terça-feira, novembro 27, 2012
AUGÚRIOS DE PEDRA
Há um leão-marinho
trepando-me
(seu único olho comprova)
quando fui gente
não sabia que seria
uma pedra
lambida pelas águas
de ondas de lua do mar.
Se escorria pelos vãos
pétreos
do destino
um felino
me aguardava.
A sorte foi que me fiz
pesadas
lágrimas
de rocha
que teimava em se
revelar
viva
pelos cílios (ou matos capins
braquiárias)
volúpias
que cresciam por todo o
corpo.
Passei a existência
tentando descobrir o
branco
no preto do meu chapéu.
Até que um dia as águas
me cobriram para sempre
xuá... xuá... xuá...
dei à luz ébrias conchinhas
e o leão-marinho
pediu DNA.
Alaor Tristante Júnior
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