segunda-feira, maio 28, 2012

A culpa é do mordomo!

Téta Barbosa

Achava eu, munida de todos os clichês da quinta, sexta e sétima arte, que mordomo era um item apenas encontrado em filmes de Hitchcock ou em Detetive, o jogo. Se o enigma era: Coronel Mostarda com o castiçal na biblioteca, a culpa só podia ser do mordomo (que não estava na brincadeira, mas sempre aparecia no final). Se a trama era do mestre do suspense e envolvia uma loira gritando no chuveiro ou um fotógrafo sem job, preso num gesso, o final tinha, não sei como, um mordomo.

Coisas que, a tecnologia e os seriados americanos de investigação, acabaram. Agora a culpa não é mais do mordomo, e sim do DNA deixado na cena do crime justo quando a vítima arranhou suas unhas pintadas de vermelho holiday, linha summer 2012 da chanel, nas costas do assassino, deixando ali, seu código genético. No fim da história, o culpado pode até ser um mordomo, mas é descrito como homem branco caucasiano com idade entre 25 e 30 anos, anti-social e com problemas na infância. Perdeu a graça! O mordomo era muito mais legal, principalmente porque usava um figurino bizarro e fazia, deus sabe o que, na casa da vítima. Sim, porque a função do mordomo é tipo o anão de jardim, você sabe que existe, mas não sabe pra que serve!

Agora, leio eu, que o mordomo do Papa foi preso por liberar, para a imprensa (ah, esses jornalistas!), informações secretas sobre Bento 16 (tenho problemas com numerais romanos).

Primeiro pensamento: existem mordomos na vida real! Não que o Vaticano possa ser considerado uma vida real, porque, sério, um país dentro de um país, cercado por muros onde só moram pessoas que cumprem (na teoria) os dez mandamentos, não pode ser considerado tão real assim. Mas, vá lá!

Segundo pensamento: quais serão os segredos do Papa?
Será que Paolo Gabriele (o mordomo com nome de estilista de alta costura) revelou que o pontífice usa xampu anti-caspa? Ou vamos ficar sabendo que, nas horas vagas, Bento 16 adora assistir o programa de Oprah? Será que ele lambe os dedos depois de comer brigadeiro? Ou ama o novo clip de Gabi Amarantos? Porque, com tanto mimimi, o baphon deve ser forte!

Por mim, me contento com a volta dos mordomos numa história policial que envolve o F.B.I, a máfia italiana e segredos escondidos por debaixo das santas batinas!

Téta Barbosa é jornalista, publicitária, mora no Recife e vive antenada com tudo o que se passa aqui e alhures.

batidasalvetodos.com.br/

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