domingo, março 15, 2009

Pelo pé!


MARCUS ARANHA

O Congresso podia medievalizar o Código Penal e aprovar uma Lei

A notícia mais quente da mídia é a do sujeito que estuprou e engravidou a menina de 9 anos. E o engraçadinho do bispo que excomungou os médicos que fizeram o abortamento na criança, deixando o pedófilo em boas relações com a Igreja. Pedófilo é um sujeito pervertido, que tem desejo sexual por crianças. Conhecido popularmente por “tarado”, descarrega sua luxúria sobre inocentes, que nada sabem de sexo.

Há mais de 10 anos, 130 países, numa promoção do governo sueco e em parceria com o UNICEF, reuniram-se para relatar e estudar a exploração sexual de crianças, promovendo uma articulação mundial para combatê-la. Foi o Congresso Mundial Contra Exploração Sexual de Crianças, em Estocolmo, em 1996.

Provaram que, anualmente, um milhão de crianças entra no mercado do sexo! A exploração sexual na India, Tailândia e Brasil, espantaram. O Brasil é uma das rotas de tráfico e turismo sexual, envolvendo crianças. Viu-se o mais completo dossiê sobre violência sexual contra crianças durante guerras: meninas paralíticas de uma escola de deficientes em Angola, incapazes de correr, foram estupradas por soldados. Na Croácia tais estupros, foram em público. Os soldados preferem estuprar as crianças, porque imaginam que, assim, evitam contrair AIDS.

Foi um desfile de horrores, nos textos oficiais do evento, acompanhado de fotos, documentários e depoimentos de vítimas. Reportagens produzidas por TV’s, exibiram meninas e meninos escravizado nos bordeis da Índia, Guatemala e Tailândia. No interior da Amazônia, meninas vivendo como prostitutas escravas, nas regiões de mineração.

Um manifesto lançado por 84 ganhadores do prêmio Nobel pediu uma ação antipedofilia, pressionando os governos a combatê-la. O fato mais bárbaro mostrado no Congresso de Estocolmo foi um soldado de Ruanda que estuprou uma criança de 5 anos de idade!

Nos meus arquivos físicos de notícias, encontrei uma notícia publicada no jornal CORREIO DA PARAÍBA de 16 de agosto de 1996: uma garota de apenas 3 anos de idade, residente no bairro de Monte Santo em Campina Grande, sofreu sevícias sexuais, pelo que teve sangramento dos genitais, sendo socorrida em atendimento hospitalar. O seu estuprador tinha 16 anos. O nosso “tarado”, menor de idade de Campina Grande, ganhou em barbárie, do soldado de Ruanda.

Pois é... A coisa hoje está do mesmo jeito de 1996. Ou pior! Estamos vendo a imprensa noticiando que, a cada quatro segundos, uma criança sofre abuso sexual no Brasil.

Nos EUA, o Governo da Califórnia resolveu não correr riscos colocando em liberdade condicional quem cumpriu pena por crimes sexuais contra crianças. Aprovou uma lei que prevê a castração química desses prisioneiros, antes da soltura. Duas semanas antes de sair da cadeia, o detento começa receber injeções de Depo Provera e, ao ser solto, é obrigado a seguir um cronograma quinzenal de novas injeções. Não o cumprindo perde o direito ao benefício. Depo Provera é um progestágeno, hormônio que baixa o fogo de qualquer tarado. Só há uma forma de recusar a castração química proposta pelo juiz: ser voluntário para castração física. Quer dizer, ou toma as injeções, ou concorda em deixar cortar o pinto, ou continua preso.

Era hora de, no Brasil, levantar uma bandeira para punição de crimes sexuais contra crianças. Uma lei drástica destinada a colocar um ponto final, neste pesadelo de abuso sexual contra as crianças: pedófilo pra sair da cadeia, tem de deixar lá, o pinto.

Teriámos uma nova categoria de criminosos: os Sem Pinto. O nosso Congresso Nacional podia medievalizar o Código penal e aprovar uma Lei nesse sentido; realmente, o mais seguro para proteger nossas crianças é, antes de soltar esses tarados, cortar-lhes o pinto.

Pelo pé!

Um comentário:

Anônimo disse...

"O Brasil é o país mais vaselina do mundo para tarados. Aqui esses monstros são vistos como coitadinhos, a justiça passa a mão na cabeça e eles ficam soltos para cometer novas barbaridades. O paradoxo proposto pela verve do articulista é muito bom: quando o Brasil medievalizar a lei, fica moderno. Finalmente! Parabéns ao Marcus Aranha pelo estilo e pelo conteúdo excelentes. O que aliás não é surpresa. Carlos Mello"