sábado, agosto 24, 2013

Nossas vidas

 Celso Japiassu

Não se vive uma só vida. Ao longo da existência, vivemos em etapas que começam e terminam para um novo reinício, num ritual das surpresas. Ao fim de cada ciclo, morremos para renascer mais felizes ou mais infelizes, a depender do acaso, acontecimentos, episódios e espantos.

Nada tem a ver com o mito da reencarnação. Mas valeria dizer que iniciamos cada nova etapa da nossa única vida como se fosse uma nova entrada no palco do teatro do mundo. Diante de nós, uma platéia formada por nossos próprios sonhos, dos quais recebemos aplauso ou apupos para as poucas vitórias ou para as decepções que foram vividas. E que vão nos acompanhar para sempre.

O mistério existencial mergulha no seu próprio absurdo. Diante de nós, as perguntas eternas sobre o destino e a explicação de tudo. Em cada etapa vivida, morremos. E permanecem insepultos a perplexidade, a inconsciência e tudo o mais que constituiu tumulto ou paz em nossas vidas passadas.

Um comentário:

Celso Japiassu disse...

Pois é, amigo Hugo. Sabemos o que é viver tantas vidas.
Grato pela transcrição.