quinta-feira, janeiro 13, 2011

Brasil – Sombrias perspectivas

José Virgolino de Alencar

O ex-presidente(?) Lula, na sua cegueira mental, imagina ter descoberto o Brasil em 2003, quando assumiu o cargo de chefe da nação, que na realidade não exerceu. Na sua cabeça oca, o hemisfério que dirige a vista e a visão das coisas, ele “vê” um país desenvolvido, florido, com sua população rica, e cujos problemas anteriores a 2003 foram todos resolvidos.

Porém, a gente, que tem a vista normal e visão bem-formada e informada sobre a realidade da nação brasileira, vê bem à frente um Brasil diferente, Brasil real e seus centenários problemas. Bastam uns poucos, mas trágicos, exemplos, quando todos os anos, nos meses de dezembro, final do ano velho, e janeiro, começo do ano novo, vemos São Paulo e outros Estados do leste e do sul, que detêm mais de 60% das riquezas nacionais, afundar-se sob as previsíveis e anunciadas trombas d’águas, com as ruas transformadas em rios, arrastando carros, móveis, imóveis e gente, muita gente, inclusive com assombroso número de mortos.

Está bem claro que o Sr. Luís Inácio da Silva, o Lula inventado pelos intelectuais brasileiros e pelas universidades, acha que aquelas imagens da TV, exibindo o terror criado pelas tempestades, são algum filme de ficção e nada tem a ver com a realidade(a dele, claro).

Nem é preciso repetir o caos na educação, a vergonhosa inassistência na saúde, a ação ostensiva do crime organizado, colocando sob ameaça permanente a vida dos cidadãos trabalhadores; a infraestrutura(rodoviária, ferroviária, aeroportuária, hidroviária e portuária) constitui-se num problema agravado por um esquema de corrupção manejado de dentro dos palácios e já não é mais nas caladas da noite, nem em subterrâneos e propinodutos, mas as negociatas ocorrem em pleno sol do meio-dia de verão, beneficiando os poderosos e seus nepotis, que enriquecem do dia para a noite.

O ex-líder metalúrgico passou ao largo de todos esses problemas, tirou o corpo da fogueira, tangenciou as mazelas do país com um singelo “não vi, não sei” e com certeza está em seu descanso com a convicção de que desenhou um novo país, botou a elite no chinelo, elegeu um poste para sucedê-lo, de modo que o Brasil, como sempre, caminhará do nada para a coisa nenhuma, com seu coeficiente zero de mudança, rodando como cachorro em torno do próprio rabo.

A sua substituta, um falsa guerrilheira, cuja ficha e currículo são respingados de inverdades, não mostrou ao que vinha como candidata, porque atrelada à imagem do farsante chefe, nem está mostrando a que veio como chefe da nação, porque a visagem do ex-mandatário está a lhe perturbar e a tolher seus movimentos próprios, se é que ela tem condições de movimentar-se, no poder, com as próprias pernas, com algumas idéias e pouco tirocínio.

Quanto a isto, há muitas controvérsias, muitas dúvidas, porque nada saiu de convincente. O que está saindo a público é a briga fisiológica dos partidos da base, da diversidade ideológica do ministério, cujas divergências são expressas diante das câmaras de televisão, deixando claro que o governo não tem ainda um caminho e um norte definidos.

Continua aquela velha história. No Brasil o que é bom não é novo e o que é novo não é bom. O velho quer apresentar-se com uma máscara nova para enganar e esconder que continua praticando a velharia, enquanto o novo, por falta de ideias novas, aceita a máscara velha para encobrir o fato de que pratica a mesmice de sempre.

Afirmo e reafirmo. O Brasil não mudou, não mudará, não conseguirá sair do panorama que a grande inteligência de Rui Barbosa mostrava que por aquele caminho o país não chegaria a coisa nenhuma.

O pensamento de Rui está vivo mais de século depois. O pensamento dos neopoderosos, natimorto, não passou do lançamento da pedra fundamental e nada resultará de planos colocados no papel e na mídia, gerando factóides e muita pirotecnia.

Na realidade, se caminhar, saindo da pedra de fundação será com destino à afundação.

É um paradoxo. Pela vertente do mercado globalizado o Brasil cresce economicamente e tem Produto Interno Bruto de relevante significação. Contudo, pelo ângulo da solução das demandas de milhões de pobres e miseráveis, o país anda no passo do caranguejo. Para trás!

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