segunda-feira, abril 29, 2013

A Carta De Delmar

Amigo Hugo!

Sem querer ser, mas ao mesmo tempo sendo acaciano, talvez seja o caso de você considerar o caminho que tomei... ...Nós jogamos o “jogo da vida” sujeitos às regras da cartilha de nossas” Maratonas” as quais não nos foi dado direito de rejeitar, pois nos escreveram nessa prova, compulsoriamente, sem que pudéssemos manifestar nossa vontade... ...encontramo-nos, portanto, sujeitos ao amor e ao ódio, entre os quais existe uma variação imensurável de sentimentos, que constituem a essência de nossas condutas.

No texto que te enviei semana retrasada, demonstro que tomei consciência do “ Contraponto de Minha Existência”, dizendo:
De muitas outras, desse novo tempo e espaço, escrevo apenas as primeiras linhas ainda no leito de um hospital, com as “cárdias forradas pelo acúmulo de sentimentos vãos, que não ecoaram enfartados em si mesmos”.

Em minha concepção de vida e morte eu morri... ...Morri uma morte, que, inexorável, transcende ou o pouco ou o muito de minha espiritualidade... ...Para minha compreensão de naturealista ela sempre está ao meu lado... ...como contraponto de vida. Mas enfim morri mais um pouco... ...em meu tempo e espaço.

Foi a natureza, determinante desse surrealismo, que, onipotente, punhal entre os dentes, sangrou-me esse pouco, até essa morte!

Apesar de meu naturealismo, confesso que, como contraditório sonhador, fui vencido! Submeto-me, então, a realidade do mais forte... ...Enganei-me ao pensar que poderia ludibriar a natureza, que, sorrate, me quebrou como à casca de um “ovo de Colibri que cai do ninho”...

Mas a vida que me sobrou está em primeiro lugar... ...não vou mais permitir que “espinhos” me machuquem tanto. Doravante cuidarei, somente, das flores do meu jardim... ...dentre elas, das rosas, perceberei, somente, a exuberância de seus perfumes e formas... ...Pense sobre isso, amigo Hugo!

Um abraço,

Delmar Fontoura

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