Valdez Juval
Estória rápida de Zeca e Filó
Malandro de alta estirpe, Zeca morava no morro, em uma casinha bem arrumada e que servia muito bem para a vida que levava com Filó, mulher de pouca instrução mas de um corpinho jeitoso e que poderia salvar o seu problema financeiro.
Naquele dia chegara em casa e enquanto sua companheira preparava algum coisa para comer, teve uma ideia mirabolante.
A situação não estava propícia para as “meninas” que
Zeca controlava nos “rendez-vous” da cidade. O apurado de cada dia caia muito e não era suficiente para manter a linha do todo poderoso chefão.
Pediu que Filó se sentasse e ouvisse atentamente o seu plano.
- Vem mulher, senta aqui.
- Sou toda ouvido, meu amo e senhor - falou Filó, aproximando-se.
- Senta aí, mulher. Deixa de besteira e presta atenção.
Zeca prosseguiu:
- Filó, você tem que me ajudar a pagar as despesas. Esse negócio de ficar em casa e não ganhar nada, está ficando ruim para lhe sustentar.
- E o que você quer que eu faça? - indagou Filó.
- Vou lhe arrumar... fazer de você uma mulher de 1ª, cuidando de sua beleza.
Uma roupa só é suficiente... Já observei um ponto na estrada da BR e vamos fazer vida.
- Quer dizer que você quer que eu vá pra rua, pra eu vendê a minha...
- Não. Vender, não. Alugar.
- Seu sínico. Cabra safado...
- Deixa de tolice. Voce continuará a mesma...
- Muié comida por todos os home...
- É o jeito, mulher. Não acredito que você ainda pensa que sem instrução, já de certa idade, ainda teria condições de conseguir trabalho que rendesse melhor...
Ficou tudo acertado.
Zeca levou Filó para um salão de beleza do próprio morro e na butique da esquina mandou que ela provasse um vestido de saia bem curta com decote longo, alem de um sapato de salto bem alto.
Deixou tudo num fiado e assegurou que pagaria com 30 dias.
Tudo pronto, os dois foram para a estrada. Ela ficaria no acostamento e ele se esconderia em uma moita, junto de um cerca. Movimento fraco. O negócio era ter paciência e esperar.
Os faróis de um carro apontaram lá em cima e os dois se prepararam em seus lugares.
Parou um jovem de aparentemente 20 anos, nervoso e ansioso querendo um relacionamento.
Viajava só.
Filó se debruçou na janela do lado do carona para dentro do carro e falou:
- Boa noite, moço.
- Vamos fazer um programa? - perguntou o rapaz.
- Que programa? - respondeu a “debutante”.
- Quanto você cobra?
- Pera aí um instantinho.
E saiu correndo ao encontro de Zeca. Sussurrando chamou pelo nome. Zeca...
- O que é que há?
- O moço tá perguntando quanto é...
- Cem reais, Filó. Não já havia combinado isso?
Ela correndo voltou para o carro e aproveitou para perguntar o nome de seu cliente.
- Juca - respondeu o moço.
- Pois é, Juca. Eu sou Filó. É cem real o serviço completo.
- Ah!... Não dá para mim. Só tenho setenta... O que você faz com R$ 70,00?
- Um momentinho Seu Juca. Volto já.
E correu Filó novamente para saber do marido como deveria ser agora.
Zeca instruiu sua mulher para aceitar os R$ 70,00 mas disse logo que o serviço não seria completo. Não chegaria aos “finalmente”.
E foi assim que Filó explicou para o Juca como teria que proceder.
Quando ela chegou no carro Juca puxou-a para dentro, apressado. Queria fazer sexo de qualquer maneira, fosse como fosse. Já estava preparado, de espada erguida, calça arreada despertando em Filó um forte desejo de também gozar.
Filó pediu licença ao Juca e foi, muito mais apressada, falar com seu marido.
- Zeca, corre, me arranja 30 REAL pra eu emprestá praquele moço!
Brasil, 08.DEZ.2010
(Baseado no anedotário brasileiro, lamentavelmente, como sempre, de autoria desconhecida).
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