quarta-feira, junho 15, 2011

Não acendam fogueira!

Germano Romero

Neste São João, além dos ecologistas, ambientalistas e todos os que se preocupam com o meio ambiente, os cristãos também têm um oportuno motivo para refletir sobre a proteção ao meio ambiente que inspirou o tema da Campanha da Fraternidade, anual e costumeiramente lançada pela Igreja Católica logo após o carnaval. Na de 2011, há um justo apelo de atenção à Natureza, sagrado berço materno e fonte de energia e recursos para todos os seres, que nas últimas décadas têm sofrido toda sorte de agressões e contaminação.

Sobre este assunto é bom lembrar que o arcebispo Dom Aldo, que bate de frente contra maus costumes, inclusive da igreja católica, já escreveu artigo contra a queima de fogueiras juninas.

Há alguns anos, Campina Grande saiu na frente de João Pessoa na luta em defesa do meio ambiente lançando protesto contra as fogueiras, com a brilhante campanha “Brinque o São João sem fogueira nem balão”.

Cientes de que já é hora de apagar o fogo e reacender a ótima idéia, é sempre bom lembrar que, inobstante a poesia que gerou o costume de queimar madeira nesta época, os tempos mudaram. A pequena fogueirinha que Isabel, prima de Nossa Senhora, teria acendido em cima de um monte para anunciar o nascimento de João Batista, seu filho, não se compara às toneladas de madeira destruídas anualmente, sobretudo no nordeste.

Em pouco mais de 500 anos, da exuberante Mata Atlântica, vista pelos portugueses quando aqui se aboletaram, só restam míseros 4 %, mas ninguém liga pra isso...

É hora de rever conceitos, antes que seja tarde. Não se pode mais continuar a agir da mesma maneira de anos atrás. Não podemos nos dar ao luxo de certas extravagâncias contraditórias e imprudentes em nome de nenhuma tradição! Pensemos nisso.

Cultivemos as belezas das festas juninas, a riqueza de seu folclore, de sua música, as delícias culinárias, enfim, a confraternização humana e saudável da festa em si. Mas, não esqueçamos de que o homem evolui junto com a razão.

Então, reflitamos: o oxigênio já não é tão abundante, o “efeito estufa”, causado pelo acúmulo de fumaça no nosso céu tem provocado sérios danos ao clima e à saúde, tornando irrespirável o ar das noites de São João. Pensemos no prejuízo ecológico que tem origem nos milhares de fogueiras que são queimadas anualmente em nome dos santos do mês de junho. Será que esses “anjos” ficam mesmo satisfeitos com a esdrúxula e intempestiva homenagem? Será que não lhes desagrada ofender a natureza, derrubar árvores, destruir o “santo” oxigênio, queimar madeira, poluir o ar, em nome de um folclore que já não tem mais sentido?...

2 comentários:

Unknown disse...

Nossos Caminhos.

Nossas vidas se entrelaçam de caminhos: os bifurcados, os tortuosos, as subidas, as descidas, os avanços, os retrocessos; todos com armadilhas, umas que armamos outras que nos armam...

Durante nossas jornadas enfrentamos: aragens, ventos e ciclones; garoas, chuvas e temporais; vulcões, terremotos, maremotos e tsunamis, que atravessaremos ou serão nossas últimas paradas.

Essas são as regras de uma cartilha as quais não nos foi dado o direito de rejeitá-las, pois nos colocaram, compulsoriamente, sem que tivéssemos opinado se queríamos ou não estar “aqui”... ...encontramo-nos na condição de amor e o odio, entre os quais existe uma gama imensurável de sentimentos, que constituem a essência de nossas condutas.

O “saber” e a “compreensão” talvez sejam os únicos caminhos até o “prazer” em nossas jornadas... ...não sei se “pleno”... ...fora isso só a “amargura”... ...mas eu não sou uma pessoa amarga!...

J. P. Fontoura.


Do: http://jpfontoura.blogspot.com/

Maria Olindina disse...

Olá, Germano.
Belo texto. Vamos comemorar as festas juninas respeitando à Natureza.
Onde há uma vontade há um caminho.
Parabéns!!!
Tanto o pai como o filhão têm uma linguagem poética.
Um abraço,