domingo, novembro 05, 2006

JOGANDO O JOGO ALEGRE DAS PALAVRAS

Vitoria nossa em conseguir o talento de Anco para colaborar conosco. Não nos vemos com frequência mas somos amigos desde os tempos heroicos do Teatro do Estudante da Paraiba. Segundo ele disse, dias atrás, nos conhecemos desde a época do "teatro sério". Eu diria mais. Anco foi o mais perfeito "João Grilo" já aparecido por estas plagas.
Seja bem vindo meu caro. Hugo

ANCO MARCIO DE MIRANDA TAVARES

Vamos jogar palavras ao vento? Fazer de conta que elas são bolinhas de sabão e nelas soprar para que tomem seu caminho.Vamos fazer troca troca com as letras, com os parênteses, com os hifens, com as propostas, com as preposições, com as alocuções, com os verbos, com os adverbios, como se eles nos pertencessem.

Vamos jogar baralho com as palavras? Identificá-las, mexê-las cortá-las, acrescentá-las diminuí-las, fazendo com que cresçam com que aumentem ao nosso sabor e naveguem num oceano de frases que faz corcova ao sabor dos ventos das vogais.Que tal fazer uma tempestade de fonemas?

E os ditongos? Jogá-los todos no baú do esquecimento e misturá-los com os breves e semibreves da musica que guardadas em estantes formam uma canção. Fazer de cada silaba um quarto onde se hospedem os sons, onde morem o que queremos dizer na verdade onde as palavras tenham seu valor em ouro.

Vamos juntar um monte de palavra com sentido numa crônica e fazer una análise sintática delas proprias? Mexer com seus sentimentos como se pessoas fossem e nadar num oceano de sons numa sopa de letras, onde os macarrões sejam sempre prosaicos P ou Q de formato minúsculo?

Qua tal um quadro negro com ilustrações brancas, ou mesmo um quadro verde com ilustrações vermelhas todos dizendo a mesma coisa, que a palavra é infinita, como infinitos são os verbos, os advérbios, os ditongos, os verbos de todas as conjugações? Que tal um mis en scene com as letras?

No nosso velho baú de palavras existem as de todas as origens as de todas as formas. Mexamos pois naquelas que nos são mais caras, naquelas cujas sílabas nos digam algo naqueles cujas letras empregadas tenham de repente, virado patrões.O emaranhado de letras que se forma é tal que quase daria um alfabeto.

Alfa e Beta. Delta e PI. Fonemas do velho alfabeto grego que quase nada mais escreve.Vamos fazer uma sopa de letras? Uma sopinha de letras como sopinha é a dos meninos que nos procuram com o alfabeto? Só assim, misturando tudo e todos, teremos as palavras todas de que necessitamos...

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