Ele não se considera um escritor e sim um brincante com as palavras. Filho de seu Aphitônio e sobrinho de seu Anfilófio (Amphilophio). Funcionário aposentado do BB. Poeta 24 horas por dia. Matuto de Serra Talhada com raiz no Riacho do Navio.
Teve um dos seus monólogos - O "Protesto da Árvore" - recitados por Jô Soares em seu programa. Com vocês, o meu amigo... Edmilson Feitosa! H.C.
CARRO DE BOI
Edmilson Feitosa
De baixo da quixabeira
Com tristeza avistei
O velho carro de boi
Que do meu avô herdei
Parecia a caveira
Do jumento que morreu
A mesa esburacada
A guia reta empenou
As rodas só tinham as bandas
O aro já voou
A canga e os cangís
As chetas afroxou
Os fueiros fizeram lenha
O cocá não canta mais
Não tem sebo nem carvão
Nem cunha nem ferrão
Jerônimo o carreiro
Morreu do coração
Fui lá na minha infância
E saudades eu senti
Do velho carro de boi
Quando criança brincava
Pulava dele andando
Corria e amorcegava
O carro vou concertar
Dois bois vou amansar
Eu quero é misturar saudade e alegria
Sonhar em ser o menino
Feliz que fui um dia
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