Plínio Palhano
Um
dos homenageados do Carnaval de 2013, o fotógrafo Alcir Lacerda,
falecido em setembro do ano passado, recebeu também uma bela publicação
sobre a sua obra, pela Cepe Editora: Alcir Lacerda, fotografia,
que é um verdadeiro documento histórico sobre a arte e a técnica
fotográfica em nossa região e Estado. O livro contém textos que se
entrelaçam pelas abordagens sobre o fotógrafo, oferecendo ao aficionado e
leitor uma visão completa da sua atuação; a influência sobre outros
fotógrafos; as temáticas que apreciava desenvolver em seus trabalhos; a
amizade com um dos artistas plásticos representativos da história do
modernismo em Pernambuco e no País, que o considerava um grande
fotógrafo, Lula Cardoso Ayres; e, dividindo, com este, impressões sobre a
luz na fotografia.
Apesar
de a fotografia ser apoio de sua sobrevivência, ele a tratou,
permanentemente, como arte, porque o olhar e o cérebro do artista
estavam ativos para que o seu testemunho visual não deixasse escapar
algo que não tivesse o tom de seriedade profissional.
Atuou na imprensa pernambucana praticamente em todos os jornais locais, na revista Manchete, no Estado de S. Paulo, em Fatos e Fotos, em O Cruzeiro, na Veja...
E foi pioneiro, em Pernambuco, em fotografias publicitárias e
científicas. Toda essa desenvoltura profissional foi desenvolvida
através do seu estúdio, Acê Filmes. Registrou fatos importantes na
história pernambucana.
A
paisagem do Recife era uma das paixões que conservava e o livro mostra
uma série de fotos que são magníficas, não somente as aéreas, mas as
captações dos pescadores no Rio Capibaribe, com as jangadas e velas
abertas ou fechadas; as pontes, vistas de longe e de perto; os edifícios
importantes da cidade; os fortes; o povo no Carnaval; as luzes à noite;
detalhes arquitetônicos; os interiores das igrejas; o Teatro de Santa
Isabel; as escadarias dos morros...
Considerava
a foto em preto e branco a arte refinada, porque nela a luz era captada
de forma mais plena, limpa, sem a mácula da cor. Segundo o depoimento
dele à sua filha Betty Lacerda, “A melhor qualidade para mim continua
sendo o preto e branco. Além do que, com p&b você pode dar a
tonalidade que quiser à imagem: mais escura, mais claro. É no
laboratório que se aprende fotografia”. O Recife ganha mais luz no
Carnaval, com a homenagem a Alcir Lacerda.
Plínio Palhano é Artista Plástico
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