Eduardo Almeida Reis
Meu Brasil brasileiro – Não acredito em nada que me chega pela internet, mas transcrevo para que o leitor possa checar, com calma, o que há de verdade no e-mail “Tá tudo dominado”. Vamos lá: Paulo Bernardo, ministro das Comunicações, é marido da senadora Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Casa Civil.
Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, seria irmão de Miriam Belchior, ministra do Planejamento, senhora que foi casada com Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André, eliminado numa operação de queima de arquivo.
Elizabete Sato, delegada indicada para investigar a morte de Celso Daniel, seria tia de Marcelo Sato, marido de Lurian, filha de Luiz Inácio Lula da Silva. Isso mesmo: Marcelo Sato, genro do então presidente da República, sobrinho da delegada titular da 78ª DP, que demorou séculos para concluir que a morte de Celso Daniel foi crime comum, sem motivação política, em que a vítima foi retirada de um carro blindado (!) pertencente a um cavalheiro apelidado Sombra, para ser entregue aos cavalheiros que o torturaram e mataram.
Marcelo Sato seria o dono de uma empresa de assessoria que presta serviços ao BESC, Banco do Estado de Santa Catarina, federalizado, que teria como dirigente o senhor Jorge Lorenzetti, churrasqueiro oficial do presidente Lula da Silva e um dos petistas envolvidos no escândalo da compra de dossiês. O presidente do BESC seria o marido ou o ex-marido da ex-senadora Ideli Salvatti, hoje ministra das Relações Institucionais. Compete ao leitor apurar o que há de verdade no e-mail transcrito, considerando que um philosopho não se pode envolver nesses assuntos.
O petismo já está na vala dos esgotos da história. Cheira mal enquanto não for tratado, possivelmente no Maranhão, que tem o recorde negativo de tratamento de esgotos do Brasil. Houve exemplos recentes, que, de certa forma, atenuam a idiotice do sofrido povo deste país grande e bobo. Vejamos quatro obras basilares da literatura universal: Guerra e Paz, Fausto, Divina Comédia e Marimbondos de Fogo.
Se a Rússia de Tolstói viveu o stalinismo; a Alemanha de Goethe, o nazismo; a Itália de Dante, o fascismo, dá para entender que o Brasil de Sarney viva o lulismo.
Aeroportuárias – Não fossem os radares da Linha Verde e da Rodovia José Aparecido de Oliveira, vosso philosopho iria ao Aeroporto de Confins só para ver a fauna que embarca nos aviões. Dia desses, na meia horinha em que fiquei assentado numa poltrona do saguão, diverti-me à ufa analisando a fauna de tênis, de chinelo de dedo, roupas esquisitíssimas, tatuagens à beça e à bessa, feiúra aflita para embarcar num avião, o que se explica: muitas viagens aéreas estão mais baratas do que as de ônibus.
Mas o bom, mesmo, seria ficar nos corredores de acesso às aeronaves, imensos, intermináveis, onde o pessoal corre para embarcar e desembarcar. Naquele ambiente, as comissárias de bordo se destacam, nem sempre pela beleza, que já foi maior, mas pelos uniformes e pelos sapatos de saltos altos. Mulher de uniforme sempre foi e continua sendo irresistível, não me perguntem por quê. Se me chamar de querido, como a vendedora da tabacaria do Aeroporto Santos Dumont, aí mesmo é que fico impossível: comprei charutos adoidado, sem precisar, porque ando estocado. Mas “querido” e de uniforme... resistir, quem há de?
Depois se queixam... – Países há que festejam suas datas nacionais com desfiles de armas, soldados, carros de combate, mísseis, aviões de guerra – e depois se queixam. O exemplo do Sete de Setembro deve calar fundo nas crianças brasileiras, que deram para frequentar as escolas portando armas de todos os tipos.
Penso que os países sérios melhor fariam se promovessem desfiles de alunos, professores, bombeiros, corpos de saúde, veículos de atendimento médico e outros grupos dos quais os nacionais tivessem motivo para se orgulhar, de mesmo passo em que mandassem esconder os armamentos, os políticos e o pessoal do poder Executivo.
Sertanejas – No RS, acidente com ônibus de dupla sertaneja mata um. Em Manhuaçu, acidente com avião do cantor sertanejo Eduardo Costa fere o próprio. Queda de helicóptero de cantor sertanejo fere o dono e um passageiro. Na BR-381, acidente com ônibus de dupla sertaneja, mata um dos passageiros.
O noticiário é terrível, mas tem explicação lógica: o Brasil é sertanejo. Dos quase 200 milhões de brasileiros, suponhamos que existam 100 milhões em idade de cantar. Só aí são 50 milhões de duplas sertanejas, ou quase.
O mundo é uma bola – 4 de novembro de 1869: publicado o primeiro número da revista científica Nature, até hoje importantíssima. Em 1939, apresentado em Chicago o primeiro carro com ar-condicionado, acessório indispensável. Em 1946, fundação da Unesco. Em 1963, início da Beatlemania. Em 1994, realizada em São Francisco, Califórnia, a primeira conferência sobre as perspectivas comercias da World Wide Web.
Hoje é o Dia do Inventor. Conheci o inventor do controle remoto brasileiro (na ponta de um bambu) e do ferro de engomar que fazia xixi.
Ruminanças – “Cocar indígena dá um azar dos diabos, mas ninguém supunha que desse tão depressa” (R. Manso Neto).
Est. de Minas - 4-11-2011
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