domingo, julho 22, 2012

Até qualquer dia, amigo

Elpídio Navarro
Valdez Juval

Estou chegando de uma cremação.
Fui até o local.
Não entrei. Não participei do cerimonial.
Fizeram cinzas o corpo inerte que foi levado em um caixão.
O pó tornou-se pó.
Não gostaria agora de estar escrevendo sobre isto.
Mas é fato consumado.
Nunca acreditei que ele fosse ateu. Pelo sim, pelo não, pedi a minha querida mãe Maria Santíssima que intercedesse por ele.
Quem sabe que já não esteja por lá, ao lado dela, olhando pelos seus amigos que por aqui ainda estão?
Mesmo com algum tempo já vivido, ainda achei pouco os anos que lhe foram passados.
Quanta história ou estória ainda teríamos para contar!
Hoje, com certeza, já teria me telefonado com a desculpa de saber de minha saúde mas também para cobrar alguma matéria para o seu site.
Vou fazer de conta que acabo de atender o telefone e imediatamente,
diante do computador, mando minhas notícias e de muitos amigos seus, falando principalmente de saudade.

ESTA CRÔNICA É PARA VOCÊ, MEU AMIGO ELPÍDIO (ELPÍDIO DA SILVA NAVARRO) 17 de Julho de 2012.

3 comentários:

Wilmar disse...

Às vezes, quando as luzes do palco se apagam e cai a cortina, nem sempre significa o fim. Enquanto o público se afasta com seu burburinho habitual, o pensamento, muitas vezes, volta a percorrer o tema e a fazer uma análise sobre o assunto. O tema continua vivo. Assim vai ser com Elpídio. O apagar das luzes e o Pano que cai do palco da sua vida, jamais, irá apagar a sua história. Conheci Elpídio quando ainda éramos estudantes. Um pouco mais à frente, ainda estudantes, nos reencontramos na Rádio Tabajara. Depois, a vida nos desencontrou, novamente. Certo dia, recebi uma email dele perguntando se não gostaria de escrever para o Eltheatro. Primeiro fiquei feliz pelo reencontro. Em segundo lugar, disse que seria bom nos mantermos em comunicação, também através do seu jornal semanal. Assim, como aconteceu com você, ele teve a gentileza de acolher meus escritos e editá-los. Algum tempo depois, como era do seu jeito, ele resolveu criar uma secção só para mim que ele próprio denominou de “Caçuá do Wilmar” onde havia de tudo um pouco. Apenas me comunicou.
Semana passada, passei toda acamado com dengue hemorrágica e, só hoje, deparei-me com a notícia do falecimento desse amigo de longas datas. Outro dia, fui visitá-lo em sua casa, em Praia Formosa. Tivemos um bom papo e ele me presenteou com seu livro “O Velório” e disse: “Leve logo este que ainda tenho alguns exemplares aqui e vou me livrando deles devagar, desse jeito, presenteando aos amigos.” e fez um sorriso. Uma pena não ter podido ir ao seu velório para uma despedida formal. A Paraíba perde o Mestre do Teatro. A Paraíba perde meu amigo Elpídio.

Anônimo disse...

Que chato Sr. Hugo , mas infelizmente nem tudo é para sempre, pena que as pessoas boas se vão logo.
Fique bem , te amo!!!

Ass: Claudinha

Márcia Barcellos da Cunha disse...

Como é difícil suportar esse momento." A morte exprime realidade quase totalmente incompreendida na Terra". Abraço. Márcia