quinta-feira, junho 14, 2012
Cidadão Recifense, Padre Marcelo Rossi, título
O Blog tem como norma não postar um mesmo autor duas vezes numa mesma semana. Mas, toda regra tem exceção. Mormente quando o assunto e o autor, no caso - autora, revelam-se de interesse geral, conveniência, ou fundamental importância. Portanto, olha a Téta aqui novamente. HC
Téta Barbosa
Primeira constatação:
subst cidadão, – Habitante de uma cidade com direitos civis e políticos, sujeito a todas as obrigações inerentes a essa condição.
Segunda constatação:
Padre Marcelo Rossi recebe hoje o título de cidadão recifense.
Terceira, derradeira e triste constatação:
Uma coisa não tem nada a ver com a outra!
Não lembro de ter visto o padre pop tomando uma água de coco na Avenida Boa Viagem, nem tão pouco vi o sacerdote pegando ônibus na Conde da Boa Vista. Não me recordo ter encontrado o padre Marcelo no Carnaval, nem no São João, muito menos da páscoa. Posso jurar que ele nunca participou de nenhum movimento para ajudar as vítimas da seca do Nordeste, nem da transposição do Rio São Francisco. Acho, inclusive, que ele nem sabe o que é seca. Imagino que ele não use “oxe” nem “visse” em seu vocabulário. Aposto que nunca comeu o bolo de rolo da Casa dos Frios e que nunca foi assaltado por trombadinhas na Agamenon. Sei que jamais ficou preso no trânsito da Rosa e Silva e que nunca subiu o Morro da Conceição para pagar promessa. Ele não come amendoim cozinhado na praia do Pina, não tem medo do tubarão de Boa Viagem, não sente o cheiro do mangue, não vê a sujeira do Capibaribe, não passa com seu carro (blindado, provavelmente) pela ponte de ferro.
O que faz dele, exatamente, um cidadão recifense? Me pergunto ingenuamente.
Só uma coisa me vem à cabeça: os milhares de fieis que fazem filas para comprar seus livros e que vão garantir a reeleição dos vereadores que concederam tão honrado título ao padre pop/rico/carismático/comercial.
Marcelo Rossi é o cara que foi acusado de plágio em 2009, quando a justiça reconheceu a cantora Marinalva Santos como a autora de “Noites Traiçoeiras”, canção gravada pelo padre. Foi ele também o responsável por solicitar a retirada de Jorge Laffond (Vera Verão) do programa de Gugu, em 2002, para não dividir o palco com um homossexual. É ele que vende livros e cds usando Deus como marketing. É ele que usa a salvação eterna para se promover.
Ele é um monte de coisa. Mas cidadão recifense é uma categoria que ele não se enquadra!
Desculpem os fieis, mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
Téta Barbosa é jornalista, publicitária, mora no Recife e vive antenada com tudo o que se passa ali e alhures. Escreve sobre modismos, modernidades e curiosidades. Ela tem um blog - www.batidasalvetodos.com.br
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