quinta-feira, outubro 20, 2011

Marchando para o Jardim de Infância


Téta Barbosa




Já passou o 7 de Setembro, mas o povo continua marchando. Virou moda! Teve a marcha para legalizar a maconha, a marcha contra a violência, a da liberdade, a favor das rádios comunitárias e agora, como não poderia faltar num país como o nosso, a marcha contra a corrupção!

Acho bonito essa liberdade de expressão.

Acho, inclusive, que as marchas são o ponto alto da democracia.

Mas, confesso que a marcha contra a corrupção me dá bem pouca esperança de que as coisas mudem no país.

Isso porque, a honestidade é coisa que vem de berço.

Da família, da educação e dos valores.

O cara que aceita propina numa licitação é o mesmo cara que roubava o lanche do coleguinha no recreio. O mesmo que joga lixo pela janela do carro e o mesmo que estaciona na vaga de deficiente!

Se o pirraia foi pego filando (colando, em pernambuquês) na prova de matemática na terceira série e seu pai, no lugar de deixar o menino de castigo uma semana sem playstation, ficou orgulhoso, ele vai ser corrupto. Seja ele político ou não.

Porque corrupção, minha gente, não está só na política!

Temos o costume histórico de xingar os políticos, mas não nos revoltamos quando o vizinho do oitavo andar deixa seu cachorro (cuja criação no prédio não é permitida), utilizar o elevador social (duplamente errado) e aproveitar para fazer um xixizinho ali mesmo (triplamente não autorizado).

As pessoas desrespeitam regras, ignoram leis, furam filas, driblam o Imposto de Renda, e tem coragem de marchar contra corrupção?

Talvez tenha sido justamente por isso, que só 400 pessoas compareceram a tal marcha. Das mais de três milhões que moram da Região Metropolitana do Recife, só 400 fizeram a lição de casa! Porque, né, ou se é o honesto ou não.

Pense numa coisa que não tem meio termo: é a honestidade.

Não dá pra ser 75% honesto.

As coisas mais importantes da vida (em sociedade, pelo menos) a gente aprendeu no jardim de infância. Se lá, quando eles (nosso queridos representantes do povo) não entenderam que:

- Não se deve bater no amiguinho

- Não se deve pegar o que não é seu

- Se fizer bagunça tem que arrumar

- Se pegar emprestado TEM que devolver

- Se ofender alguém DEVE pedir desculpas

- Lavar as mãos antes de comer,

não vai ser agora que a gente, marchando ou não, vai conseguir enfiar isso na cabecinha oca dos nossos políticos ladrões.

E você, frequentou o jardim de infância?

Porque se frequentou, eu sugiro que façamos uma marcha pela HONESTIDADE.

Dentro e fora de Brasília!



Téta Barbosa é jornalista, publicitária, mora no Recife e vive antenada com tudo o que se passa aqui e alhures. Ela também tem um blog - http://www.batidasalvetodos.com.br/ de onde pedimos emprestado este texto. Salve Todos

Um comentário:

Márcia Barcellos da Cunha disse...

Téta,

O exemplo do bem começa nos gestos pequeninos. Tudo é mesmo uma questão de integridade, honestidade para com o próximo,com a vida.Orientação da infância, profilaxia do futuro.A noção de responsabilidade nos deveres mínimos é o ponto de partida para o cumprimento das grandes obrigações. É nobre ser honesto, honestidade deveria ser opção de cada um de nós. Parabéns Téta! Você como sempre dando o seu recado. Grande abraço. Márcia