quarta-feira, julho 03, 2013

As passeatas dos empulhadores

Elio Gaspari, O Globo

Desde que o monstro foi para a rua, o andar de cima virou urubu que voa de costas. Em poucas semanas, aprontou o seguinte:

1) A doutora Dilma reuniu o Ministério e propôs “Cinco Pactos”. Quais? Ninguém lembra. A quem? Ninguém sabe.

2) Em seguida defendeu uma Constituinte exclusiva, ideia que durou 24 horas, porque ninguém sabia o que era.

3) Agora quer um plebiscito para orientar uma reforma política na qual o PT quer arrancar o financiamento público das campanhas (sendo seu maior beneficiário) e, se der, algum voto de lista.



 4) O governador Geraldo Alckmin, cuja Polícia Militar acendeu o pavio da explosão da rua. (Argumente-se que ele não a controla como devia, mas esse é um problema do doutor.) Dias depois suspendeu o aumento de 6,5% dos pedágios nas rodovias paulistas, previsto para o início deste mês.

5) O Senado poderá aprovar hoje um projeto que dá transporte gratuito a estudantes.

6) Finalmente, o prefeito Fernando Haddad propôs um conjunto de medidas e tirou da manga o surrado aumento de impostos sobre bens supérfluos.
Tudo marquetagem.

Suspender aumento de pedágio pode até ser uma providência saudável, mas resulta num estímulo ao transporte individual. O problema está noutro lugar, nas relações promíscuas dos estados com a privataria que atende pedidos de governadores e prefeitos para fazer obras, retarda serviços e vai buscar no escurinho das agências a prorrogação de seus contratos.
Assim acontece em São Paulo, assim sucedeu no Rio, onde prorrogou-se o contrato do metrô e das barcas Rio-Niterói antes da venda das concessões.

A compensação para os empresários de São Paulo virá da redução do valor que são obrigados a remeter à agência reguladora (ferro na Viúva) e do desconto no que é devido por atraso de obras (ferro na Viúva, de novo).

Leia a íntegra em As passeatas dos empulhadores

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