segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Vale a Pena Ver de Novo...?




Hugo Caldas



Excentricidades - Domingo, Junho 15, 2008

Amigos. Ando muito desencantado com Pindorama. Envergonhado talvez seja a palavra certa. Tudo acontece para nos fazer de bobos. Me dá ânsias de vômito ver o noticiário da televisão. Como mentem despudoradamente esses espiroquetas. Essa canalha passa 20 anos dizendo que... Deixa pra lá. Vocês já sabem. Não quero chover no molhado. Tomei a decisão de me isolar, pelo menos por enquanto, do que acontece. Seguirei o conselho de um bom amigo que sugeriu comprássemos creolina que é o que resolve "neste país". De vez em quando é sempre bom umas excentricidades para nos manter em pé. Me lembrei que o Estadão, o JB e outros jornais, à época da ditadura, publicavam receitas de bolo na primeira página. Sigo o exemplo. Espero que gostem do texto abaixo:

Você sabe, por acaso como se diz "Natal", na Indonésia? Não sabe? Pois bem, é Natal, mesmo. E "Sapato" hein, mas dessa vez no Sri Lanka? Quase que acerta: "Sapattu". Mas se vosmicê estiver a fim de um limão para uma caipirinha, lá no Quênia ou na Tanzânia, não precisa dançar numa perna só: É só pedir um "Limau". E se estiver em um restaurante na Índia e alguém lhe oferecer um suco de "Brinjal", pode tomar sem susto o seu suquinho de "Berinjela".

Coisa muito boa quando se visita certos lugares estranhos é descobrir que os nossos avozinhos portugueses estiveram por lá antes e deixaram alguma coisa como lembrança, geralmente uma palavra ou outra. Antes deles, as palavras não costumavam ir tão longe. As navegações portuguesas realmente marcaram o início do turismo etimológico.

Porém nem todas as palavras, se dão bem em viagens.

Algumas delas mudam completamente de significação. Por exemplo, na Itália, você liga a TV e aparece um comercial de amaciante de roupas. Beleza, que eles são bons em comerciais. Tudo bem. A questão se apresenta quando o comercial italiano de amaciante de roupas é entrecortado pela palavra "Mórbido". Um bebê aparece lindão no meio de roupas e toalhas fofinhas, e uma voz em background: "Mórbido”. Um ursinho de pelúcia aparece no maior abraço com uma garotinha e a voz lá: "Mórbido". Só depois de muito matutar é que você finalmente se dá conta de que "Mórbido" em italiano significa "Macio".

Mas, voltando um pouco à Indonésia:

Há uma historieta que diz muito bem sobre casos afins. Certa vez nos cafundós da Indonésia, recém chegado a um hotel, Pablo Neruda o poeta chileno e diplomata precisou de tinta para recarregar sua caneta tinteiro. Passou por maus bocados porque ninguém entendia, ele muito menos, que usava todas a palavras que pudessem dar a conotação desejada: Ink, Paint, Encre, etc. Em meio àquele caos, um dos atendentes da recepção teve a feliz idéia de dizer: "É tinta" o que o senhor precisa?

Em 1972 o Brasil comemorou o Sesquicentenário da Independência. Para coroar as festividades os homens inventaram uma Minicopa de futebol com vários convidados. Recife foi sede de jogos. Para aqui foram designadas as seleções da Irlanda e da Romênia.

Tarde de domingo Arrudão lotado, jogo definitivo entre as duas equipes. Eis que entram em campo os dois times. Mas, com a mesma cor de uniforme. Não pode. Fora de cogitação. Decidiram então no cara ou coroa quem deveria usar outro padrão. A Romênia perdeu e teve que jogar com um padrão emprestado pelo Santa Cruz. Perdeu na escolha, mas ganhou na simpatia da torcida cem por cento descarada de todo o público. Para o estádio, era a Irlanda contra o Santa Cruz. Todas as vezes em que a Romênia pegava na bola o estádio vinha abaixo. Venceram por 3 x 1. À noite, na televisão muita gente, inclusive eu, conseguia entender o que os craques romenos diziam. Pouca gente se dá conta que o romeno é uma língua latina, parecidíssima com o português.

Certa vez, no aeroporto dos Guararapes, estava eu despachando um vôo da Panair do Brasil para a Europa, quando me surge do nada, uma senhora cinqüentona, muito bonita, vestindo um belo "Sari" com passaporte das Nações Unidas. Pensei alto: "Ah, meu Deus, esta senhora é hindu. Deve falar inglês, ou não sei o que fazer". De imediato ela me diz: "Por que você não tenta o português"?! Era natural de Goa, antiga colônia lusitana.

Mas nada é tão esquisito quanto o fato de que, "Push" queira dizer "Empurre" em inglês. Desse jeito o Brasil nunca que vai se inserir no mundo globalizado. Vê se pode dizer "Push" quando quer dizer "Empurre"! Fim da picada. E ninguém toma uma providência?!

Mas, relato-vos pequeno e singelo incidente que me aconteceu na Venezuela (pré-Chavez, por supuesto) quando num restaurante pedi como sobremesa, uma porção de abacate com açúcar. Foi uma celeuma. Queriam me repatriar, linchar, enfim aplicar o castigo supremo porque lá, abacate se come é na salada misturado com tomates cebolas alfaces, beterrabas e coisas e loisas. E sem um pingo de açúcar. Pode?

2 comentários:

Márcia Barcellos da Cunha disse...

Hugo,
Como sempre, seus textos são ótimos!
Você e "fera" no assunto. Abraços. Márcia

Lise Cavalcanti disse...

PRIMO HUGO
Você não tem jeito mesmo ! ...
Felizmente, para nosso grande deleite, cada semana o "BLOG" melhor do que o anterior.
Privilégio dos privilégios ter um primo tão inteligente além do senso de humor invejável.
Obrigada por nos presentear toda semana com o excelente conteúdo.
Beijos Arroxados e Exagerados - Prima LISE