sábado, fevereiro 08, 2014

O PAÍS DAS FESTAS

Plínio Palhano


No Brasil, as temporadas de festejos ocupam quase o ano inteiro. Ao entrar em janeiro, já na noite da passagem de ano, as músicas são como prévias carnavalescas, que acompanham todo esse mês. E ainda tem fevereiro quente, com os anúncios e as propagandas de clubes que realizam as suas antecipações dos dias de Momo. O povo extravasa num delírio coletivo de alegria. Mesmo terminando o Carnaval, continuam os bacalhaus na vara, como querendo eternizá-lo nos últimos suspiros de vida. E ainda há os carnavais fora de época, que acontecem nos intervalos festivos. Depois de concretizados os finais da festa, lá para o mês de maio, começam-se a anunciar as fogueiras juninas. Aí vêm as quadrilhas mal caracterizadas, cheias de novidades que não são da tradição, com danças e balés improvisados por coreógrafos que parecem vir de outro planeta. O intervalo até o Natal é preenchido com invenções de todas as formas. Quando novembro se anuncia, o Papai Noel, estranho à nossa cultura, aparece.

Admiro as manifestações festivas e culturais genuinamente populares e autênticas dos períodos. Chamo a atenção para as deformações que nossas festas estão sofrendo e para a alimentação do exagero, concretizado pelas administrações públicas. No Carnaval, por exemplo, há uma invasão de ritmos que não fazem parte de nossa cultura. Mas os políticos financiam essas deformações porque precisam dar ao povo circo e pão de todo jeito, para mantê-lo sempre como eles querem: alienado.

Este ano, então, em termos de festas e eventos, será inimaginável. Teremos a mais as eleições e também a Copa do Mundo, que, na visão de muitos críticos especialistas no assunto, talvez seja um desastre de organização, de gastos, de desvio de verbas...

Mas a verdadeira alegria do povo seria poder manter seus filhos em escolas públicas dignas, para receberem uma formação exemplar que os ensinassem das letras à educação do meio ambiente; poder ir aos hospitais e ser recebido com todos os equipamentos necessários ao atendimento, para que ninguém morresse na porta; ter uma Justiça eficiente, que ofereça respostas precisas, sem os erros tão evidentes; ter um Poder Legislativo que sirva com honestidade, sem as tortuosidades proclamadas na imprensa; e poder contar com os poderes democráticos em prontidão para todas as suas necessidades, e não as enganações de projetos para mantê-lo em uma situação degradante. O povo quer mais!


No Brasil, as temporadas de festejos ocupam quase o ano inteiro. Ao entrar em janeiro, já na noite da passagem de ano, as músicas são como prévias carnavalescas, que acompanham todo esse mês. E ainda tem fevereiro quente, com os anúncios e as propagandas de clubes que realizam as suas antecipações dos dias de Momo. O povo extravasa num delírio coletivo de alegria. Mesmo terminando o Carnaval, continuam os bacalhaus na vara, como querendo eternizá-lo nos últimos suspiros de vida. E ainda há os carnavais fora de época, que acontecem nos intervalos festivos. Depois de concretizados os finais da festa, lá para o mês de maio, começam-se a anunciar as fogueiras juninas. Aí vêm as quadrilhas mal caracterizadas, cheias de novidades que não são da tradição, com danças e balés improvisados por coreógrafos que parecem vir de outro planeta. O intervalo até o Natal é preenchido com invenções de todas as formas. Quando novembro se anuncia, o Papai Noel, estranho à nossa cultura, aparece.

Admiro as manifestações festivas e culturais genuinamente populares e autênticas dos períodos. Chamo a atenção para as deformações que nossas festas estão sofrendo e para a alimentação do exagero, concretizado pelas administrações públicas. No Carnaval, por exemplo, há uma invasão de ritmos que não fazem parte de nossa cultura. Mas os políticos financiam essas deformações porque precisam dar ao povo circo e pão de todo jeito, para mantê-lo sempre como eles querem: alienado.

Este ano, então, em termos de festas e eventos, será inimaginável. Teremos a mais as eleições e também a Copa do Mundo, que, na visão de muitos críticos especialistas no assunto, talvez seja um desastre de organização, de gastos, de desvio de verbas...

Mas a verdadeira alegria do povo seria poder manter seus filhos em escolas públicas dignas, para receberem uma formação exemplar que os ensinassem das letras à educação do meio ambiente; poder ir aos hospitais e ser recebido com todos os equipamentos necessários ao atendimento, para que ninguém morresse na porta; ter uma Justiça eficiente, que ofereça respostas precisas, sem os erros tão evidentes; ter um Poder Legislativo que sirva com honestidade, sem as tortuosidades proclamadas na imprensa; e poder contar com os poderes democráticos em prontidão para todas as suas necessidades, e não as enganações de projetos para mantê-lo em uma situação degradante. O povo quer mais!


 Plínio Palhano é artista plástico

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