A PROPÓSITO DO PSIQUISMO DO PRESIDENTE...

Aline Alexandrino

Infelizmente tenho que dizer que discordo, em gênero, número e grau, do meu prezado colega hugoblogueiro, José Virgulino de Alencar. O sr. Luiz Inácio da Silva, vulgo Lula, não é doido coisa nenhuma. Ele é muito esperto e otários fomos nós, brasileiros (EU, INCLUSIVE!!) ao sermos engabelados pelo dito cujo, que tinha dado todos os sinais do que aconteceria quando atingisse o seu objetivo. Nós é que não vimos, ou não quisemos ver, de tão irritados e frustrados com a farsa em que se transformou a nossa esperança após a morte de Tancredo, e especialmente com o pesadelo constituído pelo "caçador de marajá das Alagoas". Não entendo muito de política, aliás, a essa altura do campeonato nem estou querendo mais entender, mas queria assinalar algumas coisas que o tempo me ajudou a enxergar. Senão vejamos:

- sinal 1: o atual presidente nunca mais trabalhou desde que perdeu o dedinho. Se ainda fosse o polegar eu ficava calada, mas o mindinho!!! Imagine se todo metalúrgico que perdesse o mindinho se aposentasse. Será que não tem mais nada que o indivíduo possa fazer em metalurgia? Tem... Mas quando ele tem quem o sustente, não há necessidade de trabalhar. Então, ele sabia muito bem o que estava fazendo;

- sinal 2: o atual presidente nunca pensou em fazer um curso, ou ter alguma atividade educacional, durante todos os anos que decorreram entre a sua entrada no movimento sindical e a sua eleição para a presidência do país. Aliás, ele já andou se gabando de que chegou à presidência sem "estudo" (pra não falar na mãe que "nasceu analfabeta"...) o que nos deixa a todos nós, que ralamos nos bancos escolares, com cara de tacho. Eu por exemplo, apesar de ter doutorado, não cheguei nem a ser síndica do prédio. Tá vendo no que dá estudar?...;

- sinal 3: o atual presidente nunca quis ser outra coisa que não presidente da república. O único cargo eletivo a que se candidatou foi o de deputado da constituinte, e quando o mandato acabou não pensou em se candidatar a nada mais. Ora, se Luíza Erundina, uma ilustre desconhecida na época, e ainda por cima mulher, foi eleita prefeita da cidade mais importante do país, com o trabalho da militância do PT, Lula teria sido vereador, deputado estadual ou federal, prefeito, governador, o que quisesse. Se quisesse, porque como a sua meta era maior, não havia porque perder tempo em participar do legislativo ou do executivo. Presidente da República , pelo visto, não precisa ter esse tipo de experiência. Então, ele tinha uma determinação muito clara e sabia muito bem o que fazia;

- sinal 4: antes das eleições, todos os candidatos foram chamados a ter uma "conversa" com o FMI. A trajetória do atual presidente suporia a sua não ida à tal reunião. A imprensa até repercutiu a idéia: no máximo mandaria um representante, deixando claro o seu desacordo com o status quo. Que nada! Foi com toda pompa e circunstância e pelo visto ninguém o obrigou a tal. Ou seja, mais uma vez, sabia o que estava fazendo. Aliás, foi naquela ocasião que comecei a pensar que algo não batia bem com o que eu pensava a respeito dele. Mas a vontade de tirar aquele "povo" do governo era tanta, que ignorei a velha intuição (que sempre acontece de modo a que a gente duvide dela) e fui em frente.

Em função de tudo isso, não posso concordar com a assertiva de que suas "reações são claramente conflitantes", como sugere o meu co-blogueiro Virgulino (ô nome bonito, sô!). O atual presidente é super-coerente (ô Hugo, esse hífen aí tá de acordo com a nova ortografia?) com os seus desejos e necessidades. Portanto, não é de espantar que quando estouram os mensalões da vida, ele diga que não sabe de nada. Ele sabe !!! Mas é esperto o suficiente para engabelar a platéia, se bem que ultimamente anda pisando na bola. Também não é de estranhar. A certeza da impunidade fornece uma segurança absoluta, e o cabra começa a pensar que pode fazer e dizer tudo o que lhe vem na telha. Daí as "marolinhas", os "olhos azuis" e que tais.

Resumindo, o que nos mata é que não conhecemos a história deste país o suficiente para evitar que tais engodos aconteçam. Digo isto porque uma profecia já tinha sido feita sobre o assunto, por um dos mais lúcidos brasileiros que já encarnaram neste berço esplêndido, chamado Barão de Itararé, vulgo Aparício Torelly (1895-1971):

"Queres conhecer o Inácio, coloca-o num palácio..."

...E o Barão morreu em 1971. Vá ser vidente assim na...