Eduardo Almeida Reis
Notas midiáticas – Nem só de críticas vive um philosopho. Há que elogiar nossa mídia sempre que se agiganta na defesa do justo, do bom, do certo. Fico furioso com o “suspeito” com o “suposto assassino”, com o “acusado de matar 12 pessoas” que a mídia brasileira usa para se referir ao médico James Holmes, doutorando em neurociências, preso em flagrante na chacina de Aurora, Colorado, mas fico feliz ao constatar que nossa imprensa continua chamando de presidente a senhora Rousseff. De todos os jornais que assino e leio, só um colunista chama a senhora Rousseff de “presidenta” e deve ser de gozação, porque o sujeito é informado. Não digo que seja puro de sentimentos e intenções, mas é informado e sua coluna circula diariamente em diversos veículos.
Temos o Mensalão de vento em popa. Alguns ministros do Supremo se abespinharam com a corregedora Eliana Calmon, quando disse que os magistrados de nossa mais alta corte serão julgados pela população deste país grande e bobo. Concordo em gênero, número e grau com Eliana: serão julgados, sim. Aliás, muitos já foram e a opinião do povo a que pertenço não é muito boa. Resumindo: o atual Supremo é muito inferior ao que conhecemos desde sempre. Falou?
O tal de notebook – Manhã fria e o philosopho desesperado: sem computador desde ontem. Upgrade para Windows 7. O XP velho de guerra passou a dar pau de cotio, o que significa dizer a cote, cotidianamente, tornando-se insuportável para um cavalheiro que vive de escrever para fora. Você lá vai muito animado num texto que beira as 350 palavras e o Word avisa que teve um problema e vai desligar.
Fio que o sistema operacional do Windows 7 não padeça da mania de desligar toda hora, mesmo sabendo que vou levar séculos para aprender a mexer com ele. Em rigor, já não sabia do velho XP nem a milésima parte.
Windows XP, Vista, 7 ou 8, enquanto não chega o 9, discrepam do casamento nos primeiros tempos. Nos matrimônios, tudo são flores no início, até que as coisas começam a degringolar; nos computadores, a lua de mel é sempre complicada até que as coisas se ajeitem.
Voltemos ao notebook, small personal computer, como ensina o dicionário do doutor Bill Gates. O carro pega no small. A tela do monitor do computador de mesa tem 70 cm de largura, enquanto a tela aqui do notebook tem 34 cm. É muito pequena para o meu philosophar. Aparentemente a metade de 70 cm, o small computer tem 646 cm2 de área, contra 2.730 cm2 de área do monitor de mesa. A diferença é muito grande, sobretudo e principalmente quando se sabe que estou procurando monitor maior para o escritório. Se o sujeito passa o dia inteiro, sem exclusão dos sábados e domingos, à frente do computador, é justo que tenha o maior monitor ao alcance dos seus trocados.
O small personal em que componho estas bem-traçadas passa por ser o melhor do mercado, mas a tela é muito pequena para o meu gosto. Pequena, só mulher, ressalvadas as altas que podem ser da melhor supimpitude.
Um personagem do Eça, cujo nome agora me escapa, dizia que mulheres muito grandes querem-se nos museus. Bem se vê que não teve a fortuna de uma companheira alta, inteligente e culta. Em verdade vos digo: nas mulheres, só não dá para suportar a halitose e o mau cheiro corporal. Tanto assim que os chineses selecionaram sua primeira cosmonauta pelo hálito e pela ausência de xexéu, do tupi xe’xéu, di-lo Nascentes, não na acepção de bodum e catinga, mas na rubrica ornitologia: Japiim (Cacicus cela), mesmo que japi e japim, não confundir com o nosso Japi, o admirável jornalista e escritor Moacir Japiassu.
O mundo é uma bola – Faltam 140 dias para acabar o ano. Em 1382, Tokhtamysh invade e incendeia Moscou. Tokhtamysh foi um guerreiro mongol da linhagem de Genghis Khan por via de Jochi. Como khan (guerreiro) promoveu a unificação da Horda de Ouro com a Horda Branca em 1380, sem recorrer ao Mensalão, guerreando os principados russos e Tamerlão.
Em 1923, inauguração do Copacabana Palace no Rio de Janeiro – e logo num dia 13 de agosto. Em 1937, fundação da UNE, União Nacional dos Estudantes, que hoje come no pires de Brasília. Em 1961, inicia-se a construção do Muro de Berlim. Na opinião abalizada dos comunas de então, meus colegas de trabalho no Rio, muro que se destinava a impedir a entrada dos alemães ocidentais no paraíso da Alemanha oriental. Em 1924 nasceu dom Serafim Fernandes de Araújo e em 1926 o comandante Fidel Castro. Em 1951, foi a vez de Beto Guedes vir ao mundo. Em 2005 morreu Miguel Arraes, avô deste menino Eduardo, que fez bela rotação de cabelos para disfarçar a calvície e sonha presidir o Brasil.
Ruminanças – “Eu só sei viver com minha língua e minha pátria. Sou um homem da minha rua” (Nelson Rodrigues, 1912-1980).

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