sexta-feira, março 01, 2013

Flagrantes do descaso e insegurança no metrô do Reccife

 

  

Roberta Soares

A passarela era de pedestres. Não é mais. Virou passagem de cavalos. De motos e de ladrões. Essa é a realidade de uma das dezenas de passagens que integram o metrô do Recife, o mesmo que levará turistas para a Copa das Confederações e para a Copa do Mundo de 2014. Esta quinta, a reportagem do JC flagrou, entre motos e muita sujeira, um homem cavalgando livremente pela passarela externa da Estação Coqueiral do metrô, uma das mais importantes da Linha Centro, localizada na Zona Oeste do Recife. A cena chocou. Mas parecia corriqueira por lá. O cavaleiro seguiu em frente, sem demonstrar qualquer constrangimento. Parecia acostumado. Além do medo, passageiros, funcionários do metrô e pessoas que vivem no entorno de algumas das estações convivem com o absurdo sem se surpreenderem. Acostumaram-se. E, com a retirada dos policiais ferroviários federais (PFFs), proibidos de atuar como policiais pela Polícia Federal de Pernambuco, o absurdo tende a tornar-se rotina.

A presença do homem cavalgando chocou a reportagem, mas foi o que menos incomodou as pessoas que usavam a passarela externa no momento. O que as preocupava, de fato, eram os possíveis ladrões, que diariamente surpreendem os transeuntes, muitos deles usuários do metrô. “E agora tudo ficará pior, tenho certeza. Os policiais ferroviários não cuidavam apenas da parte interna do sistema. Ajudavam com a área externa, impunham presença. Só o fato de estacionarem as motos e viaturas nas redondezas da estação já ajudava. Cuidavam da passarela também. Não era só dentro do sistema. Sofremos muito. Os assaltos no entorno são constantes, motos passam a qualquer instante e não temos nenhuma proteção. Isso nos afeta também porque precisamos chegar ao metrô”, desabafou um assustado funcionário do metrô, sem se identificar.


A população confirma o que diz o funcionário. “É tudo sujo, pichado, cheio de urina e fezes. Mas temos que nos arriscar. O metrô tenta melhorar, mas os ladrões quebraram tudo, inclusive as lâmpadas, para facilitar os assaltos”, diz a dona de casa Josineide Maria Mendes, que usa a passagem todos os dias para levar o filho à escola.

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