terça-feira, julho 24, 2012

Natal em Julho!


Téta Barbosa

Se ser fora do padrão é fazer o que as pessoas gostariam de ter feito, mas não tiveram tempo coragem, eu sou fora do padrão.

Engravidei sem casar, falei mal do Prefeito e não tive um poodle pra chamar de meu.

Tudo isso enquanto o efeito estufa derrete as calotas polares do Pólo Norte.  E alguém já pensou em como está o Papai Noel nessa situação? Não, claro que não, porque segundo a Constituição, Papai Noel é uma entidade que só pode ser invocada em Dezembro.

Daqui pra lá, com o derretimento desse gelo todo, o coitado vai estar com uma pneumonia crônica e dificilmente conseguirá distribuir presentes pelo mundo.

Ufa, porque nada mais sacana do que você trabalhar o ano inteiro, juntar dinheiro pra comprar o presente do filho, ficar numa fila de 3 km na Rihappy e, na hora H, a porra do Papai Noel levar todo o crédito.

Então, mães da nova geração, aproveitem a pneumonia do bom velhinho e digam aos seu rebentos que quem acordou de madrugada para deixar o presente embaixo da cama foi você e não um velhinho pedófilo que gosta de ver criancinhas dormindo.

Mas, como ainda estamos em Julho, este é o mês de falar mal dos políticos. Agosto é o momento de culpar as bruxas. Setembro é para ser patriota, Outubro é mês de ficar na fila da Planeta Brinquedo, Novembro e Dezembro, ufa, é hora de juntar Jesus, renas e neve artificial tudo no mesmo Shopping.

Porque o amor é consumista e quanto mais caro for o presente de natal, mais você (teoricamente) ama a presenteado.

Mas nem chegou Agosto, e eu já estou no Natal. Isso porque Agosto me lembra que eu sou fora do padrão e que tive filho aos 23 anos e que agora ele quer uma guitarra de R$ 1.600,00 reais de presente de aniversário de 16 anos. Coisa que ele merece, não tenha dúvidas, o problema é que está cada dia mais difícil convencer minha conta bancária disso.

A verdade é que, nesse momento, meu problema nem é a guitarra de R$ 1.600,00 reais, muito menos o derretimento das calotas polares.

Meu problema é como ser uma pessoa real num mundo imaginário!

Porque, senhoras e senhores, vivemos num conto de fadas. Moramos virtualmente no Facebook onde as pessoas são eternamente felizes, respeitam o próximo, não furam fila e recolhem poodles abandonados no meio da rua.

Vivemos num mundo imaginário e politicamente correto. Imaginário, repito.

E como ser uma pessoa real num mundo imaginário?

Quem tiver a receita, favor mandar por correio (de preferência anexado com um cheque de R$ 500,00 reais para ajudar na cota da guitarra de Victor).

Porque, vou te contar uma coisa; falar mal de político é muito fácil.

Empurrar bêbado da ladeira, todo mundo quer.

Quero ver dizer o que você realmente pensa.

Aí sim, colega, é ser fora do padrão!

* Post da categoria: esse texto não faz o menor sentido!

Do blog - www.batidasalvetodos.com.br

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