
José Virgolino de Alencar
Particular e sinceramente, eu não sei onde está a hipocrisia, de que tanto falam, no tratamento do caso das drogas. Se o sistema de repressão é ineficiente, acho que se deve lutar para eficientizá-lo e torná-lo eficaz no combate ao crime. A raiz do problema é o crime hediondo, com o qual a sociedade não pode contemporizar.
A "Marcha da Maconha", onde desfilarão usuários que são vítimas de um sistema, igualmente desfilarão os traficantes, seus laranjas, seus comparsas e quantos queiram fazer a apologia do crime.
O código penal é claro quanto a esse tipo de manifestação, que se define como apologia ao crime. Isso não é aceitável, é caso de polícia.
O debate, as discussões, têm que caminhar pelo lado técnico- científico, profissional-especializado, quanto à assistência extremamente necessária a ser oferecida a quem, induzido pelos criminosos, caiu no vício e na dependência da droga.
Não é coisa para passeata, para movimentos públicos, é coisa para fóruns apropriados, e tem bastante, tanto no Brasil, como no mundo inteiro, já que o problema é universal.
A maconha e seus derivados não podem ser comparados com outras distorções da vida que, embora não recomendáveis, não têm o poder destrutivo das drogas que viciam e transformam o dependente, literalmente, em monstro.
O processo de reversão, em pouquíssimos casos, é traumático, desgastante, assombroso, e só quem sentiu e conseguiu dar a virada na vida é que pode demonstrar o mundo negro que é ter um ente familiar metido nessa coisa.
A necessidade é de frear o sistema criminoso. O menor estímulo e liberdade que se dê, causará um prejuízo à sociedade de difícil retorno.
É uma torneira a ser fechada, apertada e não deixar sequer um pequeno vazamento de ar. Qualquer espirro da torneira, tal como na canalização d'água, só aumentará o preço e a conta a ser paga, no caso das drogas, pela sociedade.
A marcha tem que ser proibida, porque se enquadra perfeitamente nos impeditivos legais do normativo institucional brasileiro. Se é ilegal, à luz expressa da lei, é proibido e a desobediência deve ser punida. Não se pode afrouxar o combate em questão profundamente corrosiva para a vida da sociedade.
Combater o crime é obrigação, tal qual proteger e tratar as vítimas da tragédia.
Não há hipocrisia nesse caminho, que está em consonância com o que quer e precisa a sociedade: um mundo limpo dessa sujeira!
Nenhum comentário:
Postar um comentário