segunda-feira, fevereiro 13, 2012

SEM ANISTIA ELA NÃO TERIA SIDO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


Carlos Chagas

Com todo o respeito, mas a presidente Dilma escorregou outra vez. Acaba de declarar-se estarrecida, no que tem razão diante dos excessos da greve dos policiais militares baianos. Mas perde a própria, ou seja, a razão, ao dizer que jamais defenderá a anistia para quem comete crimes.

É claro que constituem práticas execráveis a queima de ônibus escolares, a invasão de ônibus usando capuzes, a interrupção do tráfego em rodovias, assim como atentados contra o patrimônio público e privado e contra a ordem institucional, inclusive a invasão do prédio de uma Assembléia Legislativa.

No entanto, a anistia surge como uma das maiores conquistas do Direito. Sem ela, a Humanidade talvez já tivesse explodido.

Já se imaginou como seria o Brasil se o presidente João Figueiredo não tivesse proposto e o Congresso, votado a 28 de agosto de 1979, a lei 6.683 que abriu as portas para o restabelecimento da democracia?

Dilma Rousseff foi anistiada, como milhares de cidadãos que conforme a lei também cometeram crimes. Mesmo levados pelas melhores inspirações, quantos brasileiros assaltaram bancos, no caso patrimônio privado, encapuzados ou mostrando a cara? Não atentaram contra o patrimônio público ao invadirem quartéis? Quantos dedicaram-se à guerrilha urbana e rural, ou planejaram quebrar a ordem institucional, mesmo aquela desordem plena de posturas abomináveis, imposta pela ditadura? As motivações podem ter sido celestiais, ainda que até hoje existam controvérsias, mas crime é crime.

Banir a anistia do relacionamento humano, mais do que afastá-la do Legislativo e dos tribunais, desperta um risco dos diabos para o desenvolvimento dos regimes democráticos.

Um comentário:

Unknown disse...

Mistificação para Mitificar Verdades e Mentiras...

Infelizmente o” Regime de Exceção Militar de 1964” comemorará seus centenários sem que nunca venhamos saber o que esteve por trás dessa triste página de nossa história política, pois os Petistas não permitem que essas “feridas” cicatrizem; que paire luz sobre as verdades e mentiras e muito menos querem saber em que contextos ocorreram suas causas e consequências... Só estimulam o extremismo de paixões e sentimentos de revanchismo, pela “derrota” ou pela “conquista” que não houveram... ...pois sabemos que só houve perdas...

Por que não buscam respostas para as seguintes indagações:

- Em nome do que os militares tomaram o poder em 64?

- Se foram tão maus, como muitos afirmam e foram, o foram por quê?

- Indagações que não fazem:

- Por que só bem mais tarde surgiram as torturas?
- Por que só editaram o AI - 5 em 13 de dezembro de l968?
- Por que a história do Regime Militar registra a existência da “linha Dura” ?
- A existência da “linha Dura” não é o contraponto de outra “linha”?
- Quem se insurgiu contra quem nessa “obliteração”?
- Existia ou não a “razão” que os Militares alegavam para o N ovo Regime?

- Comparados aos “supostos agentes do mal”, contra os quais afirmam terem se insurgido, quem cometeu mais erros de gestão ou roubou mais dos Cofres Públicos?

- Se têm notícia de que algum militar, presidente ou não, tenha aumentado seu patrimônio desproporcionalmente ao seu “Soldo” durante os 24 anos que estiveram no poder?

- E Lula, Dilma, Dirceu, Palocci, Sarney, Collor, Renan e outros tantos, exemplos de dignidade e ética ilibada, em 8 anos quanto aumentaram seus patrimônios?

E não me venham com a “estória das torturas”, que, embora descabidas, ocorreram em tempos de exceção em contrapartida ao “Terrorismo” de então, pois eu argumentarei indagando: em nome do que, uma e somente uma tortura, a de Celso Daniel, praticada em tempo de paz, foi tão covarde e cruel comparada a todas, que alegam terem sido praticadas pelos militares em tempos de exceção...

Que senso de justiça é esse através do qual querem punir “aqueles” e isentarem “esses”?

Se “aqueles” maus ensarilharam suas armas nos quartéis,
por que “estes” justos não ensarilham seus espíritos nos cordéis?

Por que o personalismo maniqueísta de um lado enuncia “heróis e vilões” quando sabemos que não houve... ...colocam o real na nebulosidade da dúvida ao continuarem avivando essas “feridas” e negando luz sobre as verdades e mentiras, que se confundem na covardia do anonimato, mas por quê? Eu respondo! Porque, nesse caso, nem as supostas “verdades e mentiras são nobres”, pois, entre elas, existem falsos sentimentos tanto de júbilo quanto de dor, “rescaldo” de uma batalha entre irmãos da qual não resultaram vencedores, muito menos vencidos, mas que já está gravada como uma mácula em nossa história...

Ora gente! Chega de mistificação com essa tentativa de mitificar verdades e mentiras de nossa história tão recente...



Delmar Fontoura