
W.J. Solha
SEM INTERROGAÇÃO, PONTO.
Enquanto escrevo (como venho fazendo há três anos) meu novo poema longo - Marco do Mundo – começo mais um destes artigos para eltheatro, termino a última revisão de meu novo romance Arkáditch – que a editora Ideia deve me entregar nos meados de setembro -, aguardo para final de outubro a estreia da Cantata Bruta - obra baseada numa série de contos violentos de minha História Universal da Angústia (Bertrand Brasil 2005) – a partitura, neste exato momento, sendo criada por seis grandes compositores paraibanos - Eli-Eri Moura, Marcílio Onofre, Didier Guigue, Wilson Guerreiro, Valério Fiel da Costa e José Orlando Alves. Ah: Eli-Eri acaba de me informar que em novembro haverá remontagem da ópera amorial Dulcineia e Trancoso – sua música, libreto meu – abrindo o festival Virtuosi, no Teatro de Santa Isabel, Recife. Em novembro haverá, também, o lançamento do curta de Mariana Lacerda – A Vida Noturna das Igrejas de Olinda – para o qual fui, há cerca de um mês, gravar áudio como a voz das velhas maravilhas pernambucanas.
Os dois longas-metragens recifenses de que participei como ator no final do ano passado – O Som ao Redor, de Kléber Mendonça Filho, e Era uma vez Verônica, do Marcelo Gomes -, estão com lançamentos marcados pro primeiro trimestre de 2012, mas o de Marcelo tem uma espécie de prémière anunciada para agora, setembro, no Festival Internacional de Cinema de San Sebastian, Espanha, concorrendo ( com cinco filmes hispano-americanos ) ao prêmio de pós-produção, seção films in progress, cine en construcción. Esses seis – incluindo o de Marcelo, único brasileiro - já vêm de uma vitória: eliminaram sessenta e cinco outros longas da América Latina que lutavam pela participação na mostra, todos atrás da grana com que finalizar suas produções, incluindo cópias, trailers, distribuição na Europa, etc.
Olha aí a Hermila Guedes - minha filha, no filme - na divulgação do evento:
Cine en Construcción presentará seis películas de Argentina, Brasil, Chile, Colombia, México y Paraguay
ERA UMA VEZ

Brasil
Dirección: Marcelo Gomes
Intérpretes: Hermila Guedes, João Miguel, WJ Solha, Renata Roberta, Inaê Veríssimo
Las reflexiones de Verônica, una joven recién licenciada en Medicina que se encuentra en un mar de dudas e incertidumbres. No solo se cuestiona su carrera profesional y sus relaciones sentimentales, pero también su capacidad para afrontar su vida y el futuro que tiene por delante.
A mesma noticia, no original basco:
ERA UMA V

Brasil
Zuzendaria: Marcelo Gomes
Antzezleak: Hermila Guedes, João Miguel, WJ Solha, Renata Roberta, Inaê Veríssimo .
Sobre o filme do Kléber, Mariana Lacerda, que teve a exclusividade de vê-lo, embora inacabado, me disse:
- Incrível! Está incrível!
Espero que o esforço que fiz para criar o tão destemido quanto odiado milionário seu Francisco, de Kléber, depois o doente, pobre e amoroso seu José Maria, de Marcelo, tenha sido útil para esses dois grandes cineastas. Afinal, ao terminar o segundo (rodado logo em cima do primeiro) eu estava um bagaço. Foi comigo nesse estado que o Laércio Ferreira conseguiu fazer o que conseguiu fazer para obter seu coronel João Bezerra Wanderley no curta Antoninha, que estará no festival local de cinema – Cineport – também agora, em setembro.
Reiterado aviso: não haverá sessão de autógrafos para meu romance Arkáditch. O livro não será posto à venda. Quem se interessar por ele, mande-me nome e endereço (wjsolha@superig.com.br) que lhe mando o pedido pelo correio.
Ah, uma foto da ópera em sua primeira apresentação, 2009:

De camisa azul, Ariano Suassuna (interpretado por Flávio Leite) , canta e dança o frevo de um dos duetos luso-castelhanos com Cervantes (baixo Savio Sperandio), mais Dulcineia (soprano Gabriela Pace ), de vermelho, e o palhaço encourado Bozo (baixo-barítono Saulo Javan).
ADENDO MUITO IMPORTANTE
Cada vez que venho com minhas bazófias ( nem um pouco geniais feito as de um cantador pai d´água como Beto Brito ) lembro-me de Fernando Pessoa: Toda a gente que eu conheço e que fala comigo Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida... Aí baixo o fogo, revelo ao leitor que estou lançando Arkáditch de meu próprio bolso porque meus originais foram devolvidos por várias editoras, inclusive pela Bertrand Brasil, esta com informação adicional de que somente lançarão outro livro meu se a supramencionada História Universal da Angústia – finalista do Jabuty, Prêmio UBE-Rio 2007 e com um trecho que é tema da Cantata Bruta – cobrir as despesas que causou à editora. Revelo, também, que meu romance anterior – Relato de Prócula – escrito com a cobertura de uma bolsa que me foi concedida pela Funarte e também premiado pela mesma União Brasileira de Escritores, acaba de sofrer um revés: apesar de ter sido considerado um dos melhores livros publicados nos últimos vinte anos, no Brasil, por ninguém menos do que Ivo Barroso, não foi incluído, agora, entre os dez melhores do período 2009/2010, pela comissão julgadora do Prêmio Zaffari & Bourbon, lá do Rio Grande do Sul.
A perda faz parte, dizem os sábios. A gente parte pra outra.
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