segunda-feira, julho 18, 2011

MEMÓRIAS DO SORRISO


Raul Córdula

Ouvi na Argentina que a arte é uma doença Crônica, incurável. Percebi então que sempre achei na arte algo incurável, não necessariamente uma doença, mas dito assim tornou-se para mim uma verdade. Fui inoculado pelo vírus da arte aos oito anos, quando meu pai me levou para conhecer a ”Batalha de Avaí” tela de Pedro Américo do acervo do Museu Nacional de Belas Artes do Rio. Papai era orgulhoso do conterrâneo paraibano, nosso maior pintor do Império. Minha arte não se tornou apenas crônica, mas também virulenta. A primeira pessoa que contaminei foi minha irmã mais velha, Risoleta, que me defendia quando nosso pai se aborrecia com as garatujas desenhadas nas paredes. Já era uma mocinha quando decalcava para ela e as amigas, em blusas de organdi, com tinta a óleo Águia e pincéis finíssimos, as caras das “Garotas do Alceu”, página humorística destinada às adolescentes da época editada na revista O Cruzeiro. Eu ficava do seu lado dando palpites, corrigindo um ou outro deslize de sua mão e me deliciando com o cheiro que emanava do frasco de terebintina, sensação que me acompanha até hoje.

Nosso pai era professor adepto do método de Maria Montessori, a vanguarda da pedagogia da época, e defendia a modernidade na literatura e na arte que tinha em José Américo de Almeida e José Lins do Rêgo dois conterrâneos fundamentais para o modernismo brasileiro, ao lado do pintor e cenógrafo Tomaz Santa Rosa. Ele se encontrava com Zé Lins e Santa Rosa nas manhãs de Sábado numa das mesas de vime pintadas de amarelo do “chope” da Galeria Cruzeiro, onde hoje é o patético Ed. Avenida Central que liga a Av. Rio Branco ao Largo da Carioca, centrão do Rio.

Naquela época Ari Barroso compôs uma linda canção que na verdade é uma crônica do carnaval carioca, onde uma mulher canta as aventuras de seu amor, que chama de “Meu pedaço”, que se esbaldava na folia da Avenida Rio Branco, “... e desapareceu no turbilhão da Galeria.”. Era aquela a galeria.

Meus pais amavam a arte, principalmente o teatro, e certamente este amor contribuiu para a decisão da mudança da família para o Rio. Eles freqüentavam os teatros de revista da Praça Tiradentes, o Municipal na Cinelândia e faziam, com a ajuda do amigo Santa Rosa, incursões no teatro moderno que se implantava fortemente na sociedade carioca. Com isso influenciaram minhas irmãs mais velhas Riso (era assim que eu chamava Risoleta) e Leda. Elas fizeram teatro amador quando voltamos para a Paraíba no final dos anos cinqüenta. Riso interpretou Ibsen em “João Gabriel Borgmann” e Machado de Assis em “O Protocolo”. Leda fez Dona Clarabela em “A Farsa da Boa Preguiça”, de Ariano Suassuna e a professora em “A Lição”, de Ionesco. Então Leda se casou com o ator Rubens Teixeira e se ligou definitivamente ao teatro, seu três filhos são do ramo. Quanto a Betinha, a irmã mais nova, sua arte é a culinária, mas Roberto, o caçula, é medico: alguém tinha que ser normal, que pena.

Mas Riso nunca deixou de fazer teatro. Embora sua vida profissional se relacionasse com as artes plásticas como promotora de artistas, toda sua vida foi performática. Sem hitrionismo nem fantasia, ela soube criar a personagem Risoleta Córdula, misto de alegria, elegância e sagacidade. Não que ela não fosse alegre, elegante e sagas, bastava contemplar seu sorriso para se perceber seu amor pela vida e seu interesse pelo outro. Afinal Risoleta significa risonha, e Córdula é pequeno coração, que curiosamente não é um nome de família, mas um apelido, um antigo nome próprio de mulher com o qual era chamada uma nossa ancestral, possivelmente da Galícia, que no Brasil se tornou matriarca e seu nome passou a ser o de seu clã. A história desse nome remonta ao século XII quando Santa Córdula acompanhou Santa Úrsula no episódio das 11.000 Virgens, que na verdade eram apenas 11, assassinadas pelos Unos em Colônia quando iam da Bretanha para Roma prestarem seus votos perpétuos. Pela devoção dos alemães seu nome tornou-se popular e por isso é fácil encontrar mulheres chamadas Córdula por lá, Risoleta tinha uma amiga com este nome, as duas pareciam irmãs. Sua performance como Risoleta Córdula encobria certamente suas tragédias pessoais, seus desencantos, sua vontade de viver sabendo-se doente. Nas vésperas de seu retorno ao Brasil, há menos de um mês de sua morte, ela estava em Paris confirmando o apoio do departamento cultural da nossa Embaixada para uma exposição de artistas paraibanos. Ela já estava muito fraca, mas, conta Amelinha, minha mulher, que a acompanhou nos seus últimos meses na França, irradiava um sorriso que somente ela possuía ao receber o apoio para a arte dos seus amigos e conterrâneos. Ali ela viveu sua última alegria.

Nossa família voltou para o nordeste em 1957, mas logo ela voltaria ao Rio quando se casou. Teve dois filhos, Cristina e Cláudio. Cristina tornou-se manequim das passarelas cariocas e nos anos 80 mudou-se para Paris para fazer o percurso obrigatório tendo Paris como base: Tóquio, Milão, Londres e Nova Iorque. Desfilou para todos os grandes como Saint-Lorain, Chanel, Dior, Ungaro e Kenzo. Hoje ela tem um programa sobre beleza feminina no Canal 6 de Paris

Mas Cláudio foi-se embora cedo, foi “jogar pedra no grande cão da constelação”, e de lá percebeu “que a terra, numa fotografia exata, não é redonda, mas chata, não é redonda, mas chata”, como nos ensinou Cassiano Ricardo*.

Antes disso ela realizou vários “consórcios”, que é como se chamava na época vendas de quadros em grupo e a prazo, de artistas amigos, como Guita Charifker e José Tavares, ambos de olindenses residentes no Rio. Guita Charifker, a grande desenhista e pintora de Olinda foi apresentada artisticamente aos cariocas por Roberto Pontual. Já Tavares, um dia desapareceu no mar de Porto das Caixas onde ele tinha alugado uma casa para o verão. Tavares foi a primeira grande perda de Riso, dele ficou um retrato dela com uma gata.

Ela salvou minha vida em 1982 quando desconfiou que eu estava doente e me levou para falar com seu amigo, o cardiologista Dr. Francisco Martins, do Hospital do Fundão, aonde ela trabalhava como chefe do serviço social. Ele me encaminhou com urgência para o Dr. Stans Murad para uma cineangiografia, Dr. Stans, por sua vez, me encaminhou para o Hospital Pedro Ernesto, para cirurgia. Então me tornei um sobrevivente de Dr. Jasbik e sua equipe que, corajosamente, foram pioneiros na cirurgia de revascularização cardiológica no Rio de Janeiro.

Ela trabalhou também como assistente social em comunidades no Morro de Mangueira, em Braz de Pina e na Penha. Vem daí seu amor pela música brasileira, o samba especialmente, que a fez em Paris, eventualmente empresariar shows de artistas como Leni Andrade e Elza Soares.

Com a perda de Cláudio ela deixou o Rio, seu apartamento no Flamengo e sua convivência com seus amigos músicos e artistas plásticos. Fez concurso para a Universidade Federal de Mato Grosso se mandou para Cuiabá experimentar novas coisas, nova brasilidade e a nova arte que lá surgia sob a orientação de Humberto Espíndola e Aline Figueiredo. Então, para animar sua fuga do antigo ambiente que lembrava seu filho, ela começou a escrever para um tablóide local. Eu integrava a Associação Brasileira de Críticos de Arte e surgiu-me a idéia de propor seu nome como sócia, pois ela já tinha, ao longo de um ano de pequenos ensaios semanais, um razoável dossiê sobre a arte no Mato Grosso. E assim foi feito, assim ela se tornou sócia da ABCA e, conseqüentemente, da AICA, a associação internacional de críticos de arte.

A ABCA funcionava na Escola Superior de Desenho Industrial – ESDI, e Riso a freqüentava nas muitas vezes que viajava ao Rio. Lá conquistou amigos como Geraldo Edson de Andrade, Vicente de Percia e Carmem Portinho, na época diretora da escola. Carmem Portinho era uma senhora extraordinária engenheira e viúva do arquiteto Heyde, autor do edifício do Museu de Arte moderna do Rio, especialista no modernismo brasileiro e colecionadora. A última vez que a encontrei foi no apartamento de Risoleta, em Paris. Ela estava negociando lá gravuras de Matisse de sua coleção. Começamos a falar de art deco e ela, entusiasmada, nos convidou para um bar na região do Beaubourg para ver um relógio que conhecia desde a juventude e considerava um dos mais belos exemplos daquele estilo de arte. Era um relógio de parede de 80cm de diâmetro na confluência de duas escadas que se encontravam num patamar do primeiro para o segundo andar. Um primor de design, minimalista, ao gosto dos primeiros desenhistas industriais.

A vida cabocla de Cuiabá não lhe reconfortou, embora ela tivesse conquistado lá um círculo de amigos. Ela conseguiu se transferir para a Universidade Federal da Paraíba e, conseqüentemente, requerer pós-graduação. Aplicou seu pedido de bolsa para a Escola de Altos Estudos de Paris, cidade onde sua filha Cristina já residia há anos. Então começou na sua vida uma fase nova e definitiva.

No primeiro ano Risoleta teve um câncer, foi operada e sua sobrevida foi total, ela não morreu disso, mas por causa disso, provavelmente em consequência da quimioterapia. Por este motivo ela foi aposentada pela Universidade e continuou vivendo em Paris. Aproximou-se de nossa Embaixada, nosso território na França. A Embaixada matinha na cidade a Galeria Debret, dirigida pela Senhora Nina Chavs, e no seu próprio espaço uma galeria para exposições não comerciais, iconográficas, etc. A Galeria Debret não estava dando muito certo, tanto é que foi desativada algum tempo depois, a galeria da Embaixada parecia a Risoleta um bom lugar para propor mostras de artistas do Brasil sob sua responsabilidade. Foi aí que ela propôs uma exposição de meus quadros. O projeto foi aceito, a exposição realizada e, em conseqüência, ela aproximou-se do Departamento Cultural que estava sob a coordenação do diplomata e músico Antenor Bogea, e sobre ele reinava o Ministro Sérgio Telles, grande pintor nacional. Observando o desempenho de Risoleta, Antenor a convidou para trabalhar com ele, e assim ela desenvolveu um programa de exposições e cuidou de eventos como a participação do Brasil no Lire em Fête festival anual de literatura que envolve a França inteira, e La Fête de la Musique, festival correspondente na área de música que envolve toda Paris.

Naquela ocasião os artistas Fernando Barata e Sérgio Bello e Janice, que moravam em Paris, Araquém, artista carioca, Rodolfo Athayde e Alice Vinagre, da Paraíba, além de Mim e minha mulher, já formaram o primeiro grupo que ela promoveu na França.

Minha exposição ainda estava montada quando duas artistas de Marselha, Catherine Kieffer e Patrícia Prunelle, procuraram a Embaixada para propor um intercâmbio com artistas do Nordeste brasileiro. Elas tinham formado a Association Culturelle Lé Hors Là, destinada a manter este intercâmbio, movidas pela possibilidade real, pois está acontecendo, do fechamento da Europa para os emigrantes, com especialidade os brasileiros, motivo de interesse cultural e humano para eles. Por esta razão chamaram a associação de lé hors là, que pode ser traduzido por a outra margem, termo criado por Guy de Maupassant para o título de sua novela “O Horla”, que inicia quando uma galera branca com a bandeira brasileira passa em frente de sua casa, na margem do Sena, em Rouen, e um espírito selvagem atende ao seu aceno e se aloja na sua biblioteca.

Antenor Bogea, solicitou a opinião de Risoleta sobre a proposta das artistas, ela concordou inteiramente, e então Antenor sugeriu meu nome como representante da Hors Là no Brasil e eu aceitei o desafio. Esta associação, que toquei aqui com indispensável apoio de minha mulher Amélia Couto, e dos amigos Chico Pereira, Rodolfo Athayde e Diógenes Chaves, foi responsável por um trânsito em mão dupla de artista entre Brasil e França. Eis um resumo: do Brasil para a França – Rodolfo Athayde, Chico Pereira, Diógenes Chaves, José Patrício, Odilon Cavalcanti, Kátia Mesel, Alexandre Nóbrega, Alice Vinagre, Jussara Salazar, Rosilda Sá, Luis Barroso, Marcos Veloso, Chico Liberato, Zenildo Barreto; da França para o Brasil – Katherine Kieffer, Patricia Prunelle, Olivier Rolin, Koki Watanabe, Pedro Lino, Didier Teissere, Carine Vicari, Sylvie Pic, Marc Boucherot. O trabalho de Riso já estava consolidado na Embaixada e ela contava com a amizade de pessoas que lhe apoiaram nos programas que o Departamento Cultural desenvolvia, como os diplomatas Alan de Sellos e André Eraclio Rego e a pintora Janice Santos que com ela trabalhava. Uma vez lhe indaguei sobre um projeto que estava enganchado na burocracia da Embaixada, ela me disse que “Diplomata é uma pessoa que estuda dezoito anos para aprender a dizer talvez”.

Em 1994 fui convidado pelo diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia, Heitor Reis para implantar ao seu lado o Salão Mambahia de Artes Plásticas. Foi uma tarefa trabalhosa mas pudemos inaugura o Salão Mambahia em outubro, quando Risoleta e seu amigo Jaques Lenhard, na ocasião Presidente da AICA, foram convidados por mim para a abertura do Salão. Assim aconteceu sua aproximação com Heitor Reis que a contratou para promover o evento Bahia à Paris, uma grande exposição de artistas baianos espalhados em várias galerias da cidade. Eram obras de Sante Escaldaferri, Chico Liberato, Mário Cravo Neto, Caetano Dias, César Romero (nosso grande amigo, também sócio da ABCA e AICA), Juraci Dórea, Tatti Moreno, Juarez Paraíso, e outros.

Sua participação na AICA, cuja sede é em Paris, lhe rendeu a amizade com grandes críticos e curadores como o próprio Jaques Lenhard, Thereze Sculmann, Oscar Tiobelido, Scheila Lernner. Ela também participou dos congressos mundiais da AICA no Canadá, na Geórgia e na China.

Um dos seus encargos na Embaixada foi a curadoria do Festival Internacional de la Peiture de Gagnes-Sur-Mer, na Riviera, uma ótima oportunidade de ela promover os artistas brasileiros residentes na França e também os do Brasil. Lembro-me de vê-la dirigindo por conta própria um pequeno caminhão de Marselha para Cagne, 200 km, para levar um quadro de Rodolfo Athayde que, finalmente, foi uma das obras premiadas naquele ano no Festival, entre outras de artista de quase toda a Europa e diversos outros países do mundo. Ela passou a montar exposições de grupos de artistas brasileiros e franceses em Bruxelas, Alemanha, Espanha e Portugal. Na França ela organizou uma coletiva itinerante nos Pirineus, em cidades da França e da Espanha. Em Bruxelas, por exemplo, ela organizou uma exposição da qual participei ao lado de Miriá Couto, Araken Hipólito, ambos cariocas, e Luis Augusto Ferraz, um pintor brasileiro residente na França.

Fora da Embaixada ela foi curadora da Galeria Manssard instalada no edifício projetado pelo grande arquiteto onde funciona a Capela da Humanidade, projetada pelo filósofo August Conte e construída pelos seguidores do positivismo, criado por Conte. O edifício pertence a uma sociedade positivista brasileira. Na Galeria Manssard ela cumpriu um intenso programa de exposições de brasileiros.

No final de sua tarefa na Embaixada que encerraria compulsoriamente quando completasse setenta anos, ela iniciou os trabalhos de curadoria e promoção deste grupo de artistas mulheres paulista coordenado por Lucia Py, que lhe está agora lhe prestando esta emocionante homenagem. Por afinidade e interesse passei a observar este trabalho de artistas socialmente resolvidos de forma coletiva. Ao lado de Lúcia Py estão Paula Salusse, Sonia Talarico, Luciana Mendonça, Christina Oiticica, Gersony Silva, Christina Parisi, Lucy Salles MABSA e Carmem Gerbaile. Exposições do grupo itineraram pela França, Rússia e Espanha.

O Museu do Estado de Pernambuco apresentou uma das coletivas intitulada POIESIS, com Luciana Mendonça, Carmem Gerbaile, Gersiny Silva, Paula Salusse, Lucy Salles, Sonia Talarico, Tahis Gomes e MABSA. Ainda no Recife a Galeria Arte Plural expos individualmente as obras de Lucia Py, Sonia Talarico e Carmem Gerbaile. Mesmo com ela morando na França o grupo foi-se formando paulatinamente sob sua orientação curatorial e hoje é uma referência na arte paulista.

Na seqüência ela propôs ao grupo o projeto “Outubro Aberto”, que acontece sempre durante a Bienal de São Paulo com montagens de exposições e instalações nos ateliês das artistas e funciona como um circuito alternativo à Bienal. O saldo deste trabalho já se pode considerar excelente, com documentações, jornais e catálogos de alto nível. Para coroar sua participação ela lançou o projeto DIÁLOGO 4B, onde o grupo paulista interage com artistas dos Pirineus franceses e espanhóis, para tanto ela teve a assistência de produção da Sra Jacqueline Peyrot. Além das artistas a exposição foi composta com obras de Cesar Romero e algumas pinturas minhas. Dos Pirineus franceses: Chistina Oiticica, Evelyne-Reyne Quesnel, Nino Ferrer, Rémi Trotereau, Annie Bugnon-Nison e Yves Bandefort. Pirineus espanhóis: Pedro Tremulas, Miguel Mainar, Soledad Franco e Victor Manuel Francisco Castro. A exposição itinerou por váriascidades, entre ela Pau, Bearn, Bigorre e As Neves. No catálogo, escrito em galego, o Sr. Gérard Blasco escreve: “Xa fai case 30.000 anos que os homes seguen este camiño pirenaicoque vai do Mediterráneo ao Atlántico soñando co sol no seu percorrido.”

Colhendo os dados para esta pequena introdução, percebi o quanto Riso fez sem sentir, o quanto “seus” artistas tiveram sua dedicação, o quanto de energia e esperança ela depositou a todos, seus conterrâneos paraibanos, seus amigos baianos e, principalmente o grupo de São Paulo, a menina de seus olhos que, também com os artistas dos Pirineus, formaram seus últimos projetos.

Na saga de seus últimos dias ela me disse que não tinha medo nenhum da morte, mas tinha pavor da idéia de deixar de existir. Certamente Risoleta, com sua elegância e seu sorriso, nunca deixará de existir.

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