José Virgolino de Alencar
Discute-se muito, em decorrência da modernidade, a pedofilia, a gerontofilia, a necrofilia, a dendrofilia, e muitas outras filopreferências. São manias e paixões das pessoas, por formação consciente ou derivadas da personalidade, da genética e dos mistérios da mente humana.
Uma mania, uma preferência pessoal, pode ocorrer por coisas e por pessoas, através da idolatria, da admiração que se tem por um personagem, seja artista, escritor, político, astro da bola e ídolos de diversas atividades humanas.
O nosso presidente, Luís Inácio Lula da Silva, é um personagem da política, uma figura midiática, que consegue angariar admiradores, seguidores, inconófilos, embora tenha uma origem modesta, humilde, nunca tenha frequentado escola, não goste de ler, fala muito mal, a voz é tonitruante, é desarticulado, e costuma disparar frases destrambelhadas esteja em que auditório estiver.
Mas é idolatrado, não podemos deixar de reconhecer. Pode dar-se ao luxo de cercar-se da pior escória da política brasileira, sua companheirada pode cometer crimes, atrocidades, alopragem, bandalheira mesmo, no entanto, ele não perde a admiração de quem cristalizou uma preferência bem colada na mente, mesmo que não se encontre argumentos e explicações para justificar o apego.
É um fato. E contra fatos há, sim, argumentos, embora não seja fácil expressá-los.
Não significa, então, que seja uma coisa incontestável, inanalisável, inavaliável. Ao contrário. Merece ser analisada, avaliada, observada, dissecada, ainda mais por estar em suas mãos, nada capacitadas, o destino da nação.
Serão gerações e mais gerações descendentes que sentirão os efeitos de um sistema que Lula lidera e comanda, embora não atue positivamente na direção e pilotagem da nave onde estão as raízes desse sistema.
Indiferente ao que ocorre no dia-a-dia da administração pública, no andamento da máquina governamental, Lula se limita a zanzar no que chamam de ?aerolula?, viajando permanentemente em missões que nada trazem de positivo para o país, parecendo mais reuniões de neféis, enquanto a companheirada deita e rola sobre os recursos do tesouro nacional, a negociata corre solta e os episódios de corrupção já formam um seriado nacional.
Nas denúncias, apurações, investigações, Lula apressa-se em defender os meliantes, em desdenhar provas, em xingar a mídia, mas, por outro lado, corre rápido a dizer que nada sabe, nada viu, nada ouviu.
Nada disso é com ele. A crise econômica ameaçou? A culpa é dos antecessores e não escapa nem Tomé de Souza.
O mercado globalizado trouxe investimentos, atraídos pelos maiores juros que se pratica no mundo? A proeza é dele, que nem observa a distorção do modelo concentrador, criando riqueza para poucos e miséria para muitos.
Quando apontam a condução errada do governo, que deixa livre a corrupção e facilita o enriquecimento ilícito dos espertos, Lula solta a minimizante frase de justiticativa canhestra e debochada:
"Mas se todos fazem", recitando, sem conhecer, o poema de um verso só, de Francisco Alvim.
É interessante o raciocínio. Está fazendo errado porque antes todos assim o fizeram, mas o erro dos outros devem ser condenados, enquanto os seus erros devem ser inocentados.
E são. Ele escapa impunemente, montado exatamente nessa mistificação, nessa nova seita, onde há muitos filoadmiradores, discípulos e apóstolos.
Como o Brasil é um país ainda infantil, quando comparado em idade com os congêneres europeus, asiáticos e africanos, ele sofre impunemente o mal da pedofilia política, um verdadeiro ultraje à inocência da nação brasileira.
É a lulofilia.
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