segunda-feira, dezembro 19, 2011

Morre aos 75 anos Vaclav Havel


Ele desafiou os comunistas apenas com palavras

O Globo

Morreu no domingo, aos 75 anos, o ex-presidente tcheco Vaclav Havel em sua casa de campo ao norte de Praga. Ex-fumante inveterado, Havel enfrentou várias operações contra o câncer de pulmão e de intestino, este último quase o matou no fim dos anos 1990, deixando sua saúde frágil pelo resto de sua vida.

A morte durante o sono em sua casa de campo ao norte de Praga comoveu os tchecos e levou à reflexão todo um continente rachado e abalado pela crise econômica. Em Praga, bandeiras negras foram hasteadas lado a lado da bandeira da República Tcheca em sinal de luto pela morte do ex-presidente.

Uma multidão enfrentou o frio e a neve do inverno europeu para prestar homenagem a um dos maiores expoentes do movimento de dissidentes que desafiou apenas com palavras a antiga União Soviética.

Na Praça Venceslau, milhares de pessoas homenagearam Havel balançando chaves no ar — como era hábito nas manifestações anticomunistas — cantando o hino nacional e fazendo um minuto de silêncio.

Muitos acenderam velas na praça e diante da casa dele na cidade. Às 18h, os sinos das igrejas e catedrais soaram em todo o país, e uma bandeira negra foi hasteada no Castelo de Praga, sede da Presidência, onde o corpo de Havel ficará em exposição na quarta-feira.

Líderes políticos mundiais lembraram de Havel, líder da “Revolução de veludo”, de 1989, que derrubou o regime comunista, como fonte de inspiração contra a tirania em todo o mundo, um humilde herói cuja resistência ao comunismo ajudou a libertar uma Europa unida, enquanto intelectuais lamentavam a perda do escritor e dramaturgo que amava o jazz e o teatro.

Nenhum comentário: