
Adriana Vasconcelos
Pelo que vi hoje na Esplanada dos Ministérios, os caras pintadas ou pelo menos o sentimento que eles encarnaram durante o impeachment do ex-presidente Fernando Collor voltou.
E as redes sociais que ajudaram o mundo árabe se rebelar contra as ditaturas vigentes naquela parte do mundo, também mostraram a sua força na capital federal.
Pelos cálculos da Polícia Militar, 25 mil pessoas participaram da Marcha contra a Corrupção, já os organizadores do movimento falam em 40 mil.
Eu só posso dizer que eram muitos. Muitos a protestar contra a corrupção e a impunidade. Brasileiros unidos por um mesmo objetivo, como há muito não se via na Esplanada dos Ministérios.
O interessante é que foi um movimento espontâneo da sociedade, sem patrocínio de qualquer partido político ou entidade. Muitos dos manifestantes trouxeram de casa pequenos cartazes para engrossar o protesto.
A presidente Dilma Rousseff acabou poupada pela manifestação, devido a faxina iniciada em seu governo. Mas ficou claro que ela poderá perder o apoio desse movimento, caso sucumba às pressões de sua base parlamentar para parar a limpeza ética.
Já o Congresso Nacional mereceu vaias retumbantes da Marcha contra a Corrupção. E os poucos políticos que tentaram tirar uma casquinha da manifestação sentiram na pele a hostilidade da turma.
Uma reação natural depois da absolvição da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), mesmo depois de ter sido flagrada em vídeo recebendo dinheiro do mensalão do DEM.
E tudo indica que esse é apenas um começo da reação do país aos malfeitos que assistimos há anos passivamente, sem reagir.
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