sábado, março 03, 2012

Homofobia – equívocos





José Virgolino de Alencar




Circula por aí, rolando na rede, um estudo sobre homofobia que tem como consequência um preconceito às avessas: o preconceito contra a heterossexualidade.

O estudo já parte de uma falsa premissa. Arrola como homofobia a opinião de quem é, e prefere continuar assim, heterossexual.

A homofobia não é a antítese da homossexualidade.

A fobia é um transtorno, uma doença, que se manifesta por várias vertentes, como acrofobia, aerofobia, agorafobia, baratofobia, ratofobia, e vai por aí. Fobia é a doença do medo.

Medo de altura, de voar, de enfrentar o mundo externo, de barata, de rato, etc.

Ninguém tem medo, sequer leve, muito menos pavoroso, de homossexual. Se alguém tiver esse tipo de medo, é caso de tratamento, não de criminalização.

Criminalizado deve ser, sim, o preconceito e não é também só contra homossexuais, é o preconceito contra negros, pobres, deficientes, índios, credos e outros mais.

A opinião de que se está satisfeito com a heterossexualidade é um direito assegurado nos dispositivos constitucionais que garantem a livre expressão do pensamento, sem qualquer amarra ou censura.

Respeito ao fato, que até pode ser genético, portanto natural, de uma pessoa ser homossexual deve ser uma exigência da própria harmonia social, imputável se provada a ação preconceituosa.

O pretexto de penalizar a homofobia, um equívoco médico-científico, abre caminho para arrolhar a boca e virar o preconceito contra a heterossexualidade, o que, convenhamos, é um absurdo.

Os pais, em sua grande maioria da sociedade brasileira, não mandam seus filhos à escola para eles ouvirem pregação ostensiva da homossexualidade e nem da heterossexualidade.

Peçam respeito ao seu modo de vida, afinal é um direito individual, mas não coletivizem o modo de ser, na contramão do que pensam pais e mães de crianças e adolescentes em fase de formação.

Enfim, estão misturando as estações e querendo impor comportamentos que se situam na esfera muito particular de cada pessoa.

A questão deve ser tratada com racionalidade ou vira guerra social, com todos os males que causam as guerras, inclusive as chamadas guerras santas, quando em nome de Deus, de Alá, de Buda, matam-se inocentes, perpetram-se verdadeiros genocídios.

Não custa buscar a paz, o entendimento, o diálogo, para solução dos conflitos.

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