terça-feira, outubro 25, 2011

A Crestomatia e a crise


Por Arlindo Montenegro

A Crestomatia chegou quando eu tinha 9 anos. Um livrão grosso, cheio de textos da melhor literatura. Contos, fábulas, sonetos. O nome do autor parecia com aqueles nomes que a gente só encontrava nos contos da carochinha: Radagasio Taborda! No terceiro e no quarto ano da iniciação escolar, aprendemos sobre sintaxe, fonética, análise gramatical, tempos verbais, interpretação de textos, decorar e declamar poemas, tudo com ajuda da Crestomatia.

Era mesmo um mundinho interiorano, mágico, telúrico, bem diferente dos dias em que este velho fica corado e indignado ao saber que, o Ministério da Educação despende carradas do dinheiro que este suado povo recolhe como imposto, para comprar milhares de livros, com desenhos coloridos que exemplificam e ensinam a linguagem e os comportamentos mais anárquicos e censuráveis.

A má educação e a violência, em contraposição à gentileza e o respeito que os mestres têm como dever de ofício incutir na mente da criançada, ferramentas para desenvolver o caráter. Os professores de hoje vivem tempos bicudos!

Parecem dispor de ferramentas auxiliares da pedagogia contaminada por uma ideologia perversa. Estão amarrados a um projeto político que, a partir do Ministério da Educação, escolhe os textos e dita como devem ser trabalhados. Um modelo de fazer inveja à cada dia mais viva União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Os planos de curso distribuídos pelo Ministério da Educação, subordinam os conteúdos específicos de cada disciplina, bem como os projetos pedagógicos de cada Instituição de Ensino Superior a uma concepção de sociedade, cultura e crença socialista fabiana.

Uma espécie de marxismo light! Cada curso superior segue um conjunto de normas baixadas pelo Ministério de Educação e Cultura, cujas Diretrizes Curriculares Nacionais servem de parâmetro para a elaboração e organização dos cursos, desde a escola básica até a escola superior.

O professor não pode mais planejar e trabalhar os conteúdos a partir do seu espaço vital, do seu bioma, de suas realidades. Nem mesmo pode mais ensinar a sonhar!

Já vem tudo pronto e acabado com a orientação dos “chefes” do Ministério e das secretarias: nos primeiros anos é só brincar! Não precisa alfabetizar. E depois tem que ensinar a usar camisinha, como fumar maconha e outras drogas, ter cuidado com as seringas, crack, colas, êxtase, bebidas...

Os livros indicados para os professores, na coleção PENSAMENTO E AÇÃO NO MAGISTÉRIO (Convite à leitura de Paulo Freire - Moacir Gadotti - EDITORA SCIPIONE – 1991), orientam: "A escola que desejamos para nossos filhos e netos, e que desejamos para todos, não é apenas uma escola alegre, mas uma escola pública popular, autônoma, socialista. Esta é a escola dos nossos sonhos.

Pode não se realizar totalmente, mas ela já está em construção, no interior da escola capitalista e elitista". Alguém duvida? É preciso lembrar os textos escolares distribuídos pelo MEC em todo o território nacional?

A rasteira que estes intelectuais marxistas fabianos passam na sociedade, inserindo a ideologia nas práticas educacionais em todos os níveis, materializa-se no desprezo à cultura científica universal em bases sólidas, limitam o pensamento a uma visão unilateral, impedindo o progresso evolutivo em liberdade.

A Fabian Society, foi fundada em Londres, em 1884. Diferente dos marxistas da “Democratic Federation”, os “fabianos” pregavam a tomada do poder sem violência. Antecederam Gramsci na forma de conduzir a propaganda e agitação. O Estado deveria realizar o interesse público. Sem a interferência da vontade pública, o poder do Estado devolveria ao povo a esmola conveniente para manter a gente na “santa paz”.

Na visão Fabiana, as Leis e a Justiça do Estado seriam a garantia suficiente para a manutenção desta variedade de paternalismo do poder. Hoje temos as Ongs fabianas, como o Greenpeace, atuando mundialmente na doutrinação ideológica da juventude através da Young Fabian, com financiamento dos controladores do mundo.

A autoridade do lar e da escola foi substituída paulatinamente. Os influxos da “lavagem cerebral” são percebidos em cada lar, em cada escola. A “novilíngua” inclui palavras que este velho só veio a conhecer na vida adulta e outras que, se ousasse falar na presença dos adultos, tipo “merda!”, era logo reprimido duramente.

A mídia fala de livros encontrados nas escolas. Omite que todos estes livros são escritos por intelectuais marxistas ou fabianos. São selecionados e adquiridos por acadêmicos e técnicos do Ministério da Educação e distribuídos para as escolas do país inteiro. Bobagem não é?

O palavrão, as drogas, a violência, as cenas de sexo, o noticiário com detalhes sobre a prostituição infantil, pedofilia envolvendo políticos, tudo está na televisão, na internet, nas revistas, sem possibilidade de controle dos pais.

As letras de certos compositores de forró, punk, funk, rock, sucesso das baladas são explicitas na apologia escancarada do sexo e das drogas. Por tudo isto, por ter visto e ouvido tudo isto, expressões como "porra", "me fodendo a troco de bosta" e "caralho”, “bocetinha”, “nunca ame ninguém: estupre!” podem figurar como texto exemplar na formação básica da criançada. Este é o entendimento e escolha perversa dos técnicos do Ministério da Cultura.

Nestes últimos anos, o governo socializante do PT impôs a desestruturação da cultura nacional, prestigiou a putaria e o roubo desde Brasília até o mais remoto povoado. Unificou os comportamentos mais descarados e corrosivos. Implantou os elementos da cultura globalizada e isolou cada minoria em currais específicos, dependente e obediente ao poder centralizado pelo partido do governo.

Toda a roubalheira, o cinismo e a libertinagem presentes, têm fundamento nesta nova cultura educacional e política. Esta quadrilha de poderosos falsários utiliza os mais sutis artifícios através da propaganda sistemática, para manipular os pensamentos, escolhas e comportamentos, invertendo todos os princípios e valores que aniquilam esta nação, colocando-nos a serviço das nações colonizadoras do hemisfério norte.

Falta-nos o líder com autoridade moral suficiente. O poder lulista, resultante da pobreza e ignorância imposta pela oligarquia tradicional, tem o reforço da perversidade de intelectuais fabianos que dominam, escolas, igrejas, jornais, revistas, televisão, associações, sindicatos e clubes, a falsidade arquitetada pela oligarquia dos criminosos obedientes aos controladores.

A “crise” é mero detalhe assimétrica desta guerra sem fronteiras.

Um comentário:

Márcia Barcellos da Cunha disse...

Hugo,

Houve um tempo em que se estudava.E hoje? Infelizmente os valores são outros. grande abraço. márcia