sábado, fevereiro 13, 2010

Carnaval e a extemporaneidade de Daniela Mercury

José Virgolino de Alencar

Já estavam escritas as décimas abaixo, quando ouvi a cantora Daniela Mercury afirmar, no programde de Astrid Fontenele, na GNT da Globo, que, durante o carnaval, de sexta a quarta-feira, tinha três relações sexuais por dia, o que dá nos sete dias 18 atos ditos sexuais.

Como não se crê que um homem, mesmo jovem, seja capaz de tal proeza, está implícita a confissão de que ela usa, e isso é promiscuidade, mais de um parceiro. E mais. Nem a mulher é capaz de usufruir orgasmicamente de tanta relação, o que significa que ela simplesmente abre o compasso e deixa entrar o objeto de desejo.

Dito, de vivia-voz, num programa de televisão aberta, sob os olhos de espectad ores de todas as idades, não foi um bom exemplo de uma artista que se considera ídolo de massas, sendo apenas uma exibição extemporânea de proezas que, por direito de opção, deve limitar-se à intimidade das pessoas envolvidas.

Ainda mais, considerando-se que ela passa os sete dias pulando em cima de um Trio Elérico, no quente clima de Salvador, é duvidoso que tenha condições de fazer o que diz, a não ser que seja ninfomaníaca, caso de tratamento especializado e não de exposição pública.

Esse lado do Carnaval, uma festa que pode ser bem aproveitada e bem curtida, é o ponto negativo e inconveniente, principalmente para a juventude.

Carnaval

(Em décimas populares)

José Virgolino de Alencar

Está chegando o barulhento carnaval,

O brasileiro só quer entrar no samba,

Afinal esse povo se acha gente bamba,

Bom no pé, na cabeça, e crê que não há mal

Quatro dias de festa, de alegria, do liberou geral,

Seguro de que não lhe faltará o bom senso,

Que pode se esbaldar no calorão intenso

Sem ter que prestar contas à ordem e à lei

Na folia em que o gorducho Momo é rei;

Ah! quem vai dar bolas para o que disso penso!

A galera vai se fantasiar, brincar, pular e beber,

Entregar-se às delícias do endeusado Baco,

Enfiar a cara no aconchego de um tabaco

E transar até o corpo, exausto, estremecer,

Nem lembra que a imprudente transadinha

Pode lhe deixar uma mazela e sua vidinha,

Até então boa, ficará marcada eternamente

Pela chaga das DSTs, porém acredita piamente

Que basta usar a salvadora e infalível camisinha.

Divertir, sambar, é mais do que necessário,

Desde que não ponha a preciosa vida em risco,

Não se toque a música até estragar o disco,

Porque o efeito no corpo pode vir ao contrário,

Matando o futuro de um ser que, perdulário,

Quebra as forças de uma vida produtiva

Deixando a pessoa inútil, imóvel, inativa,

Vegetando e dependente, triste e solitária

Num mundo em que pouca gente é solidária

E nem tá aí pra quem vive numa cadeira cativa.

2 comentários:

Unknown disse...

comentário infeliz de Daniela.

Nildo disse...

Não vejo problema algum! Qual o problema de se falar que é sexualmente ativo? Isso me cheira a outra coisa...