segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Política - Dilma e FHC, tudo a ver

Leonardo Atuch, ISTOÉ

Brotou uma faísca entre os dois que pode reaproximar PT e PSDB. Seria bom para o País.

Pintou um clima. Ela gosta dele, ele gosta dela. A cena se deu na Sala São Paulo, na festa de 90 anos do jornal “Folha de São Paulo”.

Do encontro entre Dilma Rousseff e Fernando Henrique Cardoso, brotou aquela faísca que alguns especialistas definem como paixão. Sorrisos furtivos, coração acelerado e promessas de encontros futuros. FHC sugeriu levar a Brasília, ao Palácio do Planalto, um grupo de velhinhos, conhecido como The Elders, que, além dele, inclui outros líderes políticos, como Nelson Mandela, Jimmy Carter e Felipe Gonzalez

Dilma retrucou de imediato: “Vá também sozinho.”

Nos últimos anos, FHC sempre reclamou pelos cantos do seu sucessor, dizendo que, nesse tempo todo, Lula nunca o convidou para tomar um café no Palácio do Planalto. E Lula vivia dizendo a interlocutores que FHC não era confiável. Apostava no seu fracasso para que um dia voltasse ao poder, carregado nos braços do povo.

Essa relação tensa entre os dois determinou o distanciamento progressivo entre PT e PSDB, partidos que estiveram juntos em diversos momentos históricos, mas que migraram para polos opostos.

Mas que antagonismo é esse? Tanto PT quanto PSDB ocupam o campo ideológico da social-democracia. Ambos têm, entre seus fundadores, pessoas que lutaram contra a ditadura. No poder, lançaram mão de políticas sociais compensatórias.

Acertaram de maneiras parecidas, assumindo compromissos com a estabilidade, e também erraram de modo semelhante – quase sempre, escolhendo vencedores na economia.

Na prática, os petistas deveriam ter mais afinidades com os tucanos do que com as velhas e novas oligarquias do PMDB. Assim como o PSDB deveria estar mais próximo do PT do que do DEM.

Essa aproximação seria benéfica para o País e tem defensores no núcleo duro do governo Dilma. Um deles, o ministro Antônio Palocci, da Casa Civil, que sempre reconheceu méritos no governo FHC.

Ao mesmo tempo, boa parte do PSDB – José Serra talvez seja a única exceção – gostaria de aderir a um governo que deve passar quatro anos com crescimento próximo a 5%. No fim, pode ser bom também para os dois.

A presidente Dilma, mulher livre, carrega, com todo o respeito, um quê de Ruth Cardoso. E FHC, viúvo boa-pinta, que também anda com saudades da piscina aquecida do Palácio da Alvorada, daria um ótimo primeiro-marido. Só vai ser difícil administrar as crises de ciúme de Lula.

3 comentários:

Unknown disse...

Leonardo.

Leonardo! Você devia estar usando óculos de dimensões, que nós simples mortais, sem eles, não podemos perceber, quando viu essa “tal de faísca que fez surgir esse tal clima”...

Ir ao Planalto, a convite de Dilma, acompanhado ou sozinho, representaria uma traição
inominável à memória de Dona Ruth Cardoso...

É tão absurda essa cogitação que não pode ter saído “de mente sadia”... ...primeiro FHC não pode ter cogitado dessa possibilidade e segundo porque Lula nunca pensou isso, pois o que pensa sobre FHC é muito pior: é fruto de sua “psicose”...

Esta afirmação confirma quão distante, você Leonardo, está de saber algo sobre dois “imãs”, que quando se aproximaram – a distâncias enormes - o fizeram com os pólos antagônicos...

Que absurdo sem tamanho... ...Que campo ideológico Leonardo está falando? Pelo que se sabe PT é fruto de uma “pseudoideologia maxistoide” concebida, em mentes psicopáticas, a partir dos “Portões das Metalúrgicas”... ...Você, Leonardo, está fora da realidade que lhe cerca, pois “essa gente”, ou seja, o “Neolulopetismo”, tem como ideologia o “money”...

Lamentável o que você está dizendo sobre “acertado de maneira parecida”... ...Como alguém que nada fez pode ter acertado?

Como Palocci poderia dizer qualquer coisa diferente se foi quem seguiu a – PSPR – “Política de Sustentação do Plano Real” no Governo Lula?

Seu último parágrafo – como toda a abordagem – chega ser repugnante: abordar sentimentos de uma “Entidade” que é a Presidenta, desrespeitar a “Memória de Dona Ruth Cardoso” e o “foro íntimo” de Fernando Henrique é prova de sentimento, que, em respeito a Hugo, não vou declinar. Mas...

“Diga-me o que pensas ou com quem andas”, que eu te direi quem és...


Delmar Fontoura.

Unknown disse...

O Boi para as Piranhas...

Sou “Cascudo velho”... ...já nado neste rio há muitos anos e acompanho passagem de boiadas, tanto nas minhas subidas e descidas quando nado quanto de minha toca... ...Observo o Lulopetismo, desde sua origem, e o Neolulopetismo, a partir de 2002, darem “um boi” às piranhas para poder passar com suas tropas... ...e essas, "esfomeadas e ávidas”, engolem esses sapos... ...oh! Perdão, eu quis dizer... ...dilaceram e metabolizam esses “bois”!... ...Nesses “casos” não tenho pena dos bois e quero que as piranhas expludam!...

Unknown disse...

A Mentira é a confirmação do nada...

Não devemos nos qualificar como mentores nem da verdade nem da mentira, mas que só existe a verdade, ah isso é verdade, pois a mentira é a “confirmação do nada”, portanto, daquilo que não existe !... Ou será que é mentira? Agora! Podemos afirmar que em certas ocasiões nem a mentira, mas também, nem a verdade é nobre!...

J. P. Fontoura