quinta-feira, março 31, 2011

A Homenagem Final

Aline Alexandrino

Sei não... Tenho por princípio não julgar, porque é tão fácil fazê-lo, e porque como já sofri vários julgamentos sei como podem ser injustos e infundados.

O que sei é que era a única voz, dentro do governo do apedeuta, que reclamava dos juros altos e que queria uma outra conduta para a política econômica.

O que sei é que portou-se com garbo, durante uma doença longa e cruel, dando exemplo e alento pra muita gente que passava pelo mesmo problema. Como 3 pessoas da minha família passaram por isto, sei como é difícil enfrentá-lo.

Teve todas as condições econômicas para fazê-lo? Teve. Mas conheço um monte de gente que também tem as condições e não se comporta da mesma forma.

O que sei é que usava o humor como poucos, nas horas mais inesperadas.

O que sei é que era um dos poucos integrantes da classe política que tinha credibilidade em todas as classes sociais.

Quanto à filha, é verdade que todo mundo ia à zona na época, e é interessante o fato de que só depois que teve algum é que a paternidade foi requerida. Por que não antes? Também não me cabe julgar, só questionar.

O que sei é que seu humor, sua resistência e seu destemor vão fazer falta. Mas há muito tempo entendi que tudo na vida é um ciclo, e como dizia um poema que me enviaram quando da passagem da minha mãe:

"...não morreram, partiram antes..."

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