O cinema sempre aproveitou o filão dos épico. Cecil B. de Mille passou a vida inteira filmando esse tipo de historia. Nessa linha vieram "Os Dez Mandamentos", "Bem Hur", "Sansão e Dalila" (esse ultimo com várias refilmagens e sendo atração de circos mambembes), e muitos outros. Exibidos na tv os filmes faziam sucesso. Antes, nos cinemas, levavam multidões. São dignos de citação também "Quo Vadis" e "A Vida de Cristo"

Quem no mundo não assistiu "A Paixão de Cristo" o épico mais conhecido, do qual todos sabem começo, meio e fim, mas ainda leva muita gente às lagrimas? E o filme de Mel Gibson, um banho de sangue e sadismo que assustou o mundo, baseado na história de Jesus? Quem se esquecerá da abertura do Mar Vermelho em "Os Dez mandamentos", cena feita no tempo que a computação gráfica apenas engatinhava?
A Record, uma emissora pretensamente religiosa, optou por essa linha e se deu bem. Primeiro fez "Sansão e Dalila". A historia do homem mais forte do mundo que conseguiu ser heroi do povo filisteu foi gravada no Brasil, falada em português, com atores brasileiros, tendo praias como desertos, papelão, compensado e isopor no lugar de mármore e deu certo...
E agora veio Rei Davi cuja historia central todos conhecem, o tema é conhecido, o leit motiv é manjado: Davi mata o gigante Golias com uma pedrada. O resto ficou por conta das mentes ferteis dos roteiristas da Record, que puseram muita mulher bonita e aproveitando os vestidos da época muita coxa de fora.
Enquanto que a Globo apresentava um desmunhecante Crô, Davi realizava suas façanhas, todas as mulheres bonitas da Record eram usadas num elenco e numa produção de milhões de reais. Convenhamos: foi um golpe duro, brutal, no folhetim, na novela de costumes brasileiros que cada vez apela mais, cada vez ousa mais, cada vez mais se envolve em misterios.
No dia que a Globo resolver enveradar pelo caminho dos épicos, certamente que a coisa também dará certo.As histórias estão aí, prontas roteirizadas, sem pagamento de direitos autorais, pois são publicas, são da Bíblia. Será esse o novo caminho da novela brasileira? Se for, deve ser aproveitada algo da folhetinesca e mentiroso da historia do Brasil, algo que a Globo já fez com relativo sucesso.
Parece que o povo cansou dos personagens estereotipados na novelas globais, o criminoso misterioso, a bicha gemedeira, a mulher fatal, a Odete Roitman. Gabriela vem aí com Juliana Paes. Uma coisa bem nossa, o oposto do Rei Davi. Será que conseguirá superar os efeitos especiais, as batalhas e as bigas do épico? Vamos aguardar.
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