
Ninguém mais que Jesus criticou a religião e os religiosos com os quais conviveu. Ele ressaltou insistentemente que o que vale para o verdadeiro cristão é a religião da conduta. Todos os seus ensinamentos e parábolas estão focados na maneira de ser, no burilamento interior, na educação dos sentimentos e na interação com os semelhantes, que chamava de “próximos”.
Jesus não instigou ninguém a se converter a crença alguma, mas sim ao amor. Um amor descrito na maneira sábia e didática com que exemplificava. Aos religiosos não poupou críticas, chamando-os de sepulcros caiados. A ponto de adverti-los dizendo que as meretrizes e os publicanos entrariam no Reino de Deus antes deles!
Sobre a maneira como os religiosos da época oravam, Jesus também não conteve petardos. “Hipócritas!” E sobre isso alertava os discípulos: “não fazei como os fariseus que costumam orar em pé nas sinagogas, ou na rua para serem vistos. Quando orardes, entrai em vosso quarto e fechai a porta, orai em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em secreto, vos recompensará. E não faleis muito, como fazem os gentios, que pensam que é pelo muito falar que serão ouvidos”.
Mas, como os cultos e preces de hoje em dia estão distante destes ensinamentos, hein? Ora-se em pé e com barulho, na vista de todos, usam-se orações repetitivas e decoradas, muitas vezes com o pensamento distante da fala. Procissões e “marchas” são o que não faltam, contratriando frontalmente o que ensinou o meigo nazareno – “não orais em pé, e nem nas ruas... e sim em silêncio”...
“As meretrizes e os publicanos vos precederão no Reino dos Céus”. Dizer isso a uma casta dominadora de religiosos e doutores da lei rasgando suas máscaras de hipocrisia foi de uma coragem tão admirável quanto verdadeira. E ele sabia que isso lhe custaria muito caro, pois no reino da “maioria”, as grandes verdades sempre são rejeitadas. A maioria, aliás, que preferiu Barrabás.
Ainda hoje, no terceiro milênio pós-Cristo, o que se vê é a contínua deturpação dos seus ensinamentos. “Dai de graça o que de graça recebeis”? – nunca! Orar em silêncio? – jamais! “Não julgueis para não serdes julgados”? – É grande a corja dos preconceituosos e discriminadores que além de viverem julgando os semelhantes, se julgam superiores a eles, pobrezinhos...
Jesus foi absolutamente contra os religiosos e a religião da época, colocando o amor, o perdão, a solidariedade, a humildade e a tolerância acima de qualquer crença. “Meus discípulos se conhecerão por muito se amarem”. E não por serem desta ou daquela crença mas, sim, fiéis à verdadeira religião: a da conduta.
2 comentários:
Parabéns para o autor do texto!
Realmente ele aborda com muita propriedade a principal questão das religiões: a conduta.
Diferente disto só resta a hipocrisia, que caminha a passos largos em nossa sociedade.
A falta deste entendimento gera atitudes absurdas como temos presenciado.
Com certeza, é um texto para ser lido diariamente.
Parabéns! Um grande abraço. Márcia
Do Blog J. P. Fontoura – O Portal:
A Perfeição!...
O Ramo Biológica da Antropologia estuda o indivíduo enquanto evolui e interage no tempo e no espaço – seu universo – limitados por sua compreensão. Mas ocorre que essas dimensões são infinitas, razão do mistério e dos conflitos do homem com a Natureza e consigo mesmo. Isso é tão real que está acima ou além do que afirmam os ramos do pensamento filosófico... ...Mas para o “bem” da humanidade precisamos avançar nessa compreensão.
Em princípio podemos admitir que o comportamento do “ser humano” é imperfeito, mas não é... ...ao contrário é a “perfeição” que rejeitamos por não a compreender... Não fosse assim como aceitar as ações e reações da evolução do “todo” se não admitimos a de uma “parte”, que somos nós interagindo?
O saber, a bondade, a benevolência, a verdade e a paz assim como o egocentrismo, a soberba a onipotência, a mentira e a guerra são apenas apelidos consuetudinários dados às ações e reações desse “ser antropológico” – o homem – na natureza e partículas infinitesimais dessa perfeição não o contrário como somos induzidos a acreditar.
Esse axioma me leva à indagação: que fazem aqueles que deveriam ter essa compreensão? Nada!...
Perguntem a um Psiquiatra, a um Psicólogo; a um Secretário municipal de Saúde, a um Secretário Estadual de Saúde, a um Ministro da Saúde; a um Diretor de hospital ou a um responsável por Clinica de Psiquiatria e nenhum saberá dizer-lhes o que fazer sobre esse “Caso de psicopatia” do Rio...
Quando se ouve um profissional dessa área recomendar que um paciente portador de “crise aguda de depressão” – causada por reação adversa por uso de medicamento – frequente centro espírita para amenizar sua “patologia”, que dizer disso?...
Volto à minha conceituação. O saber baseia-se em dois fundamentos: a capacidade dedutiva e a mnemônica, que são complementares entre si e congênitas. Os privilegiados pela Natureza, que as tiverem, correrão juntos ou a frente do tempo e existem dois grupos destes:
a) - Os de percepção completa, que tendem a sublimar-se pela compreensão geral que têm, exemplo:Leonardo da Vinci.
b) - Os de percepção incompleta, são aqueles que desenvolvem somente parte de sua compreensão, exemplo da área: da matemática, da física, da música, da pintura, da Medicina...
Mas a maior virtude do ser humano não é ser mais ou menos: inteligente, rico, poderoso, reconhecido, mas sim ter essa consciência e saber identificar quem é, suas potencialidades, seus limites e suas fraquezas... ...de reconhecer os limites de suas percepções a ponto de poder avaliar a “realidade” que o rodeia. Fora isso é o desconhecimento que se sobrepõe, motivo da desarmonia na interação do ser humano com a Natureza e o “Caso de psicopatia” ocorrido no Rio é prova do que afirmo... ...Ou não é?
Pensemos ou pouco sobre isso!...
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