HUGO CALDAS
Já prometí a mim mesmo, por diversas vezes, ficar ilhado, longe dessa canalhice que grassa Pindorama. Mas há momentos em que você não suporta, não dá para ficar calado, ter que ver e ouvir tanta sandice. Nos tempos de Stanislaw Ponte Preta, o saudoso Sergio Porto, havia um Festival de Besteiras assolando o país. Hoje o fato consumado é que o Brasil perdeu de vez a vergonha. É o escândalo de hoje ultrapassando o escândalo de ontem. Mente-se descaradamente. É um descalabro atrás do outro. Quando menos se espera aparece um capadócio qualquer deitando falação sobre alguma coisa, e o que é pior, sem entender patavina do assunto. Não, não estamos anestesiados. É falta de caráter mesmo. É o "relaxa e goza". É a "fartura de dinheiro" que o povo está querendo gastar em viagens. É a hipótese ridícula de que "avião no chão não cai." Portanto, acho que tenho o direito de dar o meu palpite. Aqui vai a minha modesta opinião sobre o celebrado acidente/incidente do Boeing 737 da Gol e o jatinho Legacy. Perdão, leitores!
Enquanto Isso Na Granja Do Torto...
Vamos deixar a foto constrangedora de lado e voltar à terra firme! A toda hora assistimos ao aparecimento de um expert qualquer, civil, militar, procurador, policial, político et coetera. Outro dia, estava eu posto em sossego quando um deputado, não mencionarei o nome do calhorda, mas asseguro-vos que é dos que recebem por baixo,
R$ 106.000,00 do nosso suado dinheiro - afirmava na TV que teve acesso à transcrição da caixa-preta do jato Legacy, que "colidiu" com o avião da Gol, e "em um dos trechos, o piloto diz que vai sair da rota por um momento, em outro, mostra dúvidas sobre como operar a aeronave." Pronto, está comprovada a culpa dos aviadores gringos? Está salva a pátria? O deputa em questão não revelou entretanto, como teve acesso ao documento. Por outro lado o presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, afirma à comissão que "não há indícios de falha no transponder" do Legacy e disse também não acreditar no desligamento involuntário do sistema.
Usando a lógica mais rasteira possível, custoso é acreditar que uma empresa de responsabilidade efetue a compra de uma aeronave no Brasil e mande dois espiroquetas irresponsáveis para buscá-lo. Durante as investigações tentou-se por todos os meios culpar os pilotos americanos. Botaram os gringos na maior cana. Bem mais fácil, não acham? Brasileiro tem essa mania. Por a culpa nos outros é pratica muito confortável e ainda mais em se tratando daqueles gringos assassinos que entre outras coisas nos querem roubar a Amazônia. Mentalidade terceiro-mundista.
Há muito que se investigar. O fato é que, com o assassinato da Panair do Brasil, muitos pilotos foram contratados para voar no exterior. Um deles foi ser o piloto oficial do Rei da Jordânia. Vários foram voar para a Swissair, que na época inaugurava suas aeronaves DC-8 na rota para o Brasil. Esses referidos pilotos brasileiros foram designados para voar para cá, pois já naquela época era conhecidíssima a falta de habilidade e conhecimento da língua inglêsa dos controladores de vôo no país. Nos meus tempos de Panair, havia em nosso box no aerporto um pequeno rádio transmissor/receptor eternamente ligado onde ouvíamos a conversa da torre com as aeronaves. O inglês falado pelos controladores era simplesmente trágico. E havia o problema da estática para complicar ainda mais. Se nunca aconteceu nada de grave naquele tempo só existe uma explicação: Deus é grande. E dizem, brasileiro. Deve no entanto, estar morrendo de vergonha por conta da sua desastrada criação.
"Os fatos acima são uma pequena amostra de que a crise aérea já existia há mais de 50 anos atrás. Aeroportos com visibilidade inadequada, colisões de aeronave em vôo, limitações operacionais de aeroportos e operação critica em dias com situações meteorológicas adversas, falta de fluência no idioma inglês pelos controladores de tráfego aéreo. Só me pergunto o motivo que com tantos alertas e sem dúvida de conhecimento das autoridades, a aviação civil brasileira evoluiu sem observar a maior das regras na aviação: "SAFETY FIRST". Veja 28-03-07 Apagão aéreo."
E agora pasmem. Surgiu há poucos dias uma outra versão para o acidente mas a FAB silencia. A Aeronáutica e a empresa aérea Gol optaram por um silêncio perturbador, senão irresponsável, sobre a nova versão para o acidente que matou 154 pessoas em setembro último.O Boeing teria se "desintegrado no ar" por não ter conseguido aguentar em pleno vôo a pressão na estrutura da aeronave, fruto de um pouso mal feito em escala anterior. O Legacy teria sido "atingido por uma parte dos destroços." Na caixa preta do jatinho não há menção de ruido, mas de uma pancada. Seria possível, melhor dizendo, alguém em sã consciência acreditaria que o pequeno jatinho após chocar-se com um tremendo de um Boing 737, poderia sair lépido, fagueiro e ainda conseguir aterrissar são e salvo...?
O silêncio faz sentido. A hipótese levantada por agentes de Inteligência militar mudaria totalmente toda essa celeuma da crise aérea. Mudaria também o tratamento dado à sabotagem dos controladores, bem como a culpabilidade e a habilidade dos pilotos gringos, e isso, nem pensar.
"Há mais coisas no ar além dos aviões de carreira." Quem viver, verá!
hugocaldas.blogspot.com
newbulletinboard.blogspot.com
hucaldas@gmail.com
hucaldas@yahoo.com
2 comentários:
Caro Hugo,
Dizem também na calada da noite, que a verba que foi destinada para a melhoria dos aeroportos, inclusive a contratação de pessoal capacitado, foi desviada para a caríssima campanha eleitoral passada e para o maligno PAC ( programa de atraso do crescimento). Será que isso poderia ser verdade?!!!
Hugão muito bom artigo sobre o caos e para mim esclarecedor. Concordo que os pilotos do Legacy não viriam aqui se não fossem suficientemente capazes.
Well, enquanto isso a ministra aconselha aos viajantes para relaxar e gozar. Que coisa mais sem compostura. Mary
Postar um comentário