quinta-feira, abril 12, 2012

A tragédia silenciosa dos judeus no Iraque

Felipe Atxa

Mídia@Mais - Opinião - Cultura


O documentário “The Last Jews of Baghdad: End of an Exile; Beginning of a Journey” (Os Últimos Judeus de Bagdá: Fim de um Exílio, Início de uma Jornada) é mais um desses inúmeros filmes que não chegam aos cinemas brasileiros (cujo circuito de arte está repleto de propaganda esquerdista disfarçada de “cultura”) e um retrato corajoso do drama vivido pelos judeus no Iraque entre a Segunda Guerra Mundial e a queda de Saddam Hussein.

Dirigido por Adriana Davis e Carole Basri, “The Last Jews of Baghdad...” mostra o histórico de torturas, perseguição e o êxodo de 160 mil judeus iraquianos entre 1940 e 2003 (quando Saddam perdeu a guerra contra os Estados Unidos) em três momentos distintos.

Durante o período de Hitler na Alemanha, leis contra os judeus ganharam força no Iraque, ocasionando levantes pró-nazistas onde cerca de 200 pessoas foram mortas. Em entrevista ao New Jersey Jewish News

http://njjewishnews.com/article/4770/the-taboo-history-of-the-jews-of-iraq#.T0-1xvHOV2A

Carole Basri conta que o primeiro-ministro iraquiano da época tinha planos de levar os judeus para a fronteira com a Jordânia, na esperança de que eles fossem levados a campos de concentração ou simplesmente mortos.

Depois da guerra, os abusos prosseguiram, com judeus proibidos de trabalhar ou de movimentar suas contas bancárias no Iraque, e os muçulmanos instruídos a não negociar com eles, de modo que fossem obrigados a deixar o país abandonando seus bens e propriedades.

Finalmente, sob a tirania de Saddam Hussein, houve uma inacreditável diminuição na população de judeus: de 3.500 para somente 50. Hoje, segundo Basri, há apenas sete judeus vivendo secretamente no Iraque, com medo de novas perseguições dos xiitas que chegaram ao poder.

A limitada divulgação de documentários que abordem temas polêmicos (como a perseguição a judeus e cristãos em inúmeras partes do mundo, em diferentes épocas da história recente) é um problema mundial (como se sabe, o circuito exibidor de filmes também sofre com manipulação ideológica:

http://www.midiaamais.com.br/cultura/7715-precisamos-falar-sobre-o-esquerdismo-no-cinema

que no Brasil ganha contornos de absurdo.

Se analisarmos a lista de obras selecionadas para um evento como a Mostra Cinema e Direitos Humanos

http://www.cinedireitoshumanos.org.br/2011/html/filmes.html

financiada pela Petrobras, perceberemos como o tema do festival confunde-se com proselitismo de esquerda de modo geral (conflitos pela posse de terras, luta de classes, manifestos anticapitalistas, cultura revolucionária, vitimização de guerrilheiros e terroristas, etc.). Assim sendo, há pouco espaço em que filmes como “The Last Jews of Baghdad...” possam se situar.

O drama dos judeus iraquianos permanece pouco conhecido, envolto por silêncio e fotogramas perdidos. Pudera: há muita propaganda e manipulação com as quais jornalistas e a comunidade cinematográfica precisam se ocupar.

LEIA MAIS: http://www.imdb.com/title/tt0430284/

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