Compro
ou ganho uma casa. Ao dela tomar posse, encontro gansos famintos.
Muitos. Dou-lhes ração básica. Ociosos, fome apenas mitigada e
discernimento zero, os gansos me adoram, literalmente. Um dia, morro. Os
gansos pressentem a ressurreição da fome. Pelo faro, acorrem às mãos,
agora inertes, mãos que lhes davam comida. E, à falta de expressão mais
inteligente, grasnam em torno do meu cadáver, como que alucinados. Por
eles, meu corpo jamais será enterrado.

Um comentário:
Sentir -se abandonado sobre qualquer aspecto é muito dolorido....abraço. Márcia
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