O governo transformou o Bolsa-Família numa inatividade bem remunerada, com o beneficiário dispensando qualquer trabalho produtivo, contentando-se com um provento que, em muitos casos, supera o salário mínimo.
Por outro lado, o mesmo governo fez da aposentadoria uma sub-bolsa-família, onde o inativo, que produziu e contribuiu durante a atividade, percebe, na grande maioria, o salário mínimo.
Os aposentados que ganham valores superiores ao salário mínimo têm seus proventos corrigidos em percentuais inferiores ao do mínimo, de modo que as duas remunerações sempre se encontram e se igualam lá na frente e o inativo é empurrado para a classe de menor salário.
E aí surge o tremendo paradoxo: esses segmentos, bolsa família e assalariado mínimo, são os clientes/eleitores do sistema, e como são maioria do eleitorado, está garantida a continuidade no poder dos carrascos dos mal remunerados.
O que fazer, se aquela gente gosta de ser estóica, masoquista ou autoflagelada?
Esse modelo já se constitui numa receita da analfocracia e no Brasil isso se faz mito, embora os (poucos) bem-formados saibam que, na realidade, é uma mitomania, uma mistificação.
Assim é o Brasil invertido. O velho se diz novo e o novo já vem superado.
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