José Virgulino de Alencar
Seria engraçado, se não fosse trágico, ver o petismo/lulismo dando voltas e fazendo contorcionismo na língua para terminar por defender e até apoiar as patranhas de Sarney, isto porque as safadezas do velho coronel maranhense ameaçam respingar nos gabinetes do Palácio do Planalto e de seu chefe, que fez da presidência um verdadeiro bunker da PTralhada. Vestindo a bandalheira com uma argumentação tangencial, buscam por todos os meios encobrir a roubalheira, que vai muito além desse caso do senado, e dar cunho de normalidade aos procedimentos criminosos, sob o argumento surrado de que não são os únicos a assaltar o tesouro nacional. Aceitam, implicitamente, ser apenas mais um no cordão vermelho da corrupção e, portanto, estão dentro da normalidade, não cabendo, assim, questionamento, nem julgamento. Tudo estaria bem(para eles) se não houvesse uma opinião pública esclarecida, formada, bem-informada, capaz de desmistificar essas falsetas que querem ideologizar a anti-ética, a amoralidade, a desonra, a falta de vergonha, incluindo-as numa nova cartilha, a cartilha do neoliberou geral. O Brasil, quando enfrentou a praga da saúva, criou uma frase que entrou para a história: "Ou acabamos com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil". E no âmbito da agricultura, com a baixa produção, outra frase foi amplamente verberada: "Plante, que o governo garante". No Brasil atual, as duas frases devem ser recitadas assim: "Ou acabamos com a corrupção petista, ou a corrupção petista acaba com o Brasil". E, no que diz respeito ao sistemático assalto aos cofres públicos: "Roube, que o governo garante". E eles ainda mantém viva a frase de Stanislaw Ponte Preta: "Ou acabamos com a corrupção, ou nos locupletemos todos". O PT elegeu a segunda opção, como norma, filosofia e ideologia de poder. Ora, ora, justificar as sarneyzadas é um intolerável despropósito. Decididamente, os intelectuais do PT elegeram a analfocracia como modelo de gestão Estatal, coisa que Maquiavel não pensou quando escreveu suas lições aos Príncipes sobre como governar. Há, em O Príncipe, muitas lições, digamos, de esperteza no ato de governar, mas nelas não estão incluídas a mentirocracia, a corruptocracia, muito menos essa putocracia.
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