
Vítima de um ataque de uremia, o Visconde do Rio branco agonizava, cercado pela família e pelos amigos. Pálido como cera, os olhos cerrados, tentava, de quando em quando, erguer o braço, no seu gesto de orador, deixando escapar frases que davam idéia do seu delírio.
- Senhor presidente... - exclamou, grave; - peço a palavra...
Momentos de silêncio.
E depois:
- Peço licença para falar com muita pausa devido ao meu melindroso estado de saúde... Novo silêncio.
Em seguida:
- Não perturbem a marcha do elemento servil...
E com energia, na frase derradeira:
- Confirmarei diante de Deus tudo quanto houver afirmado, diante dos homens!...
Momentos depois, era a morte.
Taunay - Homens e Coisas do Império, pág. 87
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