sábado, junho 14, 2008

João Pessoa – Metrópole Adolescente


José Virgolino de Alencar

Espraiada languidamente entre o Oceano Atlântico e o Rio Sanhauá, João Pessoa é um conjunto verde com casas e edifícios construídos dentro de seu arvoredo que se destaca no skyline descortinado de onde quer que se olhe. Há um mito de que a antiga Frederica, Filipéia de Nossa Senhora das Neves, Parahyba e hoje João Pessoa é a segunda cidade mais verde do mundo e para os menos exagerados é a segunda mais verde do país.

Como é possível que não passe de mito ufanista, consola-me que ela seja a mais arborizada do Nordeste, porque seu verde, no patamar que meus olhos vêem, já me basta para sentir e curtir essa beleza natural plantada por Deus, aspirar o puro oxigênio soprado de sua vegetação e jogado no ar para usufruto de sua gente, que ainda pode respirar o ar trazido pelos ventos que vêm do Atlântico.

Com esse clima sadio, para o corpo e para a mente, querendo ser metrópole, mas tendo a inocência virginal da adolescência, flor desabrochando num jardim bucólico, tranqüilo, que dá à vida mansidão e doce preguiça, onde o tempo parece passar em descansado vagar, João Pessoa proporciona paz, tem cenário de éden, de terra prometida.

As festas populares tradicionais não perderam a vez naquela que alguém batizou de “capital das acácias”, sendo bem movimentados, entre outros, o São João, o São Pedro e a Festa das Neves, com suas comidas regionais, vestes típicas, o passeio na calçada, o namoro de uma estação.

Nas caminhadas diárias de quem quer se preservar e dar longevidade a seu viver, seja na orla ou qualquer outro ponto, destaca-se o fato de as pessoas se conhecerem, todos são como vizinhos, dão-se bem, como podem ter desavenças naturais de comunidades familiares. Mas ninguém é indiferente a ninguém.

Vindos das mais diversas e longínquas localidades do Estado e do país, os habitantes desta cidade são todos pessoenses, tanto quanto os nela nascidos. Todos vestem seu verde, cada um tem sua árvore sombreira, sob a qual joga conversa fora com o irmão, o compadre, o companheiro, enfim, o concidadão.

Eis João Pessoa. Uma cidade para se viver de amor, para se ver de perto, para se descrever de longe quando longe dela possa estar, porque a ligação com ela é selada na alma com a força espiritual, transcendental.

A ela nos uniu Deus. Dela não nos separe o homem.

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