sábado, dezembro 18, 2010

“PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES”

Breno Grisi

Curto depoimento dedicado às gerações futuras

Tomei emprestada esta expressão-título da revolucionária música de Geraldo Vandré, compositor paraibano, ao analisar, neste final de ano (de 2010), duas notícias nem um pouquinho auspiciosas:
1) A mutilação no Código Florestal Brasileiro (que permitirá derrubada de vegetação em pontos vitais à preservação ambiental, quais sejam margens de cursos d’água, altos de montes, montanhas, serras... e encostas), prestes a ser aprovada no Congresso Nacional

[ver www.ecologiaemfoco.blogspot.com].

2) A descoberta de mais uma quadrilha que lucrava com explotação (exploração de recursos naturais) em Goiás, acumulando um prejuízo ao patrimônio, estimado em mais de R$ 1 bilhão (não vou utilizar o curto espaço aqui disponível para falar de outras tantas quadrilhas desbaratadas pela Polícia Federal, só neste ano de 2010, em outros Estados brasileiros).

Até quando nossos recursos naturais sobreviverão a mutilações e assaltos destrutivos? Quantas são as quadrilhas? Quem se reúne para programar reformas “legais” que promoverão mutilações permanentes no patrimônio natural, não seria também quadrilheiro?!

Sinto-me na responsabilidade de não calar. Gravarei em CD, DVD, “blu-ray”, “pendrive” e também em papel (o velho, porém bom e seguro sistema realmente permanente), os ensaios que tenho escrito e postado no “ecologiaemfoco”, como documento para as gerações futuras, de que NÃO me calei!!! [No final deste ensaio há uma lista dos ensaios anteriores, com respectivas datas de divulgação]. Deixarei cópias dessas gravações para meus netos.

Gostaria imensamente que se alcançasse em futuro muito breve, o que afirmou em campanha à presidência, o nosso atual Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (pela segunda vez agora, em 2010, no poder): “se reduzirmos a corrupção no nosso país em pelo menos 50%, pagaremos toda a nossa dívida externa”. E essa relação “pagar a dívida externa”, como propalou o Presidente, “com aumento da dívida interna”, como não propalou o Presidente, tem sido explicado na imprensa brasileira, como bem o fez o economista Waldir Serafim (Saiba o que Lula fez de 2002 a 2010 com a dívida interna/externa do Brasil). Há fortes indícios, conforme divulgado extensivamente na mídia brasileira e internacional, de que o próprio autor dessa contundente declaração tenha “fechado os olhos e ouvidos” à corrupção; e alguns até exageram (?) dizendo que ele próprio colaborou para que “não se exagerasse no rigor do combate à corrupção”, pelo menos dentro do seu próprio partido político, o PT – Partido dos Trabalhadores. E no final, ao lado de uma deputada que comemorou a não cassação de um colega, dançando em plena sessão do Congresso Nacional (essa mesma! a Ângela Guadangin, a da dança da pizza!!!) destaca-se o chefe supremo que vive dizendo: “eu não sabia de nada”!!!.

Esses e outros inúmeros descalabros podem ser vistos na obra de grande importância histórica para definir os rumos e intenções do atual governo Lula e da nova Presidente, escolhida especialmente por ele, em: “O LULISMO NO PODER, de Merval Pereira, Editora Record, 2010”. Na orelha deste livro, excelente trabalho documental, o escritor, crítico e cineasta Arnaldo Jabor faz dois comentários que definem muito bem essa nova fase política brasileira: 1) “Com o lulismo prevalecendo, serão abertas as portas para o que há de pior no país: o sinistro casamento de um radicalismo antidemocrático com a corrupção secular”. 2) [Com a eleição de Dilma Roussef, sua seguidora, que garantirá a continuidade do sistema vigente] “Agora eles poderão voltar com a dupla fome de mudar estruturas do Estado, disfarçados de ‘democratas’, mas usando os cacoetes de um ‘socialismo’ torto, com apoio da ignorância do povo e da doença infantil de homens cultos que desprezam nossa ‘democracia burguesa’. No Brasil, a palavra ‘esquerda’ ainda é o ópio dos intelectuais”.

Como bem destaca Merval Pereira na apresentação de sua obra, sobre governantes que têm visão de curto prazo: “O líder populista se diferencia do estadista porque o primeiro pensa na próxima eleição, enquanto o outro pensa na próxima geração”. Dentre os inúmeros fatos denunciados na obra de Merval Pereira, destaco o que afirma esse autor sobre o histórico “Episódio do Mensalão, o ponto de inflexão do governo Lula”: “Um governo que não roubava nem deixava roubar, na definição do então ministro-chefe do Gabinete Civil José Dirceu, depois identificado pelo procurador-geral da República como o chefe de uma quadrilha que, de dentro do Palácio do Planalto, organizou a compra de partidos políticos inteiros para dar apoio ao governo no Congresso”.

Eis as postagens anteriores em “www.ecologiaemfoco.blogspot.com” sobre a mutilação no nosso Código Florestal (na ordem da mais recente para as mais antigas):

1. 14/12/2010: MODIFICAÇÕES PROPOSTAS PARA O CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO: CASO ESPECÍFICO DA VEGETAÇÃO RIBEIRINHA
2. 07/08/2010: ... E AINDA SOBRE AS MUDANÇAS NO CÓDIGO FLORESTAL.
3. 03/08/2010: ... E A DEVASTAÇÃO CONTINUA... SOB A ÉGIDE DO SISTEMA
4. 10/07/2010: ... MODIFICAÇÕES NO CÓDIGO FLORESTAL: UMA CONTRIBUIÇÃO DOS NOSSOS LEGISLADORES AO DESENVOLVIMENTO “INSUSTENTÁVEL”.

E as “flores” do título deste ensaio? Fundamentando-se no velho ditado “só se colhe o que se planta”, elas podem ser vistas na obra de Merval Pereira, de 779 páginas. Uma LEITURA IMPRESCINDÍVEL para todos os cidadãos brasileiros responsáveis, preocupados com o futuro e que não se deixam enganar por um líder populista, sem limites éticos, que criou um país perfeito, IMAGINÁRIO.

Desejo aos leitores deste blog fortemente motivador para continuarmos lúcidos e atentos aos percalços causados pelos oportunistas-manobreiros do poder público... um FELIZ NATAL.
BG

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