quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Recife

Celso Japiassu

Na última vez em que estive em Recife, fui passear à noite pelas ruas que frequentei quando estudante. Senti-me atônito com a miséria do centro. Era uma multidão de miseráveis ocupando as ruas da margem do Capibaribe, principalmente a Rua do Sol, que fica no lado oposto à Rua da Aurora, num simbolismo poético que nos encantava. Eramos adolescentes tomados pela poesia de uma cidade que julgavamos uma das mais belas do mundo, com seus rios e suas ilhas urbanas.

Mas aquela beleza não suportou o êxodo das populações muito pobres que vieram construir a miséria da cidade grande. A metrópole regional é para onde acorrem os sem nada, na esperança de viverem dos refugos e das sobras que podem ser encontrados no lixo dos abastados.

Nessa noite em que eu passeava no meio daquele mar de gente feia e doente, cenário humano da verdadeira miséria, onde a violência encontra o melhor ambiente para explodir, um homem estourou com uma pesada pedra a cabeça de um outro que dormia na calçada da Rua do Sol. Eu vi.

Essa lembrança me vem agora, quando acabo de ler no jornal que Recife vai sediar uma das próximas lojas da griffe de luxo Louis Vuitton. Entre outros produtos criados para os ricos do mundo, ela acaba de lançar a linha de diamantes Les Ardents, com lapidação exclusiva.

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

"Tá Todo Mundo de Ressaca"


Hugo Caldas

Dedicadíssimo ao espírito momesco, o apedeuta na maior simpatia deu uma de titio cuidadoso ao fazer a apologia do sexo seguro na Marquês de Sapucaí distribuindo Camisas de Vênus durante o desfile das mesmices carnavalescas. Ao lado do Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que muito provavelmente deve ter distribuido também o tal "gel" para a viadagem, o inditoso presidente atirou cartelas de preservativos em direção ao público. Segundo o ministro, tudo foi obra e graça da primeira-dama, Marisa L. que, havia se queixado de que no banheiro do camarote tinha de um tudo, menos Camisa de Vênus. Eu, hein!

"Acho que o Brasil está maduro para ter uma mulher presidente. Acho que esse século é o das mulheres. Não só no Brasil, mas na América Latina. Temos aí a Cristina Kirchner, a Michelle Bachelet. Assim como também é o século dos negros e dos índios.” Dilma Rousseff, a que não está em campanha para presidenta. O sargentão repete ipsis litteris o que o seu mestre mandar.

Mas eis que se nos aparece um gênio e comete as cretinices abaixo:

"Ela (Dilma) trabalha com forças invencíveis da natureza. Existe uma inteligência que governa o universo e essa inteligência paira em toda a criação, e temos toda essa inteligência no nosso interior. A meditação nos põe em contato com essas áreas.” João Paulo, ex-prefeito do Recife, que convenceu Dilma Rousseff a fazer duas sessões diárias de meditação, cada uma de 20 minutos. Como apregoava Nelson Rodrigues: "Ao idiota fundamental nem água!"

Depois da plástica a moça ficou toda serelepe e se mandou para o Recife com toda sua entourage, mais helicópteros e que tais, para passar o carnaval em Porto de Galinhas. Explicada agora a desanimação.

Lembram deles?

Os pugilistas cubanos Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux, aqueles mesmos que escaparam da concentração do Pan e foram entregues de volta à Cuba em avião cedido pelo palhaço do Hugo Chavez, fugiram, dessa vez do próprio "paraíso" em uma lancha. Deram com os costados no México e de lá para Miami foi um pulo. Já retornaram às atividades pugilistas e querem voltar a lutar no Brasil. Esses caras são o que? Mulher de malandro? Cuidem de suas vidas e lutem por onde a agência alemã que os contratou recomendar, rapazes. Essa história de país tropical só mesmo na música do Jorge Ben. É bom que não caiam em nova esparrela. Já chega!

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segunda-feira, fevereiro 23, 2009

O Urso de Minha Infância

Anco Márcio de Miranda Tavares

O urso pé de lã, enrolado em estopa, com uma máscara que lembrava tudo, menos um focinho de urso, vinha dançando pelas calçadas de Ingá do Bacamarte, e cantando "Me dê dinheiro que eu sou o urso..." e mais coisas que minha mente sessentona se recusa a lembrar. Meu pai sempre tirava do bolso uma moeda e colocava, respeitosamente quase, na bacia que o urso estendia.

Mais tarde, passava um papangu, que por ser um menino conhecido, não falava a fim de que a voz não o denunciasse. De repente, passava uma troça, com rapazes e homens casados, todos à pé, parando todas as vezes que passavam, nas casas dos conhecidos, onde eram recebidos com bebidas e tiragosto.

Meu pai entrava cedo "no ar" e fica mais alegre do que já era, tomando aqui e ali uma caninha ou uma cerveja Teuthonia, gelada no pé do pote. Ele era um folião nato, segundo contava Dinda minha avó e mãe dele, que morava com a gente. Ela sempre dizia que em També, terra onde fôra criado, ele bebia e dançava os três dias.

Minha mãe comprava um tecido estampado, e escolhia nas velhas revistas de moda de Dona Maria Pinto, uma fantasia para brincar as três noites no Ingaense Atlético Clube, onde iria à noite com meu pai, dançar carnaval, ao som da Orquestra regida (pasmem!!) por Severino Araújo, à esse tempo Mestre de Música em Ingá...

Eu ia também pras matinês do Clube e me lembro que teve um ano, em que me fantasiaram com uma roupa de listras, que eu pensei ser um pijama, mas depois vim a saber que se tratava de roupa de presidiário. Eu não estava de todo errado, pois, passado o Carnaval, essa roupa ficou servindo para eu dormir...

Por essa época, eu com sete ou oito anos, já tinha minhas paixões e era louco de amores por uma menina chamada Bernadete, filha de um amigo de papai. Quando cresci e a conheci, notei a razão pela qual eu uso óculos desde os dezessete anos. A menina parecia um sapo, e eu devia ser míope quando menino.

O Carnaval era dentro da época, durava apenas três dias e na quarta feira todo mundo ia pra Igreja, receber uma cruz de cinzas na testa, cinza esta, segundo diziam, resultante das fogueiras feitas em São João. Deveria ser mesmo, pois em Ingá moravam uns quatrocentos católicos e todo mundo fazia fogueira.

Era terminantemente proibido adoecer no Carnaval, pois Doutor Cabral, o único médico da cidade, ficava bêbado no sábado e somente ia recuperar a sobriedade, no outro sábado, pois ele ficava doente depois do porre, e não tinha capacidade nem conhecimentos pra curar a si próprio.

No Carnaval de Ingá não havia saldo de mortos, pois todos estavam muito ocupados em se divertir e ninguém tinha tempo para matar ninguém. Lá, só se agredia e matava gente, nas feiras de sábado, quando então, agressor e agredido eram levados para a cadeia, único lugar público aberto...

Olha o urso, segura o urso, que ele quer fugir da minha memória, indo para outras paragens. Olha o papangu, corre com medo do papangu, que é um bicho perigoso.Corre menino, pra tomar banho e vestir a fantasia que está na hora de ir ao clube...Corre menino, que está na hora de voltar à infância, pois a velhice chegou...

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Complexo de Vira-Latas


Riobaldo Tatarana

Pois é, caras, andei pensando que se de fato essa advogada for 171, só reforça o que disse sobre os brasileiros - sem-vergonhas, aqui e lá fora. E os suíços também não são lá flor que se cheire, mas estão na casa deles e têm razão de irritar-se. O problema é que brasileiro se acha muito malandro, e que pode dar volta em todo mundo. Aí, tenta fazer gracinhas com americanos e europeus e se dá mal, porque os caras são muito mais experientes do que nós, recém vindos do macaco. Veja a bispona do Kaká, fez e aconteceu aqui e ficou por isso mesmo. Lá nos EUA, quebrou a cara.

"O tempo passou e a brasileira (para azar nosso, pernambucana!) confessou que foi tudo uma farsa. Por um lado, tenho obrigação de pedir desculpas aos leitores pelo engano - particularmente aos suíços pela piada balzaqueana; por outro lado, devo também reconhecer que este fato só reforça o que falei: o brasileiro não perde o complexo de vira-lata, e faz o possível para denegrir ainda mais nossa imagem lá fora.

Nós não somos safados nem sem-vergonhas - não se pode confundir uma população inteira com seus políticos, que em grande maioria ultrapassam qualquer definição de falta de caráter. Mas agora mesmo vimos a coragem do senador Jarbas Vasconcelos, destapando o esgoto do PMDB. Há ainda algum sangue puro naquela latrina. Enfim, nós todos, que não fazemos parte de quadrilhas nem de patotas de salafrários, temos de botar a boca no trombone."

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

A Entrevista de Jarbas Vasconcelos


Hugo Caldas

Não sou exatamente o que se pode rotular como simpatizante deste ou daquele partido político. A bem da verdade, a atual política praticada neste país Pindorama me enoja profundamente. Dá-me ganas de vomitar como um antigo personagem de "O Pasquim", Gastão, (bleargh) o vomitador. Disse e repito: não sou partidário de seu ninguém. Entretanto, continuo a pagar os meus impostos. Sou brasileiro. Ainda não cassaram a minha sofrida cidadania. Portanto, posso e devo falar.

Uma entrevista do senador Jarbas Vasconcelos, concedida à VEJA desta semana anda me tirando do sério. Também não sou nenhum jarbista de quatro costados e tenho no mínimo uma boa razão para não simpatizar muito com o senador. Foi Jarbas, nos seus tempos de alcaide que destroçou a minha rua e em conseqüência a minha saúde, ao inventar o tal do Binário da Rua Barão de Souza Leão trazendo todo o tráfego vindo do aeroporto para um insólito desfile em frente a minha calçada. Hoje, por onde passavam duas esporádicas linhas de ônibus, passam permanentes trinta e oito. Podem vossas mercês muito bem avaliar o tanto de poluição a que estamos sujeitos. É sujeira mesmo. Uma poeira mais preta do que a consciência do deputado Genoino. À poluição sonora já nos acostumamos. Sai na urina. Viramos uma sucursal do nunca assaz execrado Minhocão. Mas, voltemos ao assunto da entrevista.

Para os mais esquecidinhos, lembro que muitas mudanças neste país, aconteceram a partir de uma entrevista prestada por alguém à um jornal, uma revista, etc.

Tomemos do fundo do baú da nossa história a famosa entrevista de José Américo de Almeida ao então jornalista Carlos Lacerda, em fevereiro de 1945, que terminou por abrir o caminho para a queda de Getulio, rompendo assim a censura à imprensa na era Vargas. O general Góis Monteiro sustentáculo do regime, havia sido designado a integrar o Comitê para a Defesa do Continente, em Montevidéu. Ao regressar ao Brasil no ano seguinte, logo tomou conhecimento da situação reinante. O velho general dava-se às carraspanas, melhor dizendo, era chegado à uma branquinha também. Peitou o Ditador, defenestrando-o. Acabou com a ditadura que ele próprio ajudara a implantar.

Vamos à um passado menos remoto:

Eu sei perfeitamente que na política o disse-me-disse anda mais solto do que refugiado italiano, mas o fato testemunhado por àqueles que prezam da intimidade, dos acontecimentos que emporcalham a ética, faz a coisa tomar uma outra dimensão. Em 1992 todo processo de impeachment de Collor se iniciou à partir da entrevista bombástica do mano Pedro. Falava-se à boca pequena, entre outras coisas, que Pedro Collor andava cabreiro porque Sua Excelência vivia com uma conversa de cerca-lourenço pra cima da sua (do Pedro) esposa. O mano Pedro Collor, arreliadíssimo, abriu o bico. Contou tudo. Deu no que deu algumas semanas, após a assopradela na embocadura do trombone.

Disse acima que não nutria grandes simpatias pelo senador Jarbas. É verdade. Porém devo, acima de tudo reconhecer a sua coragem, a sua vontade de mudar o rumo das coisas. Em conversa com amigo querido, falava-me ele que, no caso específico do senador, talvez venha a ser uma manifestação de isolamento, isto é, já que não está se locupletando das benesses do governo como todos os outros estão, daí a aparência de político sério. Não chego a tanto apesar da minha total descrença. De qualquer modo acho que o senador expressou muito bem o pensamento da maioria pensante deste país. Vamos esperar mais algumas semanas e quem sabe, o diabo esfrega o olho e nos livra de muita gente que anda a nos tirar o sono e o apetite. Principalmente o apedeuta e a sargentona. E o Amorim ah, o Amorim!

Alguns aperitivos da propalada entrevista concedida à revista VEJA desta semana:

"Boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção". "A eleição de José Sarney para a presidência do Senado é um completo retrocesso". "Renan Calheiros acaba de assumir a liderança do PMDB... Ele não tem nenhuma condição moral ou política para ser senador, quanto mais para liderar qualquer partido". "O Bolsa Família é o maior programa oficial de compra de votos do mundo".

Depressa corra até a banca de revistas mais próxima. É possível ainda encontrar alguns exemplares. Leia, reflita sobre o que diz o lide da matéria:

“O Brasil precisa acompanhar muito de perto o desenrolar do depoimento que tem tudo para ser o motor de um profundo e histórico processo de limpeza da vida pública brasileira”.

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domingo, fevereiro 15, 2009

Há mais de 500 anos



MARCUS ARANHA

É a chamada beleza pneumática, que teve apogeu na Renascença

Há séculos, o homem tenta dominar a mulher com armas políticas. Descobriu a virgindade e tirou partido, fazendo da descoberta um mito em seu proveito. Construiu outros como, maternidade, domesticidade e passividade; mulher é pra ficar em casa... Tudo no sentido de anular a emancipação e obter o domínio completo.

A última arma do homem contra a mulher foi recrudescer o padrão estético dela, abalando-a psicologicamente: mulher só magra, tipo top model! Endeusaram as modelos sem peito e sem bunda. Aí, pra atingir o padrão exigido, as mulheres entraram numa loucura de exercícios e dietas de fome, obcecadas por emagrecer. Haja Herbalife, dieta da sopa, da lua, de Dr. Atkins, de Beverly Hills, Kiberom, chá de anis estrelado, malhação, caminhadas, hidroginástica, massagens e o diabo a quatro.

Ora, padrão de mulher foi Vênus, deusa do amor e da beleza, representada sob muitas formas: Vênus de Cnide, Vênus Erucina, Vênus de Cápua, Vênus Genetrix, Vênus de Milo e outras. Todas com bastante nádegas e seios. Há uma delas, a Vênus Calipígia, com a bunda magnífica, parecendo brasileira. Leitor pudibundo, não precisa ficar chocado com tanta bunda neste artigo. Todo mundo tem bunda e bunda tem no mundo todo. Na Capela Sistina, lugar insuspeitíssimo freqüentado pelo Papa, existem belíssimas bundas pintadas em afrescos de Sgnorelli, Botticelli, Ghirlandaio, Perugino e Michelângelo.

No Brasil, o padrão beleza tísica não faz sucesso. Brasileiro gosta da silhueta um pouco cheia, com mais sensualidade. O excitante do corpo da mulher são as redondezas, doces contornos e formas voluptuosas. É a chamada beleza pneumática, que teve apogeu na Renascença, com mulheres de curvas opulentas, mas com o corpo obedecendo a cinco ditames: forma, harmonia, moleza, doçura e suavidade.

Mulheres! Deixem de passar fome e diminuam tanta caminhada e tanta ginástica. Se caminhar muito prolongasse a vida, carteiro era imortal. E ninguém vai adorá-las de ossos à mostra, só a grade.

Os homens são chegados à carnes desde 1500, quando Pero Vaz de Caminha em carta a El Rei, descreveu encantado a beleza das índias: "Bem novinhas e gentis, com cabelos pretos e compridos pelas costas; e as suas vergonhas, tão altas e tão cerradinhas, e tão limpas de cabeleiras... E uma delas era tão bem feita e tão redonda, sua vergonha tão graciosa, que à muitas mulheres de nossa terra faria vergonha, por não terem a sua como a dela”. O safado do Caminha ficou vidrado nas redondezas e no sexo das índias, “vergonhas” gordinhas, fechadinhas, quase sem pêlos, diferentes das que ele conhecia nas portuguesas. Entusiasmado, não se conteve e escreveu contando ao Rei.

A Primeira Carta, “certidão de nascimento” do Brasil, já fala como as brasileiras são bem feitas e redondas. No século 16 descreviam nossas mulheres, com “ancas e nádegas enxundiosas que convidam à luxúria”. Imagine! Àquela época, a gente já curtia bunda.

Houve época em que a TV mostrava cerveja como paixão nacional.

O Carnaval vem aí. E em desfiles, blocos e bailes a TV vai exibir mulheres com muita carne e pouca roupa. Não vai mostrar uma só top model, esquálida, despeitada e desbundada, com um vão de quatro dedos entre as coxas, sambando na Marquês de Sapucaí. O que a gente vai ver em close e zoom, na cara da gente, é mil bundas por dia!

Taí... cerveja pode ser paixão nacional, na Alemanha. Aqui no Brasil, há mais de 500 anos, paixão nacional mesmo, é bunda!

sábado, fevereiro 14, 2009

Brasileiro é barrado e humilhado em Madrid


Hugo Caldas

Em 26 de dezembro de 2008, o brasileiro Bernardo Almeida decidiu visitar a namorada que mora na Espanha, e a seguir iria iniciar viagem de 20 dias pela Europa, mas em lá chegando, o azarado se tornou mais uma vítima da arrogância das autoridades locais. Ficou detido no aeroporto de Madrid por mais de 24 horas e, apesar de apresentar dinheiro suficiente e documentos em ordem, foi deportado para o Brasil. A brincadeira sem graça custou ao Bernardo cerca de R$ 4 mil em reservas de hotel e passagens que evidentemente já haviam sido compradas. E pagas. Mas os homens não estão nem aí!

Ainda no aeroporto, Bernardo à duras penas, consegue falar com o pessoal da Embaixada. Avisaram que nada poderia ser feito para ajudá-lo. Bernardo escreveu então ao chanceler Amorim relatando o caso na Espanha. Até hoje só teve o silêncio como resposta.

Isso me traz à mente episódio semelhante acontecido com o locutor que vos fala no Aeroporto de Maiquetía, Venezuela em 1981. Estava em viagem a serviço da Viuva e tinha a saída marcada e confirmada para o Panamá naquele vôo. Embarcaram a minha "equipaje" mas infelizmente não encontravam um lugar disponível para mim. Como isso seria possível?

- "El vuelo se encuentra agotado"

Era o que diziam. Logo percebi a manobra. Teria que desembolsar uns quantos dólares para o cretino da empresa aérea que detinha as cartas na manga. Consegui contato com a Embaixada e fui atendido por um sujeito (de nome Krause) que se dizia secretário do embaixador. Relatei o problema e ele também afirmou nada poder fazer. Dizia que por ser uma tarde de sábado o senhor embaixador havia saído para uma pescaria. E ao ser perguntado quando seria possível falar com ele, obtive a educada, cortês e diplomática resposta:

- "Não comi merda de cigano para adivinhar”.

Não quero generalizar mas esse é o tipo de tratamento que nós, brasileiros, recebemos por parte das embaixadas. Não me admira em nada as desventuras do jovem Bernardo. Só lamento que esse tipo de incidente ainda ocorra em aeroportos do mundo exatamente 28 anos após aquela malfadada tarde na Venezuela. E olha que ainda não havia a praga do Bufão Chavez. Em tempo: para encontrar um lugar no "vuelo agotado" tive que pagar uma quantia quase três vezes o preço do trecho Caracas - Panamá.

Na volta ao escrever o meu relatório de viagem constava lá um item: "Propina no aeroporto de Maiquetía." O meu chefe não aceitou, claro, e eu tive que arrostar sozinho a despesa

Vejo agora de relance, uma manchete de jornal dizendo mais ou menos assim: "Brasileiros fogem do Exterior". É, a coisa está mais pra urubu do que para colibri. Esse caso da advogada pernambucana está realmente muito estranho. Vamos deixar para comentar depois que as coisas se esclareçam.

Para melhorar os ânimos lá vai esta do Nerso da Capitinga

... Uma garota inteiramente nua entra no Bar do Nerso da Capitinga e pede uma cachacinha.

Ele serve a bebida e, ao passar-lhe o copo, debruça-se sobre o balcão para observá-la atentamente. Pouco depois a garota pede outra cachaçinha e o Nerso volta a debruçar-se sobre o balcão. Ela se irrita:

- Você nunca viu uma mulher nua?

Educadamente, o Nerso responde:

- Mais claro qui já vi sô, bão dimais, tô mais é querendo sabê donde ocê vai tirá o dinheiro pra me pagá!

(pano rapidíssimo)

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sexta-feira, fevereiro 13, 2009

NINGUÉM RESPEITA ESSA JOÇA!


Riobaldo Tatarana


"On respecte un homme qui se respecte lui-même", dizia o velho e sábio Balzac. Com toda razão, aliás. Como posso respeitar alguém que não se dá ao respeito? Isso não vale apenas para os ilustres parlamentares brasileiros em nível federal, estadual e municipal. É norma que se aplica a todo mundo, aos cidadãos como aos governos, entidades e países. Ora, se há décadas habituamos o mundo inteiro a nos ver como desonestos, malandros e proxenetas; se todas as revistas, jornais e noticiários de tv do exterior só falam de nós para mostrar as bundas de nossas patrícias e achincalhar e rir de nosso ridículo – quem não se lembra do Collor com aquela mulher bizarra dando gafes seguidas (por exemplo, numa cerimônia com os reis de Espanha, ela vestia um modelito de fazer corar JoãozinhoTrinta, com as mesmas cores do uniforme da guarda real espanhola!), da genitália desnuda daquela amiguinha do Itamar, da pose “ah se a mamãe me visse agora” do FHC quando filmado junto a algum grandalhão do primeiro mundo, dos escândalos do mensalão, do mensalinho, disso e daquilo, tudo varrido pra baixo do tapete?

Levas e levas de “turistas sexuais” buscam o Brasil para extravasar suas taras em crianças nordestinas. Quando se trata de algum figurão - como aquele pedófilo, cônsul de Israel no Rio de Janeiro, ou algum escroque estrangeiro que estourou a praça - sai do país na maior cara de pau, acobertado por um habeas-corpus. Nossos presidentes aguardam horas para ter a honra de posar junto a “celebridades” do tipo Madona. Nossos craques atuais só jogam bem em seus times europeus, onde ganham zilhões. Mas em partidas decisivas da Copa do Mundo, fingem descaradamente estar distraídos durante as jogadas perigosas. Isso sem falar de deputados que escondem dólares na cueca, de “bispas” que malocam a grana na Bíblia (e sabe Deus mais onde), de igrejas que desabam, de gente que furta gêneros remetidos para os flagelados de cheias e secas, de altos funcionários que passam por pobretões para receber bolsa disso e daquilo, de furtos programados e executados de dentro dos presídios de segurança máxima. Um comprovado assassino esconde-se no Brasil e logo o ministro da Justiça (!) concede-lhe status de asilado. Como podemos então pretender ser respeitados lá fora?

Claro, em todo lugar tem safados e bandidos. Mas aqui a esculhambação é generalizada, parece que perdemos definitivamente a vergonha (se é que já a tivemos alguma vez, como país). Um dia desses, vendo um enlatado qualquer na televisão, dou de cara com a seguinte cena: um casal de bandidos aplica um golpe violento e a moça, amedrontada, pergunta para onde poderiam fugir. “Para o Brasil, claro!” responde seu comparsa, com a maior naturalidade. Só faltou acrescentar: “Como o Ronald Biggs!” O mundo todo reage a nós como quem lida com trombadinhas e vigaristas. Um brasileiro é assassinado a sangue frio pela polícia de Londres e o caso fica por isso mesmo. Quem mandou ser pobre e mulato? Uma brasileira é seviciada por uns canalhas suíços e logo os jornais locais começam a pôr em dúvida sua versão, opinam que ela auto-mutilou-se para armar alguma. Dos suíços, sabemos que fabricam relógios e canivetes, e que arrotam ser muito civilizados. Estamos vendo! Bem dizia o acima citado Balzac que “por pouco que se raspe um suíço, surge logo o usurário”. Está no romance Albert Savarus. Até um dia desses, a Suíça era o paraíso fiscal preferido de tudo quanto era ditador e ladrão. Agora querem nos vir “de borzeguins ao leito”!

Todo dia recebemos notícias de compatriotas nossos chutados e escarrados em aeroportos espanhóis e portugueses – logo esses países, que há algumas décadas eram mendigos, escorraçados na Europa, e a quem nós recebíamos com todo carinho e hospitalidade. Mas como quem nunca comeu mel, quando come se lambuza, bastou que a União Européia arrumasse aquela zorra ibérica e já os manuéis e juaquins, os manolos e paquitos, dão-se ares de gente fina, expulsam seus antigos anfitriões. Mas o problema não é deles, nunca foi. É nosso somente! Vou dar alguns exemplos, aqui mesmo na América Latrina. No Peru e na Argentina, por exemplo, as pessoas têm um elevado senso de dignidade. Com todos os problemas que enfrentam, iguais aos nossos – políticos safados, banqueiros escroques, violência e injustiça social – amam sua pátria, orgulham-se dela. Vá você fazer uma gracinha lá! E os cubanos, naquele perrengue, sem grana, com uma ditadura podre de velha, que brio, que altivez! E ainda vêm uns engraçadinhos e querem que estejamos entre os países mais promissores do mundo, ao lado da China e da Índia! Isso é que é mania de grandeza! Chineses e indianos dominam altas tecnologias, possuem arsenais atômicos e foguetes intercontinentais e até os Estados Unidos se agacham quando eles rugem. E nós? Será que não poderíamos parar um pouco de assistir ao BBB, de deixar de lado a revista Caras e suas fofocas, de acordarmos da hipnose da TV Globo e de suas novelas repetitivas e previsíveis, e cuidarmos de arrumar a casa? Não precisam responder. Eu já sei a resposta.

GUIA DE SOBREVIVÊNCIA NO CARNAVAL DE PERNAMBUCO

O belo tipo faceiro que vocês têm ao seu lado - minha amiga Aline Alexandrino, nos envia esta utilíssima matéria postada em um Blog muito do louco chamado "eubebosim", que pode ser acessado em:
www.eubebosim.com.br

Portanto com os devidos créditos e agradecimentos espero todos tenham um feliz carnaval. H.C.

1. Ao encontrar algum bloco que possui boneco gigante, preste atenção nas mãos do boneco "pro mode" não levar uma mãozada no "quengo". Embora o efeito do álcool se vá logo após a chapuletada, não é, obviamente, uma sensação agradável.

2. Se você escutar alguém gritando "Madeeeeeeeeeiiiiiraaaaaaaaa", não se assuste, pois ninguém vai ficar derrubando árvore em pleno Carnaval. É apenas algum bloco ou banda cantando o hino do bloco "Madeira do Rosarinho", o qual você vai escutar umas 14.889 vezes por dia. Até a quarta-feira de cinzas, você saberá a letra de cor.

3. Não se incomode se, ao seguir um bloco, a bandinha tocar sempre as mesmas músicas. Também não se incomode se, ao seguir próximo bloco que passar, a banda deste tocar as mesmas músicas que o bloco anterior tocou. O Carnaval de Pernambuco é assim mesmo, é tradição. É a época do ano que os pernambucanos se reúnem pra ouvir as mesmas dez músicas de sempre.

4. Nem pergunte qual é o frevo novo que é a sensação deste ano. Faz tempo que isso não existe em Pernambuco. E nem invente de perguntar qual é a dança da moda. Você corre o risco de apanhar, pois isso é coisa de baiano.

5. Nunca entre em discussão com algum pernambucano sobre qual é o melhor Carnaval dentre o baiano, o pernambucano e o carioca. Vocês nunca vão chegar a conclusão alguma.

6. Nunca pergunte pra onde um bloco está indo. Siga-o apenas. Nunca se sabe onde um bloco vai parar, e nem onde começa.

7. Em Olinda, não se desespere se você passar horas e horas sem ver passar algum bloco de Carnaval. O bom do Carnaval olindense é a espera.

8. Não leve carteira, relógio, telefone celular e outros pertences pra o meio da folia. O Bloco do Arrastão desfila todos os dias e a qualquer hora.

9. Se você for homem, não fique constragido em mijar no meio da rua quando der vontade. Se assim não o fizer, vai acabar mijando nas caçolas se tentar achar um banheiro. Se você for mulher, trate logo de achar um banheiro público e entrar na fila duas horas antes de chegar a vontade de falar com o homem do balcão.

10. No Carnaval de Olinda, se você for uma mulher bonita e gostosa, correrá o risco de, sem o seu consentimento, ser agarrada, beijada, apalpada e outras coisas terminadas em "ada". Nem vá de shortinho curto e de tecido leve. Vai voltar com a arruela "assadinha". Use a velha bermuda jeans. Se você for homem e tiver uma namorada gatinha, nem passe perto da cidade alta. Mas, se você for uma mulher feia, é hora de aproveitar e tirar o atraso acumulado. Pois, em Olinda, vale o velho ditado: "não existe mulher feia; você é que bebeu pouco" ... Vai que é tua, baranga!

11. Outro ditado que vale no Carnaval: cú de bêbo não tem dono. Assim, vale mais usar o outro ditado "quem tem cú, tem medo" na hora de beber. Pense 2 vezes antes de enfiar o pé na jaca. Não confie nem nos amigos!

12. Não saia cedinho de casa pra ver o desfile do Galo de Madrugada. Este bloco não desfila e nem nunca desfilou de madrugada. Ao final do desfile, procure um bom dermatologista .... depois de se recuperar.

13. Em Olinda, depois de tomar todas, nunca tente subir a Ladeira da Sé à pé. Álcool só é combustível pra automóvel.

14. Se você for pra folia de carro, prepare-se para pagar antecipadamente 10 reais ao flanelinha pra deixar o carro na rua - se conseguir achar algum lugar. Além disso, prepare pra enfrentar engarrafamentos homéricos.

15. Não fique constrangido se você estiver no meio de um bloco "lírico" e não souber o que porra é lirismo. Também não fique sem jeito se o bloco for um do tipo "bloco-de-saudade-de-velhos-carnavais" e você não estiver sentido saudade alguma. Metade dos participantes desses blocos também não sentem porra de saudade nenhuma, só dores nas juntas. Grande chance de achar aquela velha tia-avó viúva ou a tia solteirona, que há muito você não via.

16. Se você for alérgico a mofo, passe longe dos "blocos-de-saudade-de-velhos-carnavais".

17. No meio desses "blocos-de-saudade-de-velhos-carnavais", finja que sabe quem é Felinto, Pedro Salgado, Pierre, Fenelon e o velho Edgar Moraes. Assim, você se enturmará mais rápido com o pessoal. Se, por curiosidade, você perguntar quem são esses caras, provavelmente vai receber como resposta um constrangido "não sei".

18. Não há problema algum em não saber dançar frevo. 99% dos pernambucanos não sabem fazer o passo. Nem tente ! Você poderá acabar seu Carnaval num ortopedista.

19. Quando você não estiver escutando porra nenhuma, tenha certeza que é o "blocos-de-saudade-de-velhos-carnavais", passando na sua frente.

20. Caso o bloco que vocês está seguindo, passe na frente de alguma emissora de TV transmitindo em rede nacional, ao vivo, prepare-se para escutar pela enésima vez o hino do Vassourinhas, e levar um monte de caneladas. Pule feito um louco até a música acabar. E não se esqueça de "abrir" os cotovelos ....

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Radicalismos sem causa


José Virgulino de Alencar

Desde a queda do muro de Berlim, ruíram, também, muitos ideários políticos e sociais, as lutas ideológicas perderam seu norte e muitos movimentos transformaram-se em radicalismos sem causa. Contudo, no Brasil, como no mundo todo, ainda há gente sonhando em defesa de teorias socialistas e verberando discursos que já tinham perdido a sua força de convencimento em fase bem anterior à derrubada do chamado muro da vergonha.
São muitos os ideólogos que ainda se acham vivendo sob o regime militar, enquanto outros não desceram do palanque das diretas-já, um movimento que empolgou multidões e, além do grito por eleições diretas imediatas, estimulou os oradores a dissertarem sobre outras teses e a defenderem um modelo político incompatível com a realidade econômica do país e até com a formação psico-social do povo brasileiro. As diretas, embora tardiamente, chegaram, mas o mundo foi se globalizando, a economia de mercado adquiriu força e ofere musculatura ao liberalismo, quebrando a onda do Socialismo de Estado. O modelo de regime político estatizante perdeu o fôlego na prática, mas os seus adeptos, como falei, não desceram do palanque e continuam na propagação dos ideais já com um certo sabor de saudosismo. Socialismo de Estado, com a burocracia governamental transformando a estrutura estatal num emaranhado de normas, procedimentos e até de atos sem respaldo em lei formal, onde o agente público faz o que bem quer por não ter o poder limitado por órgão legislativo e nem poder judiciário, pois bem, esse regime de Estado puro, dominador, encontra-se enterrado sob os escombros do muro de Berlim. Muitas cabeças pensantes insistem em bater na tecla da teoria socialista, mas a prática da vida lhes rechaça com o pára-choque da modernidade tecnológica, da universalização e da conformada internacionalização que guia o mundo ideológico, econômico, social, intelectual, artístico e religioso. A tecnologia, com seus erros e acertos, cria e implanta a aldeia global, onde o meu sitio, encravado no que se chamava cafundó, tem hoje parabólica, tv a cabo, celular, computador, que o torna vizinho do Japão, do Nepal, da Groenlândia e dos esquimós. Portanto, as causas que nortearam o ideal socialista perderam consistência que assegure sua concretização na realidade universal atual, transformando-se em radicalismo sem causa, o desejo de criar e dirigir movimentos populares de pressão para mudança do modelo econômico moderno. Esse é apenas um idealismo sonhador, sonho que dificilmente chegará a algum lugar, embora, reconheça-se, não morre. Não desconheço que se deve propugnar por uma alternativa ao modelo concentrador do capitalismo neoliberal, em que as riquezas produzidas tenham uma parcela mais significativa fluindo para as camadas menos favorecidas, retirando uma massa imensa da linha abaixo da qual está a miséria absoluta, inserindo esse contingente na faixa da pobreza com dignidade. Sem isto, é iminente o risco de uma convulsão e da eclosão da pior alternativa, uma alternativa que não tem ideal, mas que tem como móvel a necessidade primária de se alimentar. E quem, ao iniciar o dia, olha para sua família e não tem um pão para alimentá-la, será instintivamente tangido para o gesto de tomar o pão da camada que tem e não aceita dividir espontâneamente. Estimulado pelo primeiro passo na busca forçada por comida, o faminto vai além e toma outros bens da vítima, quando não age com violência em razão do desespero e da revolta pela exclusão. Isto não é teoria socialista, não é tese de revolução de massas, de movimentos ideológicos que defendem modelos de divisão de riquezas por força de regimes estatizantes e autoritários. Na realidade, é mais a defesa da solidariedade humana, dos ideais cristãos que pregam a irmandade e vida digna para o ser que Deus fez com alma e necessidades biológicas, cuja solução de direitos igualitários está na democracia, no sistema de respeito à propriedade e aos bens privados, enfim, no regime de livre iniciativa, com instituições reguladoras fortes, com projetos nacionais que promovam a justa distribuição das riquezas produzidas pelas nações. Fora desse caminho, só vejo a propagação de ideais e radicalismos sem causa e do perigo de se estabelecer o caos, onde todos perdem. Nesse jogo, não tem vitória, nem empate.

Só derrota.

virgulinoalencar@hotmail.com

sábado, fevereiro 07, 2009

AQUI D'EL REI!


Hugo Caldas

Poetas Seresteiros, Namorados...Correi

Eis que diviso em importante jornal do Sul Maravilha a inquietante manchete que se segue: "Uribe agradece a seu homólogo apoio para resgatar reféns." O que será isso, Minha Nossa Senhora do Eterno Sobressalto? Que fiz, então? Já que a santinha não ajudou em nada, corri a pedir ajuda ao meu amigo Aurélio que, sempre solícito, iluminou a minha embotada mente da maneira abaixo:

Homólogo (do gr. homólogos)

Adjetivo

1 - Geom. Diz-se dos lados, ângulos, diagonais, segmentos, vértices e outros elementos que se correspondem ordenadamente em figuras semelhantes.

2 - Biol. Diz-se dos corpos orgânicos que preenchem as mesmas funções e sofrem as mesmas metamorfoses.

3 - Genét. Diz-se dos cromossomos com os mesmos genes e na mesma seqüência.

4 - Bot. Diz-se dos órgãos ou partes vegetais que apresenam homologia.

5 - Quím. Diz-se de substâncias que têm a mesma função, mas diferem pelo número de átomos de carbono da cadeia principal.

6 - P. ext. Equivalente, correspondente, embora mais ou menos diverso. V. cromátides - as. (Cf. homologo, do v. homologar.)

Ah, bom, pensei que fosse outra coisa.

Mas, burróide que sou, até agora não consegui enquadrar nosso muito bem amado apedeuta em nenhum dos seis itens apresentados tão sabiamente pelo pai de todos nós. Porventura, se algum dos meus parcos três leitores descobrir algo... Cartas à Redação.

Não posso evitar. O meu humor hoje está mais negro do que o passado do Cesare Batistti....

Uma solução muito fácil acontecida nos EUA.

Dorothy, tristíssima pelo falecimento do marido Albert, foi até a Casa Funerária a fim de tomar as últimas providências para a devida cremação. Aproveitou para um último aceno, uma última olhada naquele rosto tão querido. Repentinamente, ela que se fazia de forte, desatou num choro compulsivo.

Um dos atendentes correu solícito a ajudá-la. Ela através das lágrimas explica que apesar de conformada sofria por não poder satisfazer um dos últimos desejos do seu querido Albert que apesar de nunca haver pertencido à marinha queria, por fina força "ser sepultado envergando um uniforme de Capitão-de-Corveta."

A Casa, como de costume, havia providenciado um terno preto que em nada correspondia aos sacrossantos desejos do falecido. O prestimoso funcionário, apesar de achar a coisa mais natural do mundo ver os seus defuntos serem sepultados em ternos pretos, pediu-lhe calma, prometendo-lhe dar um jeito no imbróglio.

- Amanhã tudo vai estar certo. Confie!

No dia seguinte, pouco antes das cerimônias, Dorothy retorna e procura se inteirar dos acontecimentos. O atendente lhe faz um sinal indicando que tudo estava certo e a leva até o altar. Quando puxou a cortina, Dorothy consegue sorrir através das suas sofridas lágrimas. Lá estava seu querido Albert, envergando um elegante uniforme de Capitão-de-Corveta. Ela pergunta então ao atendente:

- "Como vocês conseguiram esse belo uniforme de Capitão-de-Corveta”?

- "Bem, respondeu o diligente funcionário, ontem à tarde depois de que a senhora saiu, nos chegou um outro defunto mais ou menos da altura do seu marido. Vestindo um uniforme de Capitão-de-Corveta. A viúva explicou estar muito triste pois seu marido sempre odiou a marinha e sempre falava em ser sepultado vestindo um terno preto, contou o atendente."

- E então, foi muito dolorosa a troca de roupas?

- Que nada, depois que ela se foi, continuou, "foi simplesmente uma questão de trocar as cabeças".

(pano rápido)

hugocaldas@gmail.com
newbulletinboard.blogspot.com

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Claro Enigma


Celso Japiassu

Dizem que Hipolito Irigoyen, que foi presidente da Argentina duas vezes (de 1916 a 1922 e de 1928 a 1930), reuniu a família logo depois de ter sido eleito para pedir que todos passassem a economizar e gastar menos porque, dali em diante, ele iria ganhar muito pouco na presidência da República. O salário era muito baixo.

Este episódio me ocorreu depois que li nos jornais que um ex-governador de Minas foi acusado pela ex-mulher de possuir um patrimonio que ela diz ser de R$3 bilhões e que ele próprio afirmou ser bem maior do que isso. Entre centenas de propriedades, é dono do hotel Résidences des Halles, em Paris. Ele era um homem pobre quando entrou na política.

Não conheço nenhum político brasileiro que tenha chegado pobre ao fim de um mandato. Um político ganha bem no Brasil. Como? De que forma? Os salários aqui também são baixos nos cargos públicos mas um mandato de quatro anos é capaz de amealhar uma fortuna que necessita de mais de uma geração para ser acumulada num trabalho empresarial produtivo.

Trata-se de um claro enigma.

terça-feira, fevereiro 03, 2009

Reportagem da Semana - O Forum Social Mundial


Com vários processos nas costas pelo incentivo às invasões e depredação de propriedade alheia, o manda-chuva nacional do Movimento dos Sem-Terra, o espiroqueta João Pedro Stédile, não abre mão de uma mordomiazinha que ele não é bobo nem nada! O distinto foi eternizado em curioso instantâneo, por alguém do Diário do Pará, passeando numa boa em um utilitário Toyota, placa JVI 8046, do Instituto Chico Mendes, órgão do Ministério do Meio Ambiente. Stédile esteve em Parauapebas (PA), onde se realizou o Fórum Social Mundial mas não participou da abertura do evento e muito menos da coletiva de imprensa. Queria mais era passear de carona com o chefe local do Ibama de lá.

Esse Fórum Social Mundial teve um final apoteótico: cada uma, meu Deus do céu! No fechamento dos trabalhos, todo mundo achou de cantar e dançar ao som do espetáculo apresentado pelo Bufão Hugo Chavez & seus Maluquetes, Rafael Correa, Evo Morales e do padre arrependido, o paraguaio Fernando Lugo. Aposto que cantaram em coro:

"Ay,Ay,Ay,Ay, canta y no llores porque cantando si alegra cielito lindo los corazones".

O fórum deverá muito provavelmente mudar de sigla: em vez de FMS, será doravante, FSM - Farra da Sacanagem e da Maconha - que rolaram soltas segundo a midia especializada, a que dá azia. E, para coroar, o capadócio do Stédile, manda chuva do MST e da Vila Campesina, andou berrando sua habitual arenga e terminou por chamar os presidentes cantadores de "um bando de frouxos". Depressa interna esse homem no primeiro asilo!

Falando nisso, O Ministério Público quer fechar a penitenciária de Abaetetuba, PA por superlotação. A fossa estourou, exala uma terrível fedentina, e não há eletricidade no prédio. Não há dinheiro para reparos. Mas para o Fórum Social Mundial...... tem dinheiro e muito.

Bolsa-Viadagem

O Ministério da Cultura, que na administração (sic) de Gilberto Gil, não dispunha de dez réis de mel coado, anda agora à caça de um tal de Júlio César Ávila Dias, que muito provavelmente deve ter embolsado a verba recebida em 2006 para patrocinar a 10ª Parada do Orgulho Gay de Goiás. Como vê, ilustre passageiro, é com o dinheiro do contribuinte, meu, teu, seu, nosso, etc, que eles pagam a farrinha das suas meninas.

Por hoje é só!

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

A IMAGEM DO DIA


É tudo tão estranho. "Que se assucede"? Onde foi que eu errei? Que país é esse? Que horas são no Iraque? O Sarney de novo? Com o beneplácito do Renan?