Plínio Palhano
No Brasil, as temporadas de festejos ocupam quase o ano inteiro. Ao
entrar em janeiro, já na noite da passagem de ano, as músicas são como
prévias carnavalescas, que acompanham todo esse mês. E ainda tem
fevereiro quente, com os anúncios e as propagandas de clubes que
realizam as suas antecipações dos dias de Momo. O povo extravasa num
delírio coletivo de alegria. Mesmo terminando o Carnaval, continuam os
bacalhaus na vara, como querendo eternizá-lo nos últimos suspiros de
vida. E ainda há os carnavais fora de época, que acontecem nos
intervalos festivos. Depois de concretizados os finais da festa, lá para
o mês de maio, começam-se a anunciar as fogueiras juninas. Aí vêm as
quadrilhas mal caracterizadas, cheias de novidades que não são da
tradição, com danças e balés improvisados por coreógrafos que parecem
vir de outro planeta. O intervalo até o Natal é preenchido com invenções
de todas as formas. Quando novembro se anuncia, o Papai Noel, estranho à
nossa cultura, aparece.
Admiro as manifestações festivas e
culturais genuinamente populares e autênticas dos períodos. Chamo a
atenção para as deformações que nossas festas estão sofrendo e para a
alimentação do exagero, concretizado pelas administrações públicas. No
Carnaval, por exemplo, há uma invasão de ritmos que não fazem parte de
nossa cultura. Mas os políticos financiam essas deformações porque
precisam dar ao povo circo e pão de todo jeito, para mantê-lo sempre
como eles querem: alienado.
Este ano, então, em termos de
festas e eventos, será inimaginável. Teremos a mais as eleições e também
a Copa do Mundo, que, na visão de muitos críticos especialistas no
assunto, talvez seja um desastre de organização, de gastos, de desvio de
verbas...
Mas a verdadeira alegria do povo seria poder manter
seus filhos em escolas públicas dignas, para receberem uma formação
exemplar que os ensinassem das letras à educação do meio ambiente; poder
ir aos hospitais e ser recebido com todos os equipamentos necessários
ao atendimento, para que ninguém morresse na porta; ter uma Justiça
eficiente, que ofereça respostas precisas, sem os erros tão evidentes;
ter um Poder Legislativo que sirva com honestidade, sem as tortuosidades
proclamadas na imprensa; e poder contar com os poderes democráticos em
prontidão para todas as suas necessidades, e não as enganações de
projetos para mantê-lo em uma situação degradante. O povo quer mais!
No Brasil, as temporadas de festejos ocupam quase o ano inteiro. Ao
entrar em janeiro, já na noite da passagem de ano, as músicas são como
prévias carnavalescas, que acompanham todo esse mês. E ainda tem
fevereiro quente, com os anúncios e as propagandas de clubes que
realizam as suas antecipações dos dias de Momo. O povo extravasa num
delírio coletivo de alegria. Mesmo terminando o Carnaval, continuam os
bacalhaus na vara, como querendo eternizá-lo nos últimos suspiros de
vida. E ainda há os carnavais fora de época, que acontecem nos
intervalos festivos. Depois de concretizados os finais da festa, lá para
o mês de maio, começam-se a anunciar as fogueiras juninas. Aí vêm as
quadrilhas mal caracterizadas, cheias de novidades que não são da
tradição, com danças e balés improvisados por coreógrafos que parecem
vir de outro planeta. O intervalo até o Natal é preenchido com invenções
de todas as formas. Quando novembro se anuncia, o Papai Noel, estranho à
nossa cultura, aparece.
Admiro as manifestações festivas e
culturais genuinamente populares e autênticas dos períodos. Chamo a
atenção para as deformações que nossas festas estão sofrendo e para a
alimentação do exagero, concretizado pelas administrações públicas. No
Carnaval, por exemplo, há uma invasão de ritmos que não fazem parte de
nossa cultura. Mas os políticos financiam essas deformações porque
precisam dar ao povo circo e pão de todo jeito, para mantê-lo sempre
como eles querem: alienado.
Este ano, então, em termos de
festas e eventos, será inimaginável. Teremos a mais as eleições e também
a Copa do Mundo, que, na visão de muitos críticos especialistas no
assunto, talvez seja um desastre de organização, de gastos, de desvio de
verbas...
Mas a verdadeira alegria do povo seria poder manter
seus filhos em escolas públicas dignas, para receberem uma formação
exemplar que os ensinassem das letras à educação do meio ambiente; poder
ir aos hospitais e ser recebido com todos os equipamentos necessários
ao atendimento, para que ninguém morresse na porta; ter uma Justiça
eficiente, que ofereça respostas precisas, sem os erros tão evidentes;
ter um Poder Legislativo que sirva com honestidade, sem as tortuosidades
proclamadas na imprensa; e poder contar com os poderes democráticos em
prontidão para todas as suas necessidades, e não as enganações de
projetos para mantê-lo em uma situação degradante. O povo quer mais!
Plínio Palhano é artista plástico
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