplo o fato de que nas notas do nosso "rico" dinheirinho, só se viam figuras de animais, e não de personagens impolutos (?!) da nossa história, como antigamente. Como é então que o brasileiro ia aprender história?! Sugeriu então que sempre se deveria priorizar a seguinte ordem: homem, meio-ambiente, animais. Ô excelência, tem alguma idéia do que anda acontecendo com o planeta, exatamente porque sempre se privilegiou o chamado Homo sapiens?

Bom, outras excelências também se manifestaram a favor da MP que tratava do assunto, mas quem realmente roubou a cena foi uma representante do Tocantins, uma excelência chamada Kátia Abreu, relatora da matéria. Mermão, a mulher é um trator! Jovem, bonita, verbaliza bem o que defende e, pequeno detalhe, é a presidente da CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Ou seja, não tem nenhum interesse em defender os seus confederados, não é? Ela é do tipo que tem presença e carisma, a ponto de ninguém prestar muita atenção ao fato de se o que ela diz faz sentido. Vários representantes da ala masculina fizeram coro ardente à fala da senadora e a pobre da ex-ministra Marina Silva ficou sendo considerada aquela ambientalista xiita, atrasada, que vai fazer o país continuar sem poder se desenvolver, porque não se tem agricultura nem pecuária na Amazônia brasileira.

Depois do ápice do feminismo, e também durante o mesmo, sempre fiquei muito desconfiada com essas mulheres que primam por imitar os homens, geralmente no que eles tem de pior. Não conseguia muito bem botar o dedo na ferida até que um dia, não me lembro aonde, li uma frase que para mim dizia tudo: "uma mulher que aspira se comportar como um homem tem, no mínimo, falta de imaginação". Isso descreve a excelência citada acima às mil maravilhas. Entendo que para sobreviver num ambiente masculino é preciso dar umas cotoveladas, de vez em quando, mas é de vez em quando, gente! Quando isto se torna um hábito, sai de baixo, que o bicho tá pegando (preciso me policiar, ando usando muitas expressões fora da minha faixa etária, mas acho que é a idade...).

Enfim, isso tudo foi escrito para justificar a frase do título destas breves considerações, usada com muita propriedade numa das crônicas de João Ubaldo Ribeiro, e da qual me aproprio sempre que posso. A dita cuja quer dizer, em Latim que fica muito mais bonito, "pimenta no fiofó dos outros é refresco". É assim que me sinto toda vez que assisto a TV Senado e testemunho certas sumidades a deitar falação e decidir o destino da pátria amada. O diabo é que o fiofó é o nosso...

sexta-feira, junho 05, 2009

Simonal – a bruxa da caça comunista

Ipojuca Pontes

“Atrevo-me a dizer que as ditaduras de esquerda são piores, pois contra as de direita pode-se lutar de peito aberto: quem o fizer contra as esquerdas acaba acusado de reacionário, vendido, traidor” – Jorge Amado, Prêmio Stalin da Paz.

Porque tive de conviver durante algum tempo, por razões profissionais, com Carlos Imperial e sua “Turma da Pilantragem”, conheci de perto Wilson Simonal, pupilo bem-sucedido e, à época, o maior e melhor “entertainer” do nosso showbizz. Por isso, e ainda por ter testemunhado boa parte do massacre infligido ao cantor pela esquerda etílica, fui ver o documentário “Simonal – Ninguém sabe o duro que dei”, realizado por Cláudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal (Brasil, 2008).

Embora o documentário faça abordagem incompleta de episódio dos mais degradantes da vida artística nacional, ainda não devidamente explicado ao cidadão comum, “Simonal” parece ser o mais convincente produto da chamada “era da retomada” no cinema – era cujos filmes, em sua generalidade, têm por objetivo falsear a realidade histórica e manipular o inconsciente coletivo segundo preceitos da mixórdia gramsciana, que vê a produção artística como instrumento de transformação política da sociedade, a formatar um novo “senso comum” para a consolidação do socialismo pela trilha da “revolução passiva”. Haja lavagem cerebral!

Vamos por partes (como diria Jack, o Estripador, ao esquartejar mais uma de suas vítimas). O Simonal que conheci nos bastidores do showbizz, na transição dos anos 1960 para 1970, era um tipo refinado de pilantra, ostensivo no tripudiar a “plebe ignara”, quase um deboche público na sua afetação de artista popular que se sabia ídolo. Com efeito, Simonal cortejava certo tipo de presunção imatura que beirava o pernóstico, resquício, quem sabe, de mal-disfarçada insegurança, provavelmente assimilada nos desvãos de uma infância pobre, preta e suburbana.

Mas, curiosamente, no palco, ao vivo - ou em preto-e-branco, na televisão -, ocorria fenômeno invulgar: o “entertainer”, senhor de ouvido absoluto e dotes vocais infinitos, fazia do caráter deformado – bem ao modo de um Macunaíma - elemento de atração irrecorrível, seduzindo a audiência, que babava com o seu swing, a sua picardia e a divisão rítmica perfeita do fraseado musical, num prodígio de comunicação só comparável, no plano internacional, ao de um Dean Martin ou Sammy Davis Jr.

Ademais, convém ressaltar que a atmosfera do Brasil daquela época ajudava o cantor: à margem da quizília política, o país era de fato próspero e feliz, tal como o canto do próprio Simonal. Sua população, ainda não dominada pela violência generalizada e a corrupção desenfreada da Era Lula, lotava estádios, auditórios e casas de show para ver e aplaudir de perto o mais contagiante interprete da moderna música popular brasileira (MPB).

Em tais ocasiões, entoando canções descontraídas, sacolejadas por um balanço melódico carregado no recheio de “champignon com caviar” (dizia), o cantor negro levava a platéia ao delírio. Para lembrar aqui imagem cara ao psicólogo Carl Jung, o homem do Inconsciente Coletivo, Simonal ajudava a construir no país eufórico de então, a almejada junção entre o dionisíaco e o apolíneo – isto é, a erigir as bases de uma sociedade exemplar abaixo da linha do equador.

O auge da glória veio quando o artista lançou “País Tropical”, composição de Jorge Ben (hoje, Benjor), um sucesso estrondoso, sambalanço que entoava com pitadas de ufanismo o privilégio de se nascer brasileiro, sem precisar abrir mão da própria – e radiante – brasilidade. Curiosamente, foi a partir deste êxito que Simonal começou a ser devorado, em especial pelos pares sem igual talento, os invejosos e, o pior, a ralé moral comprometida com “a causa revolucionária”.

A primeira parte do documentário, que adota parcialmente a técnica do cinema investigativo, bem estruturada e melhor ainda desenvolvida, trata da ascensão e glória do cantor no meio musical, a partir de depoimentos esclarecedores de personalidades como Chico Anísio, Miele, Pelé, Tony Tornado, Castrinho, Nelson Motta, Simoninha e, entre outras tantas, a critica teatral Bárbara Heliodora, ex-patroa da mãe de Simonal.

Ao acompanhar a trajetória do cantor, de forma elíptica, mas consistente, o espectador toma conhecimento de instantes chaves de sua vida, tais como, por exemplo, o aprendizado nas fileiras do Exército, onde se fez cabo datilógrafo (imagens reproduzidas do filme “É Simonal”, de Domingos de Oliveira, produção de César Tedim); sua integração à “turma da pilantragem”; as primeiras aparições em clubes de subúrbio; as gravações de discos bem-sucedidos; o grande êxito televisivo em programa pessoal (“Show em Si... monal”, na Record), etc., tudo a culminar no dueto com a impecável Sarah Vaughan, numa interpretação primorosa de “Shadow of you smile” - razão pela qual ficamos sabendo porque Simonal era, de fato, um “entertainer” de nível internacional.

A segunda parte do filme – que adota tom ambíguo e despreza aspectos essenciais no enfoque do desencadear da caça a bruxa - diz respeito ao levantamento do massacre moral que levou Simonal ao ostracismo e à morte. Nela, cruzam-se manchetes e recortes de jornais sobre o seqüestro do contador da Simonal Produções, Raphael Viviani – o ponto reversivo do filme. Em torno do fato, seguem-se os depoimentos (evasivos, insensíveis) de Sérgio Cabral (pai), Ziraldo e Jaguar, os inquisidores do “Pasquim”, tablóide da esquerda (festiva) cevada em distorções ideológicas, fofocas, sexo, álcool, samba e rock na roll.

De fato, deu-se o seguinte: em 1971, o cantor descobriu um grande rombo nas contas da sua empresa e, na prerrogativa da justa causa, demitiu o contador que considerava responsável pelo desfalque. Este, por sua vez, negando o ilícito, entrou na justiça do trabalho, pedindo grossa indenização. Dias depois, dois policiais (um deles segurança de Simonal nas horas de folga) foram à casa de Viviani e o conduziram até uma agência do Dops. Aos sopapos, o contador confessou o desfalque.

Mas, no outro dia, a mulher do contador foi à polícia e denunciou o cantor por seqüestro e coação. Como o interrogatório ocorreu nas dependências do Dops, o caso ganhou as manchetes dos jornais e os “companheiros” militantes na imprensa, que odiavam Simonal por considerá-lo um “crioulo besta”, defensor do “Brasil Grande”, transformaram o que seria um caso policial num fato político.

A turma do “Pasquim”, por sua vez, composta por esquerdistas que industrializavam a intolerância ideológica, sem prova alguma, passou a tratar o cantor como informante da repressão (numa das capas do tablóide, aparecia o “dedo-duro” de Simonal). O hemofílico Henfil, cartunista do jornal, na secção conhecida como “cemitério dos mortos-vivos”, dava o artista como “enterrado”, ao lado de Roberto Carlos, Elis Regina (então, de “direita”), Bibi Ferreira, Marília Pêra (então - e também na Era Collor - tida como de “direita”), Roberto Carlos, Pelé, Clarice Lispector, Gilberto Freyre, Rachel de Queiroz e Nelson Rodrigues - todos considerados “simpatizantes da ditadura militar”.
No filme, os depoimentos da patota do “Pasquim” trescalam a cloaca moral. Ziraldo, o “Menino Maluquinho por Dinheiro”, querendo minimizar a sacanagem cometida, justifica-se dizendo que Simonal “queria ser o Rei da Cocada Preta” e que “ninguém (à época) tinha isenção de ânimos” – claro, uma mentira deslavada. Já Sérgio Cabral, cara de vampiro bem remunerado, confessa sem pudor que o jornaleco tinha por princípio esculhambar as pessoas que eles achavam que estavam ao lado dos militares. E o alcoólatra Jaguar, ar mefistofélico, entre risadinhas de hiena, dá a entender que o contador, afinal, podia ter mesmo roubado o cantor.

Nenhum deles manifesta a menor comoção pelo fato de terem ajudado a levar o artista à ruína, embora mais tarde, num leito de hospital, à beira da morte por cirrose hepática, Simonal apresentasse documento da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (governo Collor) que o isentava de ter sido informante do Dops.

Lá para as tantas, no documentário, aparece o ex-todo-poderoso Boni, antigo executivo da TV Globo, que abre o jogo e revela: “Simonal nunca foi julgado e vaiado pelo público, mas pela própria classe dele e pelos veículos de comunicação”. (E, naturalmente, por ele também, Boni, tendo em vista que, como diretor da poderosa emissora aliada da “ditabranda”, tinha força suficiente para fazer escalar o cantor nos programas musicais da casa. Como Pilatos, lavou as mãos).

Simonal, conforme se sabe, nunca foi “dedo-duro” (ninguém nunca apareceu para comprovar a acusação), mas, coitado, não tinha status intelectual e político (ou moral, se me permitem) para enfrentar de peito aberto a canalha vermelha, naquela altura já amplamente infiltrada nas redações dos jornais e nos púlpitos das igrejas, nas cátedras das universidades e nos palcos teatrais e telas, nos salões da grã-finagem (vide Nelson Rodrigues) e nos desvãos da urbe e do campo, onde, com o dinheiro roubado aos bancos e os sangrentos manuais de guerrilha do “Che” e Fidel à mão, tramavam com afinco o hoje “Estado Forte” da apodrecida Era Lula, esta, sim, repleta de alcagüetes, traidores, ladrões, bandidos e mentirosos contumazes. (A favor de Simonal, resta o fato de que nem mesmo o general Golbery, o “Gênio da Raça” e mentor dos militares no poder, conseguiu divisar com quem estava lidando e, na sua visão caolha, no que viria dar a imatura “abertura ampla, gradual e irrestrita”).

Pela falta de clareza política, o documentário, ainda em cartaz, não resiste a um exame crítico apurado. O tratamento ambíguo que perpassa todo o seu desenrolar não resulta no caminho mais indicado para se extrair a verdade dos fatos expostos, perpassados de interrogações – e por isso o filme perde em consistência ética e documental, visto que ao cabo da exibição, não se sabe com clareza a quem cabe a real responsabilidade pela ruína do cantor. Todos os depoentes saem pela tangente, atribuindo a culpa às “dificuldades da época”, uma abstração que não se pode punir. Por conseqüência, o espectador interessado na compreensão do caso fica no ora-veja. Talvez por conveniência, impossibilidade ou qualquer motivo ignorado, o filme isenta-se de levantar um sumário de responsabilização do massacre e adota a postura próxima a de um especialista que, dissecado o cadáver, se abstém de concluir o laudo pericial. Para citar Galileu Galileu, uma vítima consciente, “Diante da verdade, quem se contenta com a meia verdade, colabora com a mentira”.
Certo, a busca da verdade é coisa difícil, árida, trabalhosa e muitas vezes só se chega a ela quando se vence todos os temores. Queira-se ou não, a caça ao cantor Wilson Simonal, antes de ser uma questão de intolerância racial, foi um ato de terror político, nutrido, discutido e tramado no seio do entourage comunista, sedimentado na cartilha revolucionária que recomenda esmagar o que lhe aparecer como adverso, mesmo que o adverso seja, como no caso de Simonal, um inocente. E quem conhece a teoria e prática comunista, para além da pregação utópica, sabe bem da capacidade destrutiva do monstro.
De todo modo, do jeito que está, “Simonal – Ninguém sabe o duro que dei” é uma celebração ao melhor e mais livre interprete da nossa moderna música popular, que permite a platéia o (re)encontro de instantes preciosos marcados pela real alegria – coletiva e individual - de cantar e viver.

Antes tarde do que nunca.

Nota do Moderador:
É dessa vez que as "patrulhas" - elas existem - vão querer me engolir vivo. Que audácia, postar um texto de um dos mais patrulhados deste país... Sei não. Gostei do texto. Gostava do Simonal e se mais não fosse, Ipojuca é irmão de um dos meus mais queridos amigos. Portanto, sorry periferia!

quarta-feira, junho 03, 2009

Nazi-Comunismo


Hugo Caldas

Em verdade vos digo: Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Para mim, na minha mais modesta opinião, esquerda e direita são as duas faces de uma mesma moeda. Entre nazismo e comunismo, "mon coeur balance". Tudo farinha do mesmo saco. Refiro-me ao comunismo da extinta União Soviética (existem vários), esse que a comunistada do velho Partidão se recusa a aceitar como morto e enterrado. O dos livros, o da teoria, esse realmente jamais existiu. Venho de receber de um aluno "O Livro Negro do Comunismo, Crimes, Terror e Repressão”.

Belo presente, um livro muito bem documentado com expressivas fotos, propiciado pela queda do muro de Berlim. Historiadores franceses se debruçaram na história recente do mundo. Bastou uma folheada sem maiores conseqüências para constatar que ninguém se parece mais com um nazista do que um comunista. Bebé e Tomé no dizer de meu Tio Olívio.

Publicado inicialmente na França no 80° aniversário da célebre Revolução Bolchevique em outubro de 1917, o livro logo se transformou no maior sucesso de vendas, teve muita repercussão e detonou as maiores polêmicas. Pudera, a turma do cordão encarnado, logo protestou. Como sempre não se conforma em ver a sua roupa suja lavada em público. Que é isso, gente boa? Mais pé no chão! É compreensível. Afinal de contas foram 80 anos carregando um santo com os pés de barro.

"Os regimes comunistas tornaram o crime em massa numa forma de governo", na palavra do editor Stéphane Courtois. Usando estimativas não oficiais, ele apresenta um total de mortes que chega aos 94 milhões. Veja-se a estatística seguinte:

* 20 milhões na União Soviética
* 65 milhões na República Popular da China
* 1 milhão no Vietnan
* 2 milhões na Coreia do norte
* 2 milhões no Camboja
* 1 milhão nos Estados Comunistas da Europa do Leste
* 150 mil na América Latina
* 1,7 milhões na África
* 1,5 milhões no Afeganistão

É muita gente morta, pois não? Todas acontecidas por ordem expressa e felicidade geral "do povo."

... corta para...

No documentário "O Velho", Luís Carlos Prestes confessa que ordenou de dentro da cadeia, o "justiçamento" de uma garota de 16 anos de idade acusada de traição. Consta que ela se apaixonou perdidamente por Harry Berger, alemão, um dos ajudantes de Prestes, também preso.

Elza, era o seu nome, foi executada sumariamente, pelo método do estrangulamento. Mais uma vez as semelhanças: O "Garrote Vil" era a maneira preferida de Francisco Franco, Caudillo de España por la Gracia de Dios, estrangular e mandar seus desafetos dessa para uma melhor. Esse caso da garota sempre foi tabu, na vergonhosa história do PCB. Já que iniciamos falando sobre um livro vamos aproveitar o ensejo para falarmos de um outro. O livro "ELZA, A GAROTA" de Sérgio Rodrigues, recém-lançado pela Editora Nova Fronteira, conta tudo em detalhes. Simplesmente arrebatador.

Querem mais? Aqui, neste mesmo espaço há poucos dias o Celso Japiassu postou um texto sobre o massacre de 22 mil poloneses na floresta de Katyn, perpetrado pelos soldados soviéticos, na primavera de 1940. Os mortos em sua maioria eram parte da intelectualidade polonesa, mais um sem número de jovens oficiais das Forças Armadas, das universidades e profissões liberais. Queriam e conseguiram o seu intento que era deixar a Polônia sem líderes.

O governo títere polonês, trataria de convencer ao povo de que o crime em massa fora conduzido pelos alemães nazistas. Mas a verdade terminou por prevalecer. O hediondo acontecimento foi creditado na conta de Iossif Vissarionovitch Dzhugashvili, dito Stalin, o grande herói salteador de estradas e sua camarilha encabeçada pelo seu cão de fila, o chefe da NKVD, polícia política, igual à GESTAPO nazista, Lavrentiy Pavlovitch Beria. No início da década de 90 a Russia reconheceu o crime, sessenta e dois anos após o final da Segunda Guerra Mundial.

E tem mais, meus amigos, muito mais. Mas não fiquem tomando o pulso, nem subindo pelas paredes por uma continuação como nas matinés do Cine Metrópole nas jovens tardes de domingo. Pretendo fazer uma série dessas "catilinárias" para alertá-los sobre a valorização do número 3 e da salteadora que nos querem impingir goela abaixo.

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terça-feira, junho 02, 2009

PROTESTO CONTRA ESSA INJUSTIÇA, CASSETA!

Carlos Mello

Deu na Internet: a Turma do Casseta & Planeta está em vias de ser processada pela Câmara dos Deputados. Os parlamentares ficaram injuriados por terem sido comparados com as prostitutas, em um programa de tv. Os humoristas responderam que não tinham a intenção de injuriar ninguém. Haviam apenas feito uma comparação “entre duas profissões em que se é pago para mudar de posição”. E assim ficou a coisa, até o momento, e certamente não passará disso, porque este belo rincão em que a Providência nos colocou é, como diz o Simão, “o país da piada pronta”. Aqui tudo termina em risada e em “é isso aí, malandro!”.

Eu, no entanto, fico amargurado diante de tão absurda injustiça. Os humoristas, no exercício de sua profissão, deviam ser mais ponderados e cuidadosos. Afinal de contas, apesar da esculhambação geral em que chafurdamos, é necessário um mínimo de respeito. As injustiças são sempre absurdas, mas se tornam intoleráveis – eu diria até covardes – quando perpetradas contra uma instituição honrada e tradicional. Pergunto: que direito têm os rapazes do Casseta & Planeta, escudados na poderosa Rede Globo, de atacar uma instituição antiga e honrada, e que nenhum mal direto lhes fez?

É isso que nos deixa amedrontados em relação ao futuro do país: assacam-se aleivosias, os prejudicados recebem a afronta, mas nada acontece e tudo continua como dantes. A coisa fica ainda mais inaceitável quando sabemos que a injúria foi assacada contra uma instituição que carece de meios para se defender publicamente, e é obrigada a engolir a afronta. Eu pergunto: O que têm esses humoristas contra as pobres prostitutas? Que mal fizeram elas ao Brasil e ao mundo, em tantos milênios de exercício de sua profissão – aliás, a mais antiga do planeta?

Acho que a frase é do Mário da Silva Brito, em seu Desaforismos: somente a arbitrariedade policial seria capaz de criar essa expressão: “mulheres de vida fácil”. Os velhos do meu tempo, que tiveram a sorte de viver no Recife dos anos 60, hão de lembrar que a antiga sede da Câmara de Vereadores situava-se no bairro do Recife Velho, o mais alegre da cidade. (Era pra lá que a gente corria, nas noites quase desertas da cidade, ainda bem longe da megalópole atual). Pois bem, um dia resolveram mudar a sede da câmara pro Parque Treze de Maio. Sábio comentário da cidade: finalmente decidiram moralizar a zona!

Vejam em quantos pontos é absurdo comparar as indefesas moças com os deputados:
1) as prostitutas nem sempre buscam essa profissão, muitas vezes são empurradas para ela pela fome;
2) em geral, não depenam ninguém, tudo o que fazem é proporcionar um pouco de prazer carnal, numa tabela que vai de uns trocados a verdadeiras fortunas (aliás, ninguém melhor que os deputados para atestar isso, com os rios de nosso dinheiro que gastam nas bacanais de Brasília;
3) elas não parasitam a nação, pelo contrário, trabalham duro, muitas vezes enfrentando o frio da madrugada, o achaque de policiais e rufiões e o risco das DST;
4) têm um comportamento moral digno, não viajam de graça, não são dadas a furtos e roubalheiras, nem gozam de qualquer imunidade, pelo contrário.

Há ainda muitas outras diferenças, que seria ocioso enumerar. Então eu, aqui do meu canto, já que ninguém falou nada, levanto meu protesto contra essa comparação injuriosa. E creio que as pessoas de bem que ainda sobraram neste país, concordarão comigo. Prostituta é prostituta, deputado é deputado. Aliás, diz a mídia que a Holanda vai ser obrigada a fechar alguns presídios por falta de presos. Garanto que passou pela cabeça de muita gente matar dois coelhos de uma só paulada: a gente manda pras vagas prisionais dos holandeses todo o congresso nacional; e assim eles não terão que demitir ninguém do seu sistema carcerário.

Claro, isso é apenas um sonho, pois quem tomaria tal decisão? O Executivo, do Lulinha paz e amor? O Judiciário do Gilmar dos habeas-corpus prontos? Respondo com a risada dos internautas: KKKKKKKKKKKKK!

segunda-feira, junho 01, 2009

Emoção

Fim de semana. Fim de festa. De volta ao ambiente mormacento do Recife à rotina inexorável. Resta agora recordar os bons momentos passados em Filipeia, revendo amigos na comemoração do cinquentenário da Geração 59 e pessoas queridas que não víamos há mais de 50 anos.
Vale ainda muito mais pela descoberta de uma poeta que achou por bem me dedicar uma bela página da sua lavra. Vejam logo abaixo o belo texto de Lígia Tabosa. Obrigado minha querida prima. Deus te salve oh bondadosa Baronesa. H.C.

Lígia Tabosa

De que são feitas
as emoções...
De lembranças vividas
de um vácuo
no tempo
de um vento
que amiúde
sopra;
no momento preciso
que vento frio
que vento quente
este
que
neste momento sinto.

(Para Hugo Caldas em suas emoções idas, sidas, vivas no tempo). Lígia